Bahia ganha nova fábrica de pás eólicas de uma das maiores fabricantes renováveis do mundo, com previsão de gerar 1.700 empregos nos próximos anos

Torres de energia eólica - crédito: RenewableNEws

Com o fim da missão internacional, governador da Bahia garante novo empreendimento de pás eólicas que promete gerar novos empregos e renda ao estado

Após o encerramento de sua missão internacional pelos países como Alemanha, Cazaquistão e República Tcheca, o governador do estado da Bahia, Rui Costa, na última quinta-feira (28), esteve em uma reunião com a Sinoma, uma grande empresa chinesa que é líder mundial nos segmentos de material de construção e vidros, além de ser uma das maiores fabricantes de equipamentos destinados à produção de energia eólica do mundo. Durante a reunião, foram discutidos diversos detalhes sobre a implantação de uma fábrica de pás para turbinas eólicas na Bahia. As pás eólicas são as principais responsáveis pela geração de energia elétrica limpa e renovável, a partir da rotação oriunda dos ventos.

Proposta inicial contempla parque eólico de 35 mil metros quadrados

De acordo com o governador da Bahia, a proposta primária é a implantação de uma unidade com cerca de 35 mil metros quadrados, além da instalação de quatro linhas de produção de pás, em Camaçari, para que atenda a demanda nacional e internacional.

A princípio, estima-se que sejam gerados em torno de 500 empregos podendo chegar a 1.200, de acordo com a expansão e ampliação que será realizada três anos após o início do funcionamento da fábrica de pás eólicas. Rui Costa participou de uma videoconferência com os executivos da empresa na sede chinesa e também no escritório do Brasil, em São Paulo.

O governador da Bahia se colocou à disposição e ofereceu todo apoio necessário para que o projeto seja implementado. Rui afirmou que é de extremo interesse ter a fábrica de pás eólicas implantada na Bahia e que só faltam apenas alguns detalhes para que o projeto se concretize. Rui concluiu dizendo que o Estado dará total apoio para que tudo aconteça o mais rápido possível.

Parceria entre Bahia e China promete impulsionar ainda mais o mercado de energias renováveis no Brasil

A fábrica de pás eólicas em Camaçari, região metropolitana de Salvador, será a primeira do ramo que a empresa implantará fora da China. E a Bahia foi escolhida por possuir todas as condições necessárias para a instalação de uma unidade tão importante como esta, tais como o terreno adequado, a estrutura logística de estradas e também de portos. Já existem diversos parques eólicos no estado da Bahia, algo que tem gerado uma alta nos empregos e na movimentação da economia do estado.

Outras parcerias importantes entre a Bahia e países estrangeiros

Rui Costa também conseguiu firmar algumas parcerias científicas com um instituto de tratamento de Câncer e a Universidade Técnica da Tchéquia, com o intuito de fazer uma interligação entre profissionais da saúde, para uma troca de experiências e formação. Após 12 dias de missão internacional, o governador da Bahia considerou positiva sua jornada em busca de mais parcerias para o estado.

Segundo Rui, a missão internacional foi um período muito trabalhoso em que literalmente venderam o potencial da Bahia, com o intuito de conseguir novos investimentos.

Além disso, o governador concluiu dizendo que conseguiu mostrar que o estado baiano possui as melhores condições e os melhores trabalhadores do Brasil para operar esse tipo de empreendimento e que o estado está totalmente aberto a iniciativas produtivas que possam gerar novos empregos e renda, melhorando a qualidade de vida do povo baiano.

Alemanha anuncia € 34 milhões para desenvolver mercado de hidrogênio verde no Brasil

Foto: Divulgação Complexo do Pecém

A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) anunciou nesta quarta (27) o investimento de 34 milhões de euros para o desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde no Brasil (H2V), durante evento organizado pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK).

A inciativa chamada H2 Brasil prevê a disponibilização dos recursos ao longo dos próximos dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5 MW.

Além disso, o governo alemão espera colaborar na instituição de um marco regulatório de H2V no país, dando prosseguimento ao Programa Nacional de Hidrogênio do Ministério de Minas e Energia (MME).

O ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss, destacou durante o evento que o Brasil possui enorme potencial de energia renovável para produção de hidrogênio vede. E que o combustível produzido no país será essencial para abastecer a demanda alemã na transição energética.

“A Alemanha sozinha não é capaz de dar conta das suas necessidades”, disse. “Temos bilhões de euros investidos para avançar com isso, que em parte será investido na parceria Brasil–Alemanha”.

Segundo o ministro, o Brasil abriga o maior parque industrial alemão fora da Alemanha, representando cerca de 12% do PIB brasileiro.

Consórcio europeu quer investir US$ 2 bilhões na produção de hidrogênio verde no Ceará

O compromisso de reduzir suas emissões de carbono em 55% nos próximos cinco anos e ser neutra até 2045 tem levado o país europeu a investir pesado no desenvolvimento do mercado de H2V, com interesse especial pelo Brasil.

O plano prevê destinar € 9 bilhões para desenvolvimento de tecnologias ligadas ao H2V. Desse total, € 2 bi serão para parcerias internacionais.

“Para que nosso mercado seja abastecido. estamos trabalhando em soluções conjuntas. Toda a estrutura de incentivo que estamos gerando para incentivar a produção de H2V (…) Queremos garantir o abastecimento estável. Essa é uma responsabilidade que vamos preservar na transição”, explicou o ministro.

Cluster para estudar viabilidade econômica de projetos

Para Petra Schmidt, representante do Ministério Federal de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) no Brasil, outro objetivo da iniciativa H2 Brasil é gerar um cluster de projetos pilotos na cadeia de H2V, que permita estudar a viabilidade econômica desses projetos.

“Se por uma lado a Alemanha trabalha para ser mais verde a cada ano, por outro, o Brasil tem o potencial de ser uma grande exportador de H2V”, disse Petra.

“Queremos melhorar as condições legais, institucionais e tecnológicas para o desenvolvimento de uma economia verde de hidrogênio no Brasil expandindo o mercado nacional”, completou.

Cinco componentes do Projeto H2 Brasil:
  1. Melhoria da estrutura regulatória nacional
  2. Disseminação de informações e conhecimentos sobre o hidrogênio verde
  3. Capacitação e formação profissional (com vagas destinadas especificamente a mulheres)
  4. Fomento a projetos inovadores relacionados ao hidrogênio verde no país
  5. Expansão do mercado – com a previsão da construção de uma planta piloto de eletrólise com 5 MW.

Novo complexo de energia solar de R$ 782 milhões será construído no Ceará. Local gerará mais de 2,8 mil empregos


Usina de energia solar/ Fonte: Diário do Nordeste

No total serão 5 usinas de geração de energia solar, localizados no interior do estado do Ceará, no município de Abaiara.

A cidade de Abaiara, na região do Cariri, será centro de novo investimento em produção de energia elétrica a partir da luz do sol. Ao todo, serão investidos R$ 728,6 milhões para construção do complexo fotovoltaico com cinco parques de geração de energia solar. A capacidade total de geração de energia é estimada acima dos 163 megawatts (MW). Para construção do empreendimento, espera-se a criação de 2.800 novos empregos no estado do Ceará. 

Geração de empregos

A maior parte dos postos de trabalho serão gerados durante a fase de construção dos cinco parques de energia solar. Estima-se a criação de 800 empregos diretos e outras 2 mil vagas indiretas na fase de implantação do projeto.

Quando estiver em operação, a empregabilidade do investimento declina e projeta-se que serão alocados 10 trabalhadores em postos de trabalho direto, e outros 30 em vagas indiretas, para manutenção dos parques de energia solar no estado do Ceará.

Mais detalhes sobre o complexo de energia solar

O empreendimento será composto de quatro plantas solares semelhantes denominadas de Lightsource Milagres I, II, III, IV com proporções e capacidade de geração de energia semelhante. Nestes, o aporte estimado é de R$ 145,2 milhões para implementação de cada parque.

Do total gasto em cada parque de energia solar, R$ 77, 8 milhões serão financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e o restante pela iniciativa privada. A última planta a ser instalada, a Lightsource Milagres Geração de Energia Ltda, será a maior do complexo solar com investimento estimado em R$ 201,7 milhões, sendo R$ 111,7 milhões patrocinado pelo financiamento do FNDE. O fundo gerenciado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), será responsável por financiar R$ 422,9 milhões do total a ser aplicado no complexo solar de Abaiara. A primeira liberação de recursos para construção do empreendimento irá ocorrer ainda este ano, conforme a Sudene.

Utilização de fontes renováveis

Além da geração massiva de postos de trabalho durante a implementação, a construção do complexo solar se interliga com o fortalecimento do hub de energias renováveis no Ceará. Além disso, intensifica as prospecções de venda de energia para os projetos de hidrogênio verde que estão sendo implementados no Estado.

O projeto também vai proporcionar “a geração de renda por meio do arrendamento de terras onde será implantado”, conforme destaca a Coordenação-Geral de Fundos de Desenvolvimento e de Financiamento da Sudene. Empreendimentos de energia solar tem sido fortalecidos pela Sudene na tentativa de atenuar a crise energética vivenciada pelo Brasil. Em 2020, de acordo com balanço da Sudene, foram liberados cerca de R$ 8 bilhões em financiamento para projetos de energias renováveis em toda região Nordeste.

A empresa Solar Newen Bahia Energia assinou um protocolo de intenções com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), para a construção de uma nova usina fotovoltaica destinada a geração de energia solar, no município de Barreiras. Para a execução do projeto, a empresa estima investir R$ 1,080 bilhão. O empreendimento irá contratar 990 operários para a sua construção e gerar 135 empregos na fase de operação.

O secretário de desenvolvimento econômico, Nelson Leal, disse que em julho deste ano, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registrou, que a Bahia ficou em segundo lugar dentre os estados geradores de energia solar no país. E esse protocolo que assinaram é um indicativo que o setor só tende a crescer no estado, completa. De acordo com o site Bahiade Valor, os empreendimentos para geração de energia solar na Bahia já geraram 13 mil empregos diretos, na fase de construção dos que já estão em operação, e a SDE estima que sejam criados mais 47,4 mil empregos diretos na fase de construção para os parques que estão em construção ou ainda serão iniciados.


Resíduos para o desenvolvimento de energia na África - uma nova planta da WTE

Waste to Energy International (WTEI) continua o desenvolvimento de resíduos para energia na África seguindo a estratégia de longo prazo. Além de nosso projeto de transformação de resíduos em energia no Egito , assinamos o acordo para desenvolver, investir, construir e operar uma nova planta de transformação de resíduos em energia na África Subsaariana.

A nova usina de transformação de resíduos em energia deve processar 2.000 tpd (toneladas por dia de RSU (resíduos sólidos urbanos) e, como resultado, a usina deve produzir cerca de 40 MW de eletricidade.

Resíduos em usina de energia na África

O G20 estabeleceu uma meta global com o objetivo de implementar tecnologias de transformação de resíduos em energia na África. Em particular, o documento diz o seguinte. “O G20 deve criar um grupo de trabalho ... para melhorar o setor de resíduos a jusante. O G20 deve pedir às organizações relevantes ... que identifiquem as melhores práticas ... para estabelecer sistemas nacionais de coleta de dados de resíduos. Articular políticas de gestão de resíduos para um sistema mais eficaz, considerando os requisitos específicos da tecnologia de transformação de resíduos em energia ”.Hugo Le Picard, G20 Insights.

Como a WTEI realiza um novo desperdício para o desenvolvimento de energia na África

Em resposta a esses objetivos globais, a WTEI criou um consórcio para construir e operar uma nova planta de transformação de resíduos em energia na África. Esta planta será a terceira instalação no continente, depois da planta da Etiópia e da planta da WTEI no Egito . O consórcio inclui OAK - nosso parceiro de investimento de longo prazo, o desenvolvedor local e o patrocinador do projeto. Criamos o consórcio seguindo nosso modelo de desenvolvimento, que utilizamos para diversos projetos de energia alternativa.

Agora, a WTEI e o desenvolvedor local iniciaram o estudo de viabilidade para determinar a melhor tecnologia aplicável. A equipe do desenvolvedor local atua no país, coletando respostas para o nosso RFI (solicitação de informações). Na próxima etapa, a WTEI realizará negociações com o provedor de tecnologia e o contratante EPC. Com isso, teremos uma proposta firme de CAPEX e OPEX para nosso modelo financeiro. Os cálculos baseados nos custos reais criarão uma base severa para o financiamento de nossos investidores e instituições financeiras.

Todo o ciclo de desenvolvimento, iniciado em outubro de 2021, levará de 2 a 3 anos. Em 3-5 meses, realizaremos o estudo de viabilidade. O encerramento financeiro demorará cerca de 1 a 2 meses. Em seguida, o consórcio fará a construção e o comissionamento. A planta deve estar operacional por 25-30 anos.

Portanto, agora, quando a WTEI expande sua presença na África, nosso portfólio continua crescendo. Juntamente com o projeto hidrelétrico, o valor total do investimento de nossos projetos em andamento atingiu 1,2 bilhão de dólares. O futuro do negócio de energia alternativa parece mais promissor hoje do que em qualquer época anterior. E esperamos que WTEI agregue uma contribuição valiosa para um ambiente melhor e mais saudável.


Consumidor pode economizar com energia solar mesmo sem ter placas

Moradores de apartamento ou casa sem espaço no telhado para painéis podem contratar usina e pagar até 20% menos na conta


Rio de Janeiro – O investimento em energia solar não é apenas uma boa ação ambiental, é também a certeza de economia para todos os consumidores que buscarem empresas confiáveis do setor. Além de reduzir em até 95% a conta de luz, a despesa para instalação, bem menos salgada que no passado, é abatida em cinco anos em média.

Mesmo quem não tem telhado com bom espaço livre ou mora em apartamento pode se beneficiar da energia solar alugando a eletricidade de uma usina local.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil atingiu a marca de 10 gigawatts de capacidade operacional em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos do país. O número, difícil de entender, representa 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo.

Hoje, 700 mil consumidores do país usam o sol para gerar sua própria eletricidade (com 6,3 gigawatts produzidos). É gente que ajuda o meio ambiente com uma matriz limpa e ainda pagava pouco todo mês na conta de luz.

A opção, não à toa, teve um boom em 2021, com a queda nas chuvas, o temor de racionamento e o encarecimento da energia, com as sucessivas bandeiras tarifárias. A Absolar, em levantamento de julho de 2021, apontava um aumento de 117% na procura por projetos de energia solar.


Nem telhado eu tenho

Quem não tem telhado para pôr as placas ou não quer pagar o valor inicial da montagem, pode ainda dar uma mão à natureza contratando empresas que captam a luz solar e a colocam no sistema da distribuidora local.

Como fazer? Procure uma produtora próxima e a contrate pelo período que desejar. A redução na conta, nesse caso, fica entre 10% e 15%, mas o estímulo à energia renovável é o mesmo.

Alexandre Bueno, um historiador formado na USP (Universidade de São Paulo) que se interessou pela causa, investiu com alguns sócios na criação de uma usina com placas fotovoltaicas no interior de São Paulo, em 2017.

Quatro anos depois a Sun Mobi tem duas usinas, uma em Porto Feliz e outra em Araçoiaba da Serra, cidade próxima a Sorocaba. Hoje, 80% dos clientes são residenciais e 20%, corporativos, Na quantidade de eletricidade entregue, o percentual se inverte: quatro quintos vão para as empresas.

Bueno observa que 75% das edificações não têm como instalar os painéis e algumas residências não possuem as condições mínimas para gerar energia. Sombra demais e locais com muita chuva são itens que pesam contra a capacidade de produção, mas não a inviabilizam .

“Com o custo atual da energia elétrica, não há porque descartar essa opção, por meio da instalação do sistema ou por contrato. Esse cliente vai ter um produto mais barato e ficar fora das bandeiras tarifárias, que estão levando as contas às alturas”, diz o empresário.

Segundo ele, quem fecha com sua companhia garante redução de pelo menos 10% na conta mensal e pode encerrar o fornecimento a qualquer momento, sem taxa de adesão ou prazo de fidelidade. “Nosso objetivo é fornecer um serviço similar ao da TV a cabo. Você assina, acompanha o monitoramente em tempo real de todos os gastos e sai quando quiser. Tudo bem prático e positivo não só para o cliente como para o meio ambiente.”


Ok, mas eu quero pôr placas no meu telhado. Como faço?

João Albino, de 58 anos, instalou há seis meses as placas no teto de sua casa, na cidade de São Paulo. E só tem elogios ao sistema.

Ele é um gaúcho — “gremista”, enfatiza — que atuou 40 anos no setor bancário e hoje é sócio de uma empresa de investimentos.

E como alguém do frio Rio Grande do Sul que mora em São Paulo, acostumado ao tradicional setor de finanças, poderia pensar em energia solar? A culpa é da nova geração, que já nasce preocupada com questões ambientais.

“Foi meu filho, que tinha 13 anos e agora está com 14, que me cobrou. Fico muito orgulhoso de ver que os mais novos têm essa mentalidade”, comenta.

Albino pensou mais na natureza do que no seu bolso, mas não tem do que reclamar em relação a nenhum desses aspectos.

“Eu pagava R$ 1.200 em média na conta de luz e hoje vem só a tarifa mínima, de menos de R$ 200. Para mim, não tem o que pensar. Nos meses em que gasto menos do que produzo, esse excesso vira crédito e posso aproveitar em um período que, por algum motivo, precise usar mais.”

O crédito também é utilizado no período noturno, todos os dias. Assim, se os paineis geram 10 kilowatts de manhã e à tarde e o morador usa apenas 7, o restante (3) fica para o gasto à noite. No fim do mês, calcula-se quanto foi fabricado e o quanto foi utilizado: se houver sobra, ela pode ser usada em meses posteriores; se se gastou mais do que produziu, a diferença é paga com a tarifa normal da concessionária.

O que convenceu João Albino definitivamente a colocar os equipamentos no alto de sua casa, em um condomínio da zona sul da capital paulista, foi a seriedade dos técnicos da empresa escolhida, a Portal Solar.

“Eles vieram aqui, definiram quantas placas seriam necessárias e disseram exatamente os custos que eu teria. Um vizinho meu também quis fazer, mas, no caso dele, havia bastante árvore fazendo sombra no telhado e não foi possível. Achei isso muito correto, não queriam apenas vender o sistema.”

A análise inicial é feita em cima dos gastos dos últimos doze meses na casa e inclui um questionamento sobre o que o consumidor pretende fazer futuramente e que pode ter impacto no uso de energia. Se quer ter um filho, por exemplo, ou comprar outros equipamentos, talvez seja aconselhado a ampliar a geração.

Rodolfo Meyer é proprietário da Portal Solar. Além de empresário do setor é um ativista. “Se for contratar alguém procure empresas confiáveis, que vão tirar todas as dúvidas e garantir que, se for bem feito, o projeto só tem pontos positivos.”

“Todo consumidor pode aproveitar a energia solar de alguma forma. É certamente a melhor maneira e mais rápida de reduzir o consumo de energia no país”, comenta Meyer.

Ele explica que o preço para instalar as placas caiu muito nos últimos anos e mesmo os valores atuais podem ser obtidos via financiamento bancário.

“Além de haver várias linhas de crédito dos bancos para energia solar, o consumidor tem que pensar que o retorno é rápido e que em pelo menos 80% dos casos, a parcela do financiamento sai mais barata do que a conta de luz que ele paga.”

Meyer diz que o projeto mais comum no país é o de clientes que pensam em instalar os paineis para fugir de contas de R$ 500 menais. “Nesse caso, sai em torno de R$ 25 mil a instalação e o consumidor pode parcelar esse preço em até 60 vezes.”

O empresário acrescenta que a cada ano a energia fica mais cara no Brasil, o que serve como um estímulo à produção solar. “Depois de cinco, seis anos, esse sistema é seu. Ele já se pagou e você vai ter eletricidade praticamente de graça por até 21 a 25 anos, quando é preciso trocar as placas.”

A conta de luz só não é totalmente zerada porque as distribuidoras cobram pequenas tarifas de todos os consumidores, como a de uso da rede ou de iluminação pública.

Rodolfo Meyer reforça a necessidade de difusão dessa alternativa para a matriz energética nacional.

“A queda no preço do equipamento por causa do desenvolvimento tecnológico foi de 90% nos últimos dez anos e a eficiência média por metro quadrado aumentou quase 50%. Não há mais razão para não aderir”, afirma.


Ele aproveita para desfazer um equívoco que serve para desestimular moradores de regiões frias do país. “Mesmo em locais como a região Sul é viável a instalação. Existe uma lenda urbana de que o painel solar só funciona com a luz do sol. Não é verdade, ele produz com a radiação. Assim com quem vai à praia e sai queimado, a placa capta a energia mesmo sem a luminosidade.”


Novo gerador flutuante extrai energia das ondas do mar e promete ser superior a energia eólica e solar

O sistema opera em unidades autônomas, na forma de grandes estruturas flutuantes. [Imagem: Colin Keldie/KTH]

Com os testes do protótipo do gerador capaz de extrair energia das ondas já em andamento, engenheiros destacam que a nova invenção pode captar energia superior aos painéis de energia solar e torres de energia eólica.

Um projeto elaborado por engenheiros australianos resultou em um novo gerador que é capaz de captar e dobrar a energia proveniente das ondas do mar, algo que pode significar a viabilização dessa fonte riquíssima de energia limpa, estudos apontam que a eficácia do novo gerador é superior aos painéis de energia solar e torres de energia eólica.

Professor Xu Wang fala a respeito da energia das ondas e o funcionamento da captação de energia renovável.

O professor Xu Wang, da Universidade RMIT, relatou que mesmo que a energia eólica e a energia solar sejam atualmente as dominantes do mercado, se tratando de fonte de energias renováveis, elas só estão disponíveis cerca de 20 a 30% do tempo. Já a energia das ondas do mar está disponível praticamente o tempo inteiro. O professor Wang acredita que a potência existente na energia das ondas do litoral é imensa.

Estima-se que o alto potencial inexplorado da energia das ondas oceânicas ao redor do mundo, chega ao equivalente de boa parte da produção de eletricidade mundial hoje. Entretanto, os diversos desafios ao desenvolver novas tecnologias que possam extrair essa energia das ondas do mar com muita eficiência e que possa resistir ao meio super agressivo da água salgada do mar são os fatores que seguem mantendo o uso da energia das ondas ainda em fase experimental.

O gerador fica dentro de uma boia, logo acima da linha da água. A ideia de colocá-lo numa boia é justamente para preservar sua vida útil, já que que a água do mar é muito corrosiva.

Protótipo Gerador de eletricidade flutuante

Geração de energia pelas ondas do mar

O gerador flutuante extrai duas vezes mais energia das ondas do oceano, sendo superior a energia eólica e energia solar. O protótipo segue em teste pela equipe de laboratório do professor Wang. A proposta do professor e de seus alunos para que todos possam utilizar a fonte renovável de energia das ondas está em uma turbina dupla, fixas ao gerador flutuante. Essas turbinas boiam sincronizadamente, acompanhando o vai e vem das ondas, fazendo a dupla captura da energia das ondas do mar.

Esta é uma visão simples dada pelo professor. É possível que a sistematização construída até agora fique muito mais complexa. O protótipo conta com diversos sensores, computadores de verificação e controle, além de atuadores que ajudam na sincronização dos geradores em relação as ondas, que são sempre variáveis.
Energia das ondas do mar


Protótipo em escala de laboratório testado pela equipe.[Imagem: RMIT University]

O protótipo conta também com duas rodas de turbina exclusivas, que atuam em contra rotação. O gerador poderá dobrar sua potência ao obter duplamente a energia das ondas do mar. Segundo o professor Wang, o protótipo, nesse caso, acaba sendo tendo muito mais aproveitamento em comparação a outras tecnologias de absorção pontual que se encontram em experimento, em laboratórios mundo a fora.

O protótipo gerador de energia flutuante obteve muito sucesso em todos os testes feitos após a aplicação de melhorias no decorrer das pesquisas. A equipe de Wang agora busca contato com empresários ou parceiros da indústria para testar um modelo em escala real e viabilizar a comercialização do gerador.

Merkel pede investimentos nas energias renováveis em África

A Alemanha quer derrubar os obstáculos aos investimentos nos mercados africanos. Angela Merkel diz que o potencial é grande. Entretanto, a chanceler anunciou o envio de 70 milhões de vacinas da Covid-19.


"O potencial de mercado é grande e é preciso aproveitá-lo melhor", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, esta sexta-feira (27.08), durante uma conferência em Berlim da "Compact with Africa", uma iniciativa no âmbito do G20 para promover os investimentos privados no continente africano.

Segundo Angela Merkel, na maior parte dos 12 países abrangidos pela iniciativa, o ambiente de negócios melhorou. Mas Merkel garante que é possível fazer mais.

"Continuamos a pensar em formas de derrubar os obstáculos que ainda existem para o comércio e investimento", afirmou a chanceler. "Temos boas razões para olhar com confiança para o futuro, com um foco especial nos investimentos nas energias renováveis. A expansão deste setor é extremamente importante para alcançarmos os objetivos climáticos globais."

A chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes europeus e africanos durante a conferência "Compact with Africa", em Berlim

Berlim lançou a iniciativa "Compact with Africa" em 2017, durante a presidência alemã do G20. Na iniciativa participam o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Guiné-Conacri, Egito, Etiópia, Marrocos, Ruanda, Senegal, Togo e Tunísia.

Em declarações à DW, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, saudou a iniciativa. "África precisa de investimentos para se desenvolver", frisou.

Segundo Mahamat, isso é particularmente importante em tempos de pandemia: "África precisa de investimentos em paz e segurança. Como o resto do mundo, o continente foi afetado pela terrível pandemia da Covid-19. A questão das vacinas, da produção de vacinas em África, também é uma prioridade para o continente".

BioNTech quer produzir em África em 2022

A farmacêutica alemã BioNTech anunciou esta sexta-feira que, "no ano que vem", quer passar a produzir vacinas com RNA mensageiro (mRNA) no Ruanda e no Senegal.

Um dos objetivos é "apoiar o fornecimento de vacinas aos Estados-membros da UA", explicou a empresa em comunicado.

A BioNTech prevê instalar fábricas para produzir as vacinas mRNA contra a malária e a tuberculose que está a desenvolver. Atualmente, 99% das vacinas utilizadas em África têm de ser importadas.

O Presidente ruandês, Paul Kagame, aplaudiu a iniciativa, tal como o Presidente senegalês, Macky Sall, que disse que este é um "dia histórico na luta pelo acesso às vacinas".

A chanceler Angela Merkel anunciou que, ainda este ano, a Alemanha deverá enviar até 70 milhões de doses da vacina da Covid-19 para países africanos.

Google investirá 1 bilhão de euros na computação em nuvem e em energias renováveis na Alemanha

Armazenamento de dados digitais é criticado pelo grande consumo de energia. Segundo a empresa, aporte e um 'passo importante para alcançar meta de descarbonização'.

Logo do Google em uma convenção de tecnologia em Paris, na França, em 25 de maio de 2018 — Foto: CHARLES PLATIAU/Reuters

A gigante americana Google vai investir 1 bilhão de euros (R$ 6,1 bilhões) na Alemanha em infraestruturas de computação em nuvem para armazenar dados e na energia renovável necessária para alimentar esses serviços.

"Na Alemanha (...), até 2030, os investimentos em infraestrutura digital e energia limpa chegarão a 1 bilhão de euros", anunciou o grupo em comunicado nesta terça-feira (31).

O grupo investirá na Alemanha em infraestruturas de energias renováveis "solar e eólica" para alimentar 80% da sua exploração.

"É um passo importante para alcançar nossa meta de descarbonização até 2030", disse.

Para isso, fará parceria com a subsidiária alemã do grupo francês Engie, que entregará um total de "140 megawatts" de energia verde.

O armazenamento de dados digitais usando essas nuvens é altamente criticado, especialmente porque consome grande quantidade de energia. O governo alemão saudou a decisão do Google, um "sinal forte" de acordo com o ministro da Economia, Peter Altmaier.

A gigante quer expandir seu centro de nuvem localizado em Hanau, na região de Frankfurt (oeste), que já possui 10.000 m2. O Google também quer criar uma nova unidade de armazenamento de dados em Brandenburg, a região ao redor de Berlim.

Por enquanto, a gigante digital possui quatro fábricas na Alemanha (Berlim, Frankfurt, Hamburgo e Munique) e emprega 2.500 pessoas.

UEPB aprova criação de curso tecnólogo em energias renováveis

Decisão foi do Conselho Universitário (Consuni) da instituição.

UEPB aprova criação de curso superior em energias renováveis Foto: Divulgação

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) aprovou a proposta de criação do Curso Superior Tecnólogo em Sistemas de Energias Renováveis. A decisão do Conselho Universitário (Consuni) da instituição foi unânime. A reunião ordinária aconteceu na sexta-feira (27), por videoconferência.

O curso fará parte do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), do campus de Catolé do Rocha. Nesse primeiro momento, funcionará na cidade de Sousa, em um espaço do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

A graduação, que propõe aproveitar os recursos naturais do Sertão, deve começar a partir do próximo semestre. A realização do curso acontece em parceria com o Governo Estado.

A reitora, Célia Regina Diniz, presidiu a reunião do Consuni. Participaram a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca, e o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado.

SEMINÁRIO FINAL DO PROJETO MERCADOS DE CARBONO COM O LANÇAMENTO DO MARCO REGULATÓRIO RESPECTIVO


 O evento, tem como objetivo apresentar e discutir o cenário atual e os desafios para a pauta da precificação das emissões de gases de efeito estufa.

Energias renováveis mantêm crescimento e abrem vagas durante a pandemia

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país

Foto: Arthur de Souza

No terreno que um dia abrigou as Cavalariças Imperiais, perto da Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, hoje se constrói uma usina solar para abastecer o Museu Nacional, que passa por um processo de reconstrução após o incêndio de 2018.

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país, que passou quase sem sentir os efeitos da pandemia e prevê aceleração após a aprovação de marco regulatório em discussão no Congresso.

O texto estabelece regras para o funcionamento da chamada geração distribuída, negócio que permite a compra de participação em usinas renováveis por indústrias, comércio e até residências.

"É importante porque vai estabelecer em lei, pela primeira vez no Brasil, o direito do consumidor gerar sua energia renovável", diz o presidente-executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Rodrigo Sauaia.

Mesmo antes da aprovação do texto, porém, o segmento já vem se aproveitando da busca por alternativas à escalada no preço da energia e pela crescente pressão por descarbonização das atividades econômicas.

Em 2020, o setor de energia solar recebeu investimentos de R$ 12,1 bilhões, alta de 50% em relação ao ano anterior. Na semana passada, a Absolar comemorou a marca de 10 GW (gigawatts) instalados, o que põe o Brasil na décima-quarta posição do ranking global.

O ano de 2021 começou acelerado. "Nosso faturamento cresceu 67% de janeiro a junho", diz Artur Cantador Bernardo, presidente da Dinâmica Energia Solar, empresa que atua na construção e montagem de fazendas solares, com braços em outras etapas da cadeia, como importação de equipamentos.

A Dinâmica começou com uma empresa de projeto de aquecimento de água e diversificou as operações quando o barateamento da tecnologia de geração de energia solar começou a viabilizar os primeiros projetos no país.

"Atualmente, a gente está com cerca de 60 funcionários, mas a tendência é crescer", conta Artur. "Nesse momento, temos obras em praticamente todo o Brasil, de Porto Alegre até Brasília."

"Além da energia estar cada vez mais cara, as empresas estão olhando a questão da sustentabilidade, implantando metas agressivas de redução de carbono", analisa André Castro, presidente-executivo do grupo Gera, que opera fazendas e condomínios solares -e o projeto do Museu Nacional, no Rio.

Com 140 funcionários administrativos e cerca de 200 pessoas trabalhando em campo, a empresa já vê gargalos de mão de obra especializada e iniciou um programa próprio de qualificação para dar conta dos próximos projetos, que somam hoje 25 MW (megawatts), quase o dobro dos 30 MW que já opera.

Mais antigas e difundidas no país, as eólicas viveram um período de retração no final da década passada por causa da falta de leilões do governo, mas já se beneficiam também da migração de consumidores em busca de preços baixos e energia limpa.

Em 2020, o Brasil recebeu R$ 20,6 bilhões em investimentos na fonte, que segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), será o principal motor do crescimento da oferta de energia no país nos próximos anos.

Essa perspectiva levou a fabricante de pás para torres de geração de energia eólica Aeris a lançar ações em Bolsa em novembro de 2020, captando R$ 1,1 bilhão para investimento em ampliação de suas instalações no porto de Pecém, no Ceará.

O dinheiro está sendo usado em um novo edifício industrial e em máquinas para ampliar a produção da empresa, que em 2020 teve um terço de suas vendas no exterior. Desde o início de 2020, a empresa contratou cerca de 2.000 novos funcionários, elevando o quadro de pessoal para cerca de 5.200 pessoas.

A criação de vagas de trabalho no setor segue tendência global. Em relatório sobre o impacto dos investimentos públicos do mercado de trabalho, lançado em maio, o FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que os investimentos "verdes" tendem a criar mais empregos do que os tradicionais.

O documento destaca que os projetos e energia renováveis abrem oportunidades para trabalhadores locais e não requerem elevada qualificação. Para cada US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) investidos em energia renovável, diz, são abertas entre 5 e 10 vagas.

Em seu último planejamento de dez anos, a EPE estima que os investimentos em geração distribuída de energia somarão R$ 93 bilhões até 2030.

"A cada ano que passa, sabemos que podemos confiar menos nas chuvas e, quando olhamos as alternativas, ou é energia fóssil ou é renovável", diz o diretor de Planejamento e Relações com Investidores da Aeris, Bruno Lollis.

Criador de uma startup de gestão energética de empresas, a Fohat, Igor Ferreira lembra que a disseminação do conceito ESG deve levar cada vez mais os empresários a apostarem em renováveis.

"O ESG está acelerando o desembolso de capital mais barato para empresas que atendam a esses requisitos", diz. "Não tem mais como esconder os efeitos climáticos, é visível que o planeta está se deteriorando."

Preço em leilão dá sinal positivo a térmicas a lixo no Brasil, diz indústria

Preço em leilão dá sinal positivo a térmicas a lixo no Brasil, diz indústria

Reuters. Vista de usina movida a resíduos sólidos em Burnaby, Canadá 17/06/2019 REUTERS/Lindsey Wasson

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - O nascente setor brasileiro de termelétricas movidas a resíduos sólidos urbanos se mostrou satisfeito com os preços fixados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a negociação de eletricidade gerada por essa fonte no próximo leilão A-5, marcado para o dia 30 de setembro, que representa um movimento pioneiro para o segmento.

A reguladora informou na última terça-feira que o certame negociará energia de térmicas movidas a lixo por 639 reais por megawatt-hora (MWh), valor que ficou dentro das expectativas da Associação Brasileira de Recuperação Energética (Abren).

Segundo o presidente da entidade, Yuri Schmitke, os estudos de mercado realizados pelo setor apontavam um preço médio esperado de 650 reais/MWh. Como o valor oferecido para o certame está próximo dessa marca, ele acredita que o mercado tenha recebido um sinal positivo em relação à fonte.

Os preços ainda são bastante elevados se comparados a outras fontes de energia --no leilão, o segundo maior valor fixado é de 365 reais/MWh, para termelétricas a outros combustíveis sem outorga. Schmitke acredita, porém, que a introdução do Waste-to-Energy (WTE, na sigla em inglês) nos certames seja um primeiro passo para a evolução do setor e consequente redução de custos.

"A perspectiva é que esse custo vai reduzir, como aconteceu com a energia eólica. A eólica mostra claramente o que acontece com o mercado quando ele se desenvolve: há uma queda de preço, fabricação nacional, criação de uma cadeia de fornecimento de serviços, máquinas e equipamentos, e isso reduz o preço", afirmou Schmitke em entrevista à Reuters.

De acordo com a Aneel, 12 projetos de termelétricas a resíduos sólidos que somam 315 megawatts (MW) de capacidade foram inscritos no leilão A-5, que negociará energia para suprimento a partir de 1º de setembro de 2026.

A Abren acredita, porém, que o certame vai se concentrar em três projetos com licença ambiental garantida, que somam 131 MW: a URE Barueri, em São Paulo, com 20 MW; a URE Caju (Rio de Janeiro, 31 MW); e a URE Mauá, do Grupo Lara (São Paulo, 80 MW).

A Reuters havia antecipado em fevereiro a intenção do governo de testar as térmicas movidas a lixo nos leilões de geração a partir deste ano, depois de experiências de sucesso na inserção de novas fontes --como eólica e solar-- em sua matriz energética ao longo da última década.

A associação aguarda agora pela distribuição de demanda para o leilão.

Schmitke, que vê a inserção da fonte no leilão como a maior vitória da Abren até hoje, espera que o certame dê viabilidade pelo menos aos três projetos mencionados.

"A gente espera que o governo viabilize pelo menos esses três projetos, porque são projetos que se não forem viabilizados agora, vai atrasar bastante o desenvolvimento deles. São projetos que estão maduros, (prontos) para começar as obras", afirmou.

A Abren --que conta com empresas como a norte-americana Babcock & Wilcox, a nipo-suíça Hitachi Zosen Inova e a francesa Veolia como associadas-- espera ainda que a fonte volte a ser inserida nos próximos leilões de eletricidade no Brasil.

Segundo Schmitke, já há discussões no governo para que as térmicas a resíduos sólidos entrem no leilão de capacidade, em janeiro de 2022, e também no leilão A-5 do primeiro semestre do ano que vem. "E quem sabe no A-5 do segundo semestre também", afirmou.

Repasse integral de custo de energia deve elevar conta de luz em 15%

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição.

Iluminação pública - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado estimam que a bandeira 2 vermelha -a mais cara na conta de luz- terá de dobrar de valor em setembro para cobrir a alta dos custos de geração de energia.

Se a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotar medida nesse sentido, a conta de luz passará por um reajuste médio de 15,2%.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas -fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras -verde, amarela e vermelha- constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

Questionado, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou à reportagem que, embora a "atualização" das bandeiras seja competência da Aneel, ela "contempla o valor necessário para a cobertura de custos de GSF [risco hidrológico] e de despacho termelétrico adicional, dentre outros [fatores]".

"Na atual conjuntura, esses custos estão aumentando. Os custos adicionais ou serão considerados na bandeira ou serão considerados na tarifa", disse o ministro.

Distribuidores e grandes consumidores, no entanto, aguardam um impacto mais forte via bandeira tarifária, o que acarretaria um aumento de até 15,2% caso passe de R$ 94,90 para cerca de R$ 190 o MWh (megawatt-hora).

A projeção desse aumento nas contas de luz foi feita pelo diretor de regulação da TR Soluções, Hélder Sousa. A empresa desenvolveu um sistema que simula as condições de projeção das tarifas consideradas pela Aneel.

Segundo Sousa, a tarifa média hoje sem impostos nem bandeiras é de R$ 532 por MWh (megawatt-hora). Com a bandeira vermelha 2 a R$ 94,92, o valor passa para R$ 627. Se a bandeira for para R$ 190, a tarifa saltará para R$ 722 -um aumento de 15,2%. O cálculo não considera impostos.

Com o agravamento da crise hídrica, que fez secar rios que abastecem os reservatórios das hidrelétricas, o país passou a importar energia da Argentina e do Uruguai e a acionar termelétricas por, em média, R$ 2.000 o MWh.

Muitas empresas, particularmente indústrias intensivas de energia, passaram a buscar o insumo no mercado livre para tentar amenizar seus custos.

Nesse mercado, o preço de referência (o chamado PLD) passou de R$ 213, em janeiro deste ano, R$ 583, em agosto. A bandeira é um sistema que reflete justamente o aumento de custo variável da energia sempre que há fenômenos adversos, como uma seca muito intensa.

As concessionárias trabalham com tarifas reguladas sobre as quais incide o valor da bandeira vigente. A pressão pelo repasse integral dos custos atuais para o sistema de bandeiras vem desde a última reunião da Aneel, no final de junho.

Naquele momento, a área técnica da agência recomendou que o país continuasse consumindo energia com bandeira vermelha patamar 2 (a mais cara) e propôs um aumento para R$ 115 o MWh -ou R$ 11,50 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

Naquele momento, se o reajuste da bandeira vermelha nível 2 fosse de R$ 11,50, o aumento previsto nas contas dos consumidores seria entre 10% e 15%, movimento que exerceria ainda mais pressão sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 atingiu 9,3% -e um dos maiores impactos foi o da energia elétrica, que subiu 5% no mês, segundo o IBGE.

Por isso, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, preferiu uma proposta intermediária. Impor um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, o que daria R$ 94,90 o MWh. Esta foi a decisão do conselho diretor, no final de junho deste ano.

Com a decisão, a diretoria da agência optou por parcelar o reajuste, postergando cerca de R$ 3 bilhões para as tarifas em outro momento.

Para isso, realizou uma consulta pública para que os consumidores decidam se preferem que esse repasse seja feito ainda neste ano. A expectativa no mercado é que a decisão saia nos próximos dias.

Desde então, a situação das geradoras ficou ainda pior diante do agravamento da seca. O diretor-geral do ONS (Operadora Nacional do Sistema), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta quarta-feira (25) que havia previsão de chuvas na região Sul entre julho e agosto, mas elas foram frustradas, o que levou o grupo de monitoramento emergencial da crise a tomar medidas mais drásticas de preservação da água no sistema e partir para um pacote de incentivo à redução de consumo por consumidores do mercado regulado (residencial e empresas de menor) e para grandes consumidores.

O programa de redução de consumo de consumidores residenciais foi anunciado no Ministério de Minas e Energia também na quarta, sem os detalhes mais importantes. Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rechaçou racionamento.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente vê sua popularidade despencar diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico. Para eles, palavras como racionamento e reajustes de preços precisam ser evitadas diante do custo político.

O ministro e sua equipe de secretários e até o diretor da Aneel se esquivaram de comentar sobre futuros reajustes das tarifas, algo dado como certo pelo mercado.

Pepitone, da Aneel, não explicou se o programa de descontos para os consumidores residenciais será capaz de amenizar as contas diante de um provável aumento da bandeira vermelha 2. Ele disse apenas que a agência está "estudando", mas não explicou o quê.

Consultada, a Aneel não respondeu até a publicação desta reportagem.

Por Julio Wiziack (Folhapress)

Leilão de Energia Nova A-5 é aprovado pela ANEEL e será realizado em 30/9

A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021. O certame visa à contratação de energia elétrica gerada por novos empreendimentos a partir de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás natural e de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A realização do leilão está prevista para 30 de setembro de 2021, com transmissão ao vivo no portal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.694 empreendimentos, com 93.859 megawatts (MW) de potência cadastrada. Um dos destaques deste leilão será o tratamento dado às usinas termelétricas a partir de resíduos sólidos urbanos, ou seja, de lixo. Foram cadastrados 12 projetos com total de 315 MW para esse produto, que será licitado na modalidade por disponibilidade, com período de suprimento de 20 anos. “A geração por resíduos sólidos urbanos traz valor econômico para os aterros sanitários e agrega receita para as prefeituras que podem vender o biogás ou gerar energia para ser comercializada ou utilizada em edificações públicas do município. Ela transforma o que era antes um passivo ambiental em ativo energético”, avalia o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.

“Entendo que foi absolutamente acertada a decisão do MME de criar um produto diferenciado para essa fonte, considerando que, até essa data, o Brasil dispõe de cinco empreendimentos termelétricos a resíduos sólidos urbanos, totalizando 19,6 MW”, destacou o diretor Hélvio Guerra, relator do certame. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que o país gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


O leilão segue as premissas da Portaria MME n° 10/2021 e contratará oferta de geração na modalidade por quantidade para empreendimentos eólicos e solares fotovoltaicos, com prazo de suprimento de 15 anos, e hidrelétricos (centrais geradoras hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas hidrelétricas e ampliação de usinas existentes), com prazo de 25 anos. Para empreendimentos termelétricos, serão negociados contratos por disponibilidade, com prazo de 20 anos. O início do suprimento, para todos os contratos, é 1/1/2026.

O custo Marginal de Referência do Leilão de Energia Nova A-5/2021 estabelecido pelo MME foi de R$ 639,00/MWh, e os preços iniciais são os relacionados a seguir:
  • Preços iniciais para novos empreendimentos e para os empreendimentos com outorga sem contrato:
  • Produto por quantidade (fonte hidrelétrica): R$ 320,00/MWh (trezentos e vinte Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte eólica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte solar fotovoltaica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por disponibilidade (fonte termelétrica): R$ 365,00/MWh (trezentos e sessenta e cinco Reais por megawatt-hora); e
  • Produto Disponibilidade a partir da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: R$ 639,00/MWh (seiscentos e trinta e nove Reais por megawatt-hora.

Preços para empreendimentos com outorga e com contratos regulados celebrados anteriormente, vigentes ou não:
  • Preço de Referência para PCHs e CGHs: R$ 249,22/MWh (duzentos e quarenta e nove Reais e vinte e dois centavos por megawatt-hora);
  • Preço de Referência para UTE: R$ 266,86/MWh (duzentos e sessenta e seis Reais e oitenta e seis centavos por megawatt-hora); e
  • Preço de Referência para UHE: R$ 174,27/MWh (cento e setenta e quatro Reais e vinte e sete centavos por megawatt-hora).

A Consulta Pública nº 035/2021, que debateu com a sociedade o conteúdo do edital do leilão, recebeu 62 contribuições de 21 participantes. O aviso de licitação, o edital e os anexos serão publicados na quinta-feira 26/8.

Prefeitura do Rio recebe 400 lixeiras de plástico reciclado da Ambev

Papeleiras foram produzidas a partir de resíduos coletados durante Carnaval de rua / Divulgação (Prefeitura)

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebeu da Ambev, em ação simbólica no Parque Madureira, nesta sexta-feira (20/8), 400 lixeiras sustentáveis produzidas com os resíduos coletados durante o Carnaval de 2020. O projeto é resultado de uma parceria da Ambev com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), para que a coleta do lixo produzido durante os festejos carnavalescos ganhassem uma destinação ecológica. Foram doados 3 tipos de equipamentos para usos específicos: lixo comum, orgânico e material reciclável. As novas lixeiras serão distribuídos pelos parques municipais, para estimular os frequentadores a fazerem o descarte correto de seus resíduos e incentivar a cadeia da reciclagem.

Para Eduardo Cavaliere, secretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, a parceria com a Ambev ressalta e reforça a importância dos cuidados com o meio ambiente, além de trazer dividendos econômicos para as populações de baixa renda. “Esta parceria com a Ambev reforça a potência do Rio de Janeiro em liderar a pauta de economia circular e criativa. Projetos inéditos como este colaboram para as metas do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática,” afirmou Cavaliere.

A Ambev coletou o lixo produzido pelos principais blocos de rua do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife, com a finalidade de reciclar os resíduos recolhidos e transformá-los em lixeiras para as prefeituras. A ação contou com participação de 2.800 catadores, que receberam uma renda fixa por dia de trabalho, além de remuneração extra pela quantidade e tipo de materiais recolhidos. Ao todo, 324 toneladas de lixo foram coletadas nas ruas das cinco capitais.

Na cidade do Rio, metade das 30 toneladas de lixo recolhidas era de plásticos descartados. O material foi separado e transformado nas lixeiras que foram entregues ao município. Para fazer a reciclagem e transformação desses resíduos, a Ambev estabeleceu uma parceria com empresa Lar Plásticos, fabricante e fornecedora de lixeiras e outros produtos de plástico feitos 100% a partir de matéria-prima reciclada.

O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Flávio Lopes, ressaltou a importância da doação dos equipamentos para o descarte adequado dos rejeitos, além de lembrar que a Companhia sofre prejuízos diários com o vandalismo. “A doação das lixeiras é muito bem-vinda para a Comlurb. A Companhia sofre com o vandalismo e o furto de papeleiras, que são aquelas nossas pequenas lixeiras laranjas instaladas em postes na cidade. O prejuízo é enorme para a cidade. Precisamos sempre instalar novas e consertar outras. Toda colaboração é muito importante. São equipamentos que serão muito úteis. Além disso, as doações de hoje seguem a filosofia dos três R ‘s (reciclar, reutilizar e reduzir) que a Companhia quer difundir cada vez mais. Agradecemos muito a iniciativa da Ambev”, disse o presidente da Comlurb.

A gerente executiva de relações institucionais da Ambev, Larissa Menezes, por sua vez, reafirmou o compromisso da empresa com ações que beneficiam a sociedade não somente com retorno financeiro, mas também em qualidade de vida gerada por um ambiente ordenado e limpo. “É uma honra participar de um projeto inédito como esse. Queremos ter um Carnaval cada vez mais sustentável, e ajudar na conscientização dos foliões. Depende de todos nós – empresas, associações, foliões, sociedade e governo. Queremos lembrar que juntos podemos construir um mundo melhor. A ação mostra também à sociedade a importância da logística reversa e dos catadores no ciclo da reciclagem”, afirmou Larissa Menezes.


Proposta do governo Brasileiro vai incentivar energia solar


Governo Brasileiro incentiva a escolher energia solar

Uma proposta do Governo Brasileiro pode levar 3,5 milhões a escolher energia solar, mas a proposta ainda está parada na Câmara, onde aguarda votação no plenário!

O projeto lei 5829/2019 está parada no Congresso Nacional, tendo como objetivo incentivar o uso de energia solar no Brasil, que pode ir até 3,5 milhões a escolher energia solar. O que significará um aumento de 680% no uso da tecnologia solar no país até 2031!

Estes números são baseados num estudo sobre a expansão de energia no Brasil que foi concluído em julho pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

Se a proposta for aprovada, 4,1 milhões de brasileiros irão ter energia solar na sua casa até 2031, sendo que atualmente apenas há 525 mil utilizadores da energia solar no país (dados da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica).

O PROJETO TEM AINDA CAPACIDADE PARA PROPORCIONAR ATÉ 2031, UMA POTÊNCIA INSTALADA DE 35,6 GW, PERANTE OS ATUAIS 6,2 GW!

Os investimentos serão superiores a 120 biliões de reais!
Estudo que incentiva a escolher energia solar




O estudo realizado pela EPE faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2031), onde são traçados vários cenários sobre o uso de fontes de energia alternativas, como a energia solar para o período de 2022 a 2031.

O principal cenário é mesmo o da aprovação do projeto, em que se prevê a manutenção de incentivos e a criação de regras de transição para os consumidores que gerem a sua própria energia solar!

A proposta está parada no plenário da Câmara, tendo já sido incluída nas votações do plenário 15 vezes desde março, mas nunca chegou a ser votada!

Câmara Alemã Promove Missão Técnica Sobre Tecnologias de Energia Solar e Armazenamento


Entre os dias 10 a 15 de março, a delegação irá para as cidades de Stuttgart, Freiburg (capital solar alemã) e outras cidades da região, visitando mais de 13 empresas e projetos renomados no setor de energia solar.
 
A missão possui apoio do Ministério de Economia e Energia Alemão (BMWi) e a programação é organizada pela AHK Rio em conjunto com o parceiro alemão Renewables Academy AG (RENAC).

O objetivo é apresentar as melhores práticas, desenvolvimentos, potenciais e aplicações fotovoltaicas, de CSP e tecnologias de armazenamento na Alemanha, bem como dar recomendações para a integração de energias renováveis à rede elétrica.

Além disso, a missão possibilita o contato a empresários e experts nos temas, apresentando-se como uma oportunidade única para o desenvolvimento de parcerias e negócios com o país precursor em tais tecnologias e soluções.

A programação contempla visitas técnicas a empresas e projetos de grande relevância para o setor e para a geração de parcerias e negócios aplicados à realidade do setor de energias renováveis no Brasil.

Estão inclusas no programa da missão visitas técnicas a empresas e projetos com tecnologias e soluções considerados estado de arte no setor, a usinas de energia fotovoltaica e hidrelétrica reversível, a um coletor de Fresnel e uma visita ao famoso Instituto Fraunhofer ISE, o maior instituto de pesquisa em energia solar na Europa. Confira a programação:
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Energia solar deve crescer 44% no Brasil em 2019 com impulso de geração distribuída

O Brasil deverá ter um salto de 44 por cento na capacidade instalada de energia solar em 2019, o que levaria o país à marca de 3,3 gigawatts (GW) da fonte em operação, projetou em entrevista à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Homem limpa placas solares em comunidade no Estado do Amazonas. 22/09/2015. 
REUTERS/Bruno Kelly Foto: Reuters

O ano também deve marcar uma virada para o mercado solar brasileiro, segundo a entidade, com a expansão puxada pela primeira vez pela chamada geração distribuída em que placas solares em telhados ou terrenos geram energia para atender à demanda de casas ou de estabelecimentos comerciais e indústrias.

Os projetos de geração distribuída (GD) deverão acrescentar 628,5 megawatts (MW) em capacidade solar ao país, um crescimento de 125 por cento, enquanto grandes usinas fotovoltaicas devem somar 383 MW até o final do ano, um avanço de 21 por cento.

"É uma marca importante para a geração distribuída. Aquela visão do passado de que a GD é cara não se sustenta mais, ela se tornou uma opção acessível, e existem diversas linhas de financiamento. A GD está ganhando participação no mercado brasileiro", disse o presidente da Absolar.

Entre 2017 e 2018, a geração distribuída já havia mostrado ritmo mais forte, com expansão de 172 por cento, contra 86 por cento nas grandes usinas, mas os projetos de GD, menores, adicionaram naquele período 317 MW, contra 828 MW dos empreendimentos de grande porte, viabilizados após leilões de energia do governo.

Com a disparada das tarifas de energia no Brasil desde 2015 e a redução nos custos de equipamentos fotovoltaicos, os investimentos em GD podem ser recuperados em um período de três a sete anos, de acordo com Sauaia.

A nova dinâmica é resultado também da recente crise financeira atravessada pelo Brasil, que reduziu a demanda por eletricidade e levou ao cancelamento de um leilão de contratação de usinas renováveis em 2016.

Depois, em 2017 e 2018, as contratações de grandes usinas solares foram retomadas, mas os projetos viabilizados nos últimos leilões têm obrigação contratual de iniciar operação em 2021 e 2022, enquanto a geração distribuída tem continuado a crescer em ritmo acelerado.

"Com isso, esse ano de 2019, e até 2020, serão anos de enorme desafio para a geração centralizada... A Absolar recomenda que o novo governo estruture um planejamento previsível, com continuidade de contratação, para que o setor consiga se planejar", disse Sauaia, acrescentando que o cancelamento de leilões em 2016 gerou enorme frustração em investidores.

A Absolar estima que a expansão da fonte neste ano deverá gerar investimentos totais de 5,2 bilhões de reais, com cerca de 3 bilhões de reais para a geração distribuída.

Apesar da forte expansão, a energia solar ainda tem presença incipiente na matriz elétrica do Brasil, dominada por grandes hidrelétricas. A fonte responde atualmente por cerca de 1 por cento da capacidade instalada no país, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

INVESTIDORES

O mercado solar brasileiro é liderado atualmente pela italiana Enel, que possui 703 MW em capacidade em usinas solares em operação no país, seguida pela francesa Engie, com 218 MW e pela Atlas Renewable Energy, da empresa de investimentos britânica Actis, com 174 MW, segundo dados da consultoria ePowerBay.

O ranking poderá ainda em breve ser liderado pela chinesa CGN Energy International, que está em processo de aquisição de 450 MW em usinas solares da Enel, em negócio anunciado na quarta-feira.

A transação, quando concretizada, deve deixar a Enel na vice-liderança.

Também se destacam no setor solar do Brasil a Omega Geração e a francesa EDF (com 160,5 MW cada), a norte-americana AES, com a controlada AES Tietê (150 MW), a norueguesa Scatec (132 megawatts) e a espanhola GPG, da Naturgy (ex-Gas Natural Fenosa, com 120 MW), segundo o ranking da ePowerBay.