divulgação Itaipu
Uma minicentral termoelétrica de biogás com 480 kW de potência instalada, inaugurada em Entre Rios do Oeste, no extremo Oeste do Paraná, vai “zerar” a conta de energia de 72 unidades consumidoras da prefeitura municipal.
O projeto, que reúne o Parque Tecnológico Itaipu, mantido por Itaipu, Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e Copel, foi inaugurado pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior e diretores das instituições envolvidas na parceria.
A longo prazo, a iniciativa vai resultar em economia para a população do município, além de resolver o problema ambiental causado pela grande quantidade de dejetos gerada pela produção animal local.
Entre Rios do Oeste tem menos de 5 mil habitantes, mas a quantidade de resíduos orgânicos produzidos no município é equivalente à de uma cidade de mais de 500 mil habitantes. O que era um problema ambiental foi transformado em solução para a economia e o desenvolvimento da cidade, por meio da implantação da minicentral.
Todo esse volume de resíduos é em função da quantidade da produção animal do município, especialmente a de suínos: são mais de 150 mil animais. Os dejetos de 18 propriedades rurais agora são tratados, transformados em biogás e utilizados para a geração de energia elétrica. Isso é feito a partir de projeto desenvolvido pelo Parque Tecnológico Itaipu e CIBiogás, com o financiamento da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
O diretor técnico do Parque Tecnológico Itaipu, Rafael José Deitos, disse que uma das expectativas do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, em relação à atuação do PTI é quanto à diversificação das fontes energéticas. “Esse projeto em Entre Rios do Oeste demonstra a nossa capacidade de produzir pesquisa e desenvolvimento de qualidade na área.”
“Nossa missão como parque tecnológico é promover o desenvolvimento sustentável da região, e esse projeto que está sendo entregue nos dá a sensação de missão cumprida por hoje, mas com muito mais trabalho para o futuro”, pontuou o diretor.
O presidente do CIBiogás, Rodrigo Régis de Almeida, destacou que o legado do projeto fica não apenas para Entre Rios do Oeste e para o Paraná, mas para todo o País. A iniciativa dos produtores, conforme ele, foi essencial para o sucesso da proposta, “do mesmo jeito que os produtores que desbravaram a área e a transformaram na maior produtora de suínos do Brasil”.
Régis comparou o potencial do Paraná para produção do biogás ao potencial do pré-sal no litoral do Brasil. “É o que chamo de pré-sal caipira, que temos de aproveitar”. No caso da minicentral termoelétrica de Entre Rios do Oeste, são 215 toneladas de dejetos de suínos por dia que agora são transformados em um ativo econômico.
O presidente da Copel, Daniel Slaviero, afirmou que a miniusina “inaugura” a visão do governo para os próximos 10 anos e alia uma competência do Paraná – a produção animal – com a geração de energia.
Um dos 18 produtores que integra o projeto, Claudinei Jardel Stein, demonstrou alegria pela eficiência que o projeto vem sendo desenvolvido, mas disse que os produtores sabem do compromisso que assumiram com a produção do biogás. “Mas não somos mais poluidores e o biogás vai se tornar outra fonte de renda”, analisou.
Com 480 kW de potência instalada, a minicentral termoelétrica construída no município deve resultar em economia para a população, além de resolver o problema ambiental que os dejetos geram.
O projeto, denominado “Arranjo técnico e comercial de geração distribuída de energia elétrica a partir do biogás de biomassa residual da suinocultura em propriedades rurais no município”, é resultado de uma chamada pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 2012.
A execução teve duração de 36 meses e um investimento total de R$ 17 milhões, custeado pela Copel, como parte do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Aneel. O PTI teve papel fundamental desde o início, a partir da análise e adaptação das tecnologias para a geração de energia a partir do biogás.
A equipe de Infraestruturas e Obras do parque tecnológico ficou responsável pela elaboração do projeto e implantação da minicentral termoelétrica. Por meio do Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse) do PTI, foi feita a análise dos impactos do empreendimento na rede elétrica e também foi desenvolvido um sistema de monitoramento para garantir a eficiência do projeto, que avalia aspectos como pressão, vazão e temperatura do gás gerado a partir dos dejetos dos suínos.
O PTI também fez o mapeamento dos locais mais adequados no Paraná para geração de energia elétrica produzida a partir do biogás, que vai servir de base para que outras regiões possam replicar o modelo de Entre Rios do Oeste e criar seus próprios arranjos. Itaipu
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