Escolas públicas economizam energia e ajudam a preservar a natureza com placas solares no RS

Empresa investigada pelo Ministério Público em Rio Grande por contaminação do solo durante uma obra criou um projeto de compensação ambiental. Ideia da prefeitura é implantar o sistema nas outras 72 escolas do município.

Duas escolas de Rio Grande foram beneficiadas com placas solares (Foto: Reprodução/RBS TV)

Duas escolas de Rio Grande, no Sul do estado, estão economizando energia e ajudando a preservar a natureza com o uso de placas solares. A partir desses dois exemplos, a prefeitura pretende implantar o sistema nas outras 72 escolas do município. O Rio Grande do Sul é o terceiro estado do país onde mais se usa energia solar.

A Escola de Educação Infantil Débora Sayão e a de Ensino Fundamental Eliézer Rios passaram a utilizar o sistema porque uma empresa investigada pelo Ministério Público por contaminação do solo durante uma obra, criou um projeto de compensação ambiental. O investimento foi de cerca de R$ 90 mil.

Por meio de um medidor, é possível ter uma ideia da economia nas escolas. Em apenas cinco dias de uso, por exemplo, os quilowatts gerados poderiam cobrir 165 banhos de chuveiro e manter nove geladeiras.

Com as placas, o município passa de consumidor para produtor de energia.

“Ele produz um excedente, e esse excedente vai para a concessionária, fica registrado isso em um medidor, em um relógio, e fica disponível para créditos energéticos para serem abatidos em outros períodos. À noite, por exemplo, quando não tem o sol ou em períodos de maior pico”, diz Alex Chagas, diretor da Inove Energias Renováveis.

Uma proposta de financiamento já foi entregue ao Banco do Brasil pela Prefeitura de Rio Grande para a instalação de uma usina municipal de energia solar. A produção estimada é de 90 mil quilowatts hora por mês. Com um investimento de quase R$ 5 milhões, a ideia é gerar uma economia de R$ 600 mil por ano nas escolas.

“Redução do consumo de energia, redução da conta de energia elétrica. É a experiência pedagógica com as crianças e mostrar que sustentabilidade pode, sim, se fazer com práticas bem simples, bem específicas, demonstrando para elas como que a energia do sol é tão vital para a vida como um todo, mas também para manter as nossas escolas, nossos prédios em funcionamento”, comenta o secretário de Educação André Lemes.

Alunos de escolas com placas solares em Rio Grande fazem maquete (Foto: Reprodução/RBS TV)

Em uma das escolas beneficiadas, as placas foram instaladas um pouco antes do início do ano letivo. E o assunto começou a ser tratado dentro de sala de aula, com vídeos e explicações dos professores. Até uma maquete foi construída pelos alunos para mostrar, na prática, a importância da energia solar.

“Então, além do que a gente passa, a gente consegue ver que eles têm também uma visão crítica do que eles estão aprendendo. E quando a gente vê que eles conseguem construir mais do que a gente realmente está tentando passar, a gente vê que está no caminho certo”, vibra a diretora Josiane Satt.

“Acho que seria bom se a gente pudesse usar, todo mundo, a energia solar, porque não ia poluir o mundo”, diz o aluno Felipe Correa, de 10 anos. Da mesma idade, Sabrina de Ávila também tem uma opinião sobre o tema: “A natureza agradece e a gente usa! E como essa energia solar não vai acabar tão rápido, e o carvão e o petróleo podem acabar a qualquer instante, é melhor!

No Vale do Rio Pardo, também foram instaladas placas solares na Escola Estadual Augusto Hannemann, no interior da cidade de Vera Cruz. Neste caso, o projeto faz parte do promraga do governo estadual Escola Melhor, Sociedade melhor.

Somente no ano passado, a instituição, que tem 192 alunos, gastou quase R$ 10 mil em energia elétrica. Com as placas, a escola espera reduzir 90% no valor da conta.

“O estado vai investir esse valor na contratação de um profissional para atuar dentro da sala de informática. Os professores vão ter um profissional que vai ajudar eles nas aulas, e nós também esperamos abrir cursos para pessoas da comunidade”, salienta a diretora Rosane Marli Petry.

Fonte: G1

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