De consumidor a dono de uma usina de energia solar

Programa permite trocar conta de luz por investimento.
Usinas solares serão instaladas inicialmente em Gravatá, Arcoverde e Floresta | Igo Bione/Acervo JC Imagaem

Em tempos de bandeira amarela e vermelha na conta de luz, consumidores pernambucanos poderão aderir ao Programa Bandeira Azul e se tornar donos de usinas solares no Estado. À primeira vista, a ideia pode parecer mirabolante, mas a proposta é trocar a conta mensal de energia por um investimento. Podem aderir ao projeto consumidores residenciais, industriais, comerciais e de serviços que pagam conta com valor a partir de R$ 2 mil. A partir do próximo ano, a expectativa é reduzir esse teto inicial.

Lançado na última quinta-feira, o Programa Bandeira Azul é uma parceria da empresa pernambucana Blue Sun Brasil, em parceria com as secretarias estaduais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico. O projeto começa com investimento de R$ 600 milhões na instalação de 100 MW de energia solar nos municípios de Gravatá, Arcoverde e Floresta.

Desse total, a Blue Sun vai aportar R$ 200 milhões em infraestrutura, tecnologia e mão de obra, enquanto R$ 400 milhões serão aplicados por bancos e fundos de investimentos para bancar os equipamentos. A meta é inaugurar 100 usinas fotovoltaicas até o fim de 2018.

O programa funciona assim: ao invés de pagar uma conta mensal de R$ 2 mil, por exemplo, o investidor vai pagar esse valor fixo, por um período de 10 anos, para se tornar dono da usina. Na assinatura do contrato, o cliente paga uma taxa de adesão equivalente ao preço de uma conta e só começa a arcar com as parcelas quando a usina entrar em operação. 

A energia solar gerada entra no sistema da CELPE e o consumidor tem um crédito para utilizar essa eletricidade em casa, no comércio, na indústria. Enquanto estiver pagando as parcelas, o cliente estará usufruindo da produção de energia. Passados os 10 anos, torna-se o dono da usina.

Benefícios

“As vantagens do programa são muitas. A principal delas é não estar sujeito aos reajustes na conta de energia, que têm ficado entre 20% e 25% ao ano, porque o valor das mensalidades é fixo. Outro benefício é contribuir para a expansão das energias renováveis no País”, explica o CEO da Blue Sun, Leonardo Leão. O executivo afirma que o momento é propício ao lançamento do programa. “Temos um cenário de energia cara, queda nos preços dos painéis fotovoltaicos e disponibilidade de crédito”, completa.

Com 17 anos de mercado, a Blue Sun estreou no setor de energia solar há 5 anos. Naquela época, um painel fotovoltaico custava R$ 5 mil, enquanto hoje caiu para R$ 800. A empresa importa os painéis das maiores fabricantes do mundo, como a Jinko Solar (China), Trina Solar (Espanha) e Canadian (Canadá). O retorno do investimento também caiu de 25 para 6 anos.

Leão adianta que só na pré-venda já conseguiu comercializar 15 MW dos 100 MW iniciais. Nesse ritmo, a expectativa é contratar tudo até fevereiro de 2018. Depois dessa primeira fase, a instalação das usinas solares também vai chegar aos municípios de Santa Cruz do Capibaribe, Verdejante, Itaíba, Petrolina e Serra Talhada. “O projeto começou com a projeção de 10 MW, depois subiu para 100 MW e já está em 1 GW”, conta. O executivo também destaca a importância social do programa, garantindo que serão gerados 3 mil empregos no interior do Estado até 2018. “Vamos instalar as usinas em regiões de atividade econômica escassa. Vamos solarizar”, conclui.

Fonte: JC

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