Um crescimento anual de 30% - é isso mesmo: trinta por cento! - pode fazer com que qualquer setor da indústria ria à toa, comemore e "bebemore". Tal crescimento vem sendo experimentado já há 5 anos pelo setor do solar fotovoltaico, conforme a "Solar Energy Industries Association" (SEIA).
Só no ano passado, no mundo todo 15 bilhões de dólares de novos produtos foram vendidos pelos construtores. Vamos convir que se trata de uma cifra invejável e invejada, pra ninguém botar defeito, não é?
Mas... nem tudo é simples assim! Esse forte crescimento acarreta conseqüências não tão fáceis de ser contornadas. O mercado, buscando satisfazer as suas necessidades, exige sempre mais, e o aprovisionamento em silício cristalino (silício puro a 99, 99999 %) - material de base das células solares e também muito utilizado na indústria microeletrônica - não consegue satisfazer essas necessidades.
Quando se faz um mapeamento mundial dos fabricantes de silício cristalino e se rastreia suas linhas de produção, o que se verifica não é tão animador quanto o crescimento anual do setor solar fotovoltaico. Tais linhas estão já no máximo de suas capacidades.
As perspectivas futuras não são, como se vê, nada animadoras, mormente frente aos dados fornecidos quando de uma reunião, em 2005, do Conselho Crítico Sobre Materiais (que estuda a disponibilidade mundial de certos materiais), na qual a Associação de Indústrias de Semicondutores (Sematech) apresentou prospectivas de seus analistas que apontavam para uma falta de 6.000 toneladas de polisilício em 2006! É muito? As coisas seguem num crescendo nada animador: em 2007, serão 12.000 toneladas, e 20.000 em 2008.
Contudo, nesse quadro inquietante, surge uma luz no fim do túnel que permite que o setor possa respirar melhor: a Dow Corning acabou de anunciar recentemente o desenvolvimento de um material derivado do silício "metalúrgico" que, segundo a empresa, pode ser misturado ao silício policristalino tradicional de grande pureza para a fabricação de células fotovoltaicas de boa qualidade.
Para a indústria fotovoltaica trata-se de um resultado mais que animador e que poderá fazer face a seu crescimento. Graças à utilização do silício "metalúrgico"- material mais barato e com 98 % de pureza -, a nova tecnologia da Dow Corning tem o potencial de transformar de modo significativo a indústria fotovoltaica.
Silício Solar: novo "compósito" produzido pela Dow Corning. - Créditos: Optics.Org
Normalmente, o silício "metalúrgico" é empregado em aplicações tais como refinamento do aço, além de ser também o ingrediente de base de outros produtos químicos. É no Brasil, na fábrica de Santos Dumont (Estado de Minas Gerais), que a empresa objetiva acelerar fortemente a produção desse novo tipo de silício.
Rudy Miller, diretor de marketing da Dow Corning, informa que o compósito final apresenta as mesmas performances e características de fabricação daquele utilizado tradicionalmente e, ainda, conta com uma vantagem adicional: é mais barato, vantagem esta que, logicamente, será considerada "com carinho" pelo setor fotovoltaico.
FONTE: Optics.Org
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