o QUE É Utilização racional de energia?


Para utilizar racionalmente a energia e como tal reduzir os consumos, não basta ter equipamentos energeticamente eficientes, é fundamental instala-los/utiliza-los corretamente e adaptar hábitos de consumo que promovam a racionalização energética.


  • Utilização racional de energia - Máquina de lavar / secar
  • Máquinas de lavar / secar roupa
Quando pretender adquirir uma máquina de lavar / secar roupa tenha sempre em atenção os seus consumos bem como o respectivo custo da energia (utilize o simulador de consumos para verificar a melhor opção). (Vídeo: Utilização racional da máquina de lavar roupa)
Caso a máquina não disponha de um sistema de pesagem da roupa, ativar a opção de meia carga sempre que ocorra uma lavagem com meia carga. Do ponto de vista energético, é sempre recomendável a lavagem com carga completa.  

A temperatura da lavagem deve ser ajustada em cada lavagem, de forma a preservar os tecidos e a reduzir o consumo de energia.

Utilize detergentes de pré-lavagem aplicados diretamente sobre as zonas mais sujas da roupa, em vez de programas intensos e a temperaturas elevadas.

A centrifugação é responsável por uma parcela significativa do consumo de energia num ciclo de lavagem, bem como pela deterioração dos tecidos, pelo que esta deverá ser reduzida ao mínimo, por outro lado se a roupa tiver muita água e se a máquina tiver um sistema de secagem será consumida mais energia na secagem.

No caso das máquinas de secar, o consumo de energia é maior quanto mais seca se quiser que fique a roupa. Ou seja, para poupar energia, mais vale deixá-la ligeiramente umedecida, até porque, desse modo, será mais fácil de passar.  

De forma a assegurar o correto funcionamento da máquina, limpe regularmente o filtro de escoamento de água.
  • Máquinas de lavar / secar louça  
Quando pretender adquirir uma máquina de lavar / secar louça tenha sempre em atenção os seus consumos bem como o respectivo custo da energia (utilize o simulador de consumos para verificar a melhor opção).

Tal como nas máquinas de lavar roupa, algumas máquinas de lavar louça dispõem de um sistema de pesagem que, em função da carga registada regulam a quantidade de água para lavagem o que permite uma redução do consumo de água e como tal de energia, as que não dispõem deste sistema permitem a opção de meia carga, que deverá ser ativada sempre que a máquina estiver nessas circunstâncias, sendo recomendada, do ponto de vista energético, a lavagem com carga completa.

A louça muito suja necessita de programas de lavagem mais demorados e agressivos, pelo que é de todo aconselhável que a louça seja previamente passada por água de forma a remover a sujidade maior, daqui resultando a utilização de programas de lavagem mais ligeiros e como tal menos consumo de energia. Por outro, lado a remoção dos resíduos maiores significa menos deposição no filtro de evacuação da água e como tal menos manutenção.

Sempre que armazenar louça suja no interior da máquina para futura lavagem, accione o programa de enxaguamento, pois que consome pouca energia e facilita grandemente a lavagem futura, na qual poderá recuperar a energia “investida”, pela utilização de um programa de lavar mais ligeiro.

Após o enxaguamento, mantenha a porta da máquina fechada para evitar que a louça seque.

Sempre que possível utilize um programa de lavagem alternado (tabuleiro superior / tabuleiro inferior), pois que utiliza menos energia e os resultados da lavagem são melhores.
Confira sempre a quantidade de sal e abrilhantador de forma a que a lavagem seja realizada nas condições adequadas, evitando assim futuras relavagens.

Antes de ligar a máquina, certifique-se de que os braços de lavagem rodam sem tocar na louça evitando danos nos braços e na louça.

Evite lavagens a alta temperatura nas louças mais frágeis como cristais, porcelanas, louças com pinturas, alguns plásticos e talheres com cabo de osso ou madeira, para evitar danos na louça e reduzir o consumo de energia.

Resguarde os detergentes da luz e da umidade, de forma a não se degradem as suas propriedades.

Uma vez por semana, limpe o filtro da sua máquina.



Quando pretender adquirir um frigorifico ou uma arca tenha sempre em atenção os seus consumos bem como o respectivo custo da energia (utilize o simulador de consumos para verificar a melhor opção).

O frio verificado no interior de um frigorifico ou de uma arca, é gerado pela permuta de calor entre o interior e o exterior do equipamento, daí resultando a libertação de calor pela grelha colocada na sua parte traseira. 

Para que as trocas de calor se realizem eficazmente, é fundamental que esta grelha se encontre limpa e que o ar circule livremente nessa zona, ou seja deve ser respeitada a distância à parede (indicada pela sua documentação técnica) e assegurar que o ar quente acumulado na parte superior dissipe livremente. É ainda fundamental que perto do frigorífico não existam fontes quentes como seja o fogão ou estar sob a incidência direta dos raios solares.

Nunca coloque alimentos quentes no interior de um frigorifico ou de uma arca.

Por estes equipamentos terem um regime de funcionamento contínuo, é fundamental que se assegure do perfeito estado de conservação do seu isolamento térmico, nomeadamente a borracha de vedação da porta (sempre a que abrir o frigorifico ou a arca deverá sentir uma ligeira prisão no movimento, caso contrário a borracha encontra-se danificada), evitando ao máximo a saída de ar frio. Deve ainda reduzir ao mínimo, o tempo de abertura da porta nos frigoríficos e arcas verticais.

O gelo acumulado nos tubos de refrigeração funciona como isolante térmico, pelo que é importante assegurar descongelamentos regulares (pelo menos 1 vez por ano) ou optar por um frigorífico equipado com um sistema No Froste, evitando assim a acumulação de gelo e como tal, consumos desnecessários.

A temperatura de funcionamento do frigorífico deverá ser regulada em função da temperatura exterior, sendo que em caso de ausência prolongada a temperatura deverá ser reduzida de forma a manter os alimentos em bom estado de conservação.

Evite a utilização de sacos plástico no acondicionamento de alimentos, pois que bloqueia a circulação do ar. Nunca encha em demasia o frigorífico nem guarde alimentos quentes.


Utilização racional de energia - Confecção de alimentos

Quando pretender adquirir um forno ou fogão tenha sempre em atenção os seus consumos bem como o respectivo custo da energia associada (utilize o simulador de consumos para verificar a melhor opção).

Sempre que seja atingida a fervura, reduza a intensidade da fonte de calor até ao ponto em que a fervura se mantenha no mínimo, uma vez que a temperatura de ebulição da água nunca é ultrapassada por mais intensa que seja a temperatura da fonte de calor.

De forma a minimizar as perdas energéticas, tape sempre os tachos e panelas quando está a cozinhar.

As panelas de pressão, por elevarem a pressão durante a cozedura, cozinham os alimentos mais rapidamente, como tal utilizam menos energia.

Para evitar perdas de energia, é importante garantir que o fundo dos recipientes abarque toda a extensão da chama/placa.

As placas eléctricas tipicamente têm uma inércia térmica elevada, ou seja demoram “muito” tempo a aquecer e a arrefecer, pelo que para assegurar uma boa eficiência energética do equipamento deve desligar a placa um pouco antes do término da cozedura. 

Estas placas transferem calor por condução térmica, assim é fundamental que o fundo do recipiente abarque toda a área de placa e que seja perfeitamente plano, garantido o contacto entre a placa e o utensílio de cozinha em toda a sua extensão.

À excepção das placas de indução, as placas vitrocerâmicas transferem calor por radiação, assim de forma a maximizar a sua eficiência, é aconselhável que o fundo dos recipientes utilizados seja escuro, uma vez que o preto é a cor que mais radiação absorve, por outro lado a sua base deverá ocupar toda a área da placa.

De forma garantir as elevadas performances energéticas dos fornos microondas, deve-se manter sempre limpo o interior destes fornos.  


  • Potência para climatização  
Antes de pensar em aquecer/arrefecer um espaço pense em evitar as fugas/entradas de calor, fechando portas e colocando cortinas.  

A eficiência de um ar condicionado, depende em grande medida da adequação da sua potência às características do local a climatizar e do número de ocupantes, pelo que, sempre que possível, é indicada a consulta de um técnico especializado, ainda assim poderá utilizar como referência os valores da Tabela: Potência para climatização.

Nota: Os valores apresentados têm em consideração uma ocupação média de 2 pessoas. Para cada ocupante a mais, adicionar 600 BTU’s.
  • Instalação de um sistema de ar condicionado
A máquina exterior deverá ser instalada num local arejado mas protegido da incidência direta dos raios solares, colocando, se necessário, uma pala de sombreamento.

A máquina interior deve ser instalada de forma a que o ar seja livremente projetado para área a climatizar, evitando a interposição de cortinas ou outras barreiras à livre circulação do ar.  

Deve-se evitar a incidência direta do ar nos ocupantes do espaço climatizado.

A instalação eléctrica deve dispor de um dispositivo de proteção por cada ar condicionado instalado. 
  • Manutenção do ar condicionado  
Os filtros do ar condicionado, quinzenalmente, deverão ser lavados com água e sabão neutro.

Para limpeza exterior deverá assegurar-se que o equipamento se encontra sem energia (desligando a tomada ou o respectivo disjuntor no quadro eléctrico) e só depois limpar com um pano macio embebido umedecido com água morna e sabão neutro. Por fim seque com uma flanela seca.

Anualmente deverá ser realizada uma manutenção interna a todo o sistema de ar condicionado, de forma a evitar a acumulação de resíduos no condensador e no evaporador, que prejudicam grandemente a sua eficiência e podem chegar a danificar o equipamento.    
  • Utilização do ar condicionado
Para garantir a eficiência do ar condicionado, é fundamental que mantenha as portas e janelas de acesso ao exterior fechadas.  

Se pretender ligar o ar condicionado após o ter desligado, aguarde pelo menos três minutos para evitar eventuais danos no equipamento. 

A temperatura de conforto térmico depende grandemente do estado físico e psicológico do individuo, da roupa que tem vestida, da sua actividade física, etc, no entanto, estatisticamente, verificam-se os 18 ºC para o Inverno e os 22 ºC para o verão como temperaturas de conforto, sendo que o ar condicionado verá estar regulado para valores desta ordem de grandeza.  

Caso existam crianças, será de todo aconselhado o bloqueio do comando do ar condicionado de forma a evitar a desregulação do sistema, e como tal, consumos energéticos exagerados.



Preferencialmente opte pela instalação de lâmpadas fluorescentes (compactas ou tubulares) porque apesar de serem mais caras consomem 5 vezes menos energia e duram 8 a 10 vezes mais que as lâmpadas incandescentes.

Sempre que possível, deverão ser instalados sistemas automáticos que em função da presença/ausência dos ocupantes dos espaços assim ative ou desative os sistemas de iluminação, desta forma evitam-se consumos desnecessários.  

Evite ao máximo a iluminação de áreas desocupadas da sua casa.

Adeque a potência das lâmpadas às necessidades de iluminação evitando utilizar lâmpadas de potência excessiva.

Prefira sempre a iluminação natural, pois é de melhor qualidade e gratuita.



Consuma apenas a quantidade de água estritamente necessária.

Caso disponha de em esquentador com sistemas de ignição manual, desligue a chama piloto logo que terminar a sua utilização.

Sempre que possível regule a temperatura da água quente de forma a evitar a utilização de água fria para a temperar.

No dia a dia opte por duches e reduza ao mínimo a sua duração.

Utilize economizadores de água nas torneiras e chuveiros.

Caso disponha de um termoacumulador, verifique regularmente o seu isolamento de forma a evitar perdas desnecessárias.

Caso o seu termoacumulador eléctrico não o permita, instale um dispositivo que permita programar o aquecimento da água em períodos noturnos.  

Preceda a uma revisão periódica do seu sistema de aquecimento de águas de forma a garantir o seu bom funcionamento.


Utilização racional de energia - Produção de energia

A generalidade dos sistemas autônomos e produção de energia necessitam de manutenção periódica, de forma a garantir o seu bom funcionamento e as adequadas condições de segurança. De forma a proceder à correta manutenção do seu sistema, certifique-se que o instalador lhe fornece toda a informação necessária e na posse dessa informação, compra à risca, todos os procedimentos de manutenção descritos nos manuais técnicos dos equipamentos e de acordo com a informação recolhida junto do seu instalador.


  • Consumo em Standby
É cada vez mais frequente a utilização de equipamentos comandados à distância, que estão sempre prontos a entrar em funcionamento, ou por outro lado equipamentos que incorporam sistemas electródicos em permanente funcionamento.  

Para que esta “maravilha” seja possível, o equipamento nunca estará desligado, mas antes em estado de Standby, ou seja, é necessário preservar um conjunto de funcionalidades em permanente funcionamento, de forma a que sempre que o utilizador o deseje, o equipamento entre de imediato em funcionamento, ou seja programado para se ativar autonomamente a uma determinada hora. Este conjunto de funcionalidades consome energia. Tabela: Consumo em Standby.

Podemos estimar que, por habitação, se consomem, em média, cerca de 36 Wh na alimentação eléctrica dos dispositivos de Standby, à primeira vista não parece excessivo, mas se pensarmos à escala nacional, tendo em conta que existem 3.391.000 habitações (fonte: Eurostat), concluímos que é necessário produzir 122 MWh para alimentar estes dispositivos, pouco mais de metade da energia produzida em todas as centrais hídricas do país em 2003 (cerca de 276 MWh).

Para evitar todo este desperdício energético, sempre que possível, desligue os equipamentos, garantindo que não permanece acesa nenhuma luz indicativa do seu estado de Standby. Sempre que se ausentar por grandes períodos (ex: férias), desligue os equipamentos da tomada de corrente ou no quadro eléctrico, por uma questão de segurança e porque muitos dos equipamentos eletrônicos, apesar de desligados, contiguam a consumir energia para, por exemplo, manter em funcionamento os seus relógios internos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário