Uma usina virtual de energia barata

Picos de energia e blecautes acontecem todos os anos, especialmente no verão, em vários lugares. Por isso, alguns países, não coincidentemente os mais desenvolvidos, se preparam para este tipo de situação. Isto acontece por meio de programas de resposta à demanda ("demand response programs"). 

Várias concessionárias tem programas deste tipo nos EUA e na Europa.

Programas de resposta à demanda combatem eficaz e economicamente o risco de apagão nos momentos de maior consumo de energia

Mas na prática o que muda?

Bem, ao invés de desligar uma carga qualquer, a ideia é desligar uma carga previamente escolhida, normalmente de um grande consumidor, que possa ser desligada se houver planejamento adequado. Para isso, os consumidores se inscrevem voluntariamente no programa, informando a sua capacidade (disponibilidade) de desligamento no momento do pico. Cada desligamento é visto como uma "usina virtual", e portanto, é remunerado como uma usina real: pela disponibilidade, e pela operação.

Ou seja: num programa de resposta à demanda, as concessionárias pagam por consumidores que se dispõem a desligar suas cargas. Pagam pela simples participação no programa, mesmo que não seja necessário nenhum desligamento (pagamento por disponibilidade). E pagam um outro montante, pela operação (pelos volume de kWh desligado).

Qual o benefício disso?

Todo mundo ganha. Ganha a população, que tem o risco de apagões diminuído sensivelmente. Ganha a concessionária, que não tem sua imagem manchada por eventos desse tipo. Ganha o governo, pelo mesmo motivo. E ganha o consumidor que participa do programa, ao acrescentar uma receita adicional ao seu balanço.

Atualmente, há um programa experimental de resposta a demanda em andamento, conduzido pela Aneel em parceria com a Abrace. Vamos torcer pra experiência poder ser estendida a todos.

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