Europeus concordam em aumentar taxa mínima de consumo de energias limpas nos próximos 12 anos. Para ambientalistas, proposta ainda não é ambiciosa o suficiente para que bloco cumpra Acordo de Paris. Após longas negociações entre a Comissão Europeia, eurodeputados e países-membros, a União Europeia (UE) concordou nesta quinta-feira (14/06) em aumentar sua meta de consumo de energias renováveis, como eólica e solar, para 32% até 2030, em vez dos 27% previstos anteriormente.
Parque eólico no Mar do Norte, a cerca de 30 quilômetros da ilha de Sylt, na Alemanha Foto: DW / Deutsche Welle
"Temos um acordo!", anunciou Miguel Arias Cañete, comissário europeu para energia e ações climáticas, em mensagem no Twitter. "Foi uma vitória duramente conquistada em nossos esforços para destravar o verdadeiro potencial de transição para energias limpas da Europa."
O acordo foi fechado no meio do caminho, entre os 27% propostos inicialmente pelos países e os 35% reivindicados pelo Parlamento Europeu, como forma de garantir o cumprimento dos compromissos europeus firmados no âmbito do Acordo de Paris.
A meta de 32% foi alcançada depois que países como Espanha e Itália, que estreiam novos governos, defenderam na segunda-feira, durante um conselho de ministros europeus de Energia em Luxemburgo, uma ambição mais elevada do que a inicialmente sugerida pelos Estados.
O pacto estabeleceu ainda que a cota de 32% até 2030 seja novamente revisada em 2023, em função dos avanços tecnológicos que possam acelerar a transição energética.
"Obrigado a todos os que nos ajudaram a tornar isso possível", declarou nas redes sociais o eurodeputado José Blanco López, membro do Comitê de Indústria, Pesquisa e Energia do Parlamento Europeu, que já previa um resultado final próximo aos 32%.
Outro aspecto importante do acordo é uma taxa de 14% de consumo de energias renováveis no setor de transportes até 2030, que deve servir para impulsionar os veículos elétricos.
O pacto prevê ainda reduzir progressivamente o uso do óleo de palma na produção de biocombustíveis destinados ao transporte até 2030, além de limitar suas importações, que provêm especialmente de países como Indonésia e Malásia.
Grupos ambientalistas, no entanto, criticaram o acordo europeu alcançado nesta quinta-feira, afirmando que as medidas não são ambiciosas o suficiente para atender às metas de Paris.
"A meta de 32% de energias renováveis é muito baixa e permite que empresas se agarrem a combustíveis fósseis e falsas soluções", opinou Sebastian Mang, do Greenpeace, em nota.
A organização também lançou críticas ao consumo de biocombustíveis, incentivado pela UE, descrevendo-os como "uma ameaça para as florestas europeias", pois permite que "mais árvores e cultivos sejam queimados como energia". "Um exemplo terrível para o resto do mundo", diz o texto.
Metas europeias
Atualmente, cerca de 17% do consumo energético total nos 28 Estados-membros da União Europeia correspondem a fontes de energias renováveis.
Essas fontes incluem energia eólica e solar, bem como biocombustíveis para veículos. O objetivo europeu é reduzir o consumo de combustíveis fósseis, que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa, em linha com os compromissos climáticos internacionais da UE.
Sob o Acordo de Paris sobre o clima, assinado em 2015 por quase 200 países, o bloco se comprometeu a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 40% em comparação com os níveis registrados em 1990 e a chegar a uma fatia de 27% de fontes de energia renováveis.
O acordo negociado nesta quinta-feira ainda requer a aprovação oficial dos governos da União Europeia e do Parlamento Europeu, um passo que se espera ser somente uma formalidade.
Fontes: EK/afp/dpa/efe/rtr
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