Segundo a CCEE, deságio representará uma economia de R$ 6,8 bilhões para os consumidores ao longo da duração dos contratos.
O leilão de energia A-4 realizado pelo governo federal nesta segunda-feira (18) fechou a contratação de 674,5 megawatts em novas usinas de geração, com predomínio dos empreendimentos solares, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela operacionalização da concorrência.
Houve um deságio de 54,65% em relação aos preços-teto estabelecidos para a concorrência, segundo a CCEE, o que representará uma economia de R$ 6,8 bilhões para os consumidores de eletricidade ao longo da duração dos contratos.
A queda nos valores é atribuída principalmente à forte concorrência entre os investidores para viabilizar seus projetos em um cenário de baixa demanda, diante da atual situação econômica do país.
"O preço a gente imaginou que fosse desabar, e realmente desabou para as eólicas e solares", disse à Reuters a diretora da consultoria Thymos Energia, Thais Prandini.
Dessa forma, a quantidade de usinas contratadas foi baixa perto da média histórica nessas licitações.
As usinas que venceram a disputa terão até janeiro de 2021 para iniciar a operação, e, segundo a consultora, deverá haver uma demanda maior em um segundo leilão agendado para quarta-feira, o chamado "A-6", que contratará empreendimentos para geração a partir de 2023.
"O governo priorizou a contratação de usinas solares. Sem dúvida no próximo leilão as eólicas vão ter maior espaço e o leilão vai ser maior. A contratação foi baixa, mas por causa da demanda das distribuidoras", afirmou.
Mostrando-se mais competitivas diante dos preços estipulados pelo governo para fornecimento em quatro anos, as usinas solares fotovoltaicas responderam por 574 megawatts em potência (ou 790,6 megawatts-pico), quase 85% do total contratado.
Em seguida, vieram as usinas eólicas, com 64 megawatts, plantas à biomassa, com 25 megawatts, e pequenas hidrelétricas, com 11,5 megawatts.
O preço médio do leilão foi de R$ 144,51 por megawatt-hora, e entre as empresas vencedoras aparecem a AES Tietê, da norte-americana AES, e a Enel Green Power, do grupo italiano Enel, que viabilizaram empreendimentos solares, além da francesa Voltalia, a única a vencer com usinas eólicas.
Os empreendimentos contratados deverão demandar investimentos de cerca de R$ 4,3 bilhões, segundo a CCEE, dos quais R$ 3,85 bilhões em usinas solares e cerca de R$ 357 milhões em eólicas.
Resultados
O preço médio final do leilão para as usinas eólicas foi de R$ 108 por megawatt-hora, contra um teto de 276 reais estabelecido para a disputa (deságio de 61%), enquanto as solares registraram preço médio de R$ 145,68 por megawatt-hora, ante preço inicial de R$ 329 (deságio de 55,7%).
Os empreendimentos contratados no leilão serão construídos no Piauí (8 usinas), Pernambuco (5 usinas), Bahia (4 usinas), São Paulo (3 usinas), Rio Grande do Norte (2 usinas) e Mato Grosso, Espírito Santo e Goiás (1 usina), segundo a CCEE.
Entre as distribuidoras de energia, que participam no certame como compradoras para atender à demanda de seus clientes, estiveram presentes a CEA, do Amapá, e empresas da Eletrobras responsáveis pelo fornecimento no Alagoas e no Piauí.
Também foram compradoras no leilão a Coelba e a Elektro, da Neoenergia, a Copel-D, da paranaense Copel, e a EDP Espírito Santo, da EDP Energias do Brasil.
Fonte: G1
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