A energia solar integrada à arquitetura - BIPV


Atualmente a mentalidade das pessoas tem mudado e, com isso, cada vez mais indivíduos vem aderindo ao conceito de sustentabilidade, engajando-se, desenvolvendo propostas que melhoram a qualidade de vida, propondo a reutilização e reciclagem de materiais, a redução na emissão de poluentes, o reuso e racionamento de água, a geração de energia limpa e a melhoria da mobilidade urbana.

A construção civil tem um importante papel por ser um dos setores que mais impactam o meio ambiente, responsável por 40% do consumo de energia mundial e, ainda, 50% das emissões de CO2, tornando-se a maior fonte geradora de resíduos de toda a sociedade. No Brasil, os edifícios consomem 44% da energia elétrica, que, por sua vez, 50% deste total são de consumo em edificações residenciais.

Tendo isso em vista, engenheiros e arquitetos, diante dos diversos problemas ambientais, tem elaborado projetos que visam a sustentabilidade, otimizando recursos naturais. Inúmeras são as vantagens de um projeto em que se preocupa com o meio ambiente. Além de atitudes ecologicamente corretas, uma planta sustentável agrega valor ao imóvel e ainda colabora para um futuro melhor.

Quando se fala em projetos mais preocupados com o meio ambiente e de maior sustentabilidade, o que vem à mente é o uso do sistema fotovoltaico, que tem sido adotado e incorporado a diversos projetos em função da sua versatilidade, não só pela economia, como também, por sua estética. Diversas construções modernas têm adotado o uso de placas fotovoltaicas não somente em telhados, mas também em suas fachadas.


Grandes empresas já adotaram a geração de energia solar pois, para elas, a eletricidade é sua principal despesa. A gigante Apple, em sua nova sede em Cupertino, na Califórnia, conta com um dos maiores arranjos de painéis solares em imóveis corporativos, assemelhando-se a uma nave espacial, com uma produção de energia elétrica estimada em cerca de 16MW. 


Em Orlando, o Walt Disney World, recebeu um gigantesco sistema de energia solar, que tem como formato o Mickey Mouse. São 48 mil painéis solares dispostos em uma área de aproximadamente 8 mil hectares, construído em uma fazenda de sua propriedade, com o intuito de fornecer energia solar ao complexo de parques e resort.


Na Alemanha, o bairro solar Schlierberg, em Friburgo, projetado pelo arquiteto alemão Rolf Disch, é um bairro autossuficiente em energia, a vila conta com 59 residências e um imóvel comercial, sendo capaz de produzir até 4 vezes mais energia do que consome. Toda essa eficiência energética se resume em uma estratégia simples: dispor os painéis solares na direção correta, tendo uma maior incidência de raios por dia.


A pista de Nascar, na Pelsilvânia, possui uma usina para captação de luz por sistemas fotovoltaicos, a maior instalação de captação de energia solar do mundo em pistas de corrida. O sistema com de capacidade instalada de 3MW, gera sua própria energia e abastece cerca de mil casas em suas proximidades.


O edifício CIS Tower em Manchster, na Inglaterra, com o intuito de reconstruir uma relação entre atividades empresariais e o meio ambiente, desenvolveu um projeto de revestimento de toda sua fachada com sistema fotovoltaico. No total, foram utilizados 7244 painéis solares de 80W para revestir todo o edifício, um sistema de capacidade 390kWp, gerando uma produção anual de 333.000 kWh. Esse projeto mostra como a energia solar e o sistema fotovoltaico são versáteis, incorporando-se facilmente em qualquer edifício, sendo uma alternativa para a minimização de custos.


No Brasil, o museu do amanhã, projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava sobre a Baía de Guanabara, explora as possibilidades da construção no futuro. Inaugurado no dia 19 de dezembro de 2015, o museu já é o novo cartão postal do Rio. O edifício conta com um sistema fotovoltaico com painéis solares divididos em 24 módulos em uma estrutura móvel, que se movimenta como asas, acompanhando o percurso do sol para a captação de energia solar, gerando cerca de 250kWh/ano.

Apesar de ainda não ser tão difundindo no Brasil a arquitetura aliada à energia solar, quatro dos doze estádios que foram construídos e ou reformados para a Copa do Mundo 2014, foram equipados com painéis solares em sua cobertura sendo eles o estádio Mané Garrincha, com 2,5MW de captação; seguido da Arena Pernambuco e Mineirão com 1,4MW e, por último, o estádio do Maracanã, que pode produzir até 500kW.


Entre eles, o estádio do Mineirão foi o primeiro estádio da copa do mundo 2014 a possuir um sistema fotovoltaico em sua cobertura, com cerca de seis mil painéis solares, ocupando uma área de cerca de 11,5 mil m² e dispondo de uma potência instalada de 1,4MW, opera desde maio de 2013. Um sistema invisível aos olhos do torcedor por sua arquitetura tombada como patrimônio histórico e que ainda sim, gera e distribui energia. A energia produzida por ele, abastece a rede elétrica local e pode gerar energia o suficiente para abastecer cerca de 900 residências por ano.












Os sistemas fotovoltaicos incorporados às edificações têm conquistado seu espaço no mercado brasileiro, bem como já são amplamente utilizados em vários países do mundo. Sistemas de energia solar minimizam custos, contribuem para a redução de impactos, otimizam recursos naturais, agregando valor ao imóvel gerando sua própria energia e contribui para um futuro melhor.

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