A potencialidade do Estado para as energias renováveis foi mostrada, mais uma vez, em estudo. O Atlas Solar do Rio Grande do Sul apontou que, excluídas as áreas de restrição, apenas 2,1% das terras aptas não urbanas em projetos de usinas solares centralizadas seriam capaz de suprir toda a demanda energética do Estado em 2016.
Nesse espaço, seria possível instalar uma potência de 23 GW de energia fotovoltaica e produzir, anualmente, cerca de 34TWh de eletricidade.
O número é equivalente à média do consumo gaúcho de energia elétrica registrada nos últimos sete anos, incluindo perdas do sistema.
A pesquisa foi realizada a partir de dados de modelo numérico atmosférico específico para mapeamento solar, validados pelas informações obtidas de 33 estações terrestres automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em solo gaúcho.
O mapeamento é uma iniciativa do governo do Estado, através da Secretaria de Minas e Energia, em parceria com empresas do setor privado e as universidades Ufrgs, Pucrs e Uergs.
O maior potencial fotovoltaico médio por mesorregiões foi constatado na Campanha gaúcha, com produtividade média diária de 4,2 kWh/kWp, uma vez que a área conta com as maiores incidências de radiação e amplas áreas viáveis para a instalação de painéis.
O Noroeste também apresenta avaliação semelhante, embora a intensa atividade agrícola limite os espaços disponíveis a sistemas de aproveitamento solar e deixe a região atrás do Oeste do Estado.
Em partes menos favorecidas em incidência, como a Região Metropolitana de Porto Alegre, ainda assim, a produtividade média apresenta valor superior aos registrados em alguns países europeus, como a Alemanha.
A secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, durante a apresentação do Estudo, enfatizou que os resultados têm potencial de atrair empreendedores que querem investir nesse tipo de energia, além de balizar políticas públicas, assim como agiram os Atlas Eólico e da Biomassa, apresentados em 2014 e 2016, respectivamente.
“Conseguimos, com este estudo, até mesmo mostrar o grau de curvatura de instalação para cada região a partir de georreferenciamento”, disse, ao exemplificar o alcance da pesquisa.
Com o cruzamento de informações do atlas eólico com o fotovoltaico também foi constatado alto potencial de integração entre os dois tipos de produção de energia no Estado, em especial nas microrregiões de Osório, Jaguarão e litoral lagunar, que concentram 50% das áreas aptas à instalação de projetos híbridos.
O levantamento sugere, inclusive, que o aproveitamento da infraestrutura elétrica dos parques eólicos hoje consolidados possam favorecer empreendimentos solares em seu entorno.
O atlas solarimétrico ainda deve estimular, segundo Susana, a geração distribuída (produção de eletricidade no local de consumo, com a possibilidade de jogar o excedente na rede elétrica e usufruir de créditos para abater na conta de luz).
A secretária lembrou que o Rio Grande do Sul é o segundo estado em unidades instaladas, perdendo apenas para Minas Gerais.
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