Energia solar é aposta para economia e preservação em Uberlândia

Empresas, casas e escolas utilizam a energia gerada pelo sol. Utilização de tecnologia reduz consideravelmente valor da conta.

Placas fotovoltaicas foram instaladas no começo do mês de abril na Algar Tech (Foto: Algar Tech/Divulgação)

A busca por novas soluções energéticas é uma constante no atual cenário brasileiro e em Uberlândia, não é diferente. Empresas, casas e até escolas estão optando pela utilização das placas fotovoltaicas a fim de gerar economia e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente. A energia solar capta a luz do sol e converte em energia elétrica, podendo ser considerada uma fonte limpa e inesgotável.

O grupo Algar é um dos que investe na energia que vem do sol. Recentemente, a Algar Tech inaugurou painéis solares no edifício da sede no bairro estruturado Granja Marileusa. A energia gerada vai alimentar a estrutura formada por data center (com área de 600m²) e contact center (com 4.000 posições de atendimento).

Na multinacional, a luz solar é captada por meio de 1224 painéis fotovoltaicos de 245Wp de potência instalados no telhado do edifício, que ocupam 3.300 m². A estrutura é capaz de gerar 450 MWh por ano, o equivalente ao consumo anual de, pelo menos, 200 casas populares.

O projeto desenvolvido em parceria com a Alsol Energias Renováveis teve um investimento de R$ 2 milhões e é uma aposta da empresa em direção ao seu desenvolvimento sustentável. "É importante que a sociedade busque alternativas sustentáveis para o crescimento econômico, e aproveitar o potencial solar de nosso país é uma das soluções disponíveis”, afirmou José Antônio Fechio, presidente da Algar Tech.

O diretor técnico operacional da Alsol, o engenheiro eletricista Gustavo Malagoli Buiatti, disse que a economia financeira será um dos benefícios que a empresa conseguirá com o novo sistema. “Pensamos em longo prazo. O sistema deve pagar o investimento em sete ou oito anos. É uma tecnologia com garantia de utilização chegando a 30 anos”, disse.

Buiatti afirmou que daqui alguns anos haverá energia sendo gerada gratuitamente. “A falta de chuva eleva demais a tarifa de energia. Com o sistema ajudamos a manter os reservatórios deixando de usar a hidrelétrica e de emitir toneladas de CO2. Cada placa realiza o trabalho de uma árvore. É como se tivéssemos plantado 1600 árvores”, comentou.

Modelo para uso de energia fotovoltaica em residência (Foto: Arte / G1 Campinas)

Casas

Segundo Buiatti, além do data center e do contact center, o bairro Granja Marileusa conta também com residências com módulos. O bairro está em construção e todas as 207 casas e os postes do bairro serão equipadas com painéis que captam a energia solar e a transformam em energia elétrica.

Os imóveis serão conectados à rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A conta de energia que os moradores irão pagar será calculada pela diferença entre a energia produzida pelo sistema fotovoltaico e a gasta pelos moradores. A expectativa é que com o abastecimento solar, cada uma das casas do bairro economize cerca de R$ 3 mil por ano na conta de energia elétrica, segundo os idealizadores do projeto.

O advogado Luciano Custódio Teixeira comprou uma casa no bairro e disse que está ansioso para ver tudo pronto. Sempre que consegue visita a obra e acredita que a iniciativa vai ajudar o meio ambiente e o bolso. “Ao invés de pagar a conta de energia, eu vou pagar o investimento. Com a diferença que quando acabar o investimento eu vou ter aí, 20 anos com energia quase que de graça”, comentou.
"Até o momento a gente já teve uma redução de 50% da conta de energia - Eliane Garcia, Empresária"
A casa da empresária Eliane Garcia no bairro já está pronta. Ela usa o sistema e há meses aproveita a energia que vem do sol, com a utilização das placas fotovoltaicas. O recurso que a natureza oferece, na casa de Eliane é muito bem aproveitado. “Até o momento a gente já teve uma redução de 50% da conta de energia. Poder usar a energia natural é muito mais interessante”, ressaltou.

Escola de Uberlândia recebeu 48 placas fotovoltaicas; instalação foi concluída semana passada
(Foto: Prefeitura de Uberlândia/Divulgação)

Escola

Na semana passada, a Escola Municipal Professor Milton de Magalhães Porto, no Bairro Segismundo Pereira, recebeu a instalação de um sistema fotovoltaico. Foram instalados 48 painéis, que gerarão uma economia de até 55% por ano para a escola. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Gestão Estratégica, Ciência e Tecnologia e o Greenpeace Brasil, através da campanha: “Greenpeace: mais sol por um futuro melhor”. 

Além da escola de Uberlândia, outra do estado de São Paulo está recebendo o sistema de geração de energia. O valor economizado será revertido em atividades culturais para os estudantes como viagens, visitas a museus e cursos. Os recursos para o financiamento do Projeto estão sendo arrecadados pela instituição por meio de um financiamento coletivo através do sistema crowdfunding, em que as pessoas físicas podem contribuir.

Segundo a Secretaria Municipal de Gestão Estratégica, Ciência e Tecnologia, para que esse projeto fosse implantado na escola, o Greenpeace abriu uma campanha em todo o País, com a finalidade de arrecadar a quantia de R$ 200 mil em doações. São contribuições individuais, que variam entre R$ 20,00 e R$ 700,00 e são efetuadas no próprio site da organização.

Segundo a coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Bárbara Rubim, a instalação das 48 placas fotovoltaicas, começou no dia 11 e foi concluída no dia 13 deste mês. Doze jovens foram selecionados como multiplicadores solares para participar do projeto de instalação em Uberlândia. "Esse sistema vai gerar cerca de R$ 15 mil de economia por ano. Nosso retorno é saber que as energias renováveis não são energias do futuro e sim uma realidade para o pais. É um exemplo perfeito", comentou.

Bárbara Rubim acrescentou que se 50 % das escolas do Brasil tivessem a energia solar haveria uma economia de R$ 1 bilhão em um ano. "A energia solar é um casamento perfeito com a crise hídrica", concluiu.

Por Fernanda Resende e Fernanda Vieira
Do G1 Triângulo Mineiro

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