O setor agropecuário representa um grande potencial para o mercado de energia solar fotovoltaica no país, tendo diversas aplicações desde bombeamento para irrigação, a resfriadores para a produção leiteira, cercas elétricas para o manejo do gado, entre outras funções.
Ainda assim, os investimentos em energia fotovoltaica no meio rural estão iniciando, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o agronegócio responde por menos de 2% dos sistemas fotovoltaicos instalados no país.
Mas, para quem visita a vinícola boutique Guatambu Estância do Vinho, de administração familiar e produção em pequena escala, localizada na cidade de Dom Pedrito, na campanha Gaúcha, se depara com seu parque solar com 600 painéis fotovoltaicos.
A vinícola, que possui desde maio do ano passado o sistema instalado em seu estacionamento, tornou-se a primeira vinícola da América Latina alimentada por energia solar. Seus painéis solares suprem em até 90% o gasto com eletricidade do empreendimento, que era de aproximadamente 15 mil reais e hoje, a quantidade de energia gerada supera seu consumo médio mensal, gerando excedente para abastecer o bombeamento da irrigação e os secadores de grãos.
Segundo o proprietário, Valter José Pötter, o sol não era a primeira escolha de fonte de energia no projeto, mas, se tornou a melhor solução econômica: “Antes de construir, fizemos um convênio com o Centro Eólico da PUC para pesquisar a regularidade e intensidade dos ventos aqui na região. Depois de um ano e meio de pesquisa, veio o veredicto: vento médio. Em síntese, precisaria de um forte investimento em geradores eólicos que demorariam cerca de 15 e 20 anos para se bancar. Na sequência, partimos para o projeto de energia solar. Instalamos um piloto de 18 placas solares a fim de estudo e testes durante dois anos e meio e foi um sucesso”.
Com um investimento de 1,3 milhões, o sistema fotovoltaico tem previsão de retorno de até oito anos, e além de economizar em eletricidade, o investimento proporciona a redução da emissão de gases poluentes e ainda gera créditos com a distribuidora local, pela energia excedente que não for utilizada.
A expectativa é de que, com a instalação do sistema fotovoltaico, anualmente o produtor terá uma economia de R$ 200 mil, chegando a economizar cerca de 5 milhões durante toda a vida útil do sistema.
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