Reciclar o plástico descartável não é a melhor solução, aponta o relatório “Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização”, divulgado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em março. Produzir plástico virgem é mais barato que reciclar. Na Europa, o custo para reciclar uma tonelada de plástico gira em torno de R$ 4 mil, material vendido por R$ 2.340. O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11,3 milhões de toneladas ao ano. Coletamos 91% desse lixo, porém só 1,28% são reciclados.
A produção cresceu a partir dos anos 2000 devido ao baixo custo do petróleo e do gás natural, matéria-prima do material. O plástico virgem gera mais lucro, só em 2016 foram produzidas 396 milhões de toneladas, equivalente a 2.200 garrafas para cada pessoa da Terra. A indústria não é responsabilizada pelos impactos negativos, o valor de produção não representa os custos totais do ciclo de vida do material, que chega a 400 anos.
Em média, 75% do plástico já produzido foram descartados, desse total, 20% foram coletados e 9% reciclados. A reciclagem gera empregos e movimenta milhões de dólares, mas não é a melhor solução para deter a poluição que mata milhares de animais marinhos.
A solução é política. O Estado deve apoiar o fomento de produtos biodegradáveis em substituição ao plástico descartável. Devemos aprimorar leis que proíbam os descartáveis, como é o caso do Projeto de Lei Orgânica (PLO) 366/2018, de nossa autoria, que proíbe o fornecimento de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais de Fortaleza.
O fim dos descartáveis deve iniciar com produtos de menor vida útil, por isso os canudos estão sendo proibidos em vários locais. Eliminá-los de forma gradativa é o primeiro passo para a redução do consumo, algo que depende, também, da consciência de cada um.
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