EDP Renováveis, Eneva e EDF dominam contratação em leilão de energia A-6

Estrangeiras como EDP Renováveis, da portuguesa EDP, e as francesas EDF e Voltalia, além de empresas locais como Eneva, Casa dos Ventos e Copel destacaram-se entre os vencedores de leilão do governo na sexta-feira para contratar novas usinas de geração, segundo a consultoria ePower-Bay e a Câmara de Comercialização da Energia Elétrica (CCEE).

O chamado certame A-6 fechou a contratação de 2,1 gigawatts em empreendimentos, que devem demandar investimentos de cerca de 7,7 bilhões de reais até 2024, quando os projetos precisarão entrar em operação.

As usinas contratadas assinam contratos de 20 a 30 anos de duração com distribuidoras de energia locais, com os acordos mais longos válidos para as hidrelétricas e os mais curtos para projetos eólicos --térmicas assinam contratos de 25 anos.

A EDP Renováveis foi a elétrica que viabilizou a maior capacidade no leilão, com cerca de 430 megawatts em usinas eólicas a serem implementadas no Rio Grande do Norte, em dois complexos. Em um dos empreendimentos, o parque Monte Verde, de cerca de 253 megawatts, a empresa tem como sócia a Gestamp Eólica Brasil, segundo a CCEE.

Já a Eneva, que tem como principais acionistas o BTG Pactual, a Cambuhy Investimentos, a alemã E.ON e o Itaú Unibanco, conseguiu negociar a produção futura de um projeto de fechamento do ciclo de sua termelétrica Parnaíba 1, com 363 megawatts, que deverá demandar 1,2 bilhão de reais, segundo comunicado da empresa.

Em terceiro lugar entre os grupos que viabilizaram mais projetos (em capacidade) ficou a francesa EDF, com cerca de 277 megawatts em eólicas na Bahia, segundo a e-Power Bay.

Juntas, Eneva, EDP Renováveis e EDF responderam por cerca de metade da contratação do certame, com aproximadamente 1 gigawatt em capacidade.

A e-Power Bay apontou ainda como importantes vencedoras da licitação a brasileira Casa dos Ventos, com 206 megawatts eólicos na Bahia e no Rio Grande do Norte, a também francesa Voltalia, com 115,6 megawatts em eólicas no Rio Grande do Norte, e a CPFL Renováveis, da CPFL, controlada pela chinesa State Grid, com uma eólica de 70 megawatts no Rio Grande do Norte e uma pequena hidrelétrica de 28 megawatts no Paraná.

Segundo a empresa, ainda obtiveram contratos no leilão a Rio Energy, do fundo norte-americano Denham Capital, com cerca de 85 megawatts em eólicas na Bahia; e a Enerfin, do grupo espanhol Elecnor, com 69,3 megawatts em eólicas no Rio Grande do Norte.

Já a estatal paranaense Copel conseguiu vender a produção da pequena hidrelétrica Bela Vista, no Paraná, que terá 29 megawatts em capacidade instalada. Em comunicado, a companhia disse que o empreendimento deverá receber investimento de 200 milhões de reais.

O leilão ainda teve a venda da produção da hidrelétrica de Baixo Iguaçu, que tem como principal acionista a Neoenergia. A usina, que já tinha sido outorgada em um leilão anterior e terá uma capacidade instalada de 350 megawatts, negociou 171,3 megawatts em energia.

RESULTADOS POR FONTE

As usinas eólicas responderam por quase 60 por cento da capacidade contratada no leilão A-6, com 1,25 gigawatt, e tiveram ainda o menor preço da concorrência --em média 90,45 reais por megawatt-hora, deságio de cerca de 60 por cento ante o teto estabelecido para a fonte, de 227 reais.

Já as usinas a gás, que foram 17,3 por cento da contratação, apenas com o projeto da Eneva, tiveram preço de 179,98 reais por megawatt-hora, desconto de 41,6 por cento frente ao teto de 308 reais para termelétricas.

O leilão contratou ainda cerca de 22 por cento da capacidade em hidrelétricas e 1,36 por cento em usinas movidas a biomassa.

Fonte: ANEEL/Terra

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