Uma das maiores bandeiras da sustentabilidade é a expansão de energias renováveis como a proveniente do sol. A energia solar é uma realidade, com tecnologia ao alcance do Estado (falamos disso em artigo anterior) e, em um país de clima tropical como o Brasil, deveria apostar mais nela. Felizmente exemplos de energia renovável surgem aos poucos por aqui. É o caso da mais nova creche de Florianópolis, Santa Catarina, construída segundo os conceitos da sustentabilidade que funciona a base de energia elétrica gerada por placas solares.
A energia solar da creche Hassis, inaugurada em abril deste ano e que atende cerca de 200 crianças, abastece os chuveiros do prédio e produz energia suficiente para economizar até 50% na conta de luz.
Mas isso não é tudo. A creche Hassis foi construída inteiramente para ser considerada a primeira creche sustentável do país. Desde sua concepção, o projeto seguiu as instruções da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida em vários países pela entidade norte-americana U.S. Green Building Council (USGBC). A creche agora aguarda a resposta sobre a certificação, que deve chegar nos próximos meses e merece o título de creche sustentável.
Trata-se de uma construção realizada em um terreno de 12 mil metros quadrados com dez salas de aula, uma sala multiuso, parque, quadra, bosque, horta, cozinha, refeitório e estacionamento, tudo mantido e abastecido com recursos e procedimentos sustentáveis como armazenamento da água da chuva – da própria construção – para reuso, materiais de construção com certificados ambientais, ambientes com ventilação cruzada para proporcionar lugares mais frescos e menos ar-condicionado, controle de vazão nas torneiras, cobertura de vegetação na entrada, estacionamento feito com uma mistura de concreto com cascas de ostras trituradas, restos da cultura do fruto do mar feita em Florianópolis e que seria jogada no lixo, além da já citada energia solar, e muito mais.
Não existe mais como não falar sobre a sustentabilidade. Temos que incorporar uma nova maneira de interagir com o planeta desde a primeira infância, nos enxergando como parte da natureza”, diz Claudia Maidana, professora de educação infantil em Florianópolis há 17 anos.
Para realizar a obra, a prefeitura e a Secretaria de Educação da cidade recorreram a um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo federal que ajudou a dar vida ao projeto. O custo total da obra deve chegar a cerca de R$ 4,7 milhões, segundo a prefeitura. Deste total, R$ 4,4 milhões vieram do BID e do governo federal. O banco investiu R$ 1,9 milhão e o Ministério da Educação, R$ 2,5 milhões, sendo R$ 1,8 milhões do FNDE e R$ 695 mil do salário-educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário