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Canadian Solar confirma investimento de R$ 295 mi para projeto no Bras


A canadense Solar obteve um pacote de financiamento de R $ 295 milhões (US $ 80,7 milhões / EUR 70,2 milhões) para o projeto solar de Salgueiro, no estado brasileiro de Pernambuco.

O pacote é oriundo do banco de desenvolvimento regional Banco do Nordeste SA (BNB) e compreende um financiamento de dívida com prazo de 20 anos para operações de construção com recursos limitados e operações sem recursos. É baseado na Taxa de Juros de Fundos Constitucionais (TFC) no Brasil.

O projeto Salgueiro, com capacidade de 114 MWp, faz parte dos 479 MWp concedidos à Canadian Solar durante os dois últimos leilões de energia do Brasil A-4 em dezembro de 2017 e abril de 2018. A empresa espera iniciar as obras este ano e ter a planta em funcionamento até meados de 2020, momento em que estará vendendo sua produção em um contrato de 20 anos com a Câmara Brasileira de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Este é o segundo projeto Solar Solar a ser financiado pelo BNB, seguindo o projeto de Pirapora II, de 115 MWp, que recebeu R $ 366 milhões em financiamento de dívida no ano passado.

Energia renovável é tema de seminário em comemoração aos 70 anos da Chesf

O evento comemorou os 70 anos da Chesf e discutiu os desafios que as fontes de energias renováveis trazem ao Brasil.

Pernambuco tem mais de 30 parques eólicos em operação. Foto: Eudes Régis / JC Imagem

Um evento promovido nesta quinta-feira (13) pela Companhia Elétrica do São Francisco (Chesf) discutiu o crescimento das energias renováveis no Brasil e o que esse crescimento traz de desafios para a operação e regulação no País. As principais matrizes energéticas renováveis usadas no Brasil e analisadas no seminário são a eólica e a solar. O evento comemorou os 70 anos da Chesf.

Alguns dos maiores especialistas da área estiveram presentes no seminário. Entre eles, o presidente da PSR e consultor Mário Veiga. Ele falou sobre os investimentos que estão sendo feitos na produção de energias renováveis. No Brasil, o Nordeste é o maior produtor de energia eólica e solar. Além de produzir, a região também exporta esse tipo de energia para as demais regiões do País.

O presidente da Chesf, Fábio Alves, acredita que, em um futuro muito próximo, os brasileiros deverão deixar de consumir a energia que é produzida pelas hidrelétricas. Confira todos os detalhes na reportagem de Isa Maria.

Painéis solares poderão ser pagos na conta de energia em Pernambuco

Parceria da Sdec com a Celpe vai permitir a oferta do programa PE Solar, que facilita a instalação dos painéis solares, para as pessoas físicas. Antes, só empresas eram beneficiadas.


Instalar painéis solares em residências em Pernambuco ficará mais fácil.

É que o investimento realizado para gerar a própria energia agora pode ser pago na conta de luz, através da economia criada com os painéis fotovoltaicos – o que reduz a obrigação de pagar mais um boleto no fim do mês. A possibilidade faz parte do programa PE Solar, que foi ampliado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec-PE) através de uma parceria com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

“O futuro da energia é a geração distribuída, através de usinas pequenas no teto das casas. Por isso, ampliamos o PE Solar e estamos facilitando o pagamento dos painéis”, contou o secretário executivo de energia de Pernambuco, Lula Cardoso Ayres.

Ele explicou que o PE Solar existe desde 2015, mas funcionava apenas para pessoas jurídicas. Agora, passa a atender pessoas físicas e de forma facilitada, por conta da parceria com a Celpe.

“Estamos ampliando o programa para os consumidores residenciais e ainda estamos dando a possibilidade de eles descontarem as parcelas dos painéis na conta de luz”, contou Ayres, garantindo que tudo isso será feito de forma simples.

Os consumidores interessados em gerar a própria energia devem entrar no site do PE Solar para ver as empresas de instalação de painéis fotovoltaicos credenciadas no programa – atualmente, 19 estão cadastradas pelo governo. O consumidor pode, então, negociar os preços e a instalação da sua usina solar diretamente com a empresa. Só na hora do pagamento é que ele vai optar por descontar o financiamento na conta de luz.

“O consumidor não precisa fazer essa negociação com a gente. E isso não tem um custo extra”, acrescentou a gerente de relações institucionais da Celpe, Érica Ferreira.

O programa ainda deve gerar economia para o consumidor. É que a geração dos painéis vai reduzir o consumo da energia da Celpe. E é essa redução que será usada para pagar os painéis solares.

“Tudo o que for gerado na residência vai para o consumidor. Se houver sobras, elas serão injetadas na rede da distribuidora, mas servirão como crédito para serem usadas em até 60 meses. E ainda há a possibilidade de o consumidor indicar outro imóvel, que também esteja vinculado ao seu CPF, para ser alimentado por essa sobra. Ou seja, ele vai se atender. Então, haverá redução de consumo e economia”, explicou Érica, dizendo que, por conta disso, a Celpe só vai cobrar o consumo extra, que não for gerado pelas placas solares.

Se o consumidor chegar ao ponto de gerar toda a sua energia, a companhia só vai cobrar a taxa mínima de luz, que é de R$ 24 para residências e de R$ 80 para estabelecimentos comerciais. E a Sdec garante que, dependendo do tamanho dos painéis, é possível que isso aconteça. Caso o cliente gaste R$ 500 com luz, mas passe a gerar toda a sua energia, por exemplo, será cobrada apenas a tarifa de R$ 24.

Nos primeiros anos, contudo, a conta também virá com o valor das parcelas dos painéis. Se o financiamento for de R$ 326, por exemplo, a conta será de R$ 350. “Mas o tempo de vida médio dos painéis é de 25 anos e os financiamentos normalmente duram menos. Por isso, o desconto da conta de energia será usado para pagar os painéis apenas nos primeiros anos. Depois, vai todo para você”, concluiu Lula.

Passo a passo para participara do programa de instalação de painéis solares:

- O interessado em implantar um sistema fotovoltaico com empresas que fazem parte do PE SOLAR deverá entrar em contato com os fornecedores cadastrados para solicitar o projeto/orçamento;

- O financiamento do projeto pode ser feito por capital próprio ou qualquer linha de crédito, com agentes financeiros públicos ou privados;

- A empresa fornecedora solicita junto a Celpe a autorização da arrecadação das parcelas do financiamento na fatura de energia e conclui a instalação do sistema fotovoltaico.


Fonte: Folha PE e PE Solar

Painel solar será pago na conta de luz de pessoas físicas

Parceria da Sdec com a Celpe vai permitir a oferta do programa PE Solar, que facilita a instalação dos painéis, para as pessoas físicas. Antes, só empresas eram beneficiadas


Os clientes vão poder implantar essas pequenas usinas solares nos tetos de suas residências.

Instalar painéis de energia solar em casa está mais fácil. É que o investimento realizado paragerar a própria energia agora pode ser pago na conta de luz, através da economia criada com os painéis fotovoltaicos - o que reduz a obrigação de pagar mais um boleto no fim do mês. A possibilidade faz parte do programa PE Solar, que foi ampliado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec-PE) através de uma parceria com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). 

“O futuro da energia é a geração distribuída, através de usinas pequenas no teto das casas. Por isso, ampliamos o PE Solar e estamos facilitando o pagamento dos painéis”, contou o secretário executivo de energia de Pernambuco, Lula Cardoso Ayres. Ele explicou que o PE Solar existe desde 2015, mas funcionava apenas para pessoas jurídicas. Agora, passa a atender pessoas físicas e de forma facilitada, por conta da parceria com a Celpe. “Estamos ampliando o programa para os consumidores residenciais e ainda estamos dando a possibilidade de eles descontarem as parcelas dos painéis na conta de luz”, contou Ayres, garantindo que tudo isso será feito de forma simples. 

Os consumidores interessados em gerar a própria energia devem entrar no site do PE Solar para ver as empresas de instalação de painéis fotovoltaicos credenciadas no programa - atualmente, 19 estão cadastradas pelo governo. O consumidor pode, então, negociar os preços e a instalação da sua usina solar diretamente com a empresa. Só na hora do pagamento é que ele vai optar por descontar o financiamento na conta de luz. “O consumidor não precisa fazer essa negociação com a gente. E isso não tem um custo extra”, acrescentou a gerente de relações institucionais da Celpe, Érica Ferreira.

O programa ainda deve gerar economia para o consumidor. É que a geração dos painéis vaireduzir o consumo da energia da Celpe. E é essa redução que será usada para pagar os painéis. “Tudo o que for gerado na residência vai para o consumidor. Se houver sobras, elas serão injetadas na rede da distribuidora, mas servirão como crédito para serem usadas em até 60 dias. E ainda há a possibilidade de o consumidor indicar outro imóvel, que também esteja vinculado ao seu CPF, para ser alimentado por essa sobra. Ou seja, ele vai se atender. Então, haverá redução de consumo e economia”, explicou Érica, dizendo que, por conta disso, a Celpe só vai cobrar o consumo extra, que não for gerado pelas placas solares.

Se o consumidor chegar ao ponto de gerar toda a sua energia, a companhia só vai cobrar a taxa mínima de luz, que é de R$ 24 para residências e de R$ 80 para estabelecimentos comerciais. E a Sdec garante que, dependendo do tamanho dos painéis, é possível que isso aconteça. Caso o cliente gaste R$ 500 com luz, mas passe a gerar toda a sua energia, por exemplo, será cobrada apenas a tarifa de R$ 24. 

Nos primeiros anos, contudo, a conta também virá com o valor das parcelas dos painéis. Se o financiamento for de R$ 326, por exemplo, a conta será de R$ 350. “Mas o tempo de vida médio dos painéis é de 25 anos e os financiamentos normalmente duram menos. Por isso, o desconto da conta de energia será usado para pagar os painéis apenas nos primeiros anos. Depois, vai todo para você”,

Por: Marina Barbosa, da Folha de Pernambuco

Fernando de Noronha terá mais energia solar

Arquipélago dispõe de duas usinas de captação da luz solar. O sistema permitirá armazenamento de energia fotovoltaica com tempo nublado.

A ilha dispõe de duas usinas solares: Noronha 1 e 2. O novo investimento está orçado em R$ 6 milhões.

Moradores do arquipélago Fernando de Noronha vão ampliar o uso de energia fotovoltaica (energia solar) em 20% até o final do ano e, com isso, haverá redução no consumo do biodiesel. A utilização de energia fotovoltaica não é uma novidade no arquipélago. O que muda é a perspectiva de armazenamento e ampliação do uso para momentos de ausência de luz solar, especialmente no período noturno. Isso é possível, graças a um sistema de uso inédito no Brasil, que teve o primeiro módulo desembarcado ontem na ilha com instalação prevista até o final do mês.

“É um trabalho inovador em nível nacional e internacional”, garante o superintendente técnico da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), Carlos Eduardo Soares, 39 anos, animado com o novo sistema inteligente de armazenamento de energia. Segundo a Celpe, os investimentos são da ordem de R$ 6 milhões, mas o projeto inteiro terá aporte de R$ 20 milhões, estruturado pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Grupo Neoenergia e regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Fonte: Diário de Pernambuco

Expansão das energias renováveis gera novos empregos no Estado de Pernambuco

Em Pernambuco, novos cursos técnicos e especialização no setor estão sendo ampliados.

Instalação de painéis solares permite geração de empregos em Pernambuco
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

A expansão do setor de energias renováveis tem estimulado o crescimento de cursos voltados à especialização no setor e, consequentemente, a inserção de novos profissionais nesse mercado em Pernambuco.

De acordo com a Associação Pernambucana de Energia Solar Fotovoltaica (Apesolar), o Estado registrou este ano um aumento de 500% nas instalações de painéis solares em relação ao ano passado, exigindo formação de mão de obra. Com isso, instituições de ensino e as próprias empresas do setor começam a especializar profissionais para atender a demanda.

Segundo o presidente da Apesolar, Vagner Amaral Couto, mais de 90 empresas atuam com a instalação de energia fotovoltaica no Estado. “São empresas que funcionam com uma média de 9 a 10 funcionários. Geralmente, o quadro administrativo e financeiro contrata quatro pessoas e o restante é formado pela parte técnica de instalação”, explica Couto.

Ele enfatiza que o setor está contratando, mas que ainda falta qualificação de profissionais na área. “Há uma demanda grande de profissionais, a exemplo de eletricistas, mas eles precisam estar atualizados com esses tipos de instalação. Há empresas que estão com vagas abertas há mais de oito meses, porque não acham determinados tipos de funcionários”, frisa o presidente da Apesolar.

Em parceria com instituições de ensino, o órgão pretende certificar e regularizar os trabalhadores que atuam na instalação dos painéis. “Pretendemos em 2019 certificar os eletricistas, principalmente quem trabalha com instalação, para dar o aval de que realmente estão preparados para isso”, acrescenta.
Qualificação

Um dos parceiros é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que atualmente possui um curso de 60 horas voltado para a energia solar fotovoltaica no bairro de Areais, na Zona Oeste do Recife. “Segundo um levantamento que fizemos em 2017, o mercado absorvia até 60% das pessoas que saíam do nosso curso”, explica o coordenador técnico dos cursos de energia do Senai, Ricardo Chalegre.

Atualmente, o público interessado nas formações da instituição é composto por eletricistas e empreendedores que querem ter conhecimentos técnicos em energias sustentáveis.

Ricardo Chalegre afirma que o próximo passo da organização é montar a pós-graduação em energia renovável, que se inicia em outubro deste ano. “Temos um potencial aqui no Estado enorme e quem decide investir, com certeza, tem um bom retorno”, comenta o coordenador.

No próximo ano, o Senai pretende abrir um curso técnico de Energias Renováveis, com ênfase na solar e na eólica, a partir do segundo semestre.

Fonte: JC

Projeto inovador leva energia, água e comida ao Sertão

Protótipo criado pela rede Ecolume tem apoio do CNPq com o mote de “plantar água, comer caatinga e irrigar com o sol”.
Horta será plantada embaixo das placas solares, aproveitando a sombra. Foto: Alexandre Gondim

Um projeto ambicioso pretende levar segurança energética, hídrica e alimentar para o Semiárido nordestino. O protótipo desenvolvido pela rede Ecolume está sendo instalado na cidade pernambucana de Ibimirim, no Sertão do Moxotó, a 330 quilômetros do Recife. Com um investimento de R$ 420 mil originários do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), placas solares, hortas e tanques de irrigação trabalham em conjunto para minimizar as dificuldades impostas pelo clima local. O mote é a possibilidade de “plantar água, comer caatinga e irrigar com o sol”.

O protótipo está sendo instalado na unidade educacional do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) em Ibimirim. São dez placas solares que deverão suprir a demanda de energia do local. Sob os painéis fotovoltaicos, o espaço com sombra será aproveitado para a plantação de hortaliças – mais sensíveis ao sol forte – e criação de animais de pequeno porte, como galinhas. Um tanque de mil litros de água é usado para fazer a irrigação (com uso da energia gerada pelas placas) e criação de peixes.

“A estimativa é de apenas 20% de perda de água ao longo de cerca de dez dias. Ou seja, aquela comunidade só precisa repor aquela quantidade perdida por evaporação ou pelo uso das plantas”, detalha a coordenadora do Laboratório de Mudanças do Clima do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) Francis Lacerda, que faz parte da iniciativa.

Os detalhes da pesquisa serão apresentados nesta terça-feira (7) ao projeto Bota Na Mesa, realizado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. “A proposta é que os três elementos (energia, água e alimentos) trabalhem de forma sinérgica em plena caatinga frente às questões atuais de mudança climática”, explica Francis. O estudo foi um dos três selecionados no Nordeste e o único de Pernambuco entre os 75 escolhidos de todo o País pela FGV.

Nessa segunda-feira (6) a iniciativa foi apresentada em um colóquio promovido pelo Centro de Energias Renováveis (CER) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Além de Francis, o evento contou com a participação do coordenador do Sistema de Modelagem Brasileira das Mudanças Climáticas, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Paulo Nobre, que falou sobre a importância da de exploração de fontes renováveis de energia para o futuro da sociedade.

De acordo com os integrantes da rede Ecolume, a manutenção do sistema integrado exige entre duas e três horas por dia, o que permite que uma família reveze essa atividade e ainda tenha tempo suficiente para se dedicar à agricultura. “Nosso objetivo é encontrar formas de entender as condições da região e usá-las ao nosso favor. Deixar de focar só no problema, que é a seca, e driblar isso com soluções adaptáveis”, destaca a pesquisadora do IPA.

O estudo ainda vai analisar a interação entre os elementos do sistema e verificar se, por exemplo, o plantio de uma horta pode aumentar a eficiência das placas solares, já que o equipamento diminui sua produtividade ao atingir uma determinada temperatura. Outra hipótese a ser confirmada ao longo dos próximos dois anos de realização da pesquisa é a recuperação do solo degradado.

FINANCIAMENTO

O uso de placas solares para suprir a energia necessária para a irrigação no interior nordestino é um dos focos do programa FNE Sol, do Banco do Nordeste (BNB). “A irrigação exige um consumo de energia significante, que nem sempre é acessível a um produtor rural nordestino. O programa, então, permite que esse agricultor seja autossuficiente”, afirma o superintendente de Negócios de Varejo e Agronegócio do BNB, Luiz Sérgio Farias. A linha os mini e pequenos produtores têm acesso ao financiamento para a compra de sistemas fotovoltaicos com taxa de 5,29% ao ano. As mensalidades ainda podem ter um abatimento de 15% para os consumidores que pagarem em dia.

Fonte: Jc Online

Iniciada instalação de parque de energia solar em Flores-PE


O sol forte do Sertão Pernambucano, especialmente da região do Pajeú que nesta época do ano castiga o homem e a mulher sertaneja, agora será captado para produção energia elétrica em Flores-PE – município com mais de 23 mil habitantes.

Os trabalhos para instalação do primeiro parque de energia solar das regiões do Sertão do Araripe, Sertão Central, Sertão de Itaparica, Sertão do Pajéu e o segundo de Pernambuco já foram iniciados.

Os equipamentos estão vindo da Europa, precisamente da Alemanha e a montagem da estrutura que permite a movimentação dos painéis na direção do sol está sendo feita por Portugueses, de profissionais do Rio Grande Sul; além da mão de obra local, o que aumenta no município a oferta de emprego e renda e capacidade de atração de novos investidores.


O investimento nesta primeira etapa, para a produção de 1 megawatt chega a R$ 5 milhões. Lessandro Fonari, diretor da BF Engenharia e Serviço; empresa responsável pela instalação das placas para o processo de captação de energia elétrica através de sistema fotovoltaicos; adianta que o parque deverá produzir, no final, cerca de 5 megawatt.

O prefeito do município, Marconi Santana, comemorou a descoberta da região pelos grandes investidores. “Teremos um avanço significativo da economia local e na oferta de emprego e renda, através da produção de energia limpa de fonte renovável (solar), que não agride o meio ambiente – o que fará de Flores uma cidade rica na oferta de oportunidades e referência em produção de energia”, destacou o prefeito.

Moda Center Santa Cruz vai investir R$ 5 milhões em energia solar

Moda Center recebe a terceira edição do Estilo Moda Pernambuco (EMP).
Hoje, Moda Center de Santa Cruz tem 92 painéis fotovoltaicos

Novos comportamentos de consumo, inclusão na moda e modelos limpos de produção têxtil serão discutidos na terceira edição do Estilo Moda Pernambuco (EMP), que vai abordar o tema Moda e Sustentabilidade. Com início na próxima quinta-feira, no Centro de Eventos do Moda Center Santa Cruz, em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste do Estado, a expectativa é de que o evento receba 50 mil visitantes em quatro dias, de 26 a 30/7.

Além de ser a sede do EMP, o Moda Center Santa Cruz também dá exemplo de sustentabilidade. Nos próximos cinco anos, planeja investimento de R$ 5 milhões em painéis fotovoltaicos para usar 100% de energia solar. Hoje, cerca de 10% da energia usada no local vem da fonte alternativa, que abastece o centro administrativo.

“Em 2019, vamos retomar o projeto e aumentar para 20% o percentual de aproveitamento de energia solar. Nossa ideia é expandir até o Moda Center se tornar autossustentável na produção de energia. Esperamos alcançar isso em cinco anos. Outra ação sustentável que adotamos é a reciclagem de quase 100% dos resíduos sólidos. Hoje, o consumidor faz apelo às empresas para adotarem atitudes sustentáveis, então, a discussão no Estilo Moda Pernambuco vai agregar valor ao polo de confecções”, explica o síndico do Moda Center, Allan Carneiro.

Durante o evento, palestras, desfiles e capacitações vão envolver a cadeia produtiva local. Na abertura, o estilista Alexandre Herchcovitch vai falar sobre novos comportamentos de produção e consumo de moda.

Outro destaque é a apresentação do estilista Ronaldo Fraga sobre moda brasileira, indústria e processo de criação, na próxima sexta-feira. Ele foi eleito um dos sete estilistas mais inovadores do mundo pelo Design Museum, de Londres. A cantora Gaby Amarantos também participa para falar sobre diversidade e inclusão na moda no sábado.


No mesmo dia, o projeto Coletivo Criativo, que ajuda pequenos empresários a se inserirem no mercado com capacitação e consultoria, realiza desfile com produções de empreendedores locais. No domingo, serão realizados mais desfiles.

Já na segunda, último dia de evento, ocorrerá a tradicional feira com 10 mil pontos comerciais. Lojistas, produtores, estilistas e pessoas ligadas à cadeia de produção da moda em geral também vão ter a oportunidade de participar de oficinas de criatividade, trabalho colaborativo, gestão de pessoas e negociação e merchandising, entre outras realizadas pelo Sebrae e o Senac de sexta a domingo. Mais informações estão disponíveis no site do


CULTURA

Todos os dias após as palestras e desfiles, os visitantes vão poder curtir atrações culturais gratuitas na área externa do centro de eventos. Além de falar sobre moda, a cantora Gaby Amarantos vai apresentar seu novo show Sou + Eu. Outras atrações são os cantores Vitor Kley, Renato Marinho e Julia Costa e as bandas Sertão Regado e Decentes do Forró.

Outra atração é uma cúpula de imersão onde o público vai poder conhecer a história do polo de confecções do Estado e conferir um vídeo em 3D com um passeio virtual pelo Moda Center Santa Cruz em um dia de feira. Lá, também serão instaladas redes de descanso.

Fonte: JC

Fernando de Noronha usa baterias na geração solar


Um novo sistema de armazenamento de energia elétrica com baterias funcionará no Brasil a partir de agosto. O projeto, orçado em R$ 20 milhões, está sendo instalado em Fernando de Noronha (PE), para estabilizar a entrega de energia produzida por painéis solares.

O uso de baterias atrelado à geração solar vai permitir o desligamento de parte dos geradores movidos a óleo diesel. A fonte de energia predominante na ilha, além de cara, emite grande quantidade de gases poluentes. O acionamento dos motores contraria o esforço de preservação do parque nacional marítimo cuja paisagem natural todo ano atrai milhares de turistas.

Fernando de Noronha recebe do setor elétrico o mesmo tratamento dado aos sistemas isolados da região Norte. Os consumidores não têm acesso à energia mais barata das hidrelétricas e precisam recorrer a fontes mais caras e poluentes. A tarifa é subsidiada por encargos cobrados no restante do país.

O sistema de armazenamento na ilha foi proposto pela distribuidora Celpe, do grupo Neoenergia, e aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pelo programa de estímulo à pesquisa e desenvolvimento (P&D). O banco de baterias, do tipo íons de lítio, com 560 kilowatts (kW) de capacidade, é fornecido pela NEC, multinacional japonesa que já entrega a tecnologia em outros países.

O projeto de Fernando de Noronha conta com dois contratos. O primeiro foi firmado em 2017 e o segundo, de ampliação da capacidade, neste mês. Os equipamentos da contratação inicial já foram entregues. O segundo sistema está em fabricação e será instalado junto com o primeiro, em agosto.

O programa de P&D do setor tem à disposição 1% do que é faturado nas contas de luz, sendo que metade vai para projetos de eficiência energética. Nesta edição a Aneel selecionou cerca de 30 projetos de armazenamento de energia.

O diretor da área de soluções de energia da NEC, Roberto Murakami, avalia que os sistemas de armazenamento são impulsionados pela queda no preço das baterias de lítio, consideradas as mais eficientes do mercado. Segundo ele, o custo de aquisição caiu 50% nos últimos dois anos.

Murakami explicou que os projetos-pilotos desenvolvidos no Brasil ajudam o país a alcançar a maturidade já conquistada pelos mercados europeu e japonês. Para ele, o uso em larga escala virá, justamente, para resolver a intermitência na oferta.

“Nossa matriz de renováveis chegou a um porte que precisa trazer tecnologias de regulação da oferta, para que a rede fique estável”, disse o diretor da NEC, ao Valor. “A eólica representa 8% da nossa oferta. Parece pouco, mas, se pegarmos o Nordeste, ela chega a 20%, 25%. A oscilação que surge daí pode ser muito perigosa”.

Novos modelos de contratação de energia renovável com o armazenamento começam a ser testados. A Aneel abriu discussão sobre o leilão voltado para soluções de eficiência energética em Roraima. O Estado é o único ainda desconectado da malha nacional de transmissão e depende da importação de energia da Venezuela, que enfrenta severa crise financeira.

“Em Boa Vista, o fornecimento de energia cai de duas a três vezes por semana e é preciso recorrer a geradores à diesel. O governo está querendo colocar um projeto de armazenamento de energia para suprir essa deficiência. Seria um projeto muito grande, o maior projeto no Brasil”, disse Murakami.

Fonte: Secretaria de Energia e Mineração

Estudantes de escolas estaduais promovem mutirão de limpeza em Recife

Com apoio do Projeto Vale Luz Celpe e do Movimento Limpa Brasil, 250 jovens de três escolas do bairro de Brasília Teimosa farão mutirão de limpeza


Na próxima sexta-feira (11), 250 estudantes de escolas estaduais de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, estarão nas ruas da comunidade promovendo um mutirão de limpeza e coleta de resíduos descartados irregularmente. Promovida com o apoio do Projeto Vale Luz, da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), e do Movimento Limpa Brasil - Let´s do it!, a ação faz parte de um plano de conscientização para a importância da sustentabilidade no cotidiano.

Em preparação para a atividade, os jovens participaram de reuniões de alinhamento que tinham o objetivo de esclarecer a importância do cuidado com o meio ambiente e com o descarte correto dos resíduos sólidos gerados no dia a dia. Os encontros educativos aconteceram em três escolas estaduais do bairro - Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) João Bezerra, Escola Estadual Assis Chateubriand e Escola Estadual Luís de Camões -, envolvendo mais de 1.200 estudantes em um movimento de conscientização e sustentabilidade.

Além disso, na última quarta-feira (9), os estudantes receberam a visita de Tião Santos, ex-presidente da Associação dos Catadores do lixão do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, e que foi protagonista do documentário “Lixo Extraordinário”, que concorreu ao Oscar.

Mutirão

Na sexta-feira (11), a partir das 8h, os alunos vão realizar o mutirão de limpeza em toda a comunidade de Brasília Teimosa, recolhendo itens que foram descartados de forma irregular e ajudando na preservação do meio ambiente. Os jovens serão multiplicadores da importância do descarte correto de resíduos, convidando os moradores do bairro, que também poderão ajudar na ação. Ao final do dia, todo o material será levado para a tenda do Projeto Vale Luz, que estará montada na EREM João Bezerra, onde os estudantes vão transformar a ação social em descontos na fatura de energia da instituição de ensino.

Além disso, ao longo do dia, os moradores do bairro também poderão realizar a troca de resíduos por descontos na conta de energia na tenda do Vale Luz.

Sobre o Vale Luz

Criado em 2008, o Projeto Vale Luz Celpe recebe material reciclável em troca de descontos na fatura de energia elétrica. O projeto conta com postos fixos e atua em comunidades de baixa renda com tendas adaptadas e caminhões que fazem a visita quinzenal para recolher resíduos. São aceitos para troca produtos como metal (latas de alumínio e ferro), papel (papel branco, revista, jornal, panfleto), papelão, plástico (garrafas pet, embalagens de detergente e produtos de higiene) e óleo vegetal (óleo de soja, canola, girassol, gergelim, milho, óleo de coco, etc.).

Limpa Brasil-Let’s do it!

A proposta do Movimento Limpa Brasil – Let’s do it! é criar uma nova cultura com relação ao descarte correto do lixo, além de incentivar a sociedade a limpar e manter as cidades limpas. Por esse motivo, um dos pontos mais importantes do evento é o envolvimento das escolas municipais, com a realização de palestras e seminários, dinâmicas de grupo e gincanas, capacitação de professores e a estruturação dos pontos de coleta de materiais recicláveis durante a semana de mobilização. Esse movimento gera um engajamento da comunidade local e incentiva a transformação de alunos, pais, parentes e profissionais envolvidos em agentes de mobilização, que alertam sobre os malefícios do descarte incorreto do lixo.

Sertão iniciará produção pioneira de alimentos através do sistema agrovoltaico

O pioneirismo resulta da ação de uma rede de pesquisados do país que afirma ser possível ‘plantar água’, ‘comer Caatinga’ e ‘irrigá-la com o sol’.

Nos próximos dois meses, o semiárido pernambucano pode ser pioneiro nacional na produção integrada de alimentos vegetais, peixe e captação pluvial através da implantação de um sistema agrovoltaico sustentável a partir da transformação da radiação solar em energia distribuída. Os trabalhos técnicos para a instalação do sistema fotovoltaico estão sendo realizados por uma startup local dentro da escola Sertão em Ibimirim. 

A iniciativa visa demonstrar provas materiais do conceito científico de uma rede de pesquisadores nacionais (Ecolume), financiada pelo CNPq e liderada pela climatologista e Doutora em Recursos Hídricos, Francis Lacerda, coordenadora técnica do Laboratório de Mudanças Climáticas do Instituto Agronômico de PE (IPA). O conceito Ecolume defende que é possível “plantar água”, “comer Caatinga” e “irrigá-la com o sol” do local.

“No final do próximo mês ou início de agosto, inauguraremos o primeiro sistema agrovoltaico sustentável da América do Sul”, celebra Francis, fazendo referência a revisão da literatura científica que fez a respeito. Quando estiver totalmente implantado, terá a capacidade de tornar todo complexo da escola Serta autossuficiente em energia elétrica. “Nesta 1ª fase, serão instalados 30% do sistema fotovoltaico planejado, auxiliando na redução imediata de um terno dos custos com energia convencional”, fala o doutor em Botânica, Diogo Araújo, proprietário da VertSol, startup parceira do Ecolume com foco em eficiência energética que doou placas fotovoltaicas que serão instaladas com a participação de alunos do local.

A energia gerada através do sol será utilizada nos vários experimentos agroecológicos do Ecolume/Serta, realizado pelo sistema agrovoltaíco – cujo integra a utilização de todos os potenciais dos seus componentes. Os painéis fotovoltaicos instalados também servirão de recipientes para a captação da chuva, além de gerar a energia solar e bombear a água já armazenada para o cultivo de peixes e de plantas, inclusive as nativas da Caatinga, com alto valor nutricional. Tal produção se dará através do sistema de aquaponia, pois garante o uso, reuso e reciclagem da água, possibilitando até adubação orgânica proveniente das fezes dos peixes.

Em seis meses, o sistema agrovoltaico Ecolume/Serta terá a capacidade de produzir 60 quilos de carne retirados das 100 tilápias por tanques de mil litros de água. E este recurso hídrico será usado de forma integrado e simultâneo para o cultivo, em tubos, de 72 plantas de 12 espécies de colheita contínua e diferentes, em especial do tipo medicinais, temperos e hortaliças. Dentre elas, hortelã – 40 dias (contínua), rúcula – 40 dias, alface – 40 dias, taioba – 40 dias, bertalha – 40 dias, couve-folha – 40 dias, chapéu de couro – 40 dias, manjericão – 40 dias, coentro – 40 dias, espinafre – 40 dias, cebolinha – 40 dias, menta – colheita em 40 dias (contínua), tomates e cereja variados – 60 dias e alecrim – 60 dias.

O gerenciamento da água capitada e bombeada também será utilizado para irrigação sustentável dos viveiros de plantas originais da Caatinga para a alimentação humana, a exemplo do umbu e outras, que podem entrar em extinção se não houver o devido recaatingamento. O replantio dessas espécies do semiárido, já adaptadas geneticamente às altas temperaturas, servirá como alimento humano, mas também ajudará na manutenção da umidade do solo e regulação do clima local. “Portanto, a partir do recaatingamento, é possível sim plantar água e comer Caatinga como trata o Ecolume”, defende o diretor do Serta, Sebastião Alves.

O dirigente garante que ainda serão produzidos outros frutos e Plantas Alimentícias não Convencionais (Pancs), que têm alto valor nutricional e agregado, a partir da operacionalização desse sistema agrovoltaico do Ecolume no Serta. As Pancs são uma nova visão alimentar e gastronômica para as vegetações nativas pouco usadas para tais fins. O criador desse conceito é o pesquisador internacional Valdely Kinupp. Ele ministrará inclusive uma palestra no Recife sobre o tema, no dia 1º de junho, a convite do Ecolume, às 9h no auditório do IPA, no Bairro de San Martin.

“A aplicação e operacionalização desses experimentos através do nosso sistema agrovoltaico sustentável será um dos resultados principais do nosso conceito ecolumiano, pois demonstrará a possibilidade de plantar água, comer Caatinga e irrigá-la com o sol – metáforas estas que podem ser tornar muito reais através da fusão do potencial solar local gerando energia, integrado à produção de alimentos vegetais, peixes e captação pluvial num sistema cíclico”, destaca a climatologista do IPA Francis.

Além dos benefícios socioeconômicos e ambientais, o conceito e projeto do Ecolume prima pelo eixo educacional e transmissão de conhecimento tecnológico para as comunidades atendidas. Assim, a VertSol também capacitará os alunos do Serta sobre energia solar, elementos, instalação do sistema fotovoltaico e etc. “Nosso compromisso com o Ecolume é que cada um desses estudantes, a maioria deles filhos de agricultores, seja capaz de replicarem tal sistema em suas comunidades”, diz Diogo.

Atualmente, a unidade do Serta em Ibimirim tem 150 estudantes na área de Agroecologia, oriundos de cerca de 100 municípios de cinco estados do Nordeste. Uma palestra teórica sobre energia solar e fotovoltaica será ministrada pela startup para todos alunos. Quinze deles receberão treinamento teórico e prática sobre elementos e instalação do sistema.

“Sem duvida, o experimento do Ecolume dentro da nossa escola ajudará na formação teórico e prática de nossos estudantes, funcionando como laboratório”, diz Sebastião. Ele espera que todos esses conhecimentos do sistema agrovoltaico por aquaponia para criação de peixes, vegetais e para viveiros de plantas nativas da Caatinga possam ser reaplicados em diversas áreas do semiárido, inicialmente pelos próprios alunos, mas também pelas demais instituições parceiras que forma a rede Ecolume.

Além da atuação do IPA e do Serta, e da parceria da startup de energia VertSol, a rede Ecolume é formada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Instituto Federal do Sertão e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Fonte: Robério Sá

BNDES detalha aplicação de US$ 1 bilhão em energia eólica

Com recursos, foram apoiados oito projetos, distribuídos por seis estados: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul.
Energia eólica: juntos, projetos têm 1.323 megawatss de capacidade instalada, o que representa mais de 420 mil toneladas de CO2 equivalentes que deixarão de ser lançadas anualmente na atmosfera (Mimadeo/Thinkstock)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje (2), no Rio de Janeiro, o seu primeiro Relatório Anual Green Bond – os chamados títulos verdes.

O documento, inédito entre bancos brasileiros, contém informações sobre projetos de energia eólica apoiados com US$ 1 bilhão, verba captada pelo BNDES no mercado internacional em 2017 e destinada a financiar projetos ambientalmente sustentáveis.

Segundo informações do banco, a captação em títulos verdes (green bonds) foi concluída em maio do ano passado no mercado internacional, com vencimento previsto para 2024. Trata-se da primeira operação deste tipo realizada por um banco brasileiro.

Com os recursos, foram apoiados oito projetos de geração de energia eólica, distribuídos por seis estados: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul. Juntos, os projetos têm 1.323 megawatss de capacidade instalada, o que representa mais de 420 mil toneladas de CO2 (Dióxido de Carbono) equivalentes que deixarão de ser lançadas anualmente na atmosfera.

Títulos convencionais

Ao detalhar a operação, o BNDES disse que os papéis têm características similares aos títulos convencionais, mas que os recursos obtidos foram destinados exclusivamente a projetos ambientalmente sustentáveis, atestados por uma empresa verificadora especializada na área ambiental. No caso do BNDES, destinam-se a projetos de geração eólica, novos ou já existentes na carteira do banco.

“Os investimentos em parques eólicos, sobretudo na região Nordeste, são um dos destaques do desempenho trimestral do BNDES, divulgado recentemente. Eles ajudaram a impulsionar os desembolsos do segmento de energia elétrica, que atingiram R$ 1,7 bilhão nos primeiros três meses do ano”, diz a nota da instituição.

Presença internacional

A avaliação do BNDES é de que os green bonds ajudam a consolidar a presença internacional do banco e proporcionam uma série de benefícios, como o de reforçar a prioridade dada pela instituição ao tema da sustentabilidade socioambiental, promover a difusão das melhores práticas de gestão socioambiental e incentivar o acesso de outros emissores brasileiros ao mercado de green bonds, além de construir um novo ponto de referência em sua estrutura a termo de taxa de juros internacionais.

O Green Bond Annual Report está disponível no site.

Fonte: Exame

BNDES e ‘banco dos BRICS’ fazem 1º desembolso no Brasil para parques eólicos

Os recursos destinam-se a seis parques de energia eólica nos Estados do Piauí e de Pernambuco.
TORRES DE ENERGIA EÓLICA NA CIDADE DE OSÓRIO, NO RIO GRANDE DO SUL – ENERGIA – DISTRIBUIÇÃO (FOTO: JAMIL BITTAR/REUTERS)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o New Development Bank (NDB), conhecido como “banco dos BRICS“, fizeram nesta quarta-feira, 18, o primeiro desembolso conjunto para uma operação de financiamento no Brasil. A liberação, no valor de US$ 67,3 milhões, é a maior já realizada pelo NDB e faz parte de contrato assinado com o BNDES há um ano para apoiar projetos de energia renováveis.

Os recursos destinam-se a seis parques de energia eólica nos Estados do Piauí e de Pernambuco. Eles integram o Complexo Eólico Araripe 3, do Grupo Casa dos Ventos, composto, no total, de 14 parques, nos municípios de Simões e Currais Novos (PI) e Araripina (PE). Ao todo, o complexo terá capacidade instalada de 358 megawatts, por meio de 156 turbinas geradoras de energia.

O BNDES e o NDB assinaram há um ano contrato no valor de US$ 300 milhões, para apoiar, com recursos do NDB, investimentos em geração de energia eólica, solar, hidrelétrica (pequenas centrais hidrelétricas) e a partir de biomassa (biogás e resíduos agrícolas).

Segundo o banco de desenvolvimento brasileiro, a estimativa é que a cooperação viabilizará investimentos que adicionarão em torno de 600 MW à capacidade de geração brasileira. “O BNDES usará os recursos do NDB para diversificar e ampliar suas fontes de recursos e promover suas linhas de financiamento existentes para o setor de energias alternativas, como já faz com recursos provenientes de outros organismos multilaterais e agências oficiais de crédito”, informa.

O BNDES ressalta que a matriz elétrica brasileira tem mais de 60% de sua geração a partir de fonte hidrelétrica, que tende a ficar cada vez mais exposta aos efeitos da mudança climática e aos períodos de seca. “Nesse contexto, a nova parceria busca fomentar energias alternativas, apoiando a diversificação da matriz e incrementando a segurança do sistema no futuro, a fim de garantir o fornecimento para todos os setores da economia.”

O NDB é uma instituição multilateral criada em 2014 pelos países que compõem o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África da Sul). O NDB visa mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros dos BRICS e outras economias emergentes e países em desenvolvimento.

Fonte: Época Negócios

Energia renovável movimenta pesquisadores brasileiros

Pesquisadores de universidades brasileiras dedicam-se a projetos para tornar a matriz elétrica mais sustentável. A instalação de painéis fotovoltaicos sobre lagos e hidrelétricas é uma das alternativas em desenvolvimento.

(foto: Valdo Virgo/CB/D.A Press)
Da energia total gerada no Brasil, 6% vêm do Sol e dos ventos; e a previsão é de que, em 2040, essas fontes renováveis representem 43% da matriz energética. Nesse desafio de mexer nas estruturas reduzindo o uso de combustíveis fósseis — projeto traçado por outros países —, o trabalho de cientistas pode ocupar lugar estratégico. Espera-se das universidades e dos institutos, por exemplo, soluções para aproveitar os recursos com o máximo de eficiência e o mínimo de resíduos tóxicos.

Há iniciativas nesse sentido em universidades brasileiras. Entre os projetos estão a implantação de painéis fotovoltaicos flutuantes sobre lagos de hidrelétricas, o uso de uma usina solar para suprir até 8% do consumo de eletricidade em um campus universitário no semiárido nordestino e a construção de uma biorrefinaria que produzirá combustíveis ecológicos a partir de microalgas.

“Nosso país vem apostando nas energias renováveis como solução estratégica para a diversificação da matriz elétrica nacional e a democratização do setor. Como resultado, particularmente nos casos de solar e eólica, os mercados vêm crescendo exponencialmente no Brasil”, afirma Alexandre Costa, diretor de Eólica do Centro de Energias Renováveis da Universidade Federal de Pernambuco (UPFE). O centro conduz estudos para a criação e o aprimoramento de painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas, além de análises estatísticas para monitorar e prever a eficiência desses sistemas.

Um dos projetos mais recentes é a instalação de usinas solares flutuantes no lago de duas hidrelétricas: Balbina, no Amazonas, e Sobradinho, na Bahia. Balbina será a primeira a ter os equipamentos instalados. Segundo a Eletronorte, que também participa do projeto, o sistema deve entrar em operação em julho. Já em Sobradinho, sob a supervisão da Eletrobras Chesf, os equipamentos começarão a ser montados em junho e espera-se que o sistema esteja completo ainda neste ano.

Cada local receberá painéis com potência de 5MWp, e a intenção da iniciativa-piloto é estudar como esse sistema se comporta e como utilizá-lo em larga escala no país. “A tecnologia já vem sendo implementada em alguns locais da Europa, mas não em lagos de hidrelétricas. O projeto é inédito dentro desse enfoque e representa um grande desafio, com inúmeras possibilidades”, afirma Elielza Moutra, professora e pesquisadora em energias renováveis pela UFPE.

Segundo Elielza Moutra, os lagos são áreas livres e ensolaradas, o que favorece a instalação dos painéis. Além disso, o equipamento cobre parte da superfície do lago, diminuindo a perda de água do reservatório por evaporação. “Ao mesmo tempo, a cobertura evita que os módulos fotovoltaicos, cuja eficiência decai com o aumento de temperatura, aqueçam. Todas essas possibilidades estão sendo pesquisadas e testadas”, complementa.

Usina solar

No câmpus da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) em Mossoró, no Rio Grande do Norte, há quase um ano e meio, funciona uma usina solar que produz parte significativa da energia consumida pela instituição. A estrutura tem 580 painéis fotovoltaicos e gera aproximadamente 18 MWh por mês. A quantidade varia, mas representa entre 5% e 8% do consumo de energia elétrica do local e resulta em até R$ 8.000 de economia mensal, segundo a professora Diana Lunardi, presidente da Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável da universidade.

A usina tem contribuído para estudos sobre a adaptação da tecnologia à região, um dos focos da Ufersa. Entre eles estão a criação de um dispositivo para monitorar o acúmulo de poeira nos painéis. Como o clima é muito seco, uma camada de poeira sobre as placas pode dificultar a absorção da luz solar, diminuindo sua eficiência.

Temperaturas altas também podem prejudicar a geração de energia, pois o silício, sendo um material semicondutor, perde a eficiência ao ser aquecido. Por isso, outros projetos da universidade incluem soluções para reduzir a temperatura de operação, aumentando a geração de energia dos módulos fotovoltaicos, e o desenvolvimento de um sensor para determinar a intensidade da radiação solar.

Diana Lunardi ressalta que a região é propícia para esse tipo de estudo. “O Brasil tem um grande potencial para a produção de energia solar, já que a irradiação média anual varia entre 1.200 e 2.400 kWh por metro quadrado a cada ano. Entre as regiões, a Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar, com maior média e menor variabilidade anual”, explica.

A opinião é compartilhada por Tarcísio Bacelar, pesquisador da UFPE. “O sistema elétrico nacional já dispõe de elevado grau de flexibilidade em decorrência do grande uso da geração hidrelétrica, além da existência de um sistema de transmissão de dimensão continental. Dessa forma, o Brasil conta com uma posição privilegiada para acomodar uma expansão das energias renováveis intermitentes, como a solar e a eólica”, justifica.

Eficácia máxima

O watt-pico é a unidade padrão para medir a potência de painéis fotovoltaicos. Representa a quantidade de energia gerada pelo dispositivo quando está trabalhando na capacidade máxima, pois a eficiência dos painéis varia de acordo com a temperatura e a luz do sol, por exemplo.

Fonte: Correio Braziliense

Nove cidades brasileiras aderiram ao Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia em Brasília

Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia em colaboração com ICLEI América do Sul.

Nove cidades brasileiras assinaram, em Brasília (Brasil), a adesão ao Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCoM), a maior aliança global de cidades comprometidas com o combate ao aquecimento global e que já conta com 9.149 cidades.

Itacoatiara (AM), Nova Santa Rita (RS), Alexânia (GO), Indiaroba (SE), Serra Talhada (PE), São Cristóvão (SE), Lauro de Freitas (BA), Camocim (CE) e Juruti (PA) foram as localidades que se comprometeram a promover ações locais diante do fenômeno e a estar presentes nas discussões internacionais sobre sustentabilidade.

Cidades durante a cerimônia de comprometimento com o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia

A prefeita de Camocim, Mônica Gomes Aguiar, assegurou que “fazer parte do Pacto significa poder trocar experiências com os municípios mais avançados nas discussões sobre desenvolvimento sustentável” e convidou diferentes atores a “investir para que as cidades possam se desenvolver de maneira sustentável”.

Prefeita Moema Gramacho, de Lauro de Freitas/BA

Como parte desse movimento global, as cidades devem agora seguir um roteiro para implementar ações em seu município nos próximos 3 anos, como a preparação de inventários de gases de efeito estufa, análise de vulnerabilidade e planos de ação climática e de energia. Para isso, as cidades terão acesso a treinamento e apoio técnico de organizações como o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, a Associação Brasileira de Municípios, a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional de Municípios e o GCom-LAC, para desenvolver essas etapas o próximo ano.

Prefeito Alysson Silva, de Alexânia/GO

A cerimônia de assinatura das 9 cidades aconteceu durante o Painel sobre os ODS nos municípios, promovido pela Associação Brasileira de Municípios (ABM), no dia 27 de novembro, na capital do Brasil. A mesa foi composta pelo Ministro Conselheiro da União Européia no Brasil, Thierry Dudermel, o Diretor Executivo da ABM, Eduardo Tadeu Pereira, e a Coordenadora de Relações Institucionais e Comunicação do ICLEI América do Sul, organização que preside o Comitê Consultivo Nacional do Pacto no Brasil, Daniela Ades.

Prefeito Henrique Gomes Costa, de Juruti/PA

O prefeito de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e Presidente da Associação Brasileira de Municípios, Ary Vanazzi, garantiu que “estamos trabalhando para ajudar os municípios a se prepararem melhor, se conhecerem melhor e buscarem a aplicação de políticas relacionadas aos ODS em suas populações”. Vanazzi acrescentou, além disso, que a ABM assumiu o “compromisso com nossos prefeitos, para que eles sejam incluídos, se capacitem, e também defendam o Pacto de Prefeitos, o que contribui para uma melhor convivência na construção de nossas cidades”.

Daniela Ades, coordenadora de Relações Institucionais e Comunicação do ICLEI América do Sul, durante sua intervenção na cerimônia

O painel abordou a implementação dos ODS nos municípios, que se concentraram na experiência do projeto Parceria pelo Desenvolvimento Sustentável.

Sobre o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia

O Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia reúne formalmente o Compacto de Prefeitos e o Pacto de Prefeitos da União Europeia, as duas principais iniciativas de cidades para ajudar as cidades e os governos locais em sua transição para uma economia de baixo carbono demonstrar seu impacto global. Liderados pelo enviado especial do Secretário-Geral das Cidades e Mudanças Climáticas das Nações Unidas, Michael R. Bloomberg, e o Vice-Presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, a coalizão compreende mais de 9.149 cidades em 6 continentes e 120 países, representando mais de 700 milhões de pessoas ou 10% da população mundial. Obtenha mais informações em http://pactodealcaldes-la.eu. O Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia na América Latina e no Caribe é o capítulo da América Latina e do Caribe que trabalha para estabelecer o Pacto Global na região.

Escola de Vera Cruz vai contar com painéis solares para reduzir custos

Iniciativa é da Philip Morris em parceria com o governo do Estado.
Governador vai estar em Vera Cruz nesta terça para a entrega

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Frederico Augusto Hannemann, de Vera Cruz (PE), vai contar com painéis solares com capacidade de garantir o fornecimento de energia e gerar outros recursos que poderão ser investidos na própria instituição. O projeto foi viabilizado por meio de uma parceria entre a Philip Morris Brasil, que financiou a iniciativa dentro do programa “Escola Melhor, Sociedade Melhor”, e o governo do Estado. 

A entrega dos 25 painéis fotovoltaicos ocorrerá a partir das 13h30 desta terça-feira, 20, na escola, localizada em Linha Progresso. De acordo com a diretora Rosane Marli Petry, com as placas solares o consumo de energia elétrica do estabelecimento deve alcançar a taxa mínima na conta de luz, que atualmente é R$ 900,00 por mês. Além do investimento, a empresa também fez a doação de 15 computadores para o laboratório de informática do educandário. Os equipamentos já estão sendo utilizados pelos alunos.

Segundo a Philip Morris, a iniciativa integra a plataforma de responsabilidade social que a empresa mantém junto aos fumicultores, em benefício da educação, do meio ambiente e da promoção da cidadania. O evento contará com a participação do diretor de Operações da Philip Morris Brasil, Alejandro Okroglic, e do governador José Ivo Sartori, que estará na região também para a abertura da Expoagro Afubra e para a municipalização da ERS-409, em Vera Cruz.

Fonte: Gazeta

Fernando de Noronha, a praia mais bonita do Brasil, quer deixar de impactar o clima do planeta

Arquipélago emite quantidade de gases de efeito estufa equivalente à de países industrializados.
Placas de energia solar da central fotovoltaica de Fernando de Noronha. RODRIGO LÔBO (NEOENERGIA/DIVULGAÇÃO)

Lar dos golfinhos rotadores, das tartarugas-verdes, das maiores colônias reprodutivas de aves marinhas do Atlântico Sul Tropical e da segunda praia mais bonita do mundo, de acordo com usuários do site TripAdvisor, o santuário ambiental de Fernando de Noronha também é um algoz da natureza. O arquipélago mais famoso do Brasil, localizado no Estado de Pernambuco, é um importante foco de emissões de poluentes devido, justamente, ao turismo. O pouso e decolagem de aeronaves e a produção de energia elétrica na ilha, bastante dependente do diesel, fazem com que a taxa de emissão de gases de efeito estufa por habitante ali seja equivalente a de países altamente industrializados. Porém, a ilha se impôs um desafio: o de mudar radicalmente nas próximas décadas.

O plano de Fernando de Noronha é reduzir pela metade suas emissões nos próximos 12 anos e se tornar o primeiro território neutro em carbono do Brasil até 2050. Com isso, ela deixará de impactar o planeta com a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e, assim, evitará contribuir com o aquecimento global. Para chegar a isso, será preciso mudar radicalmente sua matriz energética, implementar uma frota de veículos elétricos e convencer as companhias aéreas que voam na ilha a adotarem combustíveis mais amigos da natureza.

“Fizemos um trabalho de inventário das emissões de gases no arquipélago em que identificamos três grandes grupos promotores da pegada ecológica. O transporte aéreo corresponde a 54,74% das emissões, o setor elétrico a 29,21% e o transporte interno na ilha a outros 8,73%”, explica o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Carlos André Cavalcanti. O levantamento, divulgado em 2013, apontou que Fernando de Noronha havia emitido no ano anterior, por habitante, 9 tCO2e (toneladas de carbono equivalente, métrica usada para comparar as emissões de gases de efeito estufa). É um valor acima do número brasileiro médio (6,54, em 2010) e similar ao de países como Alemanha e Japão, aponta o estudo.

O trabalho, iniciado em 2014, começou com a substituição de parte da matriz energética. Por ser uma ilha, ela é um sistema de energia isolado, ou seja, deve produzir sua própria energia porque não tem conexão com a rede do continente. Por ano, eram usados 400.000 litros de diesel na usina termoelétrica da ilha. Esse combustível é levado por barco ao arquipélago, o que acrescenta um perigo ecológico adicional: o de que um acidente possa acabar despejando poluentes no mar. 

Há três anos, foram instaladas duas usinas fotovoltaicas no arquipélago, que absorvem a energia do sol e a transforma em corrente elétrica. Atualmente, elas são responsáveis por 10% do abastecimento e já evitaram o uso de 40.000 litros de diesel por ano. No combustível usado pela termoelétrica, acrescentou-se também mais biodiesel, o que ajudou a reduzir a poluição.

Nos próximos meses, a expectativa é que a participação da energia solar suba para 14%, com a inauguração de um espaço de armazenamento do que é captado no horário em que há luz do sol, entre 5h30 e 18h, explica David Martin Utrilla, superintendente de operações da CELPE/Neoenergia, companhia energética de Pernambuco. “O objetivo é tirar o maior proveito e aumentar o percentual de energia renovável na ilha. Estamos em um planeta em que, se continuarmos assim, vamos ter até 2050 mais dois graus de temperatura”, ressalta ele. 

A empresa também implementou em fevereiro deste ano um projeto de redes elétricas inteligentes, que permitem que os moradores façam o acompanhamento em tempo real de seu consumo e estabeleçam metas por mês, para economizar. Foi o primeiro projeto do tipo no Nordeste. Segundo a Iberdrola, grupo espanhol que controla a Neoenergia, Fernando de Noronha se tornou o laboratório da empresa para energias renováveis. Se estuda também a geração de energia por meio de resíduos, outro problema da ilha, já que todo o lixo produzido ali tem que ser transportado para o continente.

A companhia energética também tem incentivado que os moradores e comerciantes colaborem com a transição para a energia limpa. Os que implementarem placas solares ou mini-geradores de energia eólica (a partir do vento) em suas propriedades conseguirão créditos em suas contas de luz todas as vezes que a geração de energia de seus aparelhos superar o consumo da propriedade. Essa energia excedente é disponibilizada na rede para o uso da ilha. Desde fevereiro, nove proprietários dentre os 3.000 habitantes fizeram a transição para a solar. Isso deve gerar uma economia de outros 12.000 litros de óleo diesel ao ano.

Luiz Falcão Júnior, que pretende adquirir painéis solares em seu hotel.
RODRIGO LÔBO (CELPE/DIVULGAÇÃO)
Luiz Falcão Júnior, 66, também pretende aderir à mudança. Morador da ilha há 36 anos e proprietário do hotel Dolphin, ele tem vivenciado desde o início as dificuldades com a energia na ilha. “Quando chegamos aqui, a geração era por motores de trem, fazia um barulho insuportável. E a rede era instável. Às vezes dava uma descarga elétrica e a gente perdia tudo”, conta. Ele já trocou todas as lâmpadas da propriedade por tipos mais econômicos e instalou placas solares de aquecimento de água, num investimento de 50.000 reais que garantiu uma economia de 70% de energia. “Queremos agora comprar painéis solares e aerogeradores para produzir energia eólica”, afirma ele. “Precisamos pensar em alternativas para a nossa matriz energética e adotar carros elétricos”, ressalta. A ilha possui um posto de abastecimento gratuito para este tipo de veículo, mas até agora existem apenas dois: um pertence à polícia e outro à companhia elétrica.

Quarta unidade de conservação mais visitada do Brasil, Noronha recebe por dia em média de cerca de 250 visitantes, que chegam e saem do arquipélago em três voos comerciais diários. São estas aeronaves que produzem o maior impacto ambiental, de acordo com o inventário realizado pela Secretaria de Meio Ambiente. E aqui está o maior desafio do projeto de carbono zero. “Começamos a fazer um trabalho de mobilização de grandes parceiros da aviação para que adicionem nas aeronaves bioquerosene”, destaca o secretário. 

O combustível é menos poluente porque é produzido com produtos como cana-de-açúcar, por exemplo. Mas o produto é caro, o que cria uma barreira. “Também há uma questão burocrática que dificulta isso”, explica ele. “Esse combustível é produzido em Brotas, no interior de São Paulo, e há uma dificuldade logística para que ele chegue até aqui. E isso nos faz ser provocados a iniciar uma produção local”, ressalta o secretário, que destaca que o Governo estadual busca agora parceiros no setor sucroalcooleiro que queiram fazer o investimento.

O esforço é urgente, ressalta Rafael Ferraz de Mello, analista de conservação da ONG WWF, que trabalha na ilha. “Especialmente por ser uma unidade de conservação ambiental, Fernando de Noronha tem um nível de emissões muito alto. A elevação da temperatura do planeta acaba causando um impacto importante, por exemplo, na população de tartarugas”, conta ele. Em temperaturas mais elevadas, nascem mais tartarugas fêmeas, ameaçando o futuro das espécies. “O ciclo de vida desses animais é longo, de 35 anos. Ou seja, o impacto é a longo prazo, o que é um desastre.”

A jornalista viajou a convite da Neoenergia/Iberdrola.

Fonte: EL PAÍS Brasil

Eólica Tecnologia prevê manter parceria com dinamarqueses

As companhias preveem investir R$ 500 milhões para implementar 82 megawatts em usinas eólicas.

Silhouette of wind turbine on sunset – Energia eólica: a European Energy afirma que os projetos arrematados no Brasil serão conduzidos pela Nordic Power Partners (Ssuaphoto/Thinkstock)

São Paulo – O grupo pernambucano Eólica Tecnologia, que na última semana venceu em parceria com a dinamarquesa European Energy um leilão para novos projetos de energia renovável no Brasil, prevê manter a associação com os europeus em licitações que o governo brasileiro promoverá em 2018, disse um executivo à Reuters.

As companhias preveem investir 500 milhões de reais para implementar os 82 megawatts em usinas eólicas com as quais venderam energia no leilão para entrega a partir de 2023, disse o presidente da desenvolvedora de projetos pernambucana, Everaldo Feitosa.

“Temos vários projetos de energia com a European Energy… tanto em eólica quanto em solar, na ordem de 200 megawatts adicionais”, disse Feitosa.

Ele adicionou ainda, sem detalhar, que parte desses empreendimentos deve ser implementada também em parceria com um fundo de investimentos em renováveis do governo da Dinamarca.

Em nota em seu site, a European Energy afirma que os projetos arrematados no Brasil serão conduzidos pela Nordic Power Partners, uma associação da empresa com um fundo de mudança climática do governo dinamarquês.

“Essa parceria tripartite entre a Eólica Tecnologia, a European Energy e o fundo dinamarquês tem uma perspectiva muito grande para projetos no Brasil… estamos com vários projetos prontos para o leilão de abril”, adicionou Feitosa, em referência a uma nova licitação já agendada pelo governo para 2018.

O chamado leilão A-4, para entrega de projetos em 2022, está previsto para 4 de abril, conforme cronograma do Ministério de Minas e Energia.

Anteriormente, a Eólica Tecnologia já havia viabilizado em leilões no Brasil um projeto junto à European Energy e ao fundo dinamarquês, recentemente vendido para a AES Tietê, da norte-americana AES.

Feitosa disse que a empresa ainda discute com os sócios, mas deverá manter uma fatia de 30 por cento a 50 por cento nos parques viabilizados no leilão da última semana, que serão construídos em Pernambuco.

Procurada, a European Energy não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Leilão disputado

O presidente da Eólica Tecnologia destacou a presença da empresa entre os vencedores do leilão para venda de energia eólica e solar na semana passada, em disputa dominada por multinacionais como Enel, EDP Renováveis e Voltalia.

Ele atribuiu o sucesso à parceria com os dinamarqueses e ao fato de os projetos vencedores serem expansões de usinas da Eólica Tecnologia atualmente já em operação.

“São projetos bem triviais de serem executados… o segredo para o sucesso é que são expansões”, apontou ele, ressaltando que investimentos para conexão das usinas ao sistema elétrico e para transporte de equipamentos já foram realizados e não exigirão novos gastos.

Ele também ressaltou que a ampla disputa por novos contratos entre fornecedores de turbinas após dois anos sem leilões para novas usinas eólicas no Brasil também ajudou a reduzir preços –os empreendimentos eólicos fecharam as concorrências com o menor patamar de tarifa já registrado no Brasil para essa fonte de energia, quebrando um recorde anterior, de 2012.

Além da ausência de leilões, integrantes do governo citaram crédito externo de agências de fomento à exportação como fator importante para o sucesso dos certames.

Fonte: Exame