Região em Minas que mais sofre com os problemas da seca poderá se beneficiar do potencial de insolação para o próprio desenvolvimento.
Foto: Euler Jr/Cemig
O sol que castiga pode ser também a energia para impulsionar o desenvolvimento dos municípios do semiárido mineiro. É o que acredita César Emílio Lopes Oliveira, secretário de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor), que apresentou as possibilidades de utilização da energia fotovoltaica nesta região, que se estende pela parte setentrional de Minas, durante o painel “Desenvolvimento sustentável: energias renováveis e PCHs”, realizado no âmbito do fórum “O modelo do setor elétrico brasileiro e o papel da Cemig”, pela Plataforma Brasilianas, nesta quarta-feira (19), em Belo Horizonte.
O semiárido é uma das regiões com maior potencial para a geração de energia solar fotovoltaica em Minas, isso porque, explica o secretário utilizando os dados do Atlas Solarimétrico do estado, é uma região com muita insolação (maior quantidade de horas de sol por dia) e irradiação (maior concentração de radiação solar).
“Durante muito tempo, o sol era considerado um castigo no semiárido por conta dos longos períodos de seca. Agora, temos a possibilidade de utilizar este ‘castigo’ para promover o desenvolvimento socioeconômico local”.
Um dos fatores positivos para atrair investidores para o semiárido mineiro é o custo da terra – bem mais baixo do que em outras localidades do estado, de acordo com Oliveira. Além disso, a região é cortada por várias linhas de transmissão de energia, o que facilitaria a integração com o sistema nacional.
Caracterizado pelo baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o semiárido em Minas possui outra peculiaridade: o seu território abrange 258 cidades. Em termos de dimensão, caso fosse um estado independente, ele ocuparia o posto de sétima unidade federativa em número de municípios no Brasil, atrás apenas de Santa Catarina, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e – claro – Minas Gerais.
Tornar o semiárido referência em produção de energia fotovoltaica pode diminuir as contradições e injustiças sociais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que metade da população do semiárido não possui renda monetária ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais.
Como é uma tecnologia que pode ser aplicada tanto em fazendas solares quanto em pequenos empreendimentos, a produção de energia fotovoltaica no semiárido pode contribuir diretamente na geração de emprego e renda na região. Justamente por todo esse potencial, Oliveira prevê que a energia solar poderá resolver outro problema: à seca. “A eletrificação dos poços d’água com painéis fotovoltaicos é um meio de garantir o acesso a água nas regiões mais afastadas”.
Fonte: Jornal GGN
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