Chile prevê que terá 90% de energia limpa até 2050


A energia limpa, de baixo impacto ambiental e de baixo custo, está cada vez mais acessível. A mudança para uma energia renovável é necessária não somente pelos efeitos e impactos das mudanças climáticas no mundo globalizado, mas também sob o ponto de vista econômico.

O crescimento exponencial das energias renováveis no Chile foi desencadeado logo no começo do governo da presidente Michelle Bachelet, em 2014, por meio da agenda de energia, que consiste em uma série de medidas que foram tomadas para o impulsionamento do uso de energia renováveis no país.

O país que sofreu durante 5 anos com a seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas, se tornou muito dependente de energias fósseis como o carvão e o diesel. Para mudar este cenário e suprindo a sua matriz energética de forma sustentável, foram encontradas solução em seu potencial para energia renovável, compensando a perda das hidrelétricas.


Fazem parte da estratégia do governo chileno o uso de seus recursos naturais como o sol do deserto do Atacama, que tem a maior radiação solar do mundo, assim como o aproveitamento da energia geotérmica de seus 137 vulcões espalhados por todo o país, a energia dos mares e ventos dos seus 6.400 km de litoral e os recursos hídricos fazem parte da estratégia sustentável do país.

Segundo o ministro de minas e energia, Andrés Rebolledo, a expectativa é que, até 2050, 90% da energia produzida no pais tenha sua origem de energias renováveis. Atualmente, elas já representam 45% da matriz energética chilena, e o ministro estima que em 2035, serão 60% e, em 2050, será 90%.

“O importante é que as fontes solar e eólica saíram de apenas 5%, há três ou quatro anos, e hoje mais de 80% dos projetos de usinas em construção são baseados nessas tecnologias renováveis”, afirmou Rebolledo em entrevista à agência de notícias EFE.

Os projetos em desenvolvimento estão no setor de Energias Renováveis Não Convencionais (ERNC), em especial com energia solar fotovoltaica e eólica, e deverá chegar a uma potência de instalada de, aproximadamente, 5 mil megawatts (MW). Ao todo, são 105 projetos em andamento, e destes, metade são provenientes de energia solar, além disso, há outros 179 projetos aprovados que ainda irão implantar 13 mil megawatts adicionais.

Segundo dados da pesquisa realizada pelo Bloomberg Energy Finance, e pelo banco interamericano de desenvolvimento, o Chile está em primeiro lugar em investimentos em energias renováveis e na luta contra as mudanças climáticas na América Latina.

O maior desafio do país é a ampliação e interconexão da rede de transmissão, que tem sua conclusão prevista até novembro deste ano, o que deve melhorar a distribuição de energia e levar a produção de renováveis aos grandes centros de consumo, aumentando a segurança energética do país. O país também trabalha na integração de linhas de transmissão com outros países, principalmente com seus vizinhos Argentina e Peru.

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