Quando a Califórnia estabeleceu as suas regras agressivas de emissões de automóveis, as pessoas foram avisadas de que os automóveis se tornariam muito caros. Quando a Califórnia estabeleceu metas arrojadas de renováveis para centrais de energia, as pessoas foram avisadas que haveriam apagões e contas extremamente elevadas, e que era cedo demais.
Agora, os serviços eléctricos públicos e privados da Califórnia já estão praticamente a alcançar o objectivo para 2020 de 33% de renováveis. Em vez disso, estes objetivos foram revistos para alcançar a meta de 2030 – 50% de renováveis - até 2020. Isso sem sequer contar os aproximadamente 13% derivados de grandes hidroelétricas, nem energia nuclear importada.
Em um Sábado de Maio a energia renovável representou 42% do consumo da rede da Califórnia, 67% se incluirmos as grandes hidroelétricas.
A Califórnia mostrou que é possível aumentar o PIB ao reduzir a pegada de carbono. Os californianos reconhecem – mesmo mais de 50% dos republicanos – que os combustíveis fósseis que a Califórnia vem extraindo, queimando e vendendo também, estão a destruir o futuro. Há uma compreensão de que os humanos esperaram muito e que os efeitos – incluindo incêndios violentos e secas na Califórnia – já estão em andamento e apenas pioram.
Políticas federais
As políticas federais e estaduais permitiram um crescimento rápido de energia solar, eólica, hidroelétrica e geotérmica. Agora, a administração Trump e a legislatura republicana em Washington, DC fazem os possíveis para sustentar os combustíveis sujos, em vez disso. Desde ameaças aos subsídios existentes até à destruição de monumentos naturais nativos americanos para exploração de urânio, petróleo, gás e carvão, até considerar tarifas de importação de painéis solares.
No entanto, existem muitos estados conservadores de Idaho ao Texas que beneficiam da energia eólica, por exemplo. Além disso, o custo do ciclo de vida do vento e da energia solar caiu tanto em menos de 10 anos até se tornaram competitivos com os combustíveis fósseis. Trump pode ser má notícia para o meio ambiente, mas os seus até 8 anos de políticas não alteram a matemática de investimentos de longo prazo para o combustível fóssil.
Uma excepção que permanece, em um ambiente anti-nuclear, é o gás natural – ainda abundante – que fornece a carga básica para compensar a variabilidade do vento e da energia solar. Pode ser mais limpo, mas as fugas podem libertar quantidades rápidas de metano e as faltas ameaçam a estabilidade da rede.
Para aproximar-se de 100%, a Califórnia está a explorar a regionalização, fazendo o planeamento da transmissão de energia conjuntamente com vários estados ocidentais, de Baja Califórnia até ao Sudoeste do Canadá. Quando há excesso de recursos renováveis numa área, estes podem ser usados noutro lugar.
Há também pesquisas sobre tecnologias de armazenamento de energia, com a esperança de que o preço caia. Com essas e outras inovações, os líderes da Califórnia acreditam que vão alcançar emissões de gases de efeito estufa negligenciáveis até 2045, junto com transportes eléctricos e a hidrogênio.
Fonte: Jornal Tornado
Nenhum comentário:
Postar um comentário