A energia renovável está finalmente começando a decolar pra valer ao redor do mundo, especialmente após os países em desenvolvimento começarem a notar (e usufruir) de seu potencial. Existem muitas razões para isso, mas uma das principais é que estes países estão localizados em regiões do mundo que cada vez mais sofrem com as grandes mudanças climáticas. Outra razão importante é o interesse na segurança energética, como uma forma de diminuir a necessidade de importar energia de outros lugares, principalmente quando esses locais sofrem com um ambiente sócio-político instável e contra o esgotamento de fontes de energia convencional.
Dubai
Dubai é uma das cidades mais densamente povoadas nos Emirados Árabes Unidos e é cada vez mais conhecida por seu papel de liderança no desenvolvimento da energia solar em particular. Em abril deste ano, Dubai anunciou o início da sua terceira fase de instalação solar, a fim de atingir sua meta de energia limpa até 2021. O departamento de Eletricidade e Água de Dubai tem o objetivo de aumentar a utilização de energia renovável para 7% da demanda nacional de eletricidade até 2020 e 15% até 2030 onde o foco principal é o Parque solar Mohammad bin Rashid Al Maktoum, com conclusão prevista para abril de 2017. Este é um dos maiores projetos de energia renovável no MENA (Oriente Médio e Norte da África) e o projeto teve sua capacidade recentemente elevada de 100 MW para 200 MW, após duas das empresas que participaram de sua licitação terem se unido para efetuar o projeto.
Dubai também está investindo em sua “Estratégia energética integrada Dubai 2030” que possui o objetivo de diversificar as fontes de energia, que pretende atingir 15% de energia solar, 71% de gás natural, 7% de carvão limpo e 7% de energia nuclear. Além da redução do consumo de energia em 30% até 2030.
Os Emirados Árabes Unidos tem a intenção de equipar 30.000 edifícios com sistemas que economizam energia e introduzir novos incentivos fiscais para estimular o aquecimento e energia solar. A expectativa é que Dubai se torne a primeira “cidade inteligente” do mundo onde todo o consumo de energia é monitorado e controlado.
China
Em 2013, a China alcançou uma capacidade total de 378 GW de produção de energia renovável, principalmente através de energia hidroeléctrica e eólica. O país tem sido fortemente criticado por seu consumo de carvão, mas em 2014 foi líder mundial em energia eólica, energia solar fotovoltaica e tecnologia smart grid. A produção de células solares fotovoltaicos aumentou 100 vezes desde 2005, permitindo assim que o custo global da energia solar caísse 70% através da criação de um mercado global em massa. De acordo com o chefe da Agência Internacional de Energia, Marie van der Hoeven, a China está gastando mais em desenvolvimento de energia renovável do que os EUA e a Europa juntos. A geração de energia a partir de turbinas eólicas na China acabou de alcançar 25% do consumo do país. Ainda assim, infelizmente a China continua construindo usinas eléctricas a carvão, mas elas são “top de linha”. No ano passado, o país anunciou que suas emissões de carbono provenientes da queima de carvão caiu 1%.
Índia
O desenvolvimento de energia renovável na Índia está sendo conduzido pelo Ministério de Energias Novas e Renováveis do país. Ele alcançou 33,8 GW de capacidade instalada de energia renovável em fevereiro de 2014, dos quais 66% foram gerados a partir de energia eólica. Solar, biomassa e pequenas usinas hidrelétricas contribuiram com mais 4,59%. Entre 2014-2015, a Índia acrescentou 4.089 MW à sua produção, 8,5% a mais que sua meta original de 3.770 MW. Aumentando sua capacidade total de energia renovável para 35,77 GW
O Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi está tentando aumentar agressivamente a produção com uma meta de 100 GW de capacidade solar até 2022, representando um aumento de cinco vezes da meta na Índia, originalmente de 20 GW. Embora o país ainda não tenha explicado de que modo pretende alcançar este objetivo, especialistas acreditam que investimentos estrangeiros irão desempenhar um papel fundamental no plano.
África do Sul
De acordo com o Departamento de Energia do país, a África do Sul tem potenciais fontes de energia renováveis elevados que lhe permitam gerar 3.725 MW até 2030 no âmbito do seu Programa de Aquisição de Produtores Independentes de Energia Renovável. A África do Sul é atualmente ainda muito dependente de combustíveis fósseis, mas as usinas solares, eólicas e de biomassa estão sendo instaladas em todo o país. Destas tecnologias, a energia eólica parece ser a de mais rápido crescimento. O ministro Sul Africano de energia, Tina Joemat-Pettersson, anunciou recentemente que o país adicionou um total de 4,322MW à sua capacidade de energia renovável em menos de quatro anos, a um custo muito mais baixo do que a geração de combustível fóssil.
Os desenvolvimentos recentes no país incluíram a finalização de uma fábrica de turbinas eólicas de 3 milhões de dólares. A fábrica ocupa uma área de 12.000 metros quadrados e vai empregar 200 pessoas construindo 150 turbinas eólicas por ano. Enquanto isso o Bloomberg acaba de comunicar que o país economizou cerca de 310 milhões de dólares em custos de combustível devido a projetos de energias renováveis, incluindo 800 MW de energia eólica e 1 GW de energia solar fotovoltaica.
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