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Aumentam fontes de biomassa para energia


A biomassa para produção de energia corresponde a 8,81% de potência na matriz energética brasileira. O eucalipto, por seu potencial e grande quantidade de produção por área, é uma das plantas que se destacam nesse setor. O pesquisador Erich Schaitza, da Embrapa Florestas, comenta que a biomassa florestal é muito importante no Brasil, seja de eucalipto, pinus, bracatinga ou acácia ou ainda lenha explorada e florestas naturais. “O eucalipto, especificamente, é muito usado e é talvez a principal madeira utilizada como biomassa para energia. Eucaliptos alimentam uma indústria muito forte de carvão vegetal e o carvão, por sua vez, é usado industrialmente em siderurgia e outras áreas.” Ele comenta que há um consumo agrícola muito grande de energia para geração de calor usado na secagem de produtos agrícolas, no aquecimento de aves ou na geração de vapor e calor para processos industriais.

Além disso, a madeira também é utilizada para gerar energia elétrica, ou calor e energia elétrica. “Quase todas as indústrias de celulose e papel usam a madeira de eucalipto ou pinus para a produção de papel, mas aproveitam resíduos, na forma de lixívia ou sobras como casca e finos, para produzir energia elétrica. Outras indústrias de madeira, como serrarias, também usam seus resíduos para gerar energia”, diz Schaitza. Em regiões de produção madeireira tradicional, onde há polos de processamento mecânico de madeira, há um comércio intenso de resíduos industriais, como cavacos, costaneiras, casca e outros que são usados para a geração de energia.

O pesquisador ressalta que a cultura do eucalipto, se bem manejada, pode não só produzir energia, mas também prover serviços ambientais importantes. “Já passamos da fase de substituir florestas nativas por plantios florestais de eucalipto ou outra espécie.” Segundo ele, se compararmos as florestas de eucalipto com agricultura, elas levam vantagens em vários aspectos ambientais: mantém um estoque de carbono na área ocupada muito maior do que o que teríamos em agricultura ou pecuária, são boas para a produção de água, servem como corredores biológicos e abrigam muito mais vida do que lavouras, são bons agentes de controle de erosão e usam muito poucos defensivos agrícolas.

Florestas energéticas

Conforme esclarece Schaitza, há algum tempo se fala de florestas energéticas e florestas energéticas de eucalipto. “O eucalipto é uma das árvores que crescem mais rápido no mundo, produzindo muita biomassa por unidade de área. Com isso, tem um potencial muito grande de ser plantado para a geração de energia também.” Como exemplo, aponta a Down Química, indústria química instalada na Bahia que se associou a ERB para produzir energia para sua fábrica e também para a rede. Outro exemplo é a nova fábrica da Klabin, conhecida como projeto Puma, com capacidade de produzir 270MW a partir de resíduos de madeira de pinus, eucaliptus e de licor negro. Ela gera calor e eletricidade para seus processos industriais e vende energia elétrica para o mercado. Minas Gerais é o lugar onde mais se produz energia com eucaliptos, principalmente para produção de carvão para siderurgia.

Com as mudanças e avanços, há tecnologias para se produzir energia em quase toda a escala e há uma oportunidade grande de se integrar a geração de energia a produção dos mais diversos produtos.

O Brasil, seguindo uma tendência mundial, tem voltado os olhos para as energias renováveis, que teve sua produção ainda mais estimulada após as COP 21 e 23. “Hoje estamos entrando na era (ou deveríamos estar) das energias renováveis. Energias com um balanço de carbono neutro ou baixo. Apesar de ser líder na geração de energia limpa, apenas 40% da nossa matriz energética é renovável. Apesar de vários grupos de pesquisa estarem desenvolvendo tecnologias para uso de madeira como biocombustíveis, a biomassa de cana e o diesel de óleo de soja são as estrelas nesse segmento, com potencial para aumentar sua participação caso haja condições econômicas para tal”, ressalta Schaitza. Se olharmos energia elétrica, 75% é renovável. Olhando energia em geral, os 60% não renováveis são representados principalmente por derivados de petróleo e, em menor escala, gás e carvão – a maior parte é óleo diesel e gasolina.

No caso da energia elétrica, os 25% não renováveis são representados principalmente por gás e carvão, e a madeira pode substituí-los quase que totalmente. Schaitza entende que, “se quiséssemos, poderíamos ter todas as termoelétricas nacionais tocadas a biomassa, com uma grande participação da madeira. É claro que existem restrições econômicas para tal e nem sempre produzir com biomassa de madeira é uma alternativa economicamente viável”.

Diferenciais

A produção de energia elétrica a partir de biomassa tem algumas vantagens. A primeira é que pode gerar desenvolvimento rural local, com produção de madeira por produtores próximos às usinas. A segunda é que a energia da biomassa é plenamente despachável, enquanto as energias solares e eólicas não são. “A energia térmica de biomassa não é melhor que a solar ou a eólica, mas há espaço para todas. A energia de biomassa poderia muito bem substituir nossas usinas térmicas movidas a gás e carvão, geradoras de gases de efeito estufa”, aponta Schaitza.

Com relação ao questionamento sobre a viabilidade em investir em florestas energéticas, Schaitza considera que é difícil comentar, já que deve-se observar os casos específicos. Ele entende que, em princípio, vale a pena investir em florestas se houver perspectiva de vendê-las para um cliente, seja uma fábrica de celulose, uma serraria ou uma usina termoelétrica, e se esses clientes pagarem um preço justo pela floresta. “Fiz uma análise econômica de um sistema de produção de energia elétrica e o custo da madeira não era o principal fator restritivo da produção. O custo específico de uma usina e seu fator de capacidade é mais importante do que o custo da matéria-prima biomassa. Isso quer dizer que, se tivermos sistemas industriais eficientes e baratos, podemos pagar bem a madeira e aí o negócio vale a pena.”

Tecnologias

Algumas tecnologias são disponíveis para a geração de energia a partir da madeira. A principal delas é a combustão, nas suas diferentes formas, como queima direta, pirólise rápida e lenta e gaseificação. Para a geração de energia elétrica, o mais comum é esquentar vapor em uma caldeira e então gerar energia em uma turbina movida a vapor. “No entanto, novas tecnologias, como a gaseificação, onde se gera um gás para mover motores e turbinas, estão aparecendo e com o tempo se tornarão comuns”, acredita Schaitza. A Embrapa desenvolveu um software voltado para simulação de produções de eucalipto em diferentes condições e verificação de quanto se vai produzir, o SisEucalipto. Se houver informações econômicas de custos de produção e de preços de venda regionais, ele pode ser associado a uma ferramenta de análise de investimento, o Planin, e com isso as pessoas podem fazer suas simulações e cálculos. Os dois programas são gratuitos e disponibilizados para download no site da empresa.

Canal-Jornal da Bioenergia

Pesquisa testa o uso de nióbio como catalisador em célula a combustível


O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, concentrando aproximadamente 98% das reservas ativas do planeta. Utilizado na composição de ligas metálicas, principalmente de aço de alta resistência, esse elemento químico tem um espectro de aplicações tecnológicas quase ilimitado, que vai de telefones celulares a turbinas de aviões. Mas praticamente toda a produção brasileira é destinada à exportação, na forma de commodity.

Outra substância de que o país dispõe em grande quantidade, mas pouco usa, é o glicerol, um subproduto de reações de saponificação de óleos ou gorduras na indústria de sabões e detergentes ou de reações de transesterificação na indústria de biodiesel. Neste caso, a situação é até pior, porque o glicerol é, muitas vezes, tratado como rejeito, de difícil descarte.

Um estudo realizado na Universidade Federal do ABC (UFABC) juntou o nióbio e o glicerol em uma solução tecnológica promissora: a produção de células a combustível. A pesquisa foi publicada como matéria de capa pela revista ChemElectroChem: Niobium enhances electrocatalytic Pd activity in alkaline direct glycerol fuel cells.

“Em princípio, a célula funcionará como uma pilha, alimentada por glicerol, para recarregar pequenos dispositivos eletrônicos, como telefones celulares ou laptops, podendo ser usada em regiões onde não há linha de transmissão elétrica. Depois, a tecnologia poderá ser adaptada para fornecer energia elétrica a automóveis e até a pequenas residências. Não há limites para aplicações no longo prazo”, disse à Agência FAPESP o químico Felipe de Moura Souza, primeiro autor do artigo. Souza é tem bolsa da FAPESP na modalidade Doutorado Direto.

A célula converte em energia elétrica a energia química da reação de oxidação do glicerol [C3H8O3] no ânodo e de redução do oxigênio [O2] do ar no cátodo, resultando, na operação completa, gás carbônico e água [veja, na figura, a representação esquemática do processo]. A reação total é C3H8O3 (líquido) + 7/2 O2 (gasoso) → 3 CO2 (gasoso) + 4 H2O (líquido).

“O nióbio [Nb] entra no processo como um cocatalisador, coadjuvando a ação do paládio [Pd], utilizado como ânodo na célula a combustível. A adição do nióbio possibilita reduzir pela metade a quantidade de paládio, barateando o custo da célula. Ao mesmo tempo, aumenta expressivamente sua potência. Mas sua principal contribuição é diminuir o envenenamento eletrocatalítico do paládio, resultante da oxidação de intermediários fortemente adsorvidos como o monóxido de carbono, no funcionamento de longa duração da célula”, explicou Mauro Coelho dos Santos, professor da UFABC, orientador do doutorado direto de Souza e coordenador do estudo em pauta.

Do ponto de vista ambiental, que mais do que nunca deve ser um critério determinante nas escolhas tecnológicas, a célula a combustível alimentada por glicerol é considerada uma solução virtuosa, por poder substituir motores a combustão baseados em combustível fósseis.

Além de Souza e Santos, o estudo teve a participação de Paula Böhnstedt, apoiada pela FAPESP com bolsa de iniciação científica, de Victor dos Santos Pinheiro, apoiado pela FAPESP com bolsa de doutorado , de Edson Carvalho da Paz, de Luanna Silveira Parreira, apoiada pela FAPESP com bolsa de pós-doutorado e de Bruno Lemos Batista, apoiado pela FAPESP com Auxílio a Jovens Pesquisadores.

O artigo Niobium enhances electrocatalytic Pd activity in alkaline direct glycerol fuel cells pode ser acessado em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/celc.201901254. Agência Fapesp

Espanha diz adeus ao imposto ao sol e ola ao autoconsumo partilhado

Espanha liberta-se do famoso imposto ao Sol, imposto que foi ridicularizado por alguns países Europeus.


Após 3 anos do Real Decreto 900_2015_11_nov_2015 no qual o Governo da altura criou o imposto que aplicou aos utilizadores de sistemas de autoconsumo de Espanha, a ministra de transição ecológica Teresa Ribera, acaba de anunciar através de um comunicado de imprensa que o Governo abandonou um dos impostos mais impopulares de sempre do setor energético.

O anúncio de Teresa Ribera faz parte de um conjunto de medidas que foram aprovadas com carácter de urgência com o objetivo de tornar o preço da eletricidade em Espanha mais econômico, e foram anunciadas no Decreto Lei de medidas urgentes.

Com este decreto lei o governo Espanhol pretende reorientar a política energética do país, porque é impossível continuar com preços de eletricidade previsíveis, informou Teresa Ribera.

Simultaneamente à eliminação do “imposto ao sol”, a ministra Teresa Ribera anunciou também a simplificação dos entraves à possibilidade da implementação de sistemas de autoconsumo partilhados. Este anuncio é relevante uma vez que 65% dos Espanhóis vive atualmente em entornos urbanos.

“Acreditamos que devemos minimizar o sistema burocrático associado às instalações de autoconsumo”, anunciou a ministra Teresa Ribas, “… a partir deste momento existe o direito de autoconsumir sem impostos associados e adicionamos o princípio de simplificação administrativa e técnica para as pequenas instalações de autoconsumo”.

Segundo o ministério da Transição Ecológica, o novo regulamento é baseado em 3 pilares fundamentais:
  1. É simplificada a burocracia associada aos projetos de autoconsumo;
  2. É reconhecido o direito ao autoconsumo partilhado por vários consumidores, o que permite aproveitar economias em grande escala;
  3. É reconhecido o direito a autoconsumir energia elétrica proveniente de fontes renováveis sem impostos nem outros encargos;

É assim derrubado o “imposto ao Sol” que incidia sobre a energia produzida através de uma instalação de autoconsumo.

O Governo Espanhol aprovou o Decreto de Medidas Urgentes com o principal objetivo de reduzir o preço da eletricidade para os consumidores.

O desenvolvimento do autoconsumo em Espanha garante aos consumidores o acesso a alternativas mais econômicas e mais benéficas para o meio ambiente, e contribui assim para reduzir as necessidades da rede elétrica nacional e aumenta a independência energética de Espanha.

Em simultâneo contribui para reduzir as emissões de gases com efeito estufa, além de ser uma atividade comercial que gera empregos relacionados com a transição ecológica como foi já demonstrado em outros países Europeus.

Florestas energéticas são alternativas limpas e renováveis

Foto: Divulgação John Deere

Desde os primórdios, o homem queimava as florestas para obter calor e energia. E nos tempos atuais, a combustão ainda é fonte de energia. Na matriz energética brasileira, por exemplo, a queima de biomassa e de carvão mineral representa 10,5%, isso é 18.039 Megawatt (MW) da energia consumida no Brasil.

Uma das principais fontes desta energia são as florestas energéticas, em especial de pinos – mais comum no Sul do país- e de eucaliptos no restante do país. De acordo com um estudo do Instituto de Bioenergia e Meio Ambiente (IEMA) é possível produzir energia elétrica a partir da biomassa de eucalipto suficiente para reduzir em um quinto as emissões do sistema interligado nacional (SIN).

Segundo Vinicius de Sousa, pesquisador no IEMA, a capacidade instalada das florestas energéticas corresponde em aproximadamente 0,3% da matriz elétrica nacional. Projeções do IEMA indicam que essa fonte teria potencial para chegar a 5,6% em 2030 caso sua contratação em leilões fosse ampliada e ela fosse usada para substituir térmicas a carvão ao fim de seus contratos. “Contudo, ainda seria necessário avaliar aspectos territoriais, ambientais e sociais mais profundamente antes de tomar essa decisão,” pontua.

Para propiciar alternativas de energias renováveis que compensam a intermitência das energias eólicas e solares, foi realizado pelo IEMA o estudo “Florestas Energéticas: potencial da biomassa dedicada no Brasil”. O objetivo foi avaliar o potencial de aumento da participação de biomassa de madeira na matriz elétrica do Brasil, tendo em vista as necessidades do setor elétrico e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira no âmbito do Acordo de Paris. “Nesse sentido, o eucalipto foi selecionado devido à experiência nacional com o seu cultivo para reflorestamento”, pontua Sousa. No documento de 2015, o Brasil se comprometeu reduzir as emissões de gases estufa em 37% em relação aos níveis de 2005 considerando toda a sua economia.

Ainda provou que o potencial da biomassa de eucalipto é expressivo. Em um cenário mais ambicioso, as projeções mostraram que com a restauração de florestas para produção de biomassa chegaria a 6,3 milhões de hectares. Só isso garantiria 52,8% da meta brasileira no Acordo de Paris. Dentro de boas práticas de manejo florestal, 1,6 milhões de hectares seriam mantidos como áreas de reserva legal. Essa floresta plantada teria um estoque de carbono equivalente a 17 vezes as emissões totais do SIN, sem considerar as áreas de reserva legal.

Assim, no estudo estimou-se que a biomassa de eucalipto poderia evitar um quinto das emissões do SIN em 2030 considerando que cada unidade de energia gerada por essa fonte evitaria – por apresentar fator de emissão nulo -uma quantidade de emissões de acordo com o fator de emissão médio do SIN em 2017 (0,09 tCO2e/MWh).

A substituição da queima de combustíveis fósseis foi utilizada apenas para projetar a potencial expansão dessa fonte ao substituir usinas a carvão no término de seus contratos. O estudo do IEMA também não teve a ambição de formular políticas públicas para a expansão da fonte, uma vez que isso exigiria também uma avaliação mais aprofundada de outros aspectos, como o planejamento territorial e ambiental.

“Destacamos também que o potencial da biomassa de madeira tem sido considerado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que lançou estudo sobre o tema no ano passado. Nesse esboço, além da geração centralizada, também se aborda o potencial de uso da biomassa residual de manejo sustentável nos Sistemas Isolados, onde atualmente predomina a utilização de sistemas a diesel, com altos custos e problemas socioambientais relacionados”, afirma Vinicius.

Números

Não existem dados públicos sistematizados sobre a produção de energia a partir da biomassa de eucalipto no Brasil. Contudo, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 470,8 MW de capacidade instalada de geração a partir de lenha e resíduos florestais – não necessariamente de eucalipto.

Das 58 usinas existentes, a maior parcela está em Santa Catarina (13), seguida por Mato Grosso (9) e Paraná (8). A maior parte da capacidade instalada também está em Santa Catarina (29%), seguida por Minas Gerais (20%) e Paraná (10%).

No exterior, existem usinas a cavaco de madeira ou resíduos florestais com mais de 50 MW de capacidade instalada nos Estados Unidos, Finlândia, Suécia, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, Japão e Polônia.

Usos

O pesquisador da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, pontua que o eucalipto é muito utilizado como fonte de calor e energia na indústria, em especial na do aço. “Nessa indústria não se usa o carvão mineral. A queima das florestas energéticas é uma fonte de energia menos poluente”, explica.

Um segundo uso da energia proveniente do eucalipto é a secagem de grãos, seja por estufas ou secadoras, a madeira é queimada em caldeiras. “Um exemplo é o milho seco usado para a alimentação ou até mesmo para a produção de etanol”, mostra Schaitza. Não menos importante é o uso para a própria geração de energia, um bom exemplo é a indústria de celulose e papel.

Dificuldades

De acordo com o pesquisador da IEMA, um dos gargalos identificados no estudo é o alto preço da madeira, principalmente em regiões com mercado menos consolidado, que leva a altos preços para a energia gerada. Outro são as diferenças na forma de contratação nos setores elétrico e florestal: as termelétricas a biomassa florestal são contratadas para operação variável, enquanto a produção e compra/venda de madeira precisam de previsibilidade.

O pesquisador da Embrapa Florestas concorda, para ele não existe um planejamento de consumo de madeira no Brasil. “Falta um projeto em longo prazo. A produção de energia desta fonte sofre para ser competitiva, afirma. Porém, Erich destaque para a geração de energia para o próprio consumo, a energia gerada pelas florestas energéticas ou a queima de biomassa é mais barata que a adquirida pela concessionária de energia. “O KW da concessionária sai por aproximadamente R$ 0,70, o gerado sai mais em conta”, revela.

Schaitza ainda complementa que o Brasil tem as florestas energéticas mais produtivas do mundo. Mas destaca que devido às mudanças climáticas, a produtividade das florestas têm caído. “Não são problemas, mas sim desafios para nos adaptaa”, reflete.

Fonte: Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

Colômbia quer expandir sua rede de transmissão

O Ministério de Minas e Energia submeteu à consulta pública o Plano de Expansão da Transmissão 2019-2033.

NatashaG / Pixabay

O Ministério de Minas e Energia da Colômbia publicou em seu site seu projeto de resolução com o qual deseja adotar o Plano de Expansão da Transmissão 2019-2033.

O documento pode ser consultado até o próximo sábado, 14 de setembro de 2019.

O plano, preparado pela Unidade de Planejamento de Mineração de Energia (UPME), prevê a conclusão das obras de expansão da capacidade de transmissão nos departamentos de Guajira, Córdoba, Bolívar e Putumayo.

Em particular, envolve mudanças na configuração das subestações existentes, além da construção de novas subestações e linhas associadas.

A expansão da rede do país é essencial para permitir a integração de nova energia instalada a partir de fontes renováveis.

Renováveis ​​para promover descarbonização de energia para a COP25 no Chile

Calçada lança nova Campanha #SoñemosEnergía2030 para divulgar sobre descarbonetação de energia para a COP25.

A campanha é oficialmente patrocinada pela COP25, pelo Ministério da Energia e pelo Ministério do Meio Ambiente. É desenvolvido através dos sonhos de 30 atores representando diferentes setores ligados à energia, meio ambiente, mineração, governo, parlamento, televisão e esportes, para citar alguns.

A usina solar Javiera em Taltal, no norte do Chile. - Nextracker

“Faltam alguns meses para o início da cúpula climática mais importante do mundo, a COP25, e como associação estamos convencidos de que o aumento da ambição renovável e da descarbonização do Chile são questões fundamentais a serem consideradas em sua discussão e, ainda mais relevante, quando nosso país é anfitrião ”, afirma a Associação Chilena de Energias Renováveis ​​e Armazenamento (Calçada) em um comunicado à imprensa.

Está sendo desenvolvida uma campanha de comunicação para sensibilizar o setor de energia, em particular, e o público em geral, através de mensagens positivas e ambiciosas de diferentes atores, com diferentes perspectivas, sobre a importância de iniciar urgentemente as mudanças necessárias para alcançar zero emissões líquidas, reforçando a importância das energias renováveis ​​como fator de mitigação da crise climática.

A campanha # SoñemosEnergía2030, oficialmente patrocinada pela COP25, o Ministério da Energia e o Ministério do Meio Ambiente, é desenvolvida em três etapas:

O primeiro, que denominamos «30 sonhos para 2030», é apresentar 30 sonhos de um grupo diversificado de personalidades, com vista para a próxima década, através de cápsulas audiovisuais que serão viralizadas nas redes sociais.

Posteriormente, em novembro, será realizado um seminário de encerramento, no qual discutiremos publicamente “Como tornar possíveis os sonhos” e, finalmente, eles também serão compartilhados com representantes do Chile e do mundo na Zona Verde da COP 25.

Para os objetivos da campanha, foram identificados 30 atores representando diferentes setores ligados à energia, meio ambiente, mineração, governo, parlamento, eficiência energética e sustentabilidade em geral, bem como ao mundo da televisão e do esporte, para expandir a Uma série de looks com os quais serão produzidas cápsulas audiovisuais que apresentarão seus sonhos para o ano de 2030.

Da mesma forma, Acera afirma que «sairemos para coletar os sonhos e ambições dos cidadãos, tanto em Santiago quanto em diferentes regiões do país, conhecendo a visão dos chilenos em todo o território, de acordo com suas diferentes realidades. e cenários ».

Essas cápsulas serão viralizadas pelas redes sociais da Acera e pelos participantes, usando a mensagem “Compartilhe sua ambição # SoñemosEnergía2030” / “Compartilhe sua ambição # DreamingEnergy2030”. Dessa forma, o relacionamento da campanha será reforçado a partir do momento em que o Chile estiver vivendo no marco desse importante evento internacional.

Além das cápsulas audiovisuais, cada sonho será gravado por escrito e compilado em um livro digital para divulgação. O livro incluirá uma editora da Acera, na qual o sonho central da associação até 2030 está incorporado, juntamente com todos os olhos para a próxima década.

Itália realiza primeiro leilão de energias renováveis ​​de 500 MW em 30 de setembro

De acordo com o novo cronograma de leilões aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Itália, serão realizados mais três exercícios de aquisição de fontes renováveis ​​a cada ano em 2020 e 2021. Através das sete rodadas de licitações, as autoridades italianas buscam alocar aproximadamente 4,8 GW de nova capacidade de geração de energia. 

Imagem: mariamichelle,

O Ministério do Desenvolvimento Econômico da Itália (MiSE) assinou o decreto que implementa o novo esquema de leilão e incentivo às energias solar e renovável, que a Comissão Européia aprovou em meados de junho.

De acordo com o cronograma de leilões incluído nas disposições, que ainda serão publicadas no jornal oficial italiano, o primeiro exercício de compras está previsto para 30 de setembro. Três exercícios adicionais de compras estão programados para 2020 em 31 de janeiro de maio 31 e 30 de setembro. Outras três rodadas estão programadas para ocorrer nas mesmas datas em 2021.

Essas sete rodadas de propostas serão o primeiro conjunto de leilões do país para projetos de energia renovável em larga escala desde que o programa FIT Conto Energia foi fechado em 2013. O governo italiano planeja alocar aproximadamente 4,8 GW de capacidade total de geração de energia nos novos projetos anunciados. As duas primeiras rodadas de compras terão cerca de 500 MW de capacidade alocada. Nas rodadas de três a cinco, cada proposta atribuirá 700 MW. Nas duas últimas licitações, a capacidade contratada alcançará 800 MW.

Os leilões estarão abertos a projetos com mais de 1 MW de tamanho e excluirão projetos agrícolas, forçando os desenvolvedores a planejar suas instalações em superfícies não utilizadas em áreas urbanas ou industriais.

O decreto assinado também inclui licitações menores para projetos de energia renovável com tamanho inferior a 1 MW , totalizando 650 MW para energia solar e eólica, e 700 MW são destinados a projetos fotovoltaicos relacionados à remoção de coberturas de amianto.

A Itália planeja instalar cerca de 50 GW de capacidade instalada de geração solar até 2030. Atualmente, possui cerca de 20 GW de energia solar operacional .

Investimento global em energias renováveis ​​caiu no primeiro semestre deste ano

Enquanto a Espanha, a Suécia, a Ucrânia e o Brasil atraíram mais fundos do que no ano passado, a transição da China para um sistema de compras com base em leilão e o baixo desempenho geral na Europa viram o apoio mundial diminuir. A BloombergNEF espera que os investimentos aumentem no segundo semestre, no entanto.

Os dados do BNEF abrangem o financiamento de novas capacidades de fontes renováveis, excluindo grandes projetos hidrelétricos, e o investimento da empresa em energias renováveis ​​e tecnologias de energia inteligente. Gráfico: BloombergNEF

O investimento internacional em energia renovável diminuiu de janeiro a julho. O desenvolvimento foi causado em grande parte pelo maior mercado de energias renováveis ​​do mundo - a China - que arrasta os calcanhares em comparação com o desempenho do ano passado.

A Bloomberg New Energy Finance publicou uma análise dos números de investimentos em energia renovável nos primeiros seis meses do ano e relatou que o investimento chinês caiu 39%, para US $ 28,8 bilhões. Essa deflação arrastou os números globais para baixo em 14%, para US $ 117,6 bilhões.

A BloombergNEF disse que a retirada da China se deve a uma mudança dos subsídios públicos fixos para os leilões. Os investimentos em energia solar e eólica sofreram na primeira metade do ano e a Bloomberg entrou na lista de analistas que prevêem um retorno à saúde na China para o restante de 2019, agora as autoridades de Pequim explicaram sua nova 'paridade de grade' - política solar orientada.

Justin Wu, chefe da Ásia-Pacífico da BNEF, disse: “Esperamos que um leilão solar em todo o país aconteça agora para levar a uma corrida ao financiamento de novos projetos fotovoltaicos. Também pudemos ver vários grandes negócios em energia eólica offshore no segundo semestre. ”

Grandes negócios

A queda de seis meses no investimento global em energia limpa ocorreu apesar do fechamento financeiro de projetos de bilhões de dólares, incluindo o parque fotovoltaico e o CSP Al Maktoum IV de US $ 4,2 bilhões, com sua capacidade de geração combinada de 950 MW. Em Taiwan, dois painéis eólicos offshore com capacidade de geração de 640 MW e 900 MW - e um custo combinado de US $ 5,7 bilhões - completaram suas fases de investimento.

Jenny Chase, chefe de análise solar do BNEF, disse: “Al Maktoum IV é incomum ao combinar três tipos diferentes de energia solar - as tecnologias térmicas da calha e torre parabólicas e a torre fotovoltaica convencional - mas também é um forte sinal de apetite. energia solar por parte dos países do Oriente Médio e financiadores internacionais. ”

Com a China vendo a queda do investimento em energia limpa em meio à incerteza política nos primeiros meses do ano, os próximos dois maiores mercados de renováveis ​​do mundo também sofreram. Nos EUA e na Europa, os volumes de investimentos caíram 6% e 4%, respectivamente, com ambos os bancos entre US$ 22 e 23 bilhões.

No entanto, os gastos em alguns mercados de segundo nível aumentaram. O Japão, por exemplo, atraiu US$ 8,7 bilhões - um aumento de 3% - no primeiro semestre. O investimento na Índia saltou 10%, para US$ 5,9 bilhões, pois o país pretende instalar 175 GW de capacidade de geração de energia renovável até 2022. O Brasil também viu seu mercado florescer com um aumento de 19% no investimento, para US $ 1,4 bilhão.

Exceções à regra

A Espanha contrariou a tendência geral da Europa, com um aumento de 235% no financiamento de fontes renováveis para US $ 3,7 bilhões, seguido pela Suécia, com um salto de 212% para US$ 2,5 bilhões. O Reino Unido também viu um aumento no investimento, para US$ 2,5 bilhões, com um adiantamento de 35%. A Ucrânia também teve um bom desempenho, com um aumento de 60%, para US $ 1,7 bilhão.

No lado negativo, a França viu o investimento em energias renováveis ​​no primeiro semestre cair 75%, para US$ 567 milhões, e a Alemanha perdeu 42%, para US$ 2,1 bilhões. O desempenho da Holanda refletiu o da Alemanha, com um recuo de 41%, para US$ 2,2 bilhões em investimentos em energias renováveis.

O BNEF informou que o financiamento global para projetos de renováveis ​​em escala de utilidade caiu 24%, para US$ 85,6 bilhões, um desenvolvimento que o consultor atribuiu principalmente à China. Por outro lado, o investimento em sistemas de pequena escala - com menos de 1 MW de capacidade de geração - aumentou 32%, para US$ 23,7 bilhões.

Além dos investimentos em ativos de geração, a BloombergNEF também observou um aumento de 37% no apoio a empresas de energia limpa via mercados públicos, em US$ 5,6 bilhões. Esse número inclui uma emissão secundária de US$ 863 milhões para a Tesla e uma captação de recursos de títulos conversíveis em US$ 650 milhões pela fabricante chinesa de veículos elétricos NIO.

"O financiamento de capital de risco e private equity das empresas de energia limpa no 1S 2019 caiu 2%, para US $ 4,7 bilhões", escreveram os autores do relatório. Esse resultado incluiu três exceções notáveis, no entanto. A fabricante sueca de baterias Northvolt recebeu um investimento de US $ 1 bilhão, assim como a empresa americana de carregamento de veículos elétricos Lucid Motors. O fabricante da EV, Compatriot Rivian, também depositou US $ 700 milhões.

Energia renovável emprega cada vez mais


A última análise da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) mostra que onze milhões de pessoas estavam empregadas no setor de energia renovável em todo o mundo em 2018. Em 2017, eram 10,3 milhões. A edição da Pesquisa Anual sobre Energia Renovável e Empregos sinaliza ainda que, à medida que mais e mais países fabricam, comercializam e instalam tecnologias de energia renovável, os empregos renováveis ​​alcançaram seu mais alto nível, apesar do crescimento mais lento nos principais mercados de energia renovável, incluindo a China.

Segundo o levantamento da IRENA, a diversificação da cadeia de fornecimento de energia renovável está mudando a pegada geográfica do setor. Até agora, as indústrias de energia renovável permaneceram relativamente concentradas em um punhado de grandes mercados, como China, Estados Unidos e União Europeia. No entanto, cada vez mais os países da Ásia Oriental e do Sudeste surgem ao lado da China como principais exportadores de painéis solares fotovoltaicos (PV). Nações como Malásia, Tailândia e Vietnã foram responsáveis ​​por uma parcela maior do crescimento em empregos renováveis ​​no ano passado, o que permitiu à Ásia manter uma participação de 60% dos empregos em energia renovável em todo o mundo.

“Além das metas climáticas, os governos estão priorizando as energias renováveis ​​como um motor do crescimento econômico de baixo carbono, reconhecendo as inúmeras oportunidades de emprego criadas pela transição para as energias renováveis”, disse Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA. “As energias renováveis ​​atendem a todos os principais pilares do desenvolvimento sustentável – ambiental, econômico e social. À medida que a transformação global da energia ganha força, essa dimensão do emprego reforça o aspecto social do desenvolvimento sustentável e fornece mais uma razão para os países se comprometerem com as energias renováveis ​​

Energia solar fotovoltaica (PV) e eólica permanecem como os mais dinâmicos de todos os setores de energia renovável. Contabilizando um terço do fluxo total de trabalho com energia renovável, a energia solar fotovoltaica mantém o primeiro lugar em 2018, à frente dos biocombustíveis líquidos, energia hidrelétrica e energia eólica. Geograficamente, a Ásia concentra mais de três milhões de empregos fotovoltaicos, quase nove décimos do total global.

A maior parte da atividade da indústria eólica ainda ocorre em terra e é responsável pela maior parte dos 1,2 milhão de empregos do setor. Só a China é responsável por 44% do emprego global eólico, seguida pela Alemanha e pelos Estados Unidos. A energia eólica marítima poderia ser uma opção especialmente atraente para alavancar a capacidade doméstica e explorar as sinergias com a indústria de petróleo e gás.

No Brasil, o setor de biocombustíveis continua sendo o mais importante empregador no segmento de energias renováveis. A produção de etanol combustível subiu para níveis recordes em 2018, e os planos são para aumentar ainda mais – de 27,8 bilhões de litros para 47,1 bilhões de litros em 2028.

A produção de biodiesel de 5,4 bilhões de litros também bateu um recorde em 2018, impulsionada por um aumento na mistura de biodiesel para 10%. A produção deverá dobrar para 11,1 bilhões de litros na próxima década. Para atender essas metas, são necessárias novas usinas de etanol e milho e de extração de óleo de soja; estes poderiam criar mais 1,4 milhão de empregos na próxima década. O emprego em biodiesel subiu para cerca de 257.000 postos de trabalho em 2018, enquanto a mecanização contínua da cadeia de fornecimento de matérias-primas causou uma redução de cerca de 575.000 postos de trabalho em bioetanol em 2017.

Novas adições à capacidade de geração de energia eólica do Brasil atingiram 2,1 GW em 2018, a quinta maior no mundo, elevando a capacidade acumulada para 14,7 GW. Mais de 85% dessa capacidade está localizada no Nordeste. O setor eólico pode trazer desenvolvimento industrial e criação de empregos para uma área com desenvolvimento econômico comparativamente baixo, mas déficits de habilidades são um obstáculo para a contratação local. A IRENA estima a mão de obra eólica do país em cerca de 34.000 pessoas. Cerca de um terço dos empregos são de manufatura, 42% de construção e o restante de operações e manutenção.

As estatísticas do comércio sugerem que, em 2014, o conteúdo nacional no setor de fabricação de energia eólica no Brasil era de cerca de 89%. O BNDES oferece empréstimos subsidiados se os desenvolvedores atenderem aos requisitos de conteúdo local de 65%. Ao longo dos anos, essa exigência estimulou o surgimento de uma cadeia de suprimentos doméstica de mais de 300 empresas. Entre os fabricantes estrangeiros que investem no Brasil, a instalação de pás da LM Wind Power no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, emprega hoje cerca de 900 pessoas.

Novas instalações no mercado de aquecimento solar no Brasil diminuíram 1,1% em 2018 e estima-se que o emprego tenha diminuído para 40.630 empregos.

Mas o país está aumentando as atividades em energia solar fotovoltaica, instalando 828 MW de capacidade em larga escala e 318 MW de capacidade distribuída durante 2018. Em operação desde meados de 2018, o complexo solar de Pirapora, em Minas Gerais, com 399 MW, é um dos maiores da América Latina e usa módulos domésticos. Os cálculos do fator de emprego da IRENA sugerem que o Brasil tem atualmente cerca de 15 600 empregos em energia solar fotovoltaica, principalmente em construção e instalação. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, cerca de 1 GW de capacidade provavelmente será instalada durante 2019, e a ABSOLAR projeta que 15.000 novos empregos poderiam ser criados como resultado. (Canal, com Assessoria de imprensa da IRENA).

Relatório diz que quase 75% da energia utilizada na mineração de Bitcoin vem de fontes renováveis


Um novo estudo sobre mineração de Bitcoin, conduzido pelo Fidelity Center for Applied Technology e distribuído pelo site CoinShares na segunda-feira, 17 de junho, mostra que quase 75% da energia elétrica utilizada para este fim vem de fontes limpas.

"Calculamos uma estimativa conservadora da penetração de fontes renováveis de energia na mineração de Bitcoin em 74,1%, fazendo com que essa atividade seja mais limpa do que praticamente todas as outras grandes atividades industriais do planeta."

Segundo o relatório, a análise geográfica das principais empresas deixa claro que "grande parte da mineração de Bitcoin é realizada em regiões onde existe ampla oferta de energia renovável disponível."

O relatório também mostra que os custos com a mineração, especialmente com energia, assim como outros índices importantes como taxa de depreciação de equipamentos, caíram consideravelmente em 2019, fazendo com que a atividade seja atualmente bastante lucrativa.

"Com os custos atuais, o minerador médio é bastante lucrativo. Tanto aqueles com equipamentos antigos quanto os mineradores com alto custo hoje são capazes de ter um retorno de investimento (ROI) positivo."

A indústria bilionária de mineração, parte essencial do funcionamento do Bitcoin, deve arrecadar US$ 6,2 bilhões em 2019, sendo 94% deste valor em novas moedas e 6% (ou cerca de US$ 372 milhões) em taxas de transação.

O Ministro Costa quer Portugal cem 80% de energias renováveis ​​em 2030

O primeiro-ministro assumiu hoje, no parlamento, como metas de Portugal, chegar a 2030 sem qualquer central a carvão em funcionamento e com 80% da eletricidade consumida de origem renovável e com uma redução de metade das emissões face a 2005.


António Costa referiu que os seus objetivos foram uma iniciativa de abertura do debate, na Assembleia da República, durante o qual reiterou uma ideia de Portugal. Emitir uma neutralidade carbônica em 2050, cumprindo as suas próprias contas neste domínio.

"Acessar os milhares de jovens que se mobilizaram para uma Greve Climática Estudantil. Este é um jogo de 30 anos, faremos a próxima edição a mais exigente no jogo de mudanças climáticas. Portugal vamos às 2030 sem centrais a carvão, com metade das poster em relação a 2005, com 80% da eletricidade consumida de forma renovável e com um terço da mobilidade de passageiros movido a eletricidade ", defende o primeiro-ministro.

De acordo com António Costa, para concretizar o objectivo de neutralidade carbônica, Portugal tem de "agir de três formas".

"Em primeiro lugar, a emitir uma vez por ano. Portugal importa hoje em dia 70 milhões de barris de petróleo por ano. Em 2050, o número será inferior a 10 milhões, o que representa uma poupança anual de 1,2 mil milhões de euros nas nossas importações. ", estimou.

O segundo modo de ação, de acordo com o líder do executivo, é passará pela "capacidade de reunião, que é um país de origem florestal".

"Para conseguirmos atingir como metas metas, uma área ardente em fogos de combate ao serras por metade. Resistência ao compromisso deste Governo com a Interrupção, e com certeza de que os anos têm uma nova paisagem rural, com mosaicos adaptados às necessidades naturais e espécies florestais resistentes ao fogo ".

Depois de dar o pontapé como consequência, o Plano de Redução de Tarifário nos Expansões e Despesas para o Desenvolvimento de 709 autocarros "de alta performance ambiental", António Costa sustentou que não era possível em Portugal é a partir de fontes renováveis ​​".

"E na fonte solar esta é uma inequivoca. Por isso, o modelo de curso em curso, que fixa as taxas de preço do mercado, é o que é melhor que os consumidores e beneficiam as empresas e famílias", sustentou.

No seu discurso, António Costa continua a estar em marcha o Programa de Acção para a Adaptação às Alterações Climáticas - um investimento superior a 700 milhões de euros para a adaptação do território, a intervenção contra os fogos rurais, a rede hidrográfica e a melhoria da fertilidade dos solos e nas cidades ".

António Costa considerou ainda que o público em geral tem sido liderante ao nível das transformações.

"Há meses que banimos o uso de plástico descartável no Estado. Temos, portanto, um pré-pago para um governo que os proíbe para o mercado em geral. Presentemente, 50% dos carros comprados para o Estado ou para as empresas públicas têm serviços" , completou.

Em termos globais, o segundo dado foi pelo primeiro-ministro, "comparativamente a 2005, Portugal reduziu em 22% e aumentou a incorporação de energia em 26%".

"Em 2018, reduzir o triplo das emissões, quando comparados com a média europeia. E vamos continuar na frente com uma incorporação de energia renovável de 32% em 2020 e de 47% em 2030", acrescentou.

Renováveis ​​são comuns, mas o acoplamento setorial está progredindo muito devagar

Mais de um quarto da eletricidade global é gerada a partir de fontes renováveis, sendo a solar a terceira maior fonte, de acordo com uma síntese anual elaborada pela rede de políticas globais REN21. Apesar da queda ano-a-ano, a energia solar foi responsável pela maioria das adições de capacidade de geração no ano passado. Mas a falta de políticas de descarbonização nos setores de aquecimento, refrigeração e transporte coloca uma transição energética irregular em perspectiva.

Renewables - e particularmente solar - estão fazendo o seu bit, mas o acoplamento do setor precisa se mover muito mais rápido. Imagem: Jeremy Buckingham

A energia renovável continua a marcar presença na produção global de eletricidade, mas sua integração nos setores de aquecimento, resfriamento e transporte ainda fica aquém do progresso necessário para evitar o caos climático. O desequilíbrio setorial é em grande parte devido ao apoio insuficiente ou instável da política, de acordo com um relatório publicado hoje pela rede global de políticas de energia renovável REN21.

O Relatório de Status Global da Renewables 2019 informou que as energias renováveis ​​responderam por 26,2% da geração de eletricidade no ano passado, a maior parte ainda hidrelétrica, com 15,8%, seguida pela eólica (5,5%) e solar (2,4%). No ano passado, foram adicionados 181 GW de capacidade de geração de energia renovável, para um total de 2.378 GW no final do ano. Com 100 GW da nova capacidade de energias renováveis, a energia solar representou a parte do leão. 


Com os custos em uma trajetória declinante, as fontes renováveis ​​de energia foram estabelecidas como uma fonte principal de eletricidade há anos , disse a REN21. Excluindo a energia hídrica, 90 países tinham mais de 1 GW de capacidade instalada de energia limpa e mais de 30 países haviam excedido 10 GW. Nove países produziram mais de 20% de sua eletricidade a partir de energias renováveis ​​variáveis: Dinamarca, Uruguai, Irlanda, Alemanha, Portugal, Espanha, Grécia, Honduras e Reino Unido.

Solar

O declínio do mercado de PV chinês de 53 para 45 GW em 2018 , compensado pela maior demanda nos mercados emergentes e na Europa, resultou em um leve aumento no mercado solar global anual, que ultrapassou 100 GW pela primeira vez. As mudanças na política chinesa - visando controlar os subsídios solares públicos - inundaram o mercado de módulos para ajudar a abrir novos mercados e a competição e pressão de preços levaram a investimentos em capacidade de produção mais eficiente e avanços tecnológicos contínuos, afirmou o relatório.

De acordo com a REN21, a capacidade fotovoltaica acumulada aumentou 25% para, pelo menos, 505 GW, uma vez que 11 países adicionaram mais de 1 GW em 2018. Cerca de 32 nações têm agora pelo menos 1 GW de capacidade fotovoltaica instalada.

Fluxos de Investimento

No entanto, após anos de crescimento acelerado, as adições de capacidade de energia renovável estabilizaram e o investimento diminuiu em relação a 2017. A Solar atraiu grande parte do investimento em capacidade de energia renovável - quase US $ 140 bilhões -, mas esse número caiu 22% em relação ao ano anterior. O investimento em energia eólica subiu 2%, para US $ 134 bilhões, enquanto a usina hidrelétrica de grande porte atraiu US $ 16 bilhões, abaixo dos US $ 40 bilhões em 2017.

No ano passado, houve um número recorde de PPAs de energia renovável - o dobro do valor registrado em 2017 - com as empresas dos EUA na frente, com 13,2 GW de contratos de compra de energia solar em escala de serviços públicos. No ano passado, também os governos recorreram a leilões competitivos em vez de políticas de preços fixos. De acordo com a REN21, foram realizados 48 leilões em 2018, contra 29 no ano anterior. A Solar tinha um número recorde de PPAs e licitações, com ofertas vencedoras garantindo um preço de eletricidade tão baixo quanto $ 0,02 / kWh .

Iniciativas locais e inação política global

Com o mainstream das energias renováveis, a absorção global de energia limpa já não depende de um pequeno número de países. O número de estados com o objetivo de 100% de eletricidade renovável está aumentando e as cidades estão tomando a iniciativa adotando metas ambiciosas de energia renovável - notadamente nos EUA, em oposição a uma Casa Branca cética em relação à mudança climática. A REN21 descobriu que mais de 100 cidades usam pelo menos 70% de eletricidade renovável e pelo menos 50 adotaram metas de energia renovável que cobrem energia; aquecimento e arrefecimento; e transporte. 


Embora o setor energético tenha recebido mais atenção política, continua a haver uma enorme oportunidade para os países impulsionarem a ação, expandindo a transição de baixo carbono para os setores de aquecimento, resfriamento e transporte, afirmou o relatório. As energias renováveis ​​fornecem mais de um quarto da eletricidade global, mas fornecem apenas 10% da energia usada para aquecimento e resfriamento e pouco mais de 3% para o transporte, observou REN21, observando que o número de países com uma política de aquecimento renovável diminuiu no ano passado .

"Um avanço importante pode ocorrer se os países cortarem seus subsídios aos combustíveis fósseis, que estão sustentando a energia suja", disse Rana Adib, secretário executivo da REN21. Cerca de 40 países realizaram algum nível de reforma nos subsídios aos combustíveis fósseis desde 2015, mas esses incentivos permaneceram em 112 países em 2017, com pelo menos 73 estados subsidiando combustíveis fósseis na ordem de mais de US $ 100 milhões cada, segundo o relatório. A REN21 estimou um total de subsídios globais para combustíveis fósseis de US $ 300 bilhões em 2017, um aumento de 11% em relação a 2016.


O preço do carbono continua sendo usado como ferramenta política, afirmou o relatório. Até o final do ano passado, apenas 44 governos nacionais, 21 estados ou províncias e sete cidades haviam implementado a precificação de carbono - respondendo por apenas 13% das emissões globais de CO2.

“Com os países precisando voltar com metas climáticas mais ambiciosas em 2020, este relatório mostra que há uma série de oportunidades para ampliar a ação e melhorar a vida das pessoas, ampliando os benefícios da transição energética em toda a economia”, disse Arthouros, presidente da REN21. Zervos.

Biden promete 100% de energia limpa nos EUA até 2050

Imagem: Marc Nozell

O candidato presidencial dos EUA, Joe Biden, lançou seu plano climático, que se concentra em reversões de cortes de impostos e ações executivas para impulsionar 100% de energia limpa e zero emissões de carbono até 2050. 

Como uma criança gritando em um avião, os políticos dos EUA podem se permitir ignorar a mudança climática. O tópico outrora tabu, reconhecido apenas pelos juízes do dia do juízo final e Al Gore, evoluiu agora para uma das questões primordiais que entram nas próximas primárias democratas - uma questão que qualquer candidato que valha a sua campanha deve estar preparado para resolver.

Digite Joe Biden, o ex-vice-presidente que se tornou candidato à presidência e lançou um plano de 22 páginas com 100% de energia limpa e zero de emissões de carbono até 2050, tudo pelo preço de US$ 5 trilhões. Desse US$ 5 trilhões, US$ 1,7 trilhão viriam nos 10 anos seguintes ao seu primeiro mandato. Os fundos para este ambicioso viriam da reversão dos cortes de impostos do Trump para corporações.

Além disso, o plano promete ação imediata, com sérios mandatos executivos a serem instituídos assim que ele ocupasse seu lugar no Salão Oval.

Isso se reflete no site da campanha de Biden, que diz:

No primeiro dia, Biden assinará uma série de novas ordens executivas com alcance sem precedentes que vão muito além da plataforma do governo Obama-Biden e nos colocam no caminho certo. E exigirá que o Congresso promulgue uma legislação no primeiro ano de sua presidência que: 1) estabeleça um mecanismo de aplicação que inclua metas de marcos até o final de seu primeiro mandato em 2025; 2) faça um investimento histórico em energia limpa e pesquisa e inovação sobre clima, 3) incentiva a implantação rápida de inovações em energia limpa em toda a economia, especialmente nas comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Essas ordens executivas são encabeçadas por três políticas interessantes:
  • “Exigir limites agressivos de poluição de metano para operações de petróleo e gás novas e existentes.”
  • "Usar o sistema de compras do governo federal - que gasta US$ 500 bilhões todos os anos - para direcionar para veículos com 100% de energia limpa e emissões zero."
  • "Garantir que todas as instalações, prédios e instalações do governo dos EUA sejam mais eficientes e prontas para o clima, aproveitando o poder de compra e as cadeias de suprimentos para impulsionar a inovação."

Em seu plano climático, Biden também elogia o New Deal Verde, usando aspectos dele como uma estrutura para seu próprio desenvolvimento de políticas. O candidato descreve a legislação como “um marco crucial para enfrentar os desafios climáticos que enfrentamos”, continuando que o New Deal Verde se baseia nas verdades básicas de que os Estados Unidos precisam, por necessidade, adotar políticas mais agressivas e ambiciosas para combater os efeitos. poluição e mudança climática e que o meio ambiente ea economia estão totalmente conectados.

Biden também está procurando agregar legitimidade aos seus pontos de vista, estabelecendo sua posição como um dos primeiros defensores da necessidade de adoção renovável e ação de mudança climática. Seu site de campanha o defende como um “pioneiro da mudança climática”, ostentando seu compromisso com a questão, datando de 1986. O candidato também promete ousadamente que “não aceitará contribuições de corporações ou executivos de petróleo, gás e carvão. "

A política climática completa de Biden pode ser encontrada seguindo o link aqui. O que não deve ser esquecido entre as especificidades da legislação é o quadro mais amplo: a mudança climática se tornou uma questão que demanda atenção nacional, e estamos vendo as sementes da mudança começando a brotar. Espero que ainda haja tempo para esses brotos florescerem.

Por Tim Sylvia

Colômbia lança licitação para levar eletricidade com energia renovável para 100 famílias em La Guajira

Um projeto de eletrificação rural para áreas isoladas usando energias renováveis ​​de acciona.org. De Stock: Acciona.

Até 31 de julho, será possível participar do programa Colômbia E2, voltado para empresas que apresentam projetos de energia renovável e beneficiam 100 famílias de La Guajira.
O Ministério do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, através da iNPulsa Colômbia e do Ministério de Minas e Energia, através do Fundo para Energia Não Convencional e Gestão Eficiente de Energia, Fenoge, abriu o chamado para participar do programa da Colômbia E2.

Esta é uma iniciativa que selecionará cinco empresas ou empresas que apresentem soluções tecnológicas, inovadoras e sustentáveis ​​para gerar eletricidade por meio de fontes não convencionais de energia renovável para levar eletricidade a 100 famílias vulneráveis ​​em La Guajira.

Para se candidatar, as empresas devem ser legalmente constituídas na Colômbia, propor uma solução energética de autogestão que seja sustentável, tanto em termos de financiamento quanto de operação, e demonstrar uma capacidade de co-financiamento de pelo menos 10% do valor do projeto.

A teleconferência estará disponível até 31 de julho de 2019 no site www.innpulsacolombia.com. Uma vez fechadas, serão selecionadas até 5 empresas ou empreendimentos finalistas, que iniciarão um processo de ampliação e fortalecimento dos negócios por seis meses com assistência técnica de especialistas do setor. Para este propósito, 500 milhões de pesos foram destinados.

Quando esse processo estiver concluído, um painel de especialistas internacionais selecionará a solução mais inovadora e sustentável para que o processo de implementação do projeto vencedor comece, com um total de US$ 1.000 milhões (aproximadamente US$ 296.000).

A Colômbia E2: Empreendedorismo x Energia, é o primeiro resultado do trabalho liderado pelo MiLab, o laboratório público de inovação do Governo Nacional, liderado pela iNNpulsa Colômbia, que busca gerar soluções oportunas para os desafios da administração pública. Este trabalho articulado com o Ministério do Comércio, Indústria e Turismo, iNNpulsa Colômbia, Ministério de Minas e Energia através da Fenoge o desafio de encontrar uma solução de cobertura eléctrica inovadora, gerando equidade e usar a energia não-convencional para gerar ele representava uma impacto positivo nas comunidades em áreas não interconectadas.

Em 2020, energia renovável será mais barata do que a tradicional, diz pesquisa

Quem utilizar eletricidade gerada pelo sol e pelo vento vai gastar menos do que aqueles que ficarem nos combustíveis fósseis, diz Agência Internacional de Energia Renovável.

Os custos da energia eólica estão caindo, o que facilita seu uso por empresas e governos (Foto: Thinkstock)

Os custos de produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis estão em queda, e a tendência é que diminuam ainda mais até o próximo ano. A conclusão está em um relatório que acaba de ser publicado pela Agência Internacional de Energia Renovável. Segundo a organização, que apoia países em fase de transição para a energia limpa, a redução dos custos foi impulsionada pelo crescimento da produção e pelas melhorias tecnológicas no setor.

Segundo o estudo, a maior queda no comparativo 2017-2018 foi relacionada à energia solar térmica concentrada (CSP): o custo médio global caiu 26%. Em seguida vem a bioenergia, que ficou, em média, 14% mais barata. O custo da produção gerada por painéis fotovoltaicos, por sua vez, caiu 13%, assim como aquele da produção eólica “onshore” (referente às usinas instalada em terra firme). Também foram registradas quedas no curso de produção das hidrelétricas (11%) e e eólicas offshore (que ficam em alto mar,1%).

Com base nesses dados, a agência estima que, até 2020, a eletricidade produzida a partir da energia eólica e solar fotovoltaica seja consideravelmente mais barata do que a gerada por qualquer fonte de combustível fóssil. Dessa maneira, ficará mais fácil para as empresas largarem de vez os combustíveis fósseis, que apresentarem altos custos ambientais, como as emissões de gases de efeito estufa, por exemplo.

Hoje, as hidrelétricas continuam sendo a forma mais barata de produzir energia renovável, a um custo médio ponderado global de US$ 0,05/kWh - o que equivale ao ponto mais baixo da faixa de custo do combustível fóssil. Segundo a agência, porém, outras fontes. como a eólica terrestre, já estão abaixo dos US$ 0,10/kWh.

O relatório lembra que os dados se referem a uma média global. Por isso, enquanto em países como Chile, México e Peru, o custo da energia solar vem caindo, em outros ela permanece mais cara. Ainda pode levar algum tempo até que os métodos tradicionais se tornem mais caros em todo o planeta.

Sociedade precisa ser preparada para a transição energética, diz Thiago Barral

Presidente da EPE, Thiago Barral, durante o Diálogos da Transição

A sociedade precisa ser preparada para a transição energética e os agentes envolvidos precisam ter clareza para explicar a alocação de custos e benefícios. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, que participou nesta terça-feira, 14, do primeiro encontro da série Diálogos da Transição, organizado pela epbr e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).

“A Irena tem estudos que mostram os países que saem ganhando e os que saem perdendo com a transição energética. A África sai perdendo. São questões que precisam ser enfrentadas. É fundamental que as políticas sejam desenhadas levando consideração, desde a sua origem, o aspecto da equidade para tratar com sensibilidade. Eu acho que hoje ainda não estamos preparados. Temos uma missão grande para preparar a sociedade, sobretudo para aproveitar as oportunidades”, comentou o presidente da EPE.

Esse ponderação de custos e benefícios, na visão de Barral, deve ser aplicada aqui. “O Brasil viveu uma crise e a economia tomou um tombo de 7%. Essa é uma contribuição que o Brasil dá para o controle de emissões, que não é desprezível. [Mas] o brasileiro está pagando caro, com desemprego, com redução da economia do país. Dito isso, não é desculpa para deixar de olhar a expansão das renováveis na matriz energética de uma forma geral”.

O executivo destacou também que apesar da grande participação de fontes renováveis na matriz energética, a transição para uma economia de baixo carbono depende de um ambiente de negócios favorável, com disposição para promover inovações no mercado e fomentar investimentos.

“Existem várias estratégias que nos fazemos nos estudos da EPE. Não é uma única, mas começa com um desenho de mercado que precifique corretamente os requisitos do sistema. Se não, a gente trava todas as inovações que são a base da transição energética. Sem inovação, não tem transição”.

Barral afirmou ainda que nos últimos anos acontece uma continua redução dos custos e dos preços das energias renováveis, sobretudo das fontes eólica e solar. “ Na nossa visão, essas fontes vão ser o carro chefe da expansão, pelo seu mérito econômico”, completou.


O presidente da EPE defendeu, contudo, o mix de energias na matriz. “Agora, ela tem que estar combinadas com outras fontes. O nosso desenho de mercado precisa evoluir para reconhecer essa nova realidade, de uma matriz cada vez mais com fontes variáveis ou não despacháveis e aí, portanto, isso afeta a dinâmica de oferta e demanda de energia elétrica e a precificação da energia precisa ser aderente a isso”, comenta.

Thiago Barral afirmou também que, “se o Brasil votar a crescer de forma acelerada, o país vai precisar de uma ambição maior em eficiência energética e dar conta, como o mundo não está dando conta, de atender o crescimento da demanda prioritariamente com renováveis” ,afirmou.

A EPE é um estatal que funciona como uma consultoria para o governo na formação de políticas energéticas. Thiago Barral assumiu a presidência da empresa em janeiro – o primeiro funcionário de carreira a assumir esse posto.

Diálogos da Transição são uma série de eventos promovidos pela epbr e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Veja todo conteúdo em epbr.com.br/transicao.

Uso de energia renovável cresce, mas não impede recorde histórico de emissão de CO2

Energia solar apresenta as maiores taxas de crescimento, mas ainda representa uma fatia muito pequena da geração global de eletricidade

USINA À BASE DE CARVÃO. MATERIAL RESPONDE POR CERCA DE 30% DAS EMISSÕES DE CO2 RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE ENERGIA, SEGUNDO A IEA (FOTO: PEXELS)

O uso de fontes renováveis de energia cresceu 7% em 2018, segundo o relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA) recém-divulgado. O aumento da demanda global por essas fontes foi equivalente a todo o consumo de energia elétrica no Brasil, na casa dos 450 TWh (terawatt-hora, ou a mil vezes um gigawatt-hora).

As fontes solar fotovoltaica, eólica e hídrica de energia representaram, cada uma, algo próximo de um terço do crescimento da energia renovável no ano passado. A bioenergia, gerada a partir de materiais orgânicos, representou os cerca de 5% restantes.

Mas, apesar da maior demanda pela energia renovável, esta ainda respondeu por uma parte menor (45%) do aumento da oferta energética global no ano passado. O restante é gerado por queima de carvão, outros combustíveis fósseis e gás natural.

A energia solar fotovoltaica foi a modalidade cuja demanda mais cresceu (em termos proporcionais) em 2018, segundo a IEA. Com alta de 31% no ano passado, ela dobrou sua capacidade instalada em apenas três anos, chegando agora a 534 GW. Deste total, 44 GW foram adicionados só pela China ano passado. O Brasil tem, ao todo, 2 GW de capacidade instalada para produção de energia solar fotovoltaica, e vem aumentando rapidamente sua participação nesse mercado.

Crescendo menos aceleradamente (12% em 2018), a energia eólica manteve ritmo semelhante ao visto no ano anterior, segundo a IEA. Mais popular no Brasil, que tem 14 GW de capacidade instalada em turbinas movidas pelo vento, essa fonte de energia também foi impulsionada pela China, que instalou mais 5 GW de capacidade de produção, chegando a 20 GW.

FONTE EÓLICA CRESCE, MAS AINDA REPRESENTA APENAS 5% DA GERAÇÃO GLOBAL DE ENERGIA (FOTO: THINKSTOCK)

Já a energia hidrelétrica, a mais utilizada por aqui, teve crescimento bem mais modesto no mundo todo — de apenas 3%. Ainda assim, trata-se da maior fonte de energia renovável, responsável por 60% de toda energia gerada a partir desses recursos.

Emissões de CO2 atingem recorde

Apesar dos números aparentemente favoráveis, a energia renovável ainda representa apenas um quarto de todo o consumo global. Considerado por ambientalistas o meio mais poluente de geração de energia, o carvãoainda é responsável pela maior parte da eletricidade gerada, e seu uso continuou crescendo em 2018.

Também por isso, apesar da adoção cada vez maior de fontes renováveis de energia, as emissões de CO2 relacionadas ao setor energético atingiram em 2018 o recorde histórico de 33,1 Gigatoneladas (GT) de dióxido de carbono — composto cuja presença no ar é considerada um dos maiores causadores do aquecimento global.

Tais emissões cresceram 1,7% no ano passado, a maior taxa vista desde 2013. Somente o CO2 adicionado no período, em relação a 2017, equivale a toda poluição gerada pela aviação internacional.

O uso das termelétricas cresceu 0,7% no ano passado, segundo a IEA, e fez com que o carvão respondesse por mais de 10 GT das emissões de CO2 — quase um terço do total.

Enquanto Estados Unidos e Europa reduziram sua dependência do carvão, a China, apesar de ter intensificado a sua troca por fontes de energia mais sustentáveis, ainda aumentou o uso das usinas à base de carvão em 5,3%. 

Somadas todas as fontes geradoras, o consumo de energia subiu 2,3% em 2018, impulsionado por um crescimento econômico mais robusto que o visto nos anos anteriores.
Ranking

Veja abaixo o ranking das fontes de energia mais usadas para a geração de eletricidade em 2018:

1 - Carvão (38% do total)
2 - Gás (23%)
3 - Hídrica (16%)
4 - Nuclear (10%)
5 - Vento/energia eólica (5%)
6 - Bioenergia e petróleo (3%)
7 - Solar fotovoltaica (2%)

As fontes renováveis atingiram um terço da capacidade global de energia em 2018


O documentário da BBC (Climate Change – The Facts) mostra que o crescimento das atividades antrópicas, impulsionadas pelo uso generalizado de combustíveis fósseis, está gerando um aquecimento global sem precedentes no Holoceno (últimos 12 mil anos), com consequências catastróficas para a vida no Planeta. No vídeo, o grande ambientalista, Sir David Attenborough, entrevista alguns dos principais cientistas climáticos do mundo e aponta possíveis soluções para essa ameaça global. Uma das soluções imprescindíveis é a mudança da matriz energética global.

Uma boa notícia é que as fontes renováveis de energia responderam por cerca de um terço de toda a capacidade de energia global em 2018, segundo relatório divulgado no início de abril de 2019 pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). As renováveis foram responsáveis por 63% da capacidade líquida instalada em 2018.

A IRENA mostrou que foram adicionados 171 GW de nova capacidade de energia renovável em 2018, um aumento anual de 7,9%. Este aumento foi impulsionado principalmente pelas novas adições de capacidade eólica e solar. Isso eleva a capacidade total de geração de energia renovável para um total de 2.351 GW no final de 2018, representando cerca de um terço da capacidade instalada total de eletricidade do mundo.

Como mostra o gráfico abaixo, a energia hidrelétrica continua sendo a maior fonte de energia renovável baseada na capacidade instalada, com 1.172 GW, seguida pela energia eólica com 564 GW e energia solar com 480 GW. O grande destaque da nova capacidade instalada em 2018 foi da energia solar, com acréscimo de impressionantes 94 GW. A energia eólica adicionou cerca de 50GW, a hidrelétrica adicionou 20 GW e a bioenergia e a geotérmica com acréscimos modestos.


A IRENA também mostrou que houve crescimento de energia renovável em todas as regiões do mundo, embora em níveis variados. A Ásia respondeu por 61% da nova capacidade em 2018 (ligeiramente abaixo do ano passado) e resultou em 1,024 Terawatt de capacidade renovável (44% do total global). Ásia e Oceania também foram as regiões de maior crescimento, com expansão de 11,4% e 17,7%, respectivamente. A Europa cresceu no mesmo período do ano passado (+24 GW ou variação de 4,6%, ficando com 23% da participação global). A expansão na América do Norte se recuperou ligeiramente, com um aumento de 19 GW (mais 5,4%) e participação global de 16%. A África acrescentou 3,6 GW (mais 8,4%), mas com participação de somente 2% na capacidade global. A América do Sul aumentou 9,4 GW (mais 4,7%), representando 9% da capacidade global.


O crescimento das energias renováveis (especialmente solar e eólica) é, indubitavelmente, uma boa notícia, tanto no sentido de cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris (de 2015), quanto as metas do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os países que aproveitam ao máximo o potencial de renováveis se apropriam de uma série de benefícios socioeconômicos, além de descarbonizar suas economias.

Além disto, as energias renováveis são a alternativa diante da iminência do Pico do Petróleo. Artigo do site The Beam, mostra que, sem novos investimentos, a produção global de petróleo – todas as fontes não convencionais – cairá em 50% até 2025, conforme a figura abaixo. A produção anual global de petróleo pode diminuir em aproximadamente seis milhões de barris por dia a partir de 2020. Alguns países produtores de combustíveis fósseis (e não somente a Venezuela) já convivem com a queda da produção.


Desta forma, mesmo diante do avanço da produção de energia renovável, os desafios são cada vez mais urgentes. O ritmo da transição energética tem se mostrado lento diante da gravidade dos desafios ecológicos e da inevitabilidade do Pico de Hubbert. Como a população e a economia mundial continuam crescendo em volume, aumentam, em consequência, a extração de recursos do meio ambiente, elevam as emissões de gases de efeito estufa (GEE), acelerando o aquecimento global, o que aumenta a Pegada Ecológica do Planeta e reduz a biocapacidade e a biodiversidade (ver o vídeo da BBC: Climate Change – The Facts).

Artigo de Nafeez Ahmed (Motherboard, 27/08/2018) mostra que os cientistas alertam a ONU sobre a possibilidade do fim iminente do capitalismo, pois um abandono dos combustíveis fósseis, necessário para deter as mudanças climáticas, significa que a economia mundial fundamentalmente precisará mudar. O capitalismo emissor de CO2, como o conhecemos, acabou e não oferece respostas para os desafios do século XXI.

Assim, o processo de transição energética e o fim do uso dos combustíveis fósseis, a despeito dos avanços, pode chegar tarde e não ser suficiente para evitar um colapso ambiental. Se o Planeta se transformar em uma estufa e ficar inabitável, não haverá mais Dia da Terra, pois o colapso ecológico será também um colapso civilizacional. Será o verdadeiro fim da história humana e os únicos culpados serão os próprios seres humanos.


Artigo: José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br


Referências:

The Beam The Largely Ignored Problem Of Global Peak Oil Will Seriously Hit In A Few Years.
April 18th, 2019

IRENA, Renewable capacity highlights, 31 March 2019

Nafeez Ahmed. Scientists Warn the UN of Capitalism’s Imminent Demise, Motherboard, 27/08/2018 https://motherboard.vice.com/en_us/article/43pek3/scientists-warn-the-un-of-capitalisms-imminent-demise

BBC. Climate Change – The Facts https://www.youtube.com/watch?v=0ypaUH57MO4