O Nordeste é responsável por 85% da produção de energia eólica do Brasil. São cerca de 440 parques eólicos que necessitam de ventos constantes para a geração de energia. Será que a meteorologia teria alguma explicação para isso?
O Nordeste é responsável por 85% da produção de energia eólica do Brasil.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) mostra que o Nordeste é responsável por 85% do total de geração de eletricidade por meio de ventos. O Brasil possui em torno de 534 parques eólicos espalhados pelo território, e destes mais de 430 estão justamente posicionados sobre a região nordestina.
Os investimentos em energia eólica no país crescem como uma “intensa brisa do mar”, no ano de 2017 o Brasil passou o Canadá no ranking mundial de capacidade instalada da Global Wind Energy (GWEC) e agora ocupa o 8º lugar. A liderança mundial ainda está com a China.
Mais dados chamam a atenção para o Brasil, segundo um levantamento feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), tivemos um crescimento de 24% em julho de 2018 em relação ao mesmo mês no ano passado.
Geração de energia eólica no país mostra crescimento.
O estado do Rio Grande do Norte é o campeão em número de parques instalados, possui um total de 137, logo em seguida vem o estado da Bahia com 111 parques e em terceiro lugar temos o Ceará com 80 parques. De um total de 534 parques eólicos segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que representa 8,5% da matriz energética brasileira.
Com esses dados é possível concluir que o Nordeste é um polo promissor na geração de energia eólica, será que a meteorologia pode explicar o porquê isso?
“Safra de ventos brasileira”
O período entre os meses de agosto e setembro é conhecido como “safra de ventos”, isso porque o vento se torna ainda mais forte e constante nesta época do ano. Por isso, nestes meses é comum termos os recordes anuais de produção.
Exatamente neste período, temos a intensificação de sistemas de alta pressão transientes ou semi-permanentes sobre o oceano Atlântico Sul. Isso faz com que a borda desses sistemas também se intensifique e siga soprando ventos do mar em direção à região costeira nordestina. Isso potencializa a produção energética.
Sobre o litoral norte do Nordeste, a intensificação dos ventos alísios também contribui para a geração de energia eólica, não é a toa que o Ceará é o terceiro no ranking de número de parques.
Um potencial ainda a ser explorado
Com os sistemas meteorológicos auxiliando na produção de ventos, o Nordeste já se mostrou uma região com um enorme potencial a ser explorado. Por mais que já tenhamos muitos parques eólicos instalados por lá, a matriz energética brasileira ainda é a hidrelétrica, que em muitos casos sofre com a irregularidade da chuva. O segundo lugar na produção de energia no Brasil ainda é das termelétricas que poluem muito no processo de queima de combustível.
Estimativas da ANEEL indicam que até o ano de 2022 a capacidade instalada de produção de energia eólica do país salte para um total de 17,6 GW. Vamos aguardar os próximos leilões de empreendimentos.
Fonte: tempo.com
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