Publicação do Sebrae em parceria com BID, OEI e ABSOLAR traz diagnóstico sobre a cadeia para subsidiar instituições, empresários e empreendedores atuantes ou que pretendem atuar na cadeia ESFV do país.
“O sol é a fonte de energia mais abundante no mundo. A radiação solar atinge todos os cantos da superfície terrestre e é capaz de gerar energia elétrica suficiente para atender à demanda global atual em 10 mil vezes continuamente (Estados Unidos, 2016). A energia solar pode ser utilizada em qualquer lugar na superfície do planeta e no espaço, e não envolve nenhum custo de combustível, além de ser limpa e sustentável, pois sua geração não envolve emissões de gases de efeito estufa e sua fonte é renovável.
O sol gera energia nas horas de maior demanda, capacitando uma tecnologia comprovada, visto que é utilizada, há mais de 60 anos, possibilitando a geração distribuída (GD), sendo facilmente instalada em lugares remotos e de diversas características, com baixa complexidade de implementação e abundância dos materiais que compõem seus equipamentos”.
Estes são os dois primeiros parágrafos do primeiro capítulo do estudo da Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil (ESFV), um trabalho diferenciado lançado no evento Brasil Solar Power (no Rio de Janeiro, há duas semanas – www.brasilsolarpower.com.br ), elaborado pelo Sebrae em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). Este estudo também contou com a forte colaboração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), desde a concepção até a sua conclusão.
“Trata-se de um estudo inédito no país, de utilidade prática, para subsidiar instituições e empresas atuantes na cadeia na formulação de estratégias competitivas, que contemplem a inclusão dos pequenos negócios, que correspondem a mais de 99% dos empreendimentos formais do Brasil”, afirma Eliane Borges, coordenadora nacional do Macrossegmento Energia no Sebrae Nacional.
“Este estudo é um marco estratégico para o setor solar fotovoltaico brasileiro”, esclarece Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR. “Faltava um documento de referência para esta cadeia promissora e estratégica e este trabalho cumpre muito bem esta função. O Brasil é um país solar fotovoltaico, por excelência, com um dos melhores recursos solares do planeta. Há diversas oportunidades para empreender nos diferentes elos desta cadeia em todas as regiões do país”, aponta Sauaia.
“Agora, contamos com informações e análises de qualidade para impulsionar os negócios desta fonte renovável, limpa, competitiva e de baixo impacto ambiental, capaz de gerar muitos empregos locais e de qualidade, contribuindo para a prosperidade e o desenvolvimento sustentável do Brasil”, avalia o presidente da entidade.
Projeto Plataforma
O estudo Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil é fruto do Projeto Plataforma de Colaboração para a Difusão e Implantação de Iniciativas de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, realizado pelo Sebrae, BID e OEI, que desenvolveu cinco grandes estudos técnicos sobre cadeias de valor estratégicas para a indústria nacional. Uma delas é a de Energia Solar Fotovoltaica (ESFV).
A publicação possui 362 páginas e traz um completo diagnóstico com análises do setor, baseado em dados de diversas fontes e instituições especializadas, nacionais e internacionais. Oportunidades e desafios para os pequenos negócios se inserirem na cadeia de ESFV estão no último capítulo.
Estrutura
O estudo está dividido em 15 capítulos sobre os seguintes temas:
- A cadeia de valor mundial de energia solar fotovoltaica
- Panorama da Energia Solar Fotovoltaica na matriz elétrica mundial e no Brasil
- Legislação e regulamentação para Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
- Financiamento para Energia Solar Fotovoltaica
- Instituições atuantes na Cadeia Solar Fotovoltaica
- Atividades de valor, bens e serviços da Cadeia Solar Fotovoltaica no Brasil
- Mapeamento das empresas da Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
- Mapeamento de startups na Cadeia de Negócios no Brasil
- Mapa de inserção do segmento fotovoltaico na Cadeia do Setor Elétrico
- Potenciais polos da Cadeia Produtiva da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
- Tendências tecnológicas da Cadeia de Valor da Energia Fotovoltaica
- Tendências de mercado e análise das movimentações estratégicas de mercado
- Análise e diagnóstico da competitividade da Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
- Potencialidades na Cadeia Fotovoltaica no Brasil
- Oportunidades e desafios da Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil para o Pequeno Negócio e sua inserção na Cadeia
Vantagens competitivas.
As vantagens competitivas da energia solar fotovoltaica no Brasil foram destacadas nos capítulos 1 e 2 do estudo:
- Irradiação excepcional e abundante em todo o território nacional;
- Crescimento da demanda por energia elétrica no país em médio e longo prazo;
- Tarifas elétricas crescentes para o consumidor final;
- Sinergia com a carga, pois no Brasil os maiores picos de utilização de energia elétrica são registrados em dias de intenso calor e, portanto, mais ensolarados;
- Complementaridade com a geração hidrelétrica, a qual depende dos níveis dos reservatórios determinados pelo volume de chuvas – períodos de maior escassez de chuvas coincidem com maior incidência de radiação solar;
- Fonte de financiamento competitiva para projetos com conteúdo local por meio do BNDES e Fundos Constitucionais de Financiamento;
- Regulação favorável para a geração distribuída, especialmente a REN 482 e a REN 687;
- Regulação favorável para a geração centralizada, especialmente a promoção de leilões solares regulares para contratação de energia solar fotovoltaica.
O país tem algumas vantagens competitivas importantes para o estabelecimento de uma indústria fotovoltaica:
- Possui uma das maiores reservas mundiais de quartzo de qualidade, mineral de onde o silício é extraído;
- Tem 242 indústrias estabelecidas de beneficiamento do silício, sendo o sexto maior produtor global de silício com 1,38% (100 milhões de toneladas, em 2016) da produção global (Estados Unidos, 2017), embora apenas até o grau metalúrgico (insuficiente para utilização em aplicações solares);
- Tem tecnologia para a fabricação de células e módulos fotovoltaicos, ainda que em escala-piloto, no caso de células fotovoltaicas.
Além disso, o Brasil é fabricante de alumínio e de vidro.
A Bloomberg projeta, para 2040, que 75% da capacidade instalada no Brasil de geração fotovoltaica será em geração distribuída, equivalente a pelo menos 82 GWac. Além disso, a cada ano que passa, o número de instalações solares fotovoltaicas no Brasil se multiplica, apesar dos obstáculos tributários, regulatórios e de financiamento ainda presentes no segmento.
Oportunidades e desafios para a inserção dos pequenos negócios na cadeia ESFV
Há oportunidades para os pequenos negócios na fabricação de bens (equipamentos e componentes do sistema fotovoltaico), embora possa haver dificuldades a serem enfrentadas devido ao alto investimento necessário para atuar nestes segmentos, e a necessidade de expertise e equipamento altamente técnico.
As principais oportunidades estão concentradas no setor de serviços. Este estudo aponta 20 oportunidades para o pequenos negócios nos seguintes segmentos: integradores de sistemas fotovoltaicos, consultoria e assessoria diversos (consultoria ambiental, jurídica, tributária, fundiária, financeira, avaliação de recurso solar, técnica/engenharia, treinamento e capacitação), certificadoras, serviços terceirizados para grandes empresas de operação e manutenção, e editoração.
Fonte: Segs
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