A megausina encravada no deserto do Marrocos que pretende abastecer a Europa


Neste ano, a região de Ouarzazate, no Marrocos, virou o lar de uma das maiores usinas solares do mundo. Além de suprir as demandas domésticas de energia, o Marrocos espera poder exportar energia solar à Europa.

Essa usina heliotérmica tem o potencial para ajudar a definir o futuro energético da África e do mundo. Outras parecidas estão sendo construídas no Oriente Médio, na Jordânia, nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita. O custo cada vez menor da tecnologia a tornou uma alternativa viável mesmo nas regiões mais ricas em petróleo do mundo.

Noor 1, a primeira fase da usina, já ultrapassou expectativas em termos de quantidade de energia produzida. É um resultado encorajador para o objetivo do Marrocos de reduzir a produção de combustíveis fósseis ao focar em energias renováveis e ainda assim atender às necessidades domésticas, que crescem em 7% todos os anos. O país planeja gerar 14% de sua energia através do sol até 2020 e acrescentar outras fontes renováveis como vento e água ao plano com o objetivo de produzir 52% de sua própria energia até 2030.

As temperaturas da usina podem chegar a 350ºC e o óleo quente é usado para produzir vapores de água em alta temperatura, alimentando um gerador movido a turbinas. "É o mesmo processo dos combustíveis fósseis, só que usamos o calor do sol como fonte", diz Rachid Bayed, da Agência Marroquina de Energia Solar (Masen, na sigla em inglês), responsável por implementar o projeto.

A usina continua gerando energia mesmo após o pôr do sol, quando a demanda chega ao pico. Parte dessa energia é guardada em reservatórios feitos de nitrato de sódio e potássio, o que mantém a produção por até mais três horas. Na próxima fase da usina, a produção continuará por até oito horas após o sol se pôr.

Há novas sessões da usina em construção no momento. A Noor 2 será parecida com a 1, mas a 3 terá um design diferente. Em vez de espelhos enfileirados, ela vai capturar e guardar a energia solar através de uma torre única.

Fonte: Sandrine Ceurstemont, da BBC Future

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