Universidades brasileiras se destacam em ranking internacional de sustentabilidade


Atualmente as universidades tem um papel de alta relevância, que vai além de sua missão educacional, social e pedagógica, sendo sinônimo de um período de novas vivências e novos ambientes, de renovação de valores e do pensamento crítico sendo, ainda, o centro da vida intelectual da sociedade, comprometido com sua função de formar profissionais comprometidos e engajados nos mais diferentes tipos de causas, a partir das diversas experiências vivenciadas que inspiram sonhos e inovação.

Suas atividades acadêmicas devem ser voltadas para o aumento da consciência ambiental, envolvendo, educando e incentivando práticas que reforcem a consciência pública da necessidade de um futuro ambientalmente sustentável.


No Brasil, o tema sustentabilidade e gestão de recursos naturais tem sido trabalhado nas universidades, não só entre os alunos como também entre os docentes, incluindo projetos e incentivos públicos. Diversos campis já buscam uma gestão estratégica de seus recursos, incentivando projetos de gestão das águas, de resíduos, eficiência energética, áreas verdes, saúde ambiental, entre outros.

De acordo com o ranking global de sustentabilidade das universidades, GreenMetric World University Ranking, a Universidade Federal de Lavras (UFLA – MG) é a mais sustentável do Brasil, a primeira da América Latina, ocupando a 38ª posição, com 6.423 pontos, seguida da Federal de Viçosa (UFV - MG), com a 139ª colocação, somando 5.353 pontos e PUC-Rio, na 157ª posição, com 5221 pontos.

O ranking é uma iniciativa da Universidade da Indonésia e foi lançado em 2010 como parte de uma estratégia mundial para redução da emissão de carbono nas instituições de ensino superior e combate ao aquecimento global.

As universidades são classificadas por meio de seis indicadores que avaliam o ambiente e sua infraestrutura, energia e mudanças climáticas, gestão de resíduos, gestão de hídricos, transporte e educação, sendo que cada um desses critérios apresenta diversos itens que devem ser preenchidos.


A UFLA tem uma alta pontuação nos quesitos referente ao uso e tratamento de água, além do quesito de atividades acadêmicas ligadas ao meio ambiente e também, referente a estrutura do campus e suas áreas verdes, devido ao projeto “Plano Ambiental e Estruturante”, composto por um programa de gerenciamento de resíduos químicos focando ações preventivas de minimização – redução, reuso e reciclagem – e uma adequação do destino final dos resíduos oriundos das atividades de ensino, pesquisa e extensão; coleta seletiva; sistema de prevenção e controle de incêndios; proteção de nascentes e matas ciliares; saneamento básico e estação de tratamento de esgoto; construções ecologicamente corretas e sistema de prevenção de endemias.


Já a UFV, participou do ranking pela primeira vez e se destacou no quesito educação, atingindo a quarta colocação neste item entre todas as universidades participantes. Nele, são considerados o percentual de cursos, recursos destinados a pesquisa, bem como publicações, eventos e organizações estudantis que tenham interface com a questão de sustentabilidade.

A universidade conta com um campus de grandes áreas verdes e arborizadas, e tem desenvolvido ações de sustentabilidade na instituição, temas como resíduos sólidos, recursos hídricos e eficiência energética, que são recorrentes em suas pautas. Apostando em eficiência energética, reciclagem e gestão de resíduos sólidos e hídricos, a universidade substituiu cerca de 8 mil lâmpadas por modelos LED, 90 toneladas de resíduos recicláveis foram destinadas a reciclagem, cerca de 21 toneladas de resíduos sólidos descartados de forma ambientalmente adequada, e além disso, houve uma redução no volume de água tratada pela Estação de Tratamento de Água (ETA/UFV) em 30%.

Percebendo que um dos principais itens de gastos de Instituições Públicas de Educação Superior é com o alto custo da energia elétrica e que, grande parte poderia ser evitada por meio de ações de eficiência energética e implantação de sistemas de geração própria de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), lançou ao final do ano passado, a Chamada de Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Estratégico de P&D nº 001/2016, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade elétrica nas instituições públicas de ensino superior.

Os projetos realizados possibilitarão a troca de equipamentos energeticamente ineficientes, bem como, a mudança de hábito de alunos e funcionários, além de promover a implantação da mini geração de energia elétrica e a redução nas contas de energia.


Apesar de todos esses esforços, ainda assim, boa parte das universidades brasileiras ignoram o pensamento sustentável. Das 516 universidades dos 74 países participantes do GreenMetric World University Ranking, apenas 14 instituições brasileiras são representadas, sendo sete federais, duas estaduais, um instituto federal e quatro particulares.

É preciso educar para o consumo consciente e reconhecer que o atual modelo de desenvolvimento causa grandes impactos ao meio ambiente. Ter consciência desses impactos contribui para o poder de escolha do indivíduo, que pode ser um agente transformador da sociedade a partir do seu consumo, produzindo um impacto significativo na sociedade e no meio ambiente.

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