“É o único modelo de energia que não vai acabar nunca”. Com essas palavras o empresário Pedro Zamborlini descreve a energia solar. Dono de construtora, ele diz que a alternativa é a melhor em comparação à energia elétrica e a gás, mas que, pelo custo – que é elevado no país – muitas pessoas ainda desprezam a tecnologia. Zamborlini também garante que a economia pode chegar a 100% com essa e outras formas de captação fotovoltaica.
De acordo com o empresário, também faltam políticas públicas que incentivam a implantação da captação de energia solar. “Belo Horizonte, por exemplo, é a cidade brasileira em que há maior número de empresas que usam a tecnologia. No entanto, lá, houve um programa do Governo de incentivo àquelas instituições que optassem por utilizar a energia que vem do sol”, comenta.
Zamborlini pondera que já executou cerca de dez construções, em Vitória, que já têm na obra a implementação da energia solar. “Os prédios que construí se concentram no eixo Mata da Praia e Jardim da Penha, bairros da Capital, e usam o modal sustentável para aquecimento da água dos chuveiros. Nesse caso, só é preciso o uso do aquecimento a gás quando há um longo período com incidência baixa de sol”, explica. Ele garante que o custo para a aplicação da tecnologia, atualmente, não ultrapassa 2% a mais do valor total de um empreendimento.
Já o engenheiro Euler Lorenzon avalia que a aplicação ou não de placas de captação de energia solar vai mais da coragem da construtora. “A população já aceita bem a tecnologia, e o preço – que não atinge sequer 1% do valor total da obra – não é escandalosamente mais alto”, pondera. Ele acredita que a tendência também é passar a usar placas fotovoltaicas nos empreendimentos, já que ela transforma a energia solar em energia elétrica, e, de acordo com Lorenzon, pode ser uma saída para acabar com a conta de luz da área comum dos condomínios. “Em questão de aquecimento de água, a economia que os painéis instalados em ao menos três prédios de nossa companhia representa algo em torno de 80%”, exclama.
Gerente comercial de uma construtora, Flávia Roncetti também acredita que a instalação das placas é uma tendência nos novos projetos residenciais. Para ela, o Brasil tem buscado mais soluções em construções civis que possam reduzir a necessidade da utilização de recursos naturais ou, ao menos, reduzir o seu uso. “O aquecimento solar pode levar água quente a diversos cômodos da casa, sem precisar de ligação elétrica, ou seja, o morador poupa água de forma indireta e pode economizar ainda mais se passar a fazer o uso do bem hídrico de forma consciente”, finaliza.
Reconstrução
Uma parceria entre a Secretaria de Habitação de Vitória e a EDP Escelsa levou a 48 famílias do projeto Reconstrução kits para captação de energia solar. O equipamento foi instalado em sua maioria na regiãode Grande São Pedro, e proporciona uma economia de 25% na conta de energia. Outra etapa da parceria está sendo viabilizada, mas ainda não há prazo para instalação de mais painéis.
O vigilante Sebastião Aguiar de Souza, 63, foi um dos beneficiados pela primeira etapa do projeto. Há cerca de sete anos sua casa foi reformada e foi instalado o sistema de aquecimento de água por meio de tecnologia de placas solares. “É uma maravilha um banho quente, não é?”, exclama.
Para ele, que mora em Nova Palestina há aproximadamente 30 anos, esperou cerca de um ano e meio para ser sorteado pelo projeto. “Não demorou muito tempo para nós sermos contemplados, e a obra não durou nem dois anos. No geral, foi rápido e nós ficamos satisfeitos”, comenta. Souza garante que periodicamente fiscais da Prefeitura de Vitória vão até sua residência para auferir o sistema de aquecimento, bem como fazer a eventual substituição de peças.
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