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Estudantes criam primeira cooperativa de energias renováveis do Brasil

Idealizada por alunos do curso de Energias Renováveis da Unifor, a Coodensol promove os vieses social e ambiental através de serviços especializados.



“Analisamos o mercado e percebemos que poderíamos fazer ainda mais diferença”. É assim que, Daniel Diogo Pinheiro, aluno do 4º semestre do curso de Energias Renováveis da Universidade de Fortaleza (Unifor), refere-se ao projeto que nasceu em 2016 e, cotidianamente se concretiza: a Coodensol, primeira cooperativa de energias renováveis do país, da qual ele é vice-presidente.

Atualmente formada por oito membros, entre estudantes e profissionais da área, a iniciativa traz o viés social presente na colaboração e troca de conhecimentos propostos pelo modelo econômico do cooperativismo, oferecendo serviços em toda Região Nordeste ligados à eficiência energética e implantação de sistemas de geração a partir de fontes renováveis como biogás, solar térmica, solar fotovoltaica e eólica.

“A energia solar está em alta no Brasil, os preços baixaram, a legislação facilitou as resoluções, permitindo que muitos tenham acesso. Portanto, a cooperativa também é uma forma de facilitar que pessoas com vontade de trabalhar em um negócio próprio consigam”, enfatiza Alexandre Cruz, presidente da Coodensol.

Com os níveis de certificação de instalador solar fotovoltaico, projetista, área solar térmica pela ABRASOL e em eficiência energética pelo SENAI de São Paulo, a cooperativa tem buscado novas tendências renováveis na execução dos serviços, com destaque para a área de biomassa. “Pensamos em trazer muitas coisas novas para o Ceará, estamos abertos à troca de experiências”, ressalta Daniel Diogo, vice-presidente.

Alguns dos principais aspectos que motivaram a criação da Coodensol foi a necessidade do contato com a prática da profissão e a possibilidade de explorar novas áreas por seus integrantes. Em outras palavras, colocar a “mão na massa” é imprescindível para que o espírito colaborativo presente no trabalho cotidiano da empresa atenda às demandas de um mercado que investe cada vez mais em sustentabilidade e inovação.

“A Coodensol surgiu de forma espontânea por parte dos nossos alunos e nós abraçamos a criação. Os professores das áreas envolvidas sempre ajudam de alguma forma”, conta Paulo Henrique Pereira, docente da graduação tecnológica em Energias Renováveis da Unifor.

Segundo Daniel Diogo, romper com a concepção tradicional de empresa também fortalece a qualificação da mão de obra ofertada, “a cooperativa atrai talentos e quando esse talento se torna membro, ele também se torna dono, o que abre oportunidade para que seus projetos sejam vistos com aplicabilidade”, destaca. Assim, a Coodensol engaja egressos e alunos dos cursos do Centro de Ciências Tecnológicas da Unifor (CCT)na participação, aliando a teoria vista em sala de aula à prática profissional de modo multidisciplinar.

José William, aluno concludente o curso de Energias Renováveis da Unifor, frisa que o incentivo contribui para uma formação ampla. “Eu vinha compartilhando o mesmo pensamento da Coodensol e me associei. Hoje atuo na parte comercial, mas sempre participo das instalações e das aplicações dos projetos”, afirma.

Para a coordenadora pedagógica do curso de Energias Renováveis do CCT, professora Brígida Rocha, “a iniciativa dá aos estudantes a oportunidade de vivenciar a profissão, estar junto com pessoas que já se formaram e atuam no mercado de trabalho, além de incentivar a promoção das Energias Renováveis”, destaca.

Entre as parcerias da cooperativa está a recente instalação de painel solar fotovoltaico na cidade de Cascavel (CE) com a Empresa Júnior do curso de Engenharia Elétrica da Unifor Proteus, que atua no desenvolvimento de projetos nas áreas de elétrica e controle e automação.

Fonte G1

Geração eólica bateu novo recorde horário no domingo, diz Abeeólica

Segundo a entidade, no período de 8h às 10h do último domingo, a geração eólica atendeu a praticamente 100% da demanda do Nordeste.(FOTO: DREAMSTIME)

A geração eólica bateu um novo recorde horário no domingo (19/08) alcançando a máxima diária de 8.247 MW às 9h28, permitindo que a fonte atendesse 98% da demanda do Nordeste, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), compilados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

Segundo a entidade, no período de 8h às 10h, a geração eólica atendeu a praticamente 100% da demanda do Nordeste. “Mesmo se considerarmos que aos domingos a demanda por energia é mais baixa, esses porcentuais de atendimento de domingo são muito significativos. Em dias úteis, com demanda mais elevada, já tivemos recordes de geração com atendimento de carga de mais de 70% do Nordeste na média diária. 

O cenário, portanto, mostra que estamos acumulando recordes de forma consistente, tanto aos finais de semana como nos dias de semana, tanto em médias diárias como em horários específicos. Todos estes recordes, juntos, demonstram a força da energia eólica no Brasil”, declarou a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum.

Atualmente, a fonte eólica responde por cerca de 8% da matriz elétrica brasileira, atrás dos 64% das hidrelétricas e dos 9% da biomassa. Mas, tendo em vista os complexos eólicos já contratados e atualmente em construção, a perspectiva é que essa fonte assuma a segunda colocação a partir do ano que vem.

Fonte: Época

Energia eólica deve ser 2ª principal fonte elétrica do Brasil em 2019

Previsão da ABEEólica avalia que o setor deve chegar a 2022 com uma capacidade instalada de 17,6 gigawatts no país.Hoje, energia eólica atende 8% da capacidade nacional - Pixabay

A geração de energia eólica no Brasil cresceu em julho deste ano 24% ante igual período do ano passado, à medida que novos parques entram em operação em um setor que deve ser a segunda principal fonte da matriz elétrica já em 2019, disse nesta terça-feira (7) a presidente-executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

Segundo Elbia Gannoum, o setor de energia eólica está em trajetória crescente, com perspectiva de chegar em 2022 com uma capacidade instalada de 17,6 gigawatts no país, contra atuais 13,4 GW.

Durante a abertura da Brazil Windpower 2018, uma conferência do setor, a dirigente destacou que em 23 de julho deste ano a energia eólica teve papel essencial no abastecimento do Nordeste brasileiro e respondeu por 72% de toda carga.

“A energia eólica deve ser a segunda fonte da matriz já no próximo ano. Acreditamos que o setor tem uma responsabilidade muito importante na discussão sobre o futuro cheio de tecnologia e desafios”, disse ela.

As hidrelétricas são a principal fonte de geração hoje no Brasil, com cerca de 60% da capacidade instalada. Em seguida aparecem as térmicas a combustíveis fósseis, com quase 16%, seguidas pelas eólicas, com quase 8%.

A projeção da ABEEólica considerada os contratos firmados em leilões e no mercado livre. O Brasil conta atualmente com 534 parques eólicos, sendo a maioria no Nordeste: 137 no Rio Grande do Norte; 111 na Bahia e 80 no Estado do Ceará.

Fonte: R7

Energia dos ventos pode criar 200 mil empregos no país até 2026, diz estudo


A geração de energia elétrica a partir dos ventos (energia eólica) tem potencial para criar cerca de 200 mil empregos no Brasil até 2026, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

O avanço desse tipo de energia no país tem aberto novas possibilidades de carreiras, segundo a entidade. O levantamento mapeou 52 profissões que podem atuar na cadeia eólica, em cinco diferentes etapas: ensino e pesquisa, manufatura, desenvolvimento de projetos, construção e montagem, e operação e manutenção.

Os maiores salários na área são de profissionais do ramo de engenharia (de produção, industrial, de qualidade, de vendas, elétrica e projetista), com valores que variam de R$ 5.000 a R$ 15 mil por mês, aponta o estudo. Na mesma faixa salarial, também há vagas para advogados, administradores e biólogos.

A maioria dos parques eólicos do Brasil está no Nordeste. O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram, com 135 e 93 usinas, respectivamente. Outros sete estados da região concentram 184 parques eólicos. A região Sul vem em seguida, com 95 parques eólicos, a maioria no Rio Grande do Sul (80).

Fonte: Uol

Energia eólica no mundo


A ONU Meio Ambiente, agência do Sistema das Nações Unidas que é hoje a principal autoridade global na promoção do uso eficiente de recursos naturais, publicou em abril deste ano, em Nova Iorque, um relatório técnico que mostra que as chamadas novas energias renováveis, principalmente as fontes eólicas e solar, tiveram recorde em termos de adição de capacidade de geração de energia em todo o mundo, somando 166 gigawatts de potência instalada no ano.

De acordo com documento, cerca de 20% da eletricidade consumida no mundo já vem das fontes renováveis, como a eólica, o que tem contribuído para a redução dos níveis de emissão dos gases causadores do efeito estufa. A entidade acredita que é possível reverter danos relacionados às mudanças climáticas, advindas do aquecimento global, caso o mundo seja capaz de suprir sua necessidade de consumo de energia apenas com as fontes limpas. 

De acordo com 70% dos especialistas de todo o mundo, ouvidos pela ONU Meio Ambiente para a produção do relatório, é possível que até 2050 as energias renováveis possam dar conta de 100% da demanda da energia elétrica mundial.

Neste cenário, o Brasil está entre os países de maior geração eólica e com o maior fator de capacidade, especialmente em função do alto potencial eólico de algumas regiões do Nordeste. Neste ano, o Brasil atingiu 11.000MW de capacidade instalada, equivalente a 7% da capacidade do país e com igual potência da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. 

Somente em 2016, a fonte promoveu geração de 30 mil empregos em todo o país e investimentos da ordem de R$ 18,2 bilhões, aplicados principalmente na Região Nordeste. No total, hoje estão em operação 443 parques eólicos, em 11 estados brasileiros, o que colocou o Brasil no 9º lugar do ranking mundial de capacidade instalada da fonte e em 5º lugar entre os países que mais instalaram usinas eólicas, em 2016.

State Grid prevê investir R$ 140 bilhões no Brasil nos próximos 5 anos

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A elétrica chinesa State Grid vai investir 140 bilhões de reais no Brasil ao longo dos próximos cinco anos, incluindo aportes previstos para geração, transmissão e outros segmentos, disse um executivo da companhia nesta quarta-feira.

Apenas os recursos para transmissão deverão totalizar mais de 90 bilhões de reais, disse em chinês o vice-presidente da unidade brasileira da State Grid, Qu Yang, ao participar de uma conferência em São Paulo.

Qu Yang disse que a empresa avaliou o potencial para energia solar e eólica no Brasil, incluindo os Estados nordestinos de Bahia e Rio Grande do Norte, além do sul do país.

Ele disse que a empresa poderia usar tecnologia de transmissão de alta voltagem, que manda grandes quantidades de energia a longas distâncias com poucas perdas. Isso permitiria conectar áreas remotas que podem gerar uma grande quantidade de energia eólica e solar a centros populacionais no Rio de Janeiro, São Paulo e no resto das Américas.

“Conversei com outras grandes companhias de geração de energia e estão todas preocupadas com o crescimento da energia eólica, gerando mais do que vão usar”, disse Qu. “Mas nós podemos instalar uma (linha de transmissão) que pode enviar a energia para onde ela precisa ir. Nós até poderíamos enviar aos Estados Unidos.”

Fonte: Economia UOL

O que ainda estamos esperando para transformar a energia eólica em realidade no Brasil?

No mundo, o setor eólico vem se destacando como uma das fontes de energia mais promissoras desde a década de 90.


O potencial para crescimento e desenvolvimento da indústria eólica no Brasil é gigantesco, sendo possível gerar energia para todo o país utilizando somente os ventos intensos da região do Nordeste brasileiro. O custo é baixo e os recursos são inúmeros, mas incrivelmente ainda esbarramos em questões governamentais e de investimento para a implantação de novos polos.

Em 2006, o Brasil contava com 237 megawatts (MW) de capacidade eólica instalada, principalmente por conta dos parques na cidade de Osório (RS). O complexo conta com 75 aerogeradores de 2 MW cada, instalados em três parques eólicos com capacidade de produção de 417 giga watt-hora (GWh) por ano. Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 giga watts (GW) no ano passado, um aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O segmento terminou o ano de 2017 com 508 parques em operação.

No mundo, o setor eólico vem se destacando como uma das fontes de energia mais promissoras desde a década de 90. O estudo divulgado pelo Cepel no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, aponta crescimento de mais de 20% na capacidade instalada mundialmente para a indústria eólica. Segundo o mesmo estudo, o potencial de aproveitamento eólico no país ainda não chega a 1%, porém é possível vislumbrar um horizonte de muitas possibilidades para esse segmento.

Alumínio como matéria prima renovável e sustentável

Para a indústria metalúrgica do cobre e. principalmente do alumínio, essa perspectiva também é importante em relação ao fornecimento de peças e desenvolvimento de novos produtos. O alumínio é o material mais econômico e funcional para atender a essa demanda, que é notoriamente crescente.

A utilização do alumínio nas turbinas e componentes dos reatores implica em menor número de peças, menos etapas de produção e possibilidade de integrar diferentes funcionalidades a um perfil ou componente com relativamente pouco ou nenhum custo adicional e por isso tem ganhado espaço no segmento. O volume de alumínio utilizado em uma turbina pode chegar a 2 toneladas, por isso tem ganhado espaço no segmento, pois representa grande vantagem de custo em relação ao aço e fibra de vidro, por exemplo.

Projeção de crescimento e investimento

Por essa razão, as indústrias metalúrgicas, em especial produtoras de alumínio, passam a direcionar esforços também para a indústria de energia eólica. No Brasil, o segmento é promissor e a perspectiva, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, é que até 2020, sejam construídos mais 330 parques de geração de energia.

O principal desafio deste segmento está na ampliação das linhas de transmissão, já que o Brasil tem as características naturais bem apropriadas para a geração deste tipo de energia e na maior parte dos parques, a energia ainda fica represada. Faltam investimentos nas linhas de transmissão. É um setor muito sensível a ações governamentais que podem acelerar ou não o mercado, o desafio constante para as empresas é monitorar essas ações do governo e criar condições para aumentar a participação no segmento.

Levantamento de recursos e perspectivas

O levantamento dos recursos de energia eólica no Brasil vem sendo realizado pelo projeto Solar and Wind Energy Resources Assessment (Swera), conduzido pela Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC, com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

É preciso ampliar a diversificação de fontes energéticas, baixar tarifas e trabalhar para oferecer energia limpa de melhor qualidade para a população brasileira.

Miguel Angelo de Carvalho — CEO da Cecil e Elfer, indústrias metalúrgicas de cobre, latão e alumínio.

Fonte: Administradores

Liberado financiamento de energia solar para pessoas físicas


Os recursos são do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado exclusivamente pelo BNB



As pessoas físicas e jurídicas, micro e minigeradoras de energia elétrica, por meio de equipamentos fotovoltaicos instalados em residências e/ou condomínios residenciais, são as novas beneficiárias da linha do FNE Sol, operacionalizado exclusivamente pelo Banco do Nordeste. O anúncio foi feito na tarde de hoje, 4, pelo presidente Michel Temer, em Brasília, durante a Reunião Conjunta dos Conselhos Deliberativos da Sudam, Sudene e Sudeco.
“Temos grandes avanços na economia, em especial no Nordeste. Nosso trabalho é para integrar cada vez mais a Região ao restante do país. Hoje vemos aqui a implementação de uma série de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento, que fortalecem o acesso à educação, melhorias no crédito rural e fortalecimento do setor energético para as empresas e sociedade em geral”, frisou Temer.
De acordo com o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, essa ampliação do FNE Sol, que já contemplava pessoas jurídicas e empreendedores rurais, irá beneficiar milhares de famílias em toda a Região. “O BNB já investiu mais de R$ 65 milhões para a micro e minigeração de energia. Somos banco de desenvolvimento e estamos preparados para financiar todas as pessoas interessadas na aquisição dessa moderna tecnologia de energia limpa”, destacou.
O evento também marcou a assinatura de contratos com empresas do setor de geração e distribuição de energia. Enel Distribuição Ceará, Grupo Echoenergia e Atlas Energias Renováveis, juntas, irão investir mais de R$ 1,4 bilhão nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, sendo mais de R$ 1,0 bilhão financiado pelo FNE Infraestrutura.
Somente para 2018, o Banco dispõe de R$ 30 bilhões em recursos do FNE, sendo R$ 14,8 bilhões para o infraestrutura.  Somente no mês de março, mais de R$ 4 bilhões já foram contratados para as diversas atividades econômicas, sendo R$ 2 bilhões para projetos de infraestrutura, especialmente na área energética.
Crédito estudantil
O primeiro contrato de financiamento do Banco, por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies II), com recursos do FNE, também foi destaque na reunião. Isabella Vieira Lima, aluna do curso de Direito do Centro  Universitário 7 de Setembro, em Fortaleza, oficializou sua adesão ao Fies, representando, assim, cerca de 70 mil estudantes que serão contemplados com R$ 700 milhões do FNE nos próximos meses.
Regularização de dívidas rurais
Antônio Carlos Maia Nogueira,  produtor rural do Distrito de Flores, município de Russas (CE), teve a oportunidade, durante a solenidade, de firmar o seu contrato de renegociação de dívida rural, com amparo na Lei 13.340/16. A operação foi prorrogada até 2030, com a primeira parcela para 2021, possibilitando, assim, a retomada dos investimentos pelo cliente em sua propriedade de produção leiteira.
Somente nesse primeiro trimestre, o BNB já regularizou 14,6 mil operações em toda a sua área de atuação, num montante superior a R$ 840 milhões. Toda a rede de agências do Banco está trabalhando nas renegociações/liquidações pela Lei 13.340, que tem vigência até dezembro de 2018.

Ministério anuncia crédito de R$ 3,2 bilhões para instalação de placas solares em casas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Pessoas físicas poderão solicitar o crédito em bancos públicos. De acordo com o Ministério da Integração, placas ajudam o orçamento das famílias e fortalecem a matriz energética.

Ministério da Integração anunciou nesta quarta-feira (4) que os fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-oeste vão ofertar R$ 3,2 bilhões em linhas de crédito para a instalação de placas para captar energia solar em residências nas três regiões.

Para os interessados no Norte e Nordeste, os juros cobrados serão de 6,24% ao ano. Para as residências no Centro-Oeste, os juros serão de 7,33% ao ano. A busca do financiamento deve ser feita a partir dos bancos do Nordeste, da Amazônia (para a região Norte) e do Banco do Brasil (para a região Centro-Oeste).

O anúncio foi feito em reunião nesta quarta dos conselhos deliberativos da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), no Palácio do Planalto. O colegiado é a instância máxima das autarquias, vinculadas ao Ministério da Integração Nacional.

De acordo com a pasta, a iniciativa tem impacto positivo na renda das famílias atendidas, ao reduzir o custo com o consumo de energia, além de fortalecer a matriz energética, incentivando o uso de fontes renováveis.

“Isso estará ampliando a oferta de energia limpa, de qualidade, respeitando o meio ambiente”, disse o ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional, na abertura da reunião.

Por Flávia Foreque - G1

Jovens do ensino médio desenvolvem método para purificar água no semi-árido


Um grupo de estudantes de Campinas, desenvolveram um método de baixo custo para tratar água de cisternas no semi-árido brasileiro.

E se você pensa que foram alunos de ensino superior que fez, está enganado. O sistema foi desenvolvido por três alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Bento Quirino.

O produto produz cloro a partir da eletrólise – processo químico feito com eletricidade – de uma solução de água com sal. O protótipo prevê ainda o uso de energia solar para o processo, contemplando comunidades que não só dependem da água da chuva, mas que também não tem acesso ao fornecimento de eletricidade.

A ideia foi premiada, no ano passado, pelo Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, levando Beatriz Ruscetto da Silva, Matheus Henrique Cezar da Silva e Gabriel Gertrudes Trindade para conhecer a capital da Suécia. Lá, eles tiveram a oportunidade de conhecer projetos semelhantes de todo o mundo, além de ouvir opiniões qualificadas sobre a própria proposta. “Foi surreal, até hoje parece que foi só um sonho. 

Nenhum de nós três já tinha viajado de avião e nessa viagem ficamos mais de 10 horas no avião. O pessoal da organização do prêmio nos tratou muito bem, com muito amor e até hoje somos amigos desse pessoal”, lembra Beatriz sobre a experiência.

Durante a viagem, o grupo teve a oportunidade de conhecer projetos de outros países e se impressionou com o que foi desenvolvido pelos norte-americanos Ryan Thorpe e Rachel Chang. O sistema elaborado pelos estudantes identifica na água as bactérias sighella, da cólera e da salmonela, mais rápido do que os métodos convencionais e também permite a eliminação imediata dos micro-organismos.

O Brasil em busca da revolução dos ventos

País aumenta sua geração de energia eólica e alcança o oitavo posto no ranking mundial. Nordeste concentra 80% dos parques e já chega a exportar energia para outras regiões

Complexo de Calangos, no Rio Grande do Norte, a maior instalação renovável da Iberdrola na América do Sul. PEDRO VITORINONEOENERGIA/DIVULGAÇÃO


Meio-dia. O sol está no topo na Serra de Santana. Nesta região do semiárido potiguar, o calor sobe do solo. Não há verde, exceto por alguns cactos que costumam brotar sem programação. Na seca severa a paisagem se torna acinzentada, mas agora é época de chuvas e as árvores recomeçam a ganhar suas folhas. A natureza por ali é cruel. Mas ao mesmo tempo bondosa. Quando a chuva falta, o vento sobra em abundância. E, além de amenizar o calor, serve também para produzir eletricidade. 

Por isso, nos últimos anos, os sertanejos daquelas terras viram surgir turbinas do tamanho de prédios de 26 andares, que utilizam o vento pra produzir energia não poluente. As estruturas se repetem em muitas regiões do Nordeste, mudando o cenário local. Já são tantas que ajudaram a levar o Brasil à oitava posição no ranking mundial de geração de energia eólica, segundo dados divulgados no mês passado pela pela Global Wind Energy Council (GWEC). O prognóstico é que, em alguns anos, o país possa chegar a sexto, encostando em gigantes da área como a Espanha e a Índia.

O projeto de energia eólica no Brasil começou a ganhar força em 2009, quando o país passou a realizar leilões específicos para fontes de energias renováveis alternativas com contratos de 20 anos, trazendo garantia de retorno financeiro para os investidores. Com isso, despertou o interesse do mundo no potencial de seus ventos. Atualmente 6.600 aerogeradores, as grandes turbinas horizontais que usam o vento para gerar energia, estão distribuídos em 518 parques eólicos, segundo dados da Associação Brasileira da Energia Eólica (ABEEólica). 

Juntos, eles são capazes de gerar 13 GW de energia ao mês, ou 8,3% do que todas as matrizes energéticas produzem no país. No ano passado, segundo a associação, a energia dos ventos abasteceu, em média, 22,4 milhões de residências ao mês. Segundo o Ministério de Minas e Energia, dados recentes sobre o custo real de cada uma das fontes de energia apontam ainda que ela teve, no ano passado, o preço mais baixo dentre todas as matrizes.

Com os leilões já realizados, até 2023 o país implementará mais 213 parques, com um acréscimo de 4,8 GW. E a expectativa é que a capacidade total de energia eólica instalada chegue a 28,5 GW até 2026, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia brasileiro, aumentando a participação desta matriz para 12,5%. E, ainda assim, restará um enorme potencial eólico a ser explorado. Segundo o Plano, os ventos brasileiros podem produzir até 350 GW de energia. Por isso, apesar da crise econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos, os investimentos na área continuam. 

O grupo espanhol Iberdrola, maior produtor de energias renováveis da Europa e dos EUA, anunciou que pretende investir nos próximos quatro anos 15 bilhões de reais no país nas suas diversas frentes de trabalho. A empresa é controladora da Neoenergia, a maior distribuidora privada de energia brasileira, com forte atuação no Nordeste. Ela gerencia 17 parques eólicos na região: três na Bahia, 11 no Rio Grande do Norte e três na Paraíba, onde serão implementados outros nove até o início de 2022.

Energia limpa

"Em termos de futuro, o Brasil ainda tem um enorme potencial e dará exemplo para outros países", explica Marco Aurélio dos Santos, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como não pode ser estocada, a energia produzida pelos aerogeradores entra na rede elétrica, interligada em todo o país, no momento em que é produzida. Por isso, em épocas de muito vento, o Brasil consegue economizar parte da água dos reservatórios das hidrelétricas, resguardando-a para os momentos de menos vento, por exemplo, explica o professor. "É uma questão de otimização do sistema", afirma. 

Além disso, outra vantagem da eólica é que ela é mais limpa e ajuda o país a cumprir seus compromissos ambientais. E provoca menos impacto social do que a construção de hidrelétricas, outra energia renovável limpa, que no Brasil corresponde a 60% da capacidade energética instalada. Na construção da hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, áreas importantes de comunidades indígenas foram alagadas. No caso dos parques eólicos, as atividades podem continuar a ser realizadas mesmo com a instalação dos aerogeradores e acabam gerando uma renda extra para os donos das terras onde eles são implementados. As propriedades são escolhidas por meio de um software, que calcula quais são os pontos em que o vento é mais constante, explica Diogo Romeu Mariga, gerente de operação e produção da Neoenergia Renováveis.

O criador de gado Marcelo Assunção, de 27 anos, divide com outras 17 propriedades locais 15 máquinas do Complexo Calangos, localizado na Serra de Santana, no sertão potiguar. Ao todo, o local inaugurado no final de 2016 possui oito parques em quatro municípios vizinhos do Rio Grande do Norte, com 117 aerogeradores no total. Por mês, Marcelo recebe pouco mais de 2.000 reais pelo uso de sua área e pode manter suas 20 cabeças de gado pastando abaixo das turbinas. "O espaço utilizado é pouco, então não houve muita diferença. A gente tinha visto uns vídeos de como funcionavam as máquinas na Espanha. E quando eles chegaram, assustamos um pouco com o barulho", conta ele. "Mas com o dinheiro extra construímos um poço, o que ajuda na época da seca", afirma. 

O país, entretanto, enfrenta um desafio importante na área. Não basta aumentar a geração de energia eólica, é preciso garantir que ela chegue até os consumidores por meio das linhas de transmissão. Muitos parques, prontos, ficaram parados durante anos porque não estavam conectados com a rede elétrica. "O sistema de transmissão impõe um desafio. Em lugares como o Rio Grande do Sul e o Rio Grande do Norte, onde há um enorme potencial, temos uma baixa margem de escoamento", ressalta Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia do Brasil. Mas ele afirma que os novos leilões, a partir de 2014, colocaram a garantia de que a empresa vencedora também é responsável por garantir a conexão. E o ministério realiza estudos para ampliar a rede atual.

Potencial do Nordeste

O Rio Grande do Norte, onde fica Calangos, é o Estado que possui mais parques eólicos (137) e um dos maiores potenciais para o aproveitamento dos ventos, explica Jacques Cousteau, coordenador do curso de Engenharia de Energia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. "Está na esquina do Brasil, possui ventos abundantes e frequentes o ano todo", diz.

Oito de cada dez parques instalados no Brasil estão no Nordeste. Na região mais pobre do país, os ventos estão entre os mais ricos do mundo, de acordo com especialistas. Ele são fortes, constantes e unidirecionais, o que potencializa o trabalho dos aerogeradores. Desta forma, as máquinas não precisam mudar de posição o tempo todo para buscar o vento mais adequado do momento. "É um vento muito especial, um recurso ímpar, que traz uma vantagem comparativa com outros países porque tem uma produtividade alta e um custo de produção menor", explica Elbia Gannoum, presidenta da ABEEólica. Segundo ela, enquanto a média europeia de produtividade do vento é de 28%, a nordestina ultrapassa os 50% na época conhecida como safra dos ventos, período que vai de julho a novembro. No Rio Grande do Sul, outra região do Brasil onde os parques se proliferaram nos últimos anos, ela chega a 40%.

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por coordenar a geração e transmissão de energia no país, em 21 de outubro de 2017 a geração de energia eólica bateu recorde no Nordeste, conseguindo suprir 62,74% da carga de energia da região. Ao somar o produto desta matriz com o gerado pelas hidrelétricas locais, em alguns dias dos meses de setembro e outubro do ano passado a região, que geralmente importa energia de outras áreas brasileiras, chegou a transferi-la para outras partes do país. "Sem a eólica, a gente estaria com um problema de geração de energia no Nordeste", garante o secretário de Planejamento do Ministério. Até 2026, a expectativa é que o Nordeste se torne um exportador frequente de energia para outras áreas do país.


A jornalista viajou a convite da Neoenergia/Iberdrola.

Potencial eólico nacional

Brasil deve movimentar R$ 150 milhões em prêmios de seguros, em um prazo de até cinco anos. A novidade é o seguro paramétrico.

Até o ano de 2012, o Brasil ocupava o 15º posto em produção mundial de energia eólica. Atualmente, está em 8º lugar, já totaliza uma potência instalada de 13 gigawatts (GWs), quase similar à da hidrelétrica de Itaipu (14GWs), em um total de 518 parques eólicos. Essa energia gerada é capaz de abastecer 10% do país e mais de 60% da região nordeste.

E segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em construção ou já contratados há mais 4,8 GWs, divididos em 213 parques eólicos, que serão entregues até 2023, levando o setor para próximo da marca de 19 GW, superando Itaipu, a maior hidrelétrica binacional do país. E isso sem considerar os novos leilões que estão por vir.

Diretor de Infraestrutura da Aon Brasil, Clemens Freitag, comenta que o Brasil tem investido fortemente em energias renováveis e a que mais avançou foi a eólica. “Principalmente por ser o país mais favorecido com potencial de ventos do mundo. E com o desenvolvimento da tecnologia e de mais parques eólicos, os equipamentos passaram a ter um custo bastante razoável”.

Já para este ano, ele diz que há uma estimativa de milhões de reais em novos projetos de energia eólica, como por exemplo, com o Leilão de Energia Nova A-4, previsto para o mês de abril. “A previsão é que entre em operação 1.600 megawatts (MWs) nos próximos anos, o que demandará pacotes de seguros. Eu imagino que, em cinco anos, os prêmios serão em torno de R$ 150 milhões”.

Principais seguros

Da construção do parque eólico à operação, Freitag menciona quais são os principais tipos de seguros contratados. “Durante a construção, o de risco de engenharia e junto a ele a cobertura eventualmente contratada é a de ALOP (Advanced Loss Of Profit), que cobre a perda de receita caso haja algum sinistro que atrase a obra”.

Além dos seguros de responsabilidade civil (danos a terceiros) e de transporte, “que é muito importante, pois as pás transportadas são gigantes, algumas têm mais de 50 metros e requerem um transporte especial. Também este seguro tem uma cobertura acessória que cobre atraso na operação, se houver algum sinistro durante o transporte”, afirma. E finalizando, o seguro garantia de obrigações contratuais (performance bonde).

Operação

Na fase de operação do parque eólico, os seguros contratados são o de risco operacional, de lucro cessante, responsabilidade civil (danos a terceiros) e o seguro de responsabilidade civil dos administradores e diretores (D&O). “E o mais novo seguro, disponibilizado por poucas seguradoras, é o seguro paramétrico, relacionado ao clima”, diz Freitag.

Ele conta que a Aon desenvolveu um seguro paramétrico para uma comercializadora de energia e que este produto tem um grande potencial no Brasil. “Ele tem um apelo muito forte junto aos financiadores, pois oferece o conforto de que se não houver ventos dentro do planejamento, protegerá a receita esperada que irá gerar aquela energia eólica”.

Características

Sobre os riscos do parque eólico, o executivo da Aon conta que, em primeiro lugar, está o fabricante do aerogerador, o seu conhecimento. “Antes, um aerogerador tinha um tamanho que gerava de 400 KW a 900 KW. Hoje já existe os que têm um potencial de até 2,5 MWs. Aumentando o seu tamanho, o que pode ser considerado um protótipo, o risco de sinistro é maior”. Outros riscos são a idade do parque e o tamanho das turbinas.

Riscos e sinistros

Para danos materiais, os mais comuns são nas pás, nos aerogeradores, na caixa de redução e no eixo principal do aerogerador. “Há também o sinistro de descarga elétrica atmosférica. O aerogerador é como se fosse um pararraio e o Brasil é um dos países que mais tem descargas elétricas atmosféricas do mundo, isso reflete em alguns sinistros, afetando a parte elétrica e também as pás”.

E para finalizar, Freitag diz que entre os sinistros de dano material o que mais impacta é o de incêndio no aerogerador e queda na torre. “Em termos de lucro cessante, se perder um aerogerador do parque, que geralmente tem 30 ou 50 aerogeradores, não haverá tanto prejuízo. Porém, como eles estão ligados a um ou dois geradores, se houver um problema em um deles, geralmente este é o sinistro mais crítico do parque eólico”.

Fonte: segs

Bahia será líder em Energia Eólica em 2020

Em segundo lugar na capacidade de geração eólica, atrás apenas do Rio Grande do Norte, a Bahia será o estado brasileiro com maior geração de energia nesse setor, já em 2020, alcançando 5,9 GigaWatts; segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), aos 2,4 GW de energia gerada na Bahia, se somarão outros 3,5 GW até 2020, o que tornará o estado o maior produtor no Brasil.

Atualmente na segunda colocação em capacidade de geração eólica, atrás do Rio Grande do Norte, a Bahia será o estado brasileiro com maior geração de energia nesse setor, já em 2020, alcançando 5,9 GigaWatts de energia. Segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), aos 2,4 GW de energia gerada na Bahia, se somarão outros 3,5 GW até 2020, o que tornará o estado o maior produtor no Brasil.

Isso porque, nesse período, entre projetos já definidos e parques eólicos em construção, a Bahia tem um volume de realizações maior que o que terá, no mesmo período, o Rio Grande do Norte, que aos 3,6 GW, terá o acréscimo de mais 1,2 GW, totalizando 4,8 GW. A maioria dos parques eólicos no Brasil está localizado na Região Nordeste. O Rio Grande do Norte e a Bahia lideram o ranking com 135 e 93 parques, respectivamente. Nos outros sete estados da região concentram 884 parques eólicos. Na Região Sul do país existem ainda 95 parques, a maioria no Rio Grande do Sul (80).

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), a Bahia possui 182 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL no ano passado. Entretanto, quando adicionados ao mercado livre de produção de energia, que são os contratos privados, o número de empreendimentos chega a 237. “Hoje a Bahia exporta energia e o potencial eólico seria suficiente para atender, em tese, seis milhões de baianos”, diz o superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios da SDE, Paulo Roberto Britto Guimarães.

Com os novos projetos, resultantes dos leilões de parques eólicos até 2016, a Bahia deve ter uma capacidade de produção de energia gerada pela força dos ventos, de aproximadamente 50% do que é atualmente produzido pelo sistema hidrelétrico controlado pela CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), em torno de 9,5 mil MW,conforme as projeções da Associação Brasileira de Energia Eólica para 2020.

Maior potencial

Além de vir a se tornar o maior produtor de energia eólica do Brasil, a Bahia é o estado que tem o maior potencial de geração, dada as suas condições climáticas e geográficas. Em 2013, segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil tinha um consumo médio de 463 mil MW de energia elétrica. Na Bahia, o potencial gerador pelo sistema eólico é de 195 mil MW, em torno de 40%.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Bahia possui 182 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL. Entretanto, quando adicionados a este número o mercado livre, que são os contratos privados de energia eólica, o número de empreendimentos chega a 237. Dos projetos em andamento, 88 totalizam uma capacidade instalada de 2.175.840 kW, o que coloca o estado em segundo maior estado brasileiro em produção. Existem ainda outros 85 empreendimentos em construção e 64 projetos que iniciarão as obras nos próximos anos. Estes conjuntos de parques estão sendo desenvolvidos em 22 municípios espalhados em todo o eixo central do estado, do Sudoeste até o norte do Vale do São Francisco.

O volume de investimentos que o setor deverá investir no Estado, considerando apenas os leilões de eólica, é de cerca de R$ 20 bilhões. “Além da produção de energia, os parques eólicos são responsáveis pela injeção de milhões de reais anualmente nas economias dos municípios e na geração de emprego. Cada MW de energia instalada equivalem a 15 postos de trabalho”, enfatizada o superintendente da SDE, Paulo Guimarães.

O superintendente da SDE, contudo, esclarece que apesar do grande potencial energético e dos investimentos já programados para os próximos anos na implantação de novos parques eólicos, o grande desafio do Governo do estado será a implantação de novas linhas de transmissão. “Ainda sofremos com o atraso de vários programas sob a responsabilidade do Governo Federal e da CHESF”, disse.

Nordeste lidera produção no Brasil

O Rio Grande do Norte é o líder na produção de energia eólica no Brasil e a Região Nordeste aparece na frente na capacidade de produção de energia a partir dos ventos. No Rio Grande do Norte, com 135 parques, produziu até o final do ano passado 3.678,85 MW de energia. O Estado tem cerca de 1.700 aerogeradores, e com os projetos já contratados terá mais 1,2 GW e mais 50 parques de geração até 2020.

Na segunda colocação, atualmente a Bahia produz nos 93 parques eólicos, 2.410,04 MW de capacidade instalada, e deverá ter o acréscimo de mais 182 parques, com uma produção acional de 3,5 MW, o que colocará o estado na primeira colocação no Brasil. Em terceiro lugar vem o Ceará, que conta com 74 parques e tem 1.935,76 MW de capacidade instalada.

Em quarto lugar aparece o Rio Grande do Sul. O estado tem 80 parques e 1.831,87 MW de capacidade instalada. Em seguida vem o Piauí, com 52 parques e 1.443,10 MW instalados, e Pernambuco com 34 parques e 781,99 MW de capacidade instalada. A expectativa é de que nos próximos seis anos devem ser adicionados mais 1,45 GW de capacidade eólica no país, decorrentes dos leilões de energia realizados em dezembro de 2016. A Abeeolica estima que a até 2020 milhões de residências sejam abastecidas com a energia eólica.

Segundo a associação, os dados no ranking de nova capacidade instalada no ano, o Brasil está em sexto lugar, tendo instalado 2,02 GW de nova capacidade em 2016. O Brasil caiu uma posição, já que o Reino Unido subiu do nono para o quarto lugar, instalando 4,27 GW de capacidade de energia eólica em 2017.

Ainda de acordo com a entidade, o país pode cair de posição nos próximos anos, porque haverá menos projetos sendo concluídos entre 2019 e 2020. A tendência é que a gente ainda oscile mais, visto que em 2019 e 2020 os novos parques geradores são menores e em 2016 não ocorreram novos leilões em 2016 e 2017, o que vai se refletir no resultado de 2019 e 2020.

Sento Sé é o maior produtor na Bahia

Um dos cinco municípios no entorno do Lago de Sobradinho, Sento Sé, a 689 quilômetros de Salvador e com uma população de 37 mil habitantes, é o maior produtor de energia eólica na Bahia. São 37 parques eólicos, entre os que estão em operação e em implantação, que até 2020 vão gerar 919,1 MW de energia. Até 2020 deverão estar em operação na Bahia, 186 novos parques eólicos em 22 municípios.

Fonte: Brasil 24/7

Eólicas investirão quase R$ 2 bilhão em 12 projetos no Rio Grande do Norte.

O Rio Grande do Norte foi o segundo estado com o maior número de projetos contratados no leilão de energias renováveis realizado nesta quarta-feira, 20, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e deverá receber investimentos de aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Doze, dos 240 empreendimentos inscritos no certame foram arrematados e deverão entrar em operação em seis anos. Juntos, eles terão capacidade instalada para geração de energia eólica de 310,225 megawatts (MW). No total, foram ofertados 6.939 MW de energia. O maior número de projetos foi arrematado por empresas instaladas no Piauí – 17 parques.


O Leilão de Geração nº 04/2017 movimentou, ao todo, R$ 108 bilhões em contratos, equivalentes a um montante de 572.518.389,600/MWh de energia. O preço médio ao final das negociações foi de R$ 189,45 por Mwh (megawatt hora), com deságio de 38,7% em relação aos preços-tetos estabelecidos, o que representou uma economia de R$ 68,5 bilhões para os consumidores de energia.

O Diretor da ANEEL, Reive Barros, destacou que o resultado foi bastante satisfatório e que há um grande interesse dos investidores no setor elétrico. Além disso, enfatizou que a ANEEL acompanhará de perto o cumprimento dos contratos. “É importante que as empresas entreguem no prazo e com a qualidade desejada. Queremos evitar ao máximo a revogação de concessões que não entregaram no prazo estipulado”, reiterou.

Ao final das negociações, foram contratados 63 empreendimentos de geração, sendo 49 usinas eólicas (691,8 MW médios), seis Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs (71,3 MW médios), seis térmicas movidas a biomassa (102,6 MW médios) e duas térmicas a gás natural (1.870,9 MW médios), somando 2.736,6 MW médios de energia contratada. Ao todo, os projetos que foram contratados totalizam 2.930,9 MW médios de garantia física e as usinas deverão iniciar o fornecimento de energia elétrica a partir de 1º de janeiro de 2023.

O preço médio final do leilão para as PCH’s foi de R$ 219,20/MWh. No caso das usinas térmicas movida a biomassa, o preço médio foi de R$ 216,82/MWh, as térmicas a gás natural foram negociadas a um preço médio de R$ 213,46/MWh. Já para as usinas eólicas, o preço médio fechou em R$ 98,62/MWh.

Os estados com os empreendimentos contratados foram o Piauí (17 usinas), Rio Grande do Norte (12 usinas), Paraíba (9 usinas), Maranhão (4 usinas), Bahia (4 usinas), Pernambuco (3 usinas), São Paulo (3 usinas), Santa Catarina (2 usinas), Rio Grande do Sul (2 usinas), Rio de Janeiro (2 usinas), Minas Gerais (2 usinas), além de Mato Grosso, Paraná e Goiás com uma usina em cada estado.

Participaram do certame, como compradoras da energia negociada, 25 concessionárias de distribuição com destaque para a Cemig D (9,55% do total negociado), Coelba (9,1% do total) e Copel D (8,7% do total negociado). Os contratos são de 30 anos para as usinas hidrelétricas na modalidade por quantidade, 25 anos para as térmicas e 20 anos para as usinas eólicas. Os resultados completos estão disponíveis no site da CCEE.

Voltalia

O Rio Grande do Norte foi o único estado brasileiro gerador de energia eólica com projetos contemplados no leilão realizado na segunda-feira, 18, pela Aneel. A empresa francesa Voltalia, que recentemente inaugurou parques eólicos na região de São Miguel do Gostoso, no litoral Norte, arrematou dois projetos no certame. Eles garantirão, quando em operação integral, a geração de 64 megawatts (MW) de potência, com investimentos estimados em R$ 355 milhões nos próximos três anos.

Bate papo com Jean Paul Prates

Presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne/RN). Confira a entrevista:
  • Qual sua análise em relação ao resultado do leilão de A-6?
A gente percebe, pelo resultado dos dois leilões combinados, em relação à eólica, especificamente, que os portfólios estavam cheios de projetos acumulados, em função do ano passado não ter tido leilão, anteriormente também. Dava para perceber que tinha muita coisa represada, muito megawatts foram habilitados, muito mais do que saiu. Foi um vestibular muito competitivo. Isso gerou um deságio, também, bastante grande, bastante acentuado. O pessoal lidando agressivamente. Agora, ficou claro que já é visível um potencial de concentração grande do mercado de empreendedores nos leilões mais competitivos. Só quem conseguiu colocar projeto foi quem já estava operando no mercado com instalações de grande porte. Não houve, praticamente, nenhum vitorioso desenvolvedor.
  • E em relação aos estados?
Eu considero que o Rio Grande do Norte, diante de todas as circunstâncias e de toda a questão que foi colocada em relação à limitação das linhas de transmissão, em função desse edital ter liberado essa limitação, colocando na responsabilidade do empreendedor o risco de, eventualmente, ele não poder se conectar, o Rio Grande do Norte saiu muito bem. Porque, eu acredito que os empreendedores que colocaram projetos aqui, eles tem confiança que o estado irás superar essa limitação ao longo dos próximos seis anos. Inclusive, a Voltalia apostou até mais. O RN, diante das condições que estavam colocadas para o leilão passado e para esse, ficou bem.

O Piauí é destaque, mas não chega a ser surpreendente. Muitos portfólios estavam sendo trabalhados. O RN veio logo em seguida. Uma boa surpresa foi a Paraíba, que finalmente colocou uma potência interessante. A decepção, parcialmente, foi a Bahia. Ela tinha a limitação de linha de transmissão no leilão anterior, mas não tinha neste. A Bahia tinha uma oferta enorme de megawatts, mas colocou pouco mais de 100.

Casas ao lado dos parques eólicos no Nordeste vivem sem luz

Sentada em frente de casa, num lugar conhecido como serra do Inácio, na divisa entre Piauí e Pernambuco, a aposentada Altina Maria da Costa, 74, reclama do barulho dos gigantescos aerogeradores, localizados a pouco mais de 200 metros: "Ave Maria! Tem dia que a gente nem dorme com elas zoando aí. É uma zoada horrível!".

Moradora do local há 15 anos, ela é uma das últimas remanescentes das redondezas, depois que 73 famílias foram indenizadas para deixar suas casas para a implantação das 98 torres.

"Continuamos aqui tomando poeira, renovando gripe...", conta ela, que recusou a oferta para deixar o local.

A casa de três cômodos está cercada por aerogeradores, mas não tem luz. "De noite, a gente usa é vela mesmo."

Localizada em Curral Novo do Piauí, a residência de dona Altina é uma das cerca de 27,5 mil sem eletricidade no Estado, onde proliferam as torres eólicas e começam a aparecer os primeiros parques solares.

"[Se tivesse energia] dava para botar uma geladeira, né? Aqui, o cabra compra umas frutinhas no domingo e tem de comer em dois dias."

Na região, mesmo quem tem acesso a energia reclama da falta de luz. "Quando cai um raio em São Paulo, apaga a luz aqui", brinca José Gregório, 60, desempregado, morador de Paulistana (Piauí).

A Eletrobras Piauí reconhece o problema e diz que a linha de transmissão que atende a região está sobrecarregada, mas que vem tomando medidas para melhorar o fornecimento.

A empresa é a 23ª em ranking de qualidade que inclui as 32 distribuidoras do país com mais de 400 mil clientes.

Além de problemas de fornecimento, os piauienses têm sofrido com aumentos acima da média nacional -alta de 27,5% em 2017.

"Tem dia aqui que a gente liga o ventilador e para tudo de funcionar", reclama Edilson Oliveira de Carvalho, 45, de sua casa, em Simões, de onde se vê os aerogeradores no alto da serra.

"Mas essa geração não está instalada para a gente, não, eles mandam para outros Estados, diz, repetindo sentimento comum entre os moradores da região.

Fonte Folha UOL

Energia traz bilhões para Nordeste, mas benefício fica na mão de poucos

A aposta em fontes limpas, como a eólica e a solar, fez do Nordeste o principal foco de ampliação da capacidade de geração de energia no país.

Mas, apesar da promessa de emprego e renda, a chegada dos projetos trouxe também um sentimento de que os benefícios ficam nas mãos de poucos, ampliando as desigualdades em áreas ainda afetadas por esgoto a céu aberto e falta de luz e água.

Os projetos no Nordeste representam 47,4% da nova capacidade de geração hoje em construção no país. Dois leilões na semana passada contrataram 64 projetos eólicos e solares na região, com investimentos de R$ 11,2 bilhões.

"O Brasil não tem mais grande hidrelétrica, e a matriz energética vai caminhar aceleradamente para eólica e solar, que têm maior potencial no Nordeste", diz o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ (Gesel).

Mas, diferentemente de hidrelétricas e da produção de óleo e gás, eólica e solares não pagam compensações financeiras a Estados e municípios.

Os principais beneficiados locais têm sido os proprietários de terra que "pegaram torre", aqueles que cederam parte dos terrenos para a instalação de aerogeradores, em troca de uma renda mensal entre R$ 1.200 e R$ 1.800.

A Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) estima que mais de 4.000 famílias recebam hoje pelo arrendamento de terras para a implantação de aerogeradores no país, em um total de R$ 10 milhões por mês.

"A sorte é que essas torres aí trouxeram alguma renda para a gente", diz o agricultor David Vicente da Cruz, 54, que vive na Serra da Rancharia, em Araripina (PE). Com a seca, diz ele, a produção de mandioca despencou.

"Você vê isso aí", aponta para a roça. "Era para estar tudo alta assim, desse tamanho, a terra era para estar fechada, você está vendo ela toda falhada. Isso aí é falta de chuva", lamenta.

Além do arrendamento das terras, ele recebeu R$ 150 mil em indenização para deixar sua casa e um galpão onde guardava ferramentas. O dinheiro foi usado para uma casa nova e em um caminhão-pipa para economizar os R$ 200 que pagava toda vez que precisava buscar água.

A onda de investimentos no Nordeste ganhou força em 2012 e teve papel fundamental no suprimento de energia na região, como alternativa às hidrelétricas do rio São Francisco, castigado pela seca.

A energia dos ventos foi responsável por 45% da geração de energia no Nordeste no ano. No dia 14 de novembro, um recorde, abasteceu 64% da demanda local.

Mas a geração de empregos se concentra no período das obras, uma vez que a baixa qualificação local dificulta o aproveitamento durante a operação -demissões em massa surgem logo depois do período de construção.

Em Curral Novo do Piauí, onde as estatística de emprego costuma ser contada em unidades, surgiram 273 vagas na construção civil em 2016. Neste ano, com o fim das obras do complexo Chapada do Piauí, o saldo negativo é de 325.

Em Simões, foram abertas 572 em 2015, durante as obras de complexo eólico, e fechadas 660 no ano seguinte.

"Nas torres, só fica gente de fora. A gente, só contrataram para fazer terraplanagem, subir poste...", reclama Edilson Oliveira de Carvalho, 45, que trabalhou nove meses na construção do parque, mas está desempregado desde que as obras terminaram.

A baixa qualificação da população é um dos fatores que impedem o maior aproveitamento. Com ensino fundamental incompleto, João Paulo Tomaz da Silva, 37, trabalhou por cinco meses na construção de um parque perto de sua casa, em Araripina, e chegou a ganhar R$ 1.300.

Há oito meses desempregado, vive do Bolsa Família com a mulher e quatro filhos. "Eu queria que eles voltassem para cá, porque o negócio aqui está feio", lamenta ele, que é vizinho de uma proprietária que "pegou torre" e ganha R$ 1.200 por mês.

"É uma situação contraditória. O Nordeste está contribuindo para o país, mas os benefícios sociais são poucos", diz Castro, da UFRJ.

A Abeeólica argumenta que prefeituras e Estados são beneficiados por tributos gerados pela movimentação de mercadorias e pelos arrendamentos e critica propostas, como a do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), de cobrar royalties sobre a geração de energia com os ventos.
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PERFIL DOS MUNICÍPIOS VISITADOS

Posição em relação aos 5.570 municípios brasileiros em cada indicador

CURRAL NOVO DO PIAUÍ (PI)
Nº de parques eólicos ou solares em operação:
> 5 eólicos
> 65 aerogeradores e potência de 137,4 MW
População: 4.869 (4.311º)
PIB per capita: R$ 5.876,74 (5.280º)
Salário médio dos trabalhadores formais: 1,5 salário mínimo (4.821º)
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos: 95,6% (4.802º)
Esgotamento sanitário: 0,5% (5.517º)

SIMÕES (PI)
Nº de parques eólicos ou solares em operação:
> 13 eólicos
?> 324 aerogeradores e potência de 641,7 MW
População: 14.180 habitantes (2.279º)
PIB per capita: R$ 6.808,74 (4.856º)
Salário médio dos trabalhadores formais: 2,2 salários mínimos (1.176º)
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos: 95,3% (4.927º)
Esgotamento sanitário: 31,5% (3.040º)

RIBEIRA DO PIAUÍ (PI)
Nº de parques eólicos ou solares em operação:
> 6 solares?
> potência de 292 MW
População: 4.263 habitantes (4.560º)
PIB per capita: R$ 5.522,51 (5.407º)
Salário médio dos trabalhadores formais: 1,9 salário mínimo (2.500º)
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos: 98,4% (1.440º)
Esgotamento sanitário: 8,7% (4.473º)

ARARIPINA (PE)
Nº de parques eólicos ou solares em operação:
> 5 eólicos?
> 34 aerogeradores e potência de 78,2 MW
População: 77.302 habitantes (376º)
PIB per capita: R$ 9.134,71 (3.927º)
Salário médio dos trabalhadores formais: 1,8 salário mínimo (3.020º)
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos: 95,2% (4.954º)
Esgotamento sanitário: 45,6% (2.426º) 

Brasil pode se tornar o único país do mundo a cobrar royalties pelo vento

Criticado por associação, projeto aprovado na CCJ da Câmara propõe a cobrança de royalties pela produção de energia eólica; setor vem crescendo e já chega a fornecer metade da energia consumida em um dia no Nordeste.

Parque de geração de energia eólica de Marcolândia, no Piauí: setor não emite CO2 e está em expansão no Brasil

Uma proposta de emenda constitucional aprovada neste mês na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pode tornar o Brasil o primeiro país do mundo a cobrar royalties pela produção de energia eólica.

O autor do projeto, deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), justifica o pedido de cobrança alegando que a exploração da energia eólica “gera significativas alterações nas áreas próximas às fazendas destinadas a essa atividade, de modo a limitar a realização de outras atividades econômicas”. Entre as atividades econômicas “limitadas” pela geração de energia aproveitando o vento , o deputado destaca o turismo.

“Em especial no litoral brasileiro, a exploração de energia limita especialmente o turismo, alterando as paisagens naturais e impedindo o acesso aos locais próximos às referidas fazendas”, destacou o relator do projeto na CCJ da Câmara, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), em em seu voto favorável à PEC.

“As limitações e restrições impostas pela exploração de energia eólica afetam todo o povo brasileiro, tornando necessário que os responsáveis por tais atividades compensem os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e a União, o que deve ocorrer através de justa participação no resultado econômico auferido, tal como ocorre com a exploração de petróleo ou gás natural e de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica”, completa.

O Brasil tem hoje capacidade de gerar 12,64 GW de energia por meio de seus 503 parques eólicos já instalados, sendo que há ainda outras 211 estações previstas para entrar em operação até 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O setor está em franca expansão: segundo relatório do Ministério de Minas e Energia, a produção desse segmento no País cresceu 33% somente no período entre 2016 e 2015.

Projeto ameaça setor, diz associação

Em nota, a presidente da Abeeólica, Élbia Gannoum, afirmou que a proposta em tramitação na Câmara representa uma ameaça à competitividade dessa fonte em relação aos demais setores geradores de energia (hidrelétrica, solar, termelétrica, etc.).

“A eólica está salvando o Nordeste do racionamento de energia uma vez que estamos vendo uma condição hídrica desfavorável na região. Com a taxação extra que está sendo proposta na PEC, há um grande risco de vermos a competitividade ser reduzida e com isso corre-se o risco de que se perca a disputa no leilões para outras fontes localizadas em outras regiões, o que é ruim para o Nordeste como um todo, pois a região perderia esses investimentos, afinal os aportes dependem dos investidores saírem bem sucedidos nesses certames”, afirmou a presidente da associação, Élbia Gannoum.

A preocupação especial com Nordeste se dá ao fato de que 67% da produção de energia eólica no Brasil está concentrada naquela região. A importância das eólicas para os nordestinos pode ser mensurada pelo recorde atingido no dia 14 de setembro deste ano: naquela data, o setor foi o responsável pelo fornecimento de 64% da energia consumida em todos os estados da região.

A proposta que sugere a cobrança de royalties pelo vento no Brasil já está pronta para ir ao plenário da Câmara, mas isso ainda não tem data para acontecer. O relator apontou em seu parecer que, caso a proposta venha a ser aprovada, a distribuição dos recursos arrecadados com a cobrança de royalties do setor gerador de energia eólica deverá ser definida por meio de outro projeto de lei.

Fonte: Economia – iG