A Alemanha quer derrubar os obstáculos aos investimentos nos mercados africanos. Angela Merkel diz que o potencial é grande. Entretanto, a chanceler anunciou o envio de 70 milhões de vacinas da Covid-19.
"O potencial de mercado é grande e é preciso aproveitá-lo melhor", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, esta sexta-feira (27.08), durante uma conferência em Berlim da "Compact with Africa", uma iniciativa no âmbito do G20 para promover os investimentos privados no continente africano.
Segundo Angela Merkel, na maior parte dos 12 países abrangidos pela iniciativa, o ambiente de negócios melhorou. Mas Merkel garante que é possível fazer mais.
"Continuamos a pensar em formas de derrubar os obstáculos que ainda existem para o comércio e investimento", afirmou a chanceler. "Temos boas razões para olhar com confiança para o futuro, com um foco especial nos investimentos nas energias renováveis. A expansão deste setor é extremamente importante para alcançarmos os objetivos climáticos globais."
A chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes europeus e africanos durante a conferência "Compact with Africa", em Berlim
Berlim lançou a iniciativa "Compact with Africa" em 2017, durante a presidência alemã do G20. Na iniciativa participam o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Guiné-Conacri, Egito, Etiópia, Marrocos, Ruanda, Senegal, Togo e Tunísia.
Em declarações à DW, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, saudou a iniciativa. "África precisa de investimentos para se desenvolver", frisou.
Segundo Mahamat, isso é particularmente importante em tempos de pandemia: "África precisa de investimentos em paz e segurança. Como o resto do mundo, o continente foi afetado pela terrível pandemia da Covid-19. A questão das vacinas, da produção de vacinas em África, também é uma prioridade para o continente".
BioNTech quer produzir em África em 2022
A farmacêutica alemã BioNTech anunciou esta sexta-feira que, "no ano que vem", quer passar a produzir vacinas com RNA mensageiro (mRNA) no Ruanda e no Senegal.
Um dos objetivos é "apoiar o fornecimento de vacinas aos Estados-membros da UA", explicou a empresa em comunicado.
A BioNTech prevê instalar fábricas para produzir as vacinas mRNA contra a malária e a tuberculose que está a desenvolver. Atualmente, 99% das vacinas utilizadas em África têm de ser importadas.
O Presidente ruandês, Paul Kagame, aplaudiu a iniciativa, tal como o Presidente senegalês, Macky Sall, que disse que este é um "dia histórico na luta pelo acesso às vacinas".
A chanceler Angela Merkel anunciou que, ainda este ano, a Alemanha deverá enviar até 70 milhões de doses da vacina da Covid-19 para países africanos.
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