Células solares à base de tinta líquida.

Os nanocristais 'solares' medem cerca de 4 nanômetros. Isto significa que você poderá ter mais de 250.000.000.000 sobre uma cabeça de alfinete, e fazê-los flutuar numa solução líquida, "de tal modo que, como num papel jornal, pode também imprimir células solares", declarou Richard L. Brutchey, professor-adjunto de química, do Colégio de Letras, Artes e Ciências, da Universidade da Califórnia do Sul, em Dornsife (EUA).

R. Brutchey e David H. Webber desenvolveram um novo revestimento de nanocristal, feito de semicondutores de seleneto de cádmio (CdSe). Sua pesquisa foi apresentada recentemente na revista internacional de química inorgânica Dalton Transactions.

As células solares líquidas de nanocristal são de fabricação mais barata do que aquelas concebidas a partir de waffers de silício monocristalino, mas, em compensação, continuam menos eficazes para converter a luz solar em eletricidade. Contudo, os dois pesquisadores resolveram um dos problemas-chave na fabricação de células solares líquidas: "como criar um líquido estável que conduza igualmente a eletricidade?"

No passado, as moléculas orgânicas (ligantes) eram ligadas aos nanocristais a fim de manter uma certa estabilidade e, acima de tudo, para impedir a aglomeração. Estas moléculas também isolavam os cristais, o que tornava a coisa muito complicada em termos das condutividades elétricas. "Este permanecia um verdadeiro desafio nessa área", precisou o professor R. Brutchey.

Os dois pesquisadores descobriram, portanto, um 'ligante' sintético, que não apenas desempenha um papel na estabilização dos nanocristais, mas que ao mesmo tempo cria pequenas pontes ligando os nanocristais entre si, ajudando por sua vez a conduzir a corrente.

Nanocristais em solução, como base para células solares. - Créditos: Dietmar Quistorf.

Sendo um processo realizado à baixa temperatura, o método desenvolvido pelos pesquisadores também permitiria imprimir células solares sobre plástico, no lugar de vidro, sem esbarrar no problema da fusão - o que daria um painel solar moldável e aplicável em qualquer lugar.

Na sequência de suas pesquisas, R. Brutchey disse que tem em vista trabalhar com nanocristais baseados em outros materiais que não o cádmio, limitado do ponto de vista comercial, por conta de sua toxicidade. "Ainda que a comercialização desta tecnologia esteja distante, vemos sua possível integração nas próximas gerações de células solares", declarou à guisa de conclusão.

Enerzine (Tradução - MIA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário