A energia solar e a eólica sofrem ambas com problemas relacionados com o armazenamento. A solução pode passar por uma única rede elétrica.
Muitas vezes, este tipo de centrais produzem energia elétrica em abundância. O armazenamento de toda essa energia produzida é uma possível solução, mas não compensa devido ao seu alto custo. Como alternativa, já foi apontada a criação de uma rede elétrica de grandes dimensões.
O sol leva muito tempo para percorrer todo o planeta e, por exemplo, países grandes como o Canadá podem beneficiar com isso. A vantagem é que quando o sol está a brilhar nos parques solares de Ontário, a energia elétrica excedente pode ser utilizada para fazer o pequeno almoço na Colúmbia Britânica e o almoço em Newfoundland.
É um ótima ideia, mas o problema é que não tem como conseguir fazer chegar a essa energia de um ponto ao outro do Canadá. A Colúmbia Britânica está ligada com Alberta por uma linha principal e pára aí. Não existe linha entre Alberta, Saskatchewan, Manitoba e Ontário. Uma linha liga com Ontário, Quebec e as Províncias Marítimas, mas nenhuma liga com Newfoundland.
Embora existam poucas linhas a unir interiormente todo o Canadá, existem 34 linhas que ligam o Canadá e os EUA. O problema com as conexões norte-sul é que o sol brilha em ambas as zonas ao mesmo tempo, não sendo possível distribuírem entre si os excedentes.
Estes problemas nas linhas do Canadá criam um grande desafio para as energias renováveis, ainda mais para a eólica do que para a solar. Enquanto a energia solar é bastante previsível, o vento pode ser um problema. Tempestades súbitas podem causar estragos numa rede elétrica, ao despejar enormes quantidades de energia no sistema sem ter para onde ir. Algumas empresas do setor energético vêem-se obrigadas a pagar aos clientes para eles consumirem a energia, apenas para conseguirem livrar-se dela.
As alterações climáticas estão a levar a diferenças drásticas de temperaturas, onde num local está muito quente e no outro já estão a ocorrer tempestades. Uma grande rede elétrica seria capaz de levar a energia renovável para onde ela fosse mais necessária.
Uma grande rede elétrica iria absorver toda a energia que conseguisse ser bombeada para ela, mas iria requerer relatórios meteorológicos. Precisamos de saber onde o sol está a brilhar e onde o vento está a soprar para melhor conseguirmos determinar onde estão as fontes de energia. Mas, já conseguimos ter acesso a essa informação. O Departamento de Energia dos EUA e o Laboratório Nacional de Energia Renovável mapeiam as áreas potenciais de energia em 4 quilómetros quadrados a cada cinco minutos ao longo de todo o ano. Juntando estas informações e uma grande rede elétrica, seria possível enviar a energia excedente para onde é necessária.
O que precisamos é de um projeto de rede inteligente, conduzida pela meteorologia e com linhas de transmissão de longa distância que possam ultrapassar as inconsistências do tempo. Um sistema como este poderia enviar grandes quantidades de energia renovável para ligar a oferta e a procura, independentemente do clima num determinado local.
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