Maior parque solar da América do Sul é inaugurado no Piauí

Parque Solar Nova Olinda tem capacidade para abastecer 300 mil casas

O Parque Solar Nova Olinda, de 690 hectares, conta com 930 mil painéis solares (Foto:Divulgação/Enel)

Com capacidade para abastecer 300 mil residências por ano, foi inaugurada na última terça-feira, 28, a maior usina solar da América do Sul. Localizado em Ribeira do Piauí (PI), o Parque Solar Nova Olinda, da italiana Enel, conta com um investimento de aproximadamente US$ 300 milhões. O parque tem 690 hectares e conta com 930 mil painéis solares.

O investimento em energia solar tem aumentado no Brasil, principalmente na região nordeste. A Enel, até o fim de 2017, vai inaugurar mais um parque de energia solar, totalizando quatro, entre os estados de Piauí e Bahia, com investimentos de quase US$1 bilhão. Ademais, outras empresas contam com projetos de construção de usinas nos estados da Bahia, Ceará e Piauí. Mesmo assim, a energia solar só corresponde a 1% da fatia de geração de eletricidade no Brasil.

Durante as obras, o Parque de Nova Olinda chegou a contar com 1.700 trabalhadores, com 40% deles representando a mão de obra local. Porém, agora, com o espaço já em funcionamento, a empresa contará com apenas 40 a 50 pessoas para cuidar da operação e manutenção dos equipamentos. A nova usina, que teve financiamento do Banco do Nordeste, tem contrato de venda de energia pelos próximos 20 anos, enquanto o retorno financeiro deve ser conseguido em apenas 10 anos.

Segundo a Enel, o novo parque solar vai evitar a emissão de cerca de 350 mil toneladas de CO2. Em todo o Brasil, a empresa tem capacidade instalada, em renováveis, de aproximadamente 2.276 MW, sendo 670 MW de energia eólica, 890 MW de energia hidrelétrica e 716 MW de energia solar.

O planejamento para 2026 prevê um aumento em cerca de 50 mil MW na geração de energia no país, com a metade das fontes sendo eólica ou solar, segundo o secretário de Energia Elétrico do Ministério de Minas e Energia, Fabio Alves.


A Enel tem apostado cada vez mais no Brasil para investir em energias renováveis. Por isso, contou com a importação de placas da China, tanto por serem mais baratas, quanto por acompanharem o movimento do sol, captando os raios solares, que é transformado em energia. Em seguida, cabos subterrâneos levam a energia até uma subestação dentro do parque, seguindo por 47 quilômetros até uma outra subestação, dessa vez da Chesf, para ser lançada no sistema.

“A China ganhou essa guerra e permitiu reduzir muito o custo dos projetos de energia solar. Os painéis representam hoje 30% do custo de um projeto. No passado, esse percentual era de 90%. Mas o Brasil pode agregar valor aos projetos com outras tecnologias”, explicou Antonio Cammisecra, responsável global da Energy Green Power, braço do grupo para energias renováveis.

Dona da antiga Ampla – responsável pela distribuição de energia na Região dos Lagos do Rio de Janeiro -, controladora da distribuidora do Ceará (ex-Coelce) e tendo adquirido recentemente a Celg, de Goiás, a Enel é apontada como forte candidata a compra de algumas distribuidoras da Eletrobras, como a Cepisa, no Piauí.

“A Enel é líder no mercado de geração solar brasileiro e queremos seguir contribuindo para o desenvolvimento das fontes de energia limpa no país, com inovação, sustentabilidade e compromisso com a segurança de nossas operações. Nova Olinda é o nosso projeto mais relevante. As transformações que o setor energético vem experimentando mostram que o crescimento da geração fotovoltaica é um caminho sem volta”, destacou o Country Manager da Enel Brasil, Carlo Zorzoli.


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