Uma equipe de pesquisadores de Físico-Química, da Universidade Ludwig-Maximilian (LMU), de Munique (Alemanha), mostrou ser possível melhorar consideravelmente a capacidade de absorção luminosa de plantas, introduzindo nanopartículas de prata nos pigmentos responsáveis por essa absorção. A descoberta, da qual participaram também pesquisadores da universidade americana de Ohio, poderá se verificar significativa para o futuro desenvolvimento de células fotovoltaicas inovadoras, que funcionariam como o exemplo biológico de exploração fotossintética da energia solar.
A captura de energia luminosa para a planta se dá graças a antenas coletoras ou LHC que são complexos multiprotéicos e pigmentares, capazes de interceptar os fótons de diferentes comprimentos de onda, isto é, de energias variadas. As medidas experimentais realizadas pelos cientistas da LMU foram feitas sobre um LHC particular, presente em certas algas marinhas (do tipo Amphidinium carterae): o complexo peridinina-clorofila (PCP).
Depositado sobre um suporte de vidro recoberto por "ilhas" de nanopartículas de prata, o PCP foi exposto à radiação laser (na região de comprimentos de onda azul-verde) a fim de, em seguida, fosse determinada a capacidade absorvente com o auxílio de um espectrômetro capaz de medir a fluorescência. A experiência revelou uma intensidade fluorescente do sinal medido até 18 vezes superior para o PCP modificado que para o PCP natural. Aliás, não foi observada qualquer alteração na estrutura protéica do PCP.
Ilustração mostrando nanopartículas de prata e a intensidade da fluorescência do PCP modificado com nanopartículas (vermelho) e o não modificado (verde). - Créditos: NanoIniatiativeMunich
"light harvesting complex", ou LHC: antena coletora de luz, conjunto de pigmentos que captam fótons (clorofilas, carotenóides e ficoeritrobilina), e que fornecem aos centros de reação da planta a energia necessária ao processo da fotossíntese.
FONTE: NanoIniatiaveMunich
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