BNDES deve lançar linha de financiamento de longo prazo para solar.

Percentual mínimo de conteúdo local dos projetos, atualmente de 60%, deverá ser flexibilizado.


O setor solar aguarda até setembro o lançamento de uma nova linha de financiamento de longo prazo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com condições mais flexíveis do que as atuais, especialmente no que tange à questão do conteúdo local dos equipamentos. A expectativa é que o crédito já possa ser tomado pelos empreendedores que licitarem seus projetos no Leilão de Energia de Reserva (LER), marcado para 31 de outubro.

De acordo com Rodrigo Lopes Sauaia, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a questão da redução do percentual de conteúdo local para equipamentos ainda está sendo analisada internamente pelo banco de fomento. A única certeza é que a meta atual, de 60%, não é alcançável. “O nosso papel é dar subsídios à essa discussão, indicando quais áreas da cadeia produtiva teriam mais facilidade de se viabilizar com a flexibilização”, disse, durante o IV Ecoenergy, realizado nesta quarta-feira (16/07), em São Paulo.

Sauaia aponta que o Brasil já possui know-how no segmento de cabos e conectores e poderia iniciar a estruturação da cadeia produtiva pelos equipamentos acabados, fazendo a montagem com equipamentos importados até que se consiga fazer toda a produção nacionalmente.

Essa nova linha de crédito deverá atender especificamente os empreendedores, mas o setor pleiteia ainda a criação de um modelo de financiamento para a compra de equipamentos industriais, praticamente inexistente no momento.

O LER deverá ajudar nesse processo. Expectativas de mercado apontam de 500MW a 1GW de contratação no certame, o que deverá representar “uma quebra de paradigmas, a virada de mesa para o setor fotovoltaico”, avalia Sauaia, que acredita que o preço-teto deverá ficar na casa dos 250/MWh.

O sucesso deste primeiro certame, aliado ao cumprimento dos planos de governo, de contratar 3,5GW de solar até 2018, podem dar o sinal necessário para que a indústria se desenvolva. “Uma fábrica de módulo fotovoltaico precisa de uma demanda mínima anual de 500MW para se viabilizar. Todo país que começa a desenvolver sua cadeia, começa pelo módulo porque requer um volume menor”, explicou.

Fonte: Jornal da Energia

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