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2W Energia assina contrato de financiamento de US$ 45 milhões com Darby International Capital

Segundo a 2W Energia, a maior parte do montante (US$ 35 milhões) servirá para investir no Complexo Eólico Anemus (Imagem: Divulgação/ Site)

A 2W Energia informou nesta segunda-feira (12) que celebrou um contrato de financiamento de US$ 45 milhões com a Darby International Capital.

O montante está dividido em três sub-créditos. Os dois primeiros, que totalizam US$ 35 milhões, servirão para investir no Complexo Eólico Anemus, localizado no Rio Grande do Norte. O parque conta com 33 aerogeradores e capacidade instalada de 138,6 megawatts.

O terceiro sub-crédito, no valor de US$ 10 milhões, será destinado para o crescimento da companhia por meio de investimentos para fortalecer as vendas e a plataforma digital, bem como para fomentar a expansão da base de clientes por meio da conversão de consumidores de energia cativa em consumidores do mercado livre de energia.

Como o investimento público criou o mercado mundial de painéis de energia solar


“Em muitos lugares, os painéis solares são de longe a forma mais barata de produzir eletricidade”, disse Paulo Gala (Imagem: Unsplash/@publicpowerorg)

Em 2020, 132 bilhões de watts de nova capacidade de geração solar foram instalados em todo o mundo. Em muitos lugares, os painéis solares são de longe a forma mais barata de produzir eletricidade.

Essa transformação não foi simplesmente provocada por um avanço tecnológico na maneira como os fótons que chegam do Sol entregam energia aos elétrons que esperam nos painéis. Foi o resultado de grandes demandas militares e da NASA nos EUA dos anos 60. E mais recentemente de uma mudança decisiva na política de subsídios do governo alemão que coincidiu com a China se tornando a força dominante na manufatura global.

Ainda nos anos 60, a perspectiva de contratos governamentais encorajou diversas empresas de eletrônica nos EUA a experimentar o mercado solar. Entre eles estão o fabricante de rádio e televisão RCA e as empresas de semicondutores, como a Texas Instruments.

Universidades e institutos de pesquisa investiram em energia solar, em escala modesta. O mercado de energia solar nos Estados Unidos, entretanto, era ainda pequeno. O mercado primário era alimentado por satélites. Em 1964, a NASA lançou o primeiro satélite Nimbus alimentado por um painel fotovoltaico. O Exército americana abordava empresas para obter ajuda com a filtragem de luz para sistemas de orientação de mísseis. A Força Aérea procurava tecnologias para fazer espaçonaves movidas a células solares. A demanda do setor público garantiu o desenvolvimento do mercado de painéis solares a partir das descobertas feitas na Bell Labs.

Em 1954, a AT&T/Bell Labs anunciou um dispositivo que forneceria eletricidade constantemente, sem necessidade de recarga, sempre que fosse iluminado. A origem dessa bateria solar está em uma descoberta feita 14 anos antes.

Em 23 de fevereiro de 1940, Russel Ohl, um pesquisador da Bell Labs, iluminou um estranho bastão de silício que estava investigando. Uma corrente imediatamente começou a fluir entre os eletrodos presos às pontas da haste. O comportamento elétrico estranho da haste foi comprovadamente ligado à luz. Que a luz poderia impulsionar correntes em alguns materiais já se sabia desde o século 19. O que distinguiu a observação de Ohl foi que na Bell Labs ele e seus colegas tinham as ferramentas certas, físicas e conceituais, para entender como estava acontecendo e como melhorar sua eficiência.

A Bell Labs não queria fazer painéis fotovoltaicos; queria fazer aspiradores e outras parafernálias das quais dependiam os negócios da AT&T mais eficientes.

Em 1947, colegas de Ohl surgiram com um dispositivo que poderia ser manipulado com um campo elétrico, criando uma chave liga/desliga: o transistor. Os transistores se tornaram a base de um novo e barato circuito eletrônico. A tecnologia que amontoou muitos desses transistores em um único pedaço de semicondutor acabou por gerar o chip de silício.

Em 2000, havia quase um gigawatt (1 bilhão de watts, ou 1gw) de capacidade fotovoltaica instalada em todo o mundo, grande parte dela em telhados japoneses graças a um programa de subsídios voltado para a indústria de semicondutores do país. O preço por watt gerado pelos painéis já era inferior a um décimo do que tinha sido na década de 1970.

Foi nesse contexto que os sociais-democratas e os verdes da Alemanha montaram um enorme programa de subsídios púbicos para encorajar o uso de energia solar. Esse movimento terminou de consolidar de vez a indústria de painéis solares no mundo (hoje produzidos na China)!

Petrobras conclui venda de participação em parque eólico no Nordeste

Reposicionamento: Petrobras segue na estratégia de focar em seu negócio principal 
(Imagem: Agência Brasil/Arquivo)

A Petrobras (PETR3; PETR4) finalizou a venda da totalidade de sua participação de 49% na Sociedade Eólica Mangue Seco 1 – Geradora e Comercializadora de Energia Elétrica S.A. para a V2I Energia S.A., fundo de investimento em participações em infraestrutura gerido pela Vinci Energia.

A operação foi concluída com o pagamento de R$ 44 milhões para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato de compra e venda de ações.

A Eólica Mangue Seco 1 faz parte de um complexo de quatro parques eólicos (Mangue Seco 1, Mangue Seco 2, Mangue Seco 3 e Mangue Seco 4), localizados em Guamaré (RN), com capacidade instalada total de 104 megawatts (MW). A Eólica Mangue Seco 1 detém e opera um parque eólico, com capacidade de 26 MW.

De acordo com a Petrobras, a operação está alinhada à estratégia de melhoria de alocação do capital da companhia, visando à “maximização de valor para os seus acionistas”.

Companhia de energia solar Rio Alto pode levantar R$ 805 milhões em estreia na bolsa

Foto: Chelsea/Unsplash

A Rio Alto Energias Renováveis definiu a faixa indicativa de preço na sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) entre R$ 15,87 e R$ 20,63. Considerando o meio da faixa, de R$ 18,25, e a oferta base de 44.109.589 ações, a operação pode movimentar R$ 804,999 milhões.

A operação será primária, ou seja, os recursos vão para o caixa da empresa. Além da oferta base podem ser exercidos lotes adicional (8.821.917 ações) e suplementar (6.616.438 ações).

A precificação deve ocorrer no dia 26 de abril. A companhia será negociada no Novo Mercado da B3 sob o ticker ‘RIOS3’.

A companhia é uma das maiores geradoras de energia solar fotovoltaica do Brasil. Atualmente, possui, por meio do Fundo de Investimento em Participações Rio Alto, uma fatia de 14,86% em três usinas em funcionamento: Coremas I Geração de Energia, Coremas II e Coremas III, com uma capacidade total de geração de 93,6 megawatt-pico (MWp).

A companhia tem ainda 100% de participação em cinco ativos em construção que devem iniciar a operação este ano e somam 156,0 MWp de capacidade, e 100% em sete projetos em fase de estruturação: Sol do Agreste, Coremas IX, Coremas X, Santa Luzia 1, Santa Luzia 2, Santa Luzia 3 e Lagoa Tapada, com previsão de início das operações ao longo de 2022 e 2022 e 2023 e capacidade de geração total adicional de 1.570 MWp.

Fundada em agosto de 2020, a Rio Alto Energias Renováveis teve receita de R$ 183 mil ano ano passado e prejuízo de R$ 3,735 milhões. Considerando os resultados consolidados do Grupo Rio Alto, o prejuízo em 2020 foi de R$ 3,838 milhões, 65,4% menor que o prejuízo de R$ 11,101 milhões em 2019.

Do total a ser levantado no IPO, 90% irão para investimentos nos projetos de geração de energia solar em construção e desenvolvimento; 7,5% para reforço de caixa e capital de giro; e 2,50% em investimentos em futuros projetos de energia solar.

Os acionistas atuais são Edmond Chaker Farhat Junior e Rafael Sanchez Brandão, que têm 50% cada e podem cair para até 21,8% cada se forem exercidos os lotes adicional e suplementar.

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

Com apoio do BID, BNDES lança documento para emitir mais bônus verdes, sociais e sustentáveis


Recursos captados vão para projetos novos ou já existentes

• Lançamento do Sustainability Bond Framework (SBF) é passo relevante do Banco para desenvolver mercado de crédito sustentável

• Estrutura teve parecer favorável de verificadora global especializada

O Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) deu mais um passo relevante para o desenvolvimento do mercado de crédito sustentável, com o lançamento do seu Sustainability Bond Framework (SBF). Esse documento facilita a emissão, pelo Banco, de títulos verdes, sociais e sustentáveis, no Brasil e no exterior.

Com parecer favorável (Second Party Opinion – SPO) da Sustainalytics, empresa verificadora especializada em projetos sustentáveis, a estrutura reforça a importância atribuída ao tema Ambiental, Social e de Governança (ASG) pelo BNDES e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que participou do processo por meio de uma cooperação técnica.

A iniciativa amplia as possibilidades de captação previstas no Green Bond Framework lançado em 2017, que permitiu ao BNDES ser o primeiro banco brasileiro a realizar uma emissão deste tipo de título, no mercado de capitais internacional, e a primeira instituição financeira a emitir letras financeiras verdes em 2020, no mercado local. Após as emissões inovadoras do BNDES, outras entidades do mercado já começaram a emitir títulos similares.

O SBF foi desenvolvido a partir de uma cooperação técnica firmada com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O documento foi construído a partir de uma consultoria técnica prestada pela empresa especializada Sitawi, sob as melhores práticas de mercado.

Os recursos a serem captados em futuras operações com base no SBF serão utilizados para financiar e refinanciar projetos novos ou já existentes na carteira do BNDES. Os modelos de projetos elegíveis para a destinação dos recursos abrangem seis categorias verdes e três sociais.

Dentre as categorias verdes incluem-se: energia renovável; eficiência energética; gestão sustentável da água, água residual e saneamento; prevenção e controle de poluição; transporte limpo; e gestão ambientalmente sustentável de recursos naturais vivos e uso da terra. As categorias sociais incluem, por sua vez, saúde; educação; e apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e microcrédito.

Serão priorizados os investimentos em saúde e educação em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média nacional e, para MPMEs, além do critério do IDH, serão priorizadas empresas lideradas por mulheres ou minorias de gênero.

Sobre o BID – Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. Também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

Mercado de energia movimenta a economia e traz boa perspectiva aos investidores

Novas matrizes energéticas devem impulsionar o mercado nos próximos cinco anos e direcionadas a serem commodities desde o momento da geração até o consumo, explica o CEO da Holding RPX (Imagem: Unsplash/@nrdoherty)

Por Rafael Pimenta, CEO da Holding RPX

Você já parou para pensar na importância do consumo de energia no seu dia a dia? A energia é responsável, por exemplo, por garantir a duração dos alimentos em geladeiras, pelo funcionamento de aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos, banhos quentes, além de tantas outras ações do nosso cotidiano.

São várias as matrizes energéticas espalhadas pelo mundo, entre as mais utilizadas estão: fotovoltaicas, eólicas, termoelétricas, hidrelétricas e nucleares.

Atualmente, o Brasil possui 83% da sua matriz energética originada de fontes renováveis, contando com cerca de 170 mil MW de potência fiscalizada. Em suma, a energia que é gerada sempre irá necessitar do fator gerador, seja ele energia solar, queda de água, aquecimento de gases ou qualquer outro.

As chamadas energias renováveis são aquelas em que o fator gerador é recomposto constantemente pela natureza, mas até mesmo matrizes consideradas renováveis, como as hidroelétricas, produzem um impacto direto ao meio ambiente.

Vale mencionar que o Money Times conversou, no mês passado, com duas companhias do setor. A primeira até já fornece energia limpa e sustentável a consumidores residenciais, e a segunda, inclusive listada na Bolsa, revela como deve surfar a onda global de investimentos verdes.

E por que não pensar em uma energia renovável como investimento para o desenvolvimento econômico?

Há mais possibilidades de se obter um crescimento econômico quando a energia é um fator impulsionador e não somente um custo contabilizado, revela Pimenta (Imagem: Divulgação/Holding RPX)

A aceleração tecnológica aplicada ao desenvolvimento e infraestrutura necessita cada vez mais de energia.

Siderúrgicas, fábricas e comércios demandam o crescimento progressivo geometricamente de energia, o que abre espaço para novas fontes alternativas. Energias mais eficientes estão em alta, capazes de serem até 1100 vezes mais produtivas que os atuais combustíveis fósseis, custar 2% do valor e emitirem 0% de gases nocivos já estão sendo entregues no mercado.

É possível notar que o uso de tecnologias para energias renováveis gera resultados ainda mais positivos para o crescimento operacional, te conto o porquê: há mais possibilidades de se obter um crescimento econômico quando a energia é um fator impulsionador e não somente um custo contabilizado.

Novas matrizes energéticas devem impulsionar o mercado nos próximos cinco anos. Algumas mais eficientes, outras mais populares, mas todas direcionadas a serem commodities desde o momento da geração até o consumo.

A utilização da energia deve fazer parte do planejamento natural das pessoas, visando o desenvolvimento de novas atividades, deixando de ser apenas custo operacional.

Mas, para isso, haverá de reduzir significativamente o preço cobrado nas pontas, o que se dará quando entrarem em operação novas matrizes energéticas nos modelos de cogeração atuais.

Renova sai do prejuízo e lucra R$ 245,3 milhões no 4º trimestre

No acumulado do ano, a Renova conseguiu reverter o prejuízo bilionário de 2019 e teve lucro de R$ 22,4 milhões (Imagem: Youtube da Renova Energia)

A Renova Energia (RNEW3;RNEW4;RNEW11) terminou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 245,3 milhões, saindo do prejuízo de R$ 235,7 milhões em igual período de 2019.

Segundo o relatório divulgado nesta terça-feira (30) pela companhia, que está em recuperação judicial, a performance se deve principalmente ao resultado positivo de equivalência patrimonial e ao resultado financeiro positivo decorrente da reversão das despesas financeiras provisionadas conforme norma contábil entre o deferimento do pedido e a aprovação do plano de recuperação judicial.

No acumulado do ano, a companhia conseguiu reverter o prejuízo bilionário de 2019 e teve lucro de R$ 22,4 milhões.

A receita operacional líquida quase dobrou no trimestre – em um ano, o valor foi de R$ 11,1 milhões para R$ 21,8 milhões. Ainda assim, houve queda de 28,2% na receita acumulada em 2020, com o montante totalizando R$ 70,4 milhões (de R$ 98,1 milhões em 2019).

O Ebitda, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, não saiu do negativo no quarto trimestre. No entanto, os -R$ 11 milhões do período representam uma melhora significativa em relação aos - R$ 93,6 milhões reportados nos últimos três meses de 2019. Em 2020, o indicador fechou com saldo positivo de R$ 46,2 milhões ante montante negativo de R$ 510,1 milhões em 2019.

Sob base ajustada, o Ebitda acumulado em todo o ano foi de R$ 49,8 milhões.

Omega faz sua maior captação de recursos em debêntures verdes

“Fomos pioneiros na emissão de debêntures verdes no Brasil em 2017 e continuamos engajados em fomentar o mercado de finanças sustentáveis brasileiro”, afirma a Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Omega Energia (Imagem: YouTube/Omega Energia)

A Omega Geração (OMGE3) concluiu sua 3° emissão de debêntures, no valor de R$ 1,05 bilhão. Pioneira no mercado de títulos verdes no Brasil, a companhia reforça, por meio da sua maior emissão de dívida no mercado de capitais, seu comprometimento com o mercado de finanças sustentáveis brasileiro.

Para caracterizar uma debênture como um título verde, uma consultoria independente e especializada analisou a adequação das práticas, políticas e processos corporativos da Omega aos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança, em português).

Em entrevista ao Money Times, a Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Omega Energia, Andrea Sztajn, comentou que o ESG sempre esteve no DNA da Omega.

“O blue wave encabeçado por Joe Biden, novo presidente dos EUA, vai fortalecer só fortalecer a onda verde de investimentos. A tendência é vermos cada vez mais preocupação, não só dos investidores, mas de toda a sociedade com a sustentabilidade. A guinda verde já era um movimento sem volta. E toda essa onda deve baratear ainda mais a tecnologia do setor elétrico renovável”, disse a executiva.

Votando à emissão de debentures, a operação conta também com a atribuição de rating nacional de longo prazo (AA) pela Fitch Ratings.

O dinheiro captado será utilizado no pré-pagamento de dívidas de projetos em andamento, em particular as do Complexo Chuí, composto pelos complexos Santa Vitória do Palmar e Hermenegildo.

As debêntures têm prazo total de oito anos e juros semestrais equivalentes ao CDI + 1,99% ao ano.

“Fomos pioneiros na emissão de debêntures verdes no Brasil em 2017 e continuamos engajados em fomentar o mercado de finanças sustentáveis brasileiro, trabalhando pra que todas as nossas emissões sejam caracterizadas como green bonds (títulos de renda fixa que unem sustentabilidade com retorno financeiro)”, reforça Sztajn.

Em 2021, a Omega continua investindo na temática ESG, divulgando novas práticas e controles sobre a sua performance sustentável.

Estatal mineira Cemig pede registro de novos projetos solares na Aneel

O interesse da Cemig por geração solar vem em meio a um momento de forte aquecimento no setor (Imagem: Unsplash/@zburival)

A estatal mineira de energia Cemig (CMIG3; CMIG4) entrou com pedido junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o registro de projetos de geração solar em desenvolvimento pela companhia.

O movimento vem após executivos da elétrica terem comentado no final do ano passado que a Cemig buscaria oportunidades de expansão em energia solar e eólica, em meio à preparação de um novo planejamento estratégico após anos de baixos investimentos na expansão de sua capacidade.

A Aneel registrou o recebimento de pedidos de outorga da Cemig Geração e Transmissão, subsidiária da estatal, para usinas fotovoltaicas a serem desenvolvidas em São Gonçalo do Abaeté, em Minas Gerais, segundo despacho do regulador no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

Os empreendimentos da Cemig, que formariam o complexo Jusante, somariam uma capacidade instalada total de 70 megawatts, dividida em sete empreendimentos com 10 megawatts cada, segundo documentos da Aneel.

A emissão de fato de outorgas pela agência para os projetos dependerá ainda da apresentação de documentos pela empresa, segundo a publicação no Diário Oficial.

O pedido de outorga ocorre em uma fase inicial dos projetos renováveis, quando os empreendedores possuem geralmente apenas acordos de arrendamento de terras e medições de vento ou sol na área onde eles serão instalados.

Os empreendimentos da Cemig somariam uma capacidade instalada total de 70 megawatts (Imagem: Unsplash/@publicpowerorg)

Em setembro passado, o diretor da Cemig Geração e Transmissão, Paulo Mota, disse que a companhia busca desenvolver uma carteira de projetos de geração solar com 1,4 gigawatt em capacidade. Segundo ele, a empresa também estuda projetos de instalação de placas solares nos reservatórios de suas hidrelétricas, como Três Marias, que poderiam representar mais 350 megawatts.

Ele afirmou na ocasião que a Cemig pretende viabilizar os investimentos para erguer essas usinas por meio da negociação da produção futura dos projetos no mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias negociam diretamente com fornecedores as condições de suprimento e preços.

O interesse da Cemig por geração solar vem em meio a um momento de forte aquecimento no setor, que passou a atrair a atenção de grandes grupos multinacionais com presença no Brasil e empresa locais de energia.

Em 2020, a capacidade instalada em usinas solares no Brasil saltou 70%, mesmo em meio à pandemia.

XP lança primeiro fundo de estratégia global focado em energias renováveis


Produto, que abraça os critérios ESG e faz parte do grupo Trend de fundos indexados da XP, tem aporte inicial mínimo de R$ 100,00.

A XP Investimentos acaba de lançar o seu primeiro fundo de estratégia global com foco em energias renováveis. O produto, chamado de "Trend Energias Renováveis FIM", acompanha o fundo de índice (ETF) iShares Global Clean Energy (ICLN), gerido pela BlackRock, e se enquadra em critérios ESG - sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança.

O investimento inicial mínimo para aplicação é de R$ 100 e o produto, que não tem exposição à variação do dólar, pode ser uma opção de diversificação para a carteira de investidores em geral, não sendo necessário ser qualificado. A taxa de administração vai de 0,5% a 0,7% ao ano e não há taxa de performance. Além disso, o prazo de conversão das cotas resgatadas em dinheiro é de 6 dias.

O ICLN tem como referência o índice S&P Global Clean Energy, que reflete a variação de empresas ligadas à produção de energia renovável. Algumas delas são a americana Plug Power, que produz células de hidrogênio capazes de abastecer motores elétricos, a dinamarquesa Vestas Wind Systems, fabricante de turbinas eólicas, e a chinesa Xinyi Solar Holdings, especializada em insumos para a produção de energia solar. Há, ainda, a neozelandesa Meridian Energy Group, responsável pela produção de energia 100% renovável a partir de fontes solar e eólica.

Em 2020, o iShares Global Clean Energy apresentou um retorno de 141,31%, enquanto nos últimos três anos o ganho acumulado foi de 217,13%.

Na avaliação do responsável pela área de fundos de investimento da XP, José Tibães, os critérios ambientais, sociais e governamentais estão sendo colocados em primeiro plano pelas empresas e, também, pelo universo das finanças. “Essa é uma tese de investimentos que veio para ficar. Cada vez mais se fala em renovação da matriz energética global, com redução no uso de combustíveis fósseis em detrimento de fontes renováveis como energia eólica e solar, por exemplo”, afirma.

BofA eleva preço-alvo de WEG para R$ 96, ante R$ 90; recomendação de compra.


Para analistas do Bank of America, outro destaque é a alta de 37% nas receitas domésticas, impulsionada pelos produtos de ciclo longo.

O Bank of America elevou o preço-alvo das ações ordinárias da WEG para R$ 96, ante os R$ 90 anteriores. A recomendação foi mantida em compra.

Os analistas Murilo Freiberger e Gustavo Tasso afirmam que a companhia reportou resultados muito fortes e surpreendentes no quarto trimestre, com o lucro por ação avançando 48% no comparativo anual. O banco estimava alta de 21%.

“Se alguém dissesse há um ano que, em meio à maior recessão mundial em 100 anos, a WEG entregaria seus resultados mais fortes em 2020, essa pessoa seria considerada maluca”, afirmam os analistas.

De acordo com o relatório, a companhia foi beneficiada de um momento favorável do setor, incluindo a maior exposição do segmento à energia solar.

Outro destaque é a alta de 37% nas receitas domésticas, impulsionada pelos produtos de ciclo longo. A recuperação das vendas de ciclo curto seguem em ritmo acelerado.

“A expansão robusta da margem Ebitda em relação ao ano anterior reforça nossa tese de que um mercado doméstico forte é um fator chave para a lucratividade da empresa”, afirmam os analistas. O relatório destaca ainda o ritmo de recuperação “mais gradual e volátil no exterior”, com a queda de 7% nas receitas internacionais.

Para o BofA, a WEG apresentou uma execução “soberba”, mantendo os índices de produção inalterados em meio ao “ambiente desafiador”, permitindo à companhia capturar a demanda reprimida.

“Como esses fatores tendem a permanecer em vigor no curto prazo, acreditamos que a ação deve ser sustentada por um forte impulso de lucros”, aponta o BofA.

AES Tietê vende AES Inova à EDP por R$ 102 milhões

Energia solar — Foto: Chelsea/Unsplash

De acordo com a AES Tietê, a Inova é uma plataforma de investimento em geração solar que possui um portfólio de aproximadamente 34 megawatt-pico (MWp).

A AES Tietê e a EDP - Energias do Brasil comunicaram ao mercado há pouco que assinaram um contrato de compra e venda da AES Inova a EDP Grid. O acordo foi firmado por R$ 101,7 milhões, valor sujeito a ajustes. A operação deve ser concluída no segundo trimestre.

De acordo com a AES Tietê, a Inova é uma plataforma de investimento em geração solar que possui um portfólio de aproximadamente 34 megawatt-pico (MWp), com unidades no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

A EDP afirma que o investimento total estimado é de R$ 177 milhões, considerando o valor da aquisição e o investimento estimado para desenvolvimento de projetos. Segundo a EDP, 18 MWp dos 34 MWp totais são relativos a projetos em Minas Gerais que permitirão à EDP o desenvolvimento da obra, contratação em mercado estratégico e aproveitamento de sinergias operacionais com outros ativos da região.

A companhia também afirma que com o negócio ampliará sua carteira de geração solar em cerca de 50%.

FONTE: (Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

Setor de energia solar avança e deve gerar 147 mil novos empregos em 2021

Segundo a Sou Vagalume, Minas é atualmente um dos estados com maior expansão de energia solar, com quase 19% de toda a potência instalada no Brasil

A energia solar é uma alternativa mais sustentável para geração de eletricidade; mercado cresce no país(foto: Thinkstock/Repdrodução)

Na contramão da crise política e financeira que atinge o Brasil durante a pandemia do COVID-19, o setor de energia solar registrou crescimento de aproximadamente 4% nas matrizes elétricas em 2020.

Segundo a Sou Vagalume, estimativas indicam que o setor deve gerar mais de 147 mil novos empregos e atrair R$ 22,6 bilhões em investimentos para o Brasil em 2021.

Em conferência realizada nesta terça-feira (23/02), Daniel Luz, diretor de operações da empresa, relatou que a redução no valor dos equipamentos torna um fator atraente para a expansão do setor no mercado.

A Sou Vagalume é uma empresa capitalizada focada no desenvolvimento de tecnologias para soluções energéticas. Em parceria com a DOC88, Comerc Energia e Mori Energia, constrói com seus clientes uma comunidade para compartilhamento de energia produzida em fazendas solares. A iniciativa oferece alternativa mais sustentável e econômica à população.

Segundo Daniel Luz, a geração distribuída - energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele - é o foco do projeto desenvolvido pela companhia.

“A geração compartilhada está limitada à área de distribuição de cada distribuidora, onde há usinas de pequeno porte de microgeração, ou seja, energia solar em prédios de empresas e residências. Ela também pode ser desenvolvida em usinas compartilhadas de maior porte, em que várias empresas utilizam da mesma fonte solar,” declarou Daniel.


Dos 4.377 MW de potência instalada em energia solar em todo o Brasil, quase 19% se encontram em Minas Gerais.

Além de incentivar o uso de energia de forma mais responsável e sustentável, para a CEO da Sou Vagalume, Josiane Palomino, a geração distribuída oferece uma nova forma de independência de consumo de energia à população.

“O modelo compartilhado possibilita que os nossos clientes tenham opção de gerar a própria energia e ter economias em seu custo, sem ter que se preocupar com as obras. São usinas compartilhadas por diferentes pessoas e diferentes negócios”, disse a executiva.


A empresa já investiu R$ 750 milhões na construção de 34 usinas solares em diferentes cidades mineiras, e a previsão é investir mais R$ 400 milhões em 2021 para ampliar o projeto.

Como funciona

Após a Mori Energia desenvolver a implantação e operação das usinas, a Sou Vagalume, por meio de consórcios e cooperativas, possibilita que os seus clientes usufruam de uma parcela da geração compartilhada de energia solar, vinda de usinas de comunidades solares.

“Temos como propósito compartilhar energia renovável, democratizar o acesso a essa energia e fazer com que nossos clientes façam parte de um movimento além da economia, mas também da sustentabilidade", declarou Josiane Palomino, CEO da Sou Vagalume.


O processo, desde a adesão até ao relacionamento com cliente, acontece virtualmente e já está nas cidades mineiras de Bonfinópolis, Brasilândia de Minas, Corinto, Francisco Sá, Janaúba, Lagoa Grande, Lontra, Manga, Mato Verde, Mirabela, Paracatu, Pirapora e Porteirinha.

Brasil quer testar contratação de térmicas movidas a lixo em leilões de energia

Depois de experiências de sucesso na inserção de novas fontes como parques eólicos e solares em sua matriz elétrica na última década, o Brasil quer testar em 2021 a contratação de usinas movidas a lixo em seus disputados leilões para novos projetos de geração de energia.

Usina de geração de energia com resíduos sólidos em Vancouver; tecnologia já é dominada em outros países, mas ainda busca espaço no Brasil REUTERS/Lindsey Wasson. Foto: Reuters

Os planos poderiam viabilizar tanto térmicas que usam de resíduos sólidos para entregar energia quanto empreendimentos associados a aterros sanitários, que produzem biogás e então eletricidade a partir de detritos principalmente orgânicos, disse à Reuters o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral.

A primeira tecnologia ainda não é explorada no Brasil, embora seja mais comum em países europeus, por exemplo, enquanto a geração com biogás é adotada em pequena escala no país.

Uma primeira tentativa de viabilizar usinas como essas em leilões já ocorreu em 2014, sem sucesso, e a ideia agora é testar novamente o mercado e a disposição dos empresários em investir, disse Barral.

“O Ministério de Minas e Energia tomou a decisão de reeditar um produto específico para essas usinas nos leilões agora de 2021, justamente para fazermos uma espécie de nova grande chamada para projetos de resíduos sólidos urbanos”, explicou ele.

Essas usinas de tratamento térmicos e de biogás de aterros terão assim um espaço dedicado nos chamados leilões de energia A-5 e A-6, agendados para 30 de setembro, que contratarão projetos para início de operação a partir de 2026 e 2027.

Mas o governo não revela quanto pretende contratar, o que dependerá do volume de projetos inscritos e sua competitividade.

“Estamos na expectativa de como vai ser o cadastramento desses empreendimentos e o nível de maturidade deles. Temos expectativa que apareçam as duas modalidades (incineração e aterros)”, disse Barral.

O Plano Decenal de Energia 2030 do governo, que traça diretrizes para a expansão da matriz elétrica na década, prevê a contratação de usinas térmicas movidas a resíduos sólidos urbanos “a título de política energética e ambiental”.

O documento indica limite mínimo de expansão de 60 megawatts para a fonte no período –volume baixo, equivalente a uma hidrelétrica de médio porte, mas que poderia movimentar cerca de 1,17 bilhão de reais em investimentos.

A viabilização dessas usinas ainda vai demandar incentivos, como um preço-teto diferenciado em relação a outras fontes, uma vez que essa forma de geração ainda precisa ganhar competitividade, disse Barral.

“A princípio ela exige, sim, alguma forma de incentivo… mas de uma forma geral esses projetos são uma parcela pequena (do total)”, afirmou ele, minimizando impactos desse apoio.

Embora gerem emissões, as usinas de tratamento ´termico são consideradas “energia limpa” pelo mundo, dado seu potencial de reduzir impactos do lixo sobre o ambiente, acrescentou Barral.

“Nos resíduos você tem plásticos, que têm origem fóssil. Então, rigorosamente falando, não é 100% renovável, mas tem sido enquadrado como energia limpa sim. Inclusive muitas vezes esses projetos têm crédito de carbono pelo benefício ambiental.”

Além dos leilões, o governo trabalha em avaliações sobre a viabilidade de usinas movidas a lixo também para venda da produção no chamado mercado livre de energia e para instalação de sistemas de geração de menor porte, conhecidos como geração distribuída, segundo a EPE.

PROJETOS DISPONÍVEIS

O movimento do governo para testar usinas movidas a lixo tem animado empresários do setor, e diversas empresas possuem projetos que poderão ser inscritos nos leilões, disse à Reuters o dirigente de uma associação que reúne interessados no nicho.

“Nossa visão é que poderíamos ter até 120 megawatts sendo contratados. Não sabemos quanto o governo vai contratar. E nem a questão do preço, que é fundamental para a viabilidade. Mas tem projetos, eles estão aguardando o leilão”, afirmou Yuri Schmitke, presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren).

Ele estimou que usinas de tratamento térmicos, mais competitivas, poderiam vender energia entre 555 reais e 600 reais por MWh.

Isso é quase o dobro do preço-teto para térmicas no último leilão A-6 do governo e da Aneel, em 2019, de 292 reais por MWh.

“Há mais de 30 anos essas usinas já são muito utilizadas na Europa, eles têm mais de 500 plantas”, disse Yuri, ao destacar que há uma usina de tratamento térmico na região central de Paris.

Entre projetos que poderiam entrar em leilões neste ano, ele citou um envolvendo usina em Barueri, com cerca de 20 megawatts, que já tem licença de instalação, e uma em Mauá, do Grupo Lara, responsável pelo tratamento do lixo local, entre outros.

Nos sonhos dos empresários do setor está a trajetória das fontes eólica e solar no Brasil –que se resumiam a poucos projetos antes de leilões específicos voltados às tecnologias, realizados em 2009 e 2014, respectivamente. O uso de leilões competitivos para expandir a presença dessas energias renováveis acabou depois replicado mundo afora.

Carregando vantagens para o setor de energia solar, pacote de alívio econômico de US$ 900 bilhões é aprovado pelo governo dos EUA

Segundo especialista, a atitude se caracteriza como um desenvolvimento positivo para o avanço da energia renovável no país.


Incluindo vantagens para o setor de energia solar, um pacote de alívio econômico de US$ 900 bilhões foi aprovado pelo governo dos EUA. Ratificada pelo presidente Donald Trump, a legislação espera um aumento de dois anos para o programa de crédito para investimentos em energia solar (ITC, na sigla em inglês) e para os fundos adicionais direcionados à pesquisa e ao desenvolvimento, englobando não só uma maior facilidade para o acesso aos territórios do governo federal com o objetivo de utilizá-los para propostas de energia renovável, mas também a redução de custos mais graves para instalações de energia distribuída.

Seguindo essa legislação, o ITC irá se manter em 26% para projetos fotovoltaicos, os quais terão suas construções iniciadas em 2021 e 2022. Em 2023, será reduzido a 22% e, em 2024, alcançará os 10% para projetos comerciais e irá zerar para propostas residenciais. Com prazo legal terminando em 1º de janeiro de 2026, as empresas que começarem a construção dos projetos em 2021 contarão com um prazo de quatro anos para se aproveitar do crédito, destinando-os às operações.

“Nos próximos anos, teremos a oportunidade de construir uma economia mais forte, resistente e justa, e essa ação do Congresso é um passo inicial oportuno”, afirmou Abigail Ross Hopper, CEO da Associação das Indústrias de Energia Solar dos EUA (SEIA), qualificando a medida como um desenvolvimento positivo para o avanço da energia renovável no país.

“A SEIA continuará a defender políticas que incentivem fontes renováveis e tratem da crise climática de forma a assegurar a justiça ambiental. Nós trabalharemos para que os benefícios do ITC fiquem disponíveis na forma de pagamento direto, para impulsionar o crescimento solar. Nós também precisamos criar uma política adequada de infraestrutura e garantir fundos que apoiam programas como o SolarAPP, que emite licenças para projetos fotovoltaicos de forma digital”, pontuou Hopper.

De acordo com uma pesquisa recentemente elaborada pela consultoria Wood Mackenzie e pela SEIA, é previsto que, em 2020, os EUA alcancem um crescimento de 43% em nova capacidade instalada de energia solar, ao passo que o setor se recompõe dos reflexos negativos gerados pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o estudo, esse aumento simboliza um recorde de 19 GW em nova capacidade instalada de energia solar no ano, carregando uma segurança quanto ao setor de geração centralizada que, após meses de incertezas, vem se reestruturando.

O segmento de usinas de grandes dimensões protagonizou o impulsionamento das instalações no período, adicionando 2.7 GW de capacidade, representando 70% do total de 3.8 GW. No segundo trimestre, o mercado residencial passou pelos maiores choques provocados pela pandemia, com instalações sofrendo uma queda para 617 MW. Apesar desse fator, sua recuperação foi parcialmente rápida, já que, no terceiro trimestre, houve um incremento sequencial de 14% devido aos 738 MW adicionados. Entretanto, esses números ainda se encontram abaixo dos valores registrados antes da pandemia.

Cresce lista de gestoras que adota sustentabilidade e impacto para decidir investimentos

Nest, Perfin, Quasar, Pandhora se somam a JGP, Fama, Constellation, SulAmérica, Vox, Mov e Rise Ventures; Entre os bancos, BTG, Santander, Itaú e Safra lançam iniciativas.

A pandemia acelerou a busca por investimentos com viés social, ambiental e de governança (conhecido pela sigla em inglês ESG). No Brasil, o movimento cresce com a adesão de gestoras de recursos dos mais diversos universos a algum tipo de filtro para incorporar a sustentabilidade na seleção de ativos, com esses fatores passando a compor a avaliação de risco.

Assets tradicionais vêm integrando algum tipo de metodologia para escolher ativos de empresas que adotem boas práticas, como JGP, Fama, Constellation ou SulAmérica Investimentos. Gestoras ligadas aos bancões também reformularam a sua oferta de carteiras ESG, como Santander e Itaú e, mais recentemente, o Safra, que passou a aplicar critérios do suíço J. Safra Sarasin para um novo fundo local. Mas há outros nomes avançando nessa seara, como Nest, Perfin, Quasar e até a gestora de fundos quantitativos Pandhora.

No universo do capital de risco é emblemática a oferta do BTG Pactual para levantar até R$ 1,2 bilhão num fundo de private equity (que investe em empresas de capital fechado) de impacto - termo usado para designar investimento em empresas que não buscam apenas retorno financeiro, mas também um efeito positivo na sociedade. Vai ser um grande termômetro da demanda por iniciativas desse tipo, num segmento que no Brasil ainda é bastante restrito, com poucas gestoras dedicadas, como Vox, Mov ou Rise Ventures.

A proliferação da cultura ESG nas gestoras de recursos é uma das formas mais poderosas para pressionar as companhias a se comprometerem com critérios de sustentabilidade, diz Sonia Favaretto, SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, especialista em sustentabilidade e colunista do Valor Investe. “A principal força que age sobre as empresas é o investidor, porque o consumidor, que poderia exercer maior influência, tem que fechar as contas no fim do mês e, muitas vezes, comprar produtos ESG é mais caro. Ele tem o poder, mas ainda não o ambiente, por questões sócio-econômicas.”

Na primeira semana na rua, o BTG já tinha demanda para 15% do que pretende captar no fundo de impacto, um ritmo acima do previsto, segundo um alocador que participou de uma das rodadas de apresentação. A tese que vem sendo colocada é que há muitas empresas que poderiam causar impacto, mas sem um empurrão financeiro e de governança não conseguem atingir esse objetivo. O retorno aguardado com cada projeto, com maturação média esperada em quatro anos, é entre 15% e 20%, em linha com o das carteiras de private equity convencionais.

Já a Rise Ventures acaba de fechar a captação da primeira parcela, com R$ 30 milhões, de um fundo de impacto em que planeja levantar R$ 300 milhões até meados de 2022, segundo Pedro Vilela, CEO e sócio-fundador da gestora. “As companhias que não praticarem isso vão perder valor ao longo do tempo. Não é modismo, é necessidade do mundo novo consumidor.”

Criada em 2016, a gestora pode ser considerada uma novata no segmento de private equity no país, mas já fez três investimentos: na Beleaf, do setor de alimentação à base de plantas; na Alba Energia, que trabalha com energia solar; e na Okena, que atua na gestão de resíduos industriais. Agora, trabalha na seleção de sete novos negócios relacionados a consumo de alta recorrência, de bens e serviços considerados essenciais, fora do badalado segmento de tecnologia pura.

Os alvos são companhias com fluxo de caixa ainda restrito, com faturamento anual entre R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, caras para investidores-anjos, mas ainda fora do radar dos grandes fundos, diz Vilela. Os aportes variam de R$ 7 milhões a R$ 15 milhões por empresa. A partir do momento que ganham algum porte, com receitas entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões, o plano é vender para outros fundos de private equity, a pares estratégicos ou fazer a listagem na bolsa. O retorno estimado é de 25% a 30% ao ano.

Fora do eixo Rio-São Paulo

Tanto do lado da captação quanto da aplicação de recursos, o esforço da Rise tem sido sair do eixo Rio-São Paulo. Nesta primeira parcela captada, um terço dos recursos vieram de outras localidades e o mapeamento dos negócios tem sido feito no Brasil inteiro.

A Perfin foi atrás da consultoria em finanças sustentáveis SITAWI para certificar o seu fundo de infraestrutura, o FIP Apollo Energia. Listado desde janeiro de 2020 na bolsa, a carteira tem cerca de 6 mil investidores pessoas físicas e não necessariamente vai atrair um público diferente com tal selo, diz Carolina Rocha, executiva-chefe de operações da gestora. O portfólio, desenhado sob as regras de isenção tributária para o investidor individual, não permite o capital externo. “Já havia no regulamento restrição para investimentos em geração não renovável. Os questionamentos provocados pela auditoria levaram a melhorias e ajudaram a validar a própria área de infraestrutura da gestora”, diz Carolina.

Para este ano, o plano é levar engajamento para os fundos de ações líquidos, influenciar as empresas investidas a buscar, por exemplo, maior eficiência energética, fazendo a intersecção com o braço de infraestrutura. “A ideia é menos criar produtos ESG ou simplesmente riscar ‘isso eu faço, isso eu não faço’ e mais de incorporar, trazer a temática de forma mais orgânica para dia a dia das companhias.”

De 2017 para 2018, a Perfin se tornou signatária do Principles for Responsible Investment (PRI). A casa avalia pelo menos 26 fatores para dar um rating para as empresas alvo para sua carteira. A análise perpassa a indústria, a competição, o alinhamento dos executivos que tocam o negócio com governança e práticas sociais e ambientais. “Isso tudo entra no balanço de risco e retorno. Qualquer empresa pode ser elegível, mas vai ter participação menor na carteira se a nota for ruim.”

Carolina conta que a gestora já investiu, por exemplo, em Vale, mas numa parcela muito pequena, para que um evento ambiental negativo tivesse impacto menor no portfólio. Já para Petrobras — a avaliação é que a companhia está sujeita a interferências políticas — a nota de governança não é boa, e o papel também tem ficado fora do portfólio.

Na gestora de fundos quantitativos Pandhora, o envolvimento dos sócios-fundadores com causas ambientais levou a uma reflexão sobre o uso de capital como vetor de mudanças, diz Alexandre Bossi, do grupo de formação da casa. “As nossas carteiras já tinham filtro de alocação de capital, mas a vontade era fazer isso de forma quantitativa”, diz.

Há pouco mais de um ano, o sócio Flávio Duarte liderou estudos para incorporar à gestão modelos que possibilitassem isso. Fez um teste considerando diferentes filtros ESG em sua carteira de ações direcional, entre 2015 e 2020. Ao considerar setores que de forma direta ou indireta têm atividades que impactam o meio ambiente, os gestores atribuíram um desconto a essas ações. O peso dos ativos na carteira foi então reduzido entre 20% até a exclusão total. Mesmo aplicando esses filtros, não houve redução significativa da rentabilidade anualizada e do índice de sharpe, que mede a relação entre risco e retorno.

Sem métricas uniformizadas no mercado para essas questões, a Pandhora decidiu construir a própria metodologia, sem excluir nenhum setor de cara. “A gente penaliza, mas não exclui. Se a empresa é de combustíveis fósseis, mineradora ou siderúrgica vai ter um peso pequeno”, diz Duarte. “O mercado brasileiro é muito pequeno e boa parte da nossa bolsa é formada por essas empresas.”

A Nest começa a desenvolver processos para estar aderente a práticas de responsabilidade e de neutralidade de carbono até 2022, segundo o sócio responsável por crédito, Otávio Vieira. “Não vejo fundo deixando de comprar a ação ou a dívida de uma XPTO da vida, mas aquelas empresas que não tiverem protocolo para não agredir o meio ambiente, que comprem insumo de fornecedor que tem trabalho escravo ou atrase pagamento aos fornecedores, asfixiando as pequenas, elas vão ser punidas.”

Com a tendência de o investidor migrar para carteiras mais relacionadas à economia real, como private equity, crédito estruturado e infraestrutura, as preocupações ESG estão longe de ser uma onda passageira, prossegue o gestor. “Mesmo antes da pandemia, com as catástrofes naturais, já havia foco nisso. A covid-19 só acelerou. As companhias orientadas para as questões ESG vão ter custo de capital mais baixo, na média. Pode até não influenciar nas receitas, mas tem impacto sobre os passivos.”

Focada no mercado de crédito, a meta da Quasar é ter todos os fundos enquadrados em ESG até 2023. A casa formulou uma política interna de investimento em que segue sete etapas. A diligência inclui a categorização de riscos e oportunidades, análise da contribuição ambiental do projeto ou da companhia à integração ESG. A gestora é signatária da plataforma “Investidores pelo Clima” e obteve em outubro o certificado de neutralidade de carbono pela Moss.Earth.

Mariana Oiticica, corresponsável pelas áreas de ESG e impacto do BTG, diz que o banco já consegue colocar as questões da sustentabilidade em várias linhas de negócios, como emissões ou investimentos em participações, mas na gestora de recursos esse passo é mais complexo. Ela diz ser difícil criar filtros restritivos por causa da concentração da bolsa em setores controversos. A tendência, afirma, é criar produtos “ESG compliance”, a exemplo do ETF ESG, que estreou na B3 em outubro. “Nossa preocupação não é desenvolver vários produtos ESG, mas alguns que sejam reais em impacto positivo e que consiga mensurar e mostrar, com retorno condizente, tão bom quanto o investimento tradicional”, diz.

O que ela vê como tendência é a busca por investimentos do tipo pelas novas gerações. “Antes era um movimento mais do institucional, agora vemos a vontade de investir com propósito, levando alguns riscos ESG com mais frequência, diz Mariana.

Vilela, da Rise, cita que entre pais, mães e avós que estão no comando das fortunas familiares há quem ainda confunda o investimento de impacto com filantropia, mas na hora da sucessão tem a virada de chave. “Os mais novos têm absoluta intencionalidade no investimento, sabem que não há nenhum tipo de dualidade entre ganhar dinheiro e provocar uma transformação positiva."

Neoenergia tem resultados melhores do que o esperado, diz Credit Suisse

Os resultados da empresa no quarto trimestre de 2020 ficaram ligeiramente acima das expectativas da S&P Global Ratings.

O Credit Suisse afirmou que os resultados da Neoenergia vieram um pouco melhores do que as expectativas, confirmando mais um trimestre com bom desempenho de custos e auxiliado por volumes positivos em distribuidoras. Os resultados do setor de geração de energia foram ligeiramente melhores do que o estimado devido ao melhor desempenho da Termo Pernambuco.

Do lado negativo, o banco ressalta a nova resolução regulatória que alterou o ciclo de faturamento dos clientes do Grupo A (empurrando parte do faturamento para o primeiro trimestre de 2021), impactando os volumes faturados e o cálculo da sinistralidade no quarto trimestre de 2020.

Diante do resultado, as ações da companhia estão sendo negociadas na B3 em alta de 3,05%, a 19,27.

O Credit Suisse tem recomendação de compra para as ações da companhia e um preço-alvo de R$ 24,10.

A inadimplência reduziu para 0,6% da receita, ante 1,6% do terceiro trimestre, devido à reversão de provisões. A taxa de perda aumentou para todas as unidades de distribuição devido às mudanças regulatórias.

Os ganhos foram beneficiados por melhores resultados financeiros, parcialmente compensados por uma receita de equivalência patrimonial fraca devido às restrições de transmissão em Belo Monte. A dívida líquida atingiu R$ 18.527 milhões, alta de 9,9% ante o trimestre anterior.

Durante o quarto trimestre, a empresa obteve a licença de instalação do Complexo Eólico Oitis, localizados no Piauí e na Bahia.


Queda de consumo de energia abaixo do esperado, afirma S&P


Os resultados da Neoenergia no quarto trimestre de 2020 ficaram ligeiramente acima das expectativas da S&P Global Ratings. De acordo com a agência de classificação de riscos, os números foram impulsionados pela queda de consumo de energia aquém do esperado.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a S&P aponta que menor demanda de clientes industriais e comerciais resultou em uma retração de 1,5% no consumo da companhia. A agência estimava uma queda de 4,7%, alinhada à queda do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com a S&P, o indicador também resultou em um nível de alavancagem acima das expectativas. A razão entre a dívida da Neoenergia sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em 3,1 vezes no último trimestre, enquanto a S&P estimava um intervalo de 3,5 vezes a 4 vezes.

A agência, porém, afirma que mantém a projeção anteriormente estipulada, por ser “consistente com seus atuais rating de crédito de emissor e perfil de crédito individual ‘bb’”.
“Como a pandemia não prejudicou as operações, esperamos que a empresa continue expandindo seus negócios”, afirma o relatório. Uma das operações destacadas é a aquisição do segmento de distribuição da Companhia Energética de Brasília (CEB), que deve “exigir uma reorganização nos próximos anos”.

O relatório destaca ainda a construção de linhas de transmissão, após a vitória em leilões públicos, e a expansão nos segmentos eólico e solar.


Potencial de transformação de lixo em energia em cidades grandes é de US$ 14 bilhões no Brasil


As 28 regiões metropolitanas do Brasil, com mais de 1 milhão de habitantes, poderiam gerar 18,9 TWh / ano por meio de usinas de resíduos sólidos urbanos para energia (WTE) exigindo US $ 14 bilhões, de acordo com um estudo produzido pela associação local de resíduos para energia ABREN e compartilhado com BNamericas.

O montante, que representa cerca de 3% da demanda de energia elétrica do país, poderia ser gerado por meio de 118 usinas de 20 MW (ou 59 40 MW) alimentadas por 97.000 t / d de lixo urbano.

O maior potencial identificado pela ABREN está nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que poderiam gerar 3,719TW / ano e 2,829TWh / ano, respectivamente. Em seguida, vem o distrito federal de Brasília com 1.089TWh / ano.

Atualmente, existem 183MW de projetos WTE em desenvolvimento no Brasil: a planta URE Barueri de 20MW e 825t / d com queima massiva, que já recebeu licença de instalação; a planta de 80MW e 3.000 t / d URE Mauá com licença prévia; a planta de 38 MW, 2.000 t / d URE Baixada Santista; planta de 30MW, 1.300 t / d Ciclus / Rio de Janeiro, também com licença prévia; e a planta de 15 MW, 500 t / d Diadema com gaseificação Outotec.

Em dezembro passado, o governo brasileiro aprovou a primeira licitação de resíduos sólidos urbanos do país para produção de energia, prevista para este ano. A aprovação é uma etapa fundamental para viabilizar projetos WTE no país.

Segundo o presidente da ABREN, Yuri Schmitke, o país tem potencial para 250 usinas, cada uma com 20 MW de capacidade instalada, o que representa um investimento de R $ 160 bilhões (US $ 30 bilhões).

No entanto, para viabilizar economicamente esses projetos, a ABREN estima que as taxas de aterro sanitário locais teriam que ser aumentadas em 11 reais / t de resíduos sólidos urbanos anualmente, enquanto a tarifa de energia WTE seria obrigada a cair para 250 reais / MWh dos atuais 620 reais / MWh em 2040.

Isso poderia ser alcançado com o uso de caminhões de lixo elétricos e ônibus movidos a energia gerada nas plantas WTE. Como uma única concessionária seria responsável pela geração de energia e pelos serviços de transporte, a empresa seria categorizada como autoprodutora de energia, com isenção do ICMS (serviço), por exemplo.

“O WTE deve ser pago pelos municípios, não pelo setor de energia elétrica. Estamos trabalhando para que isso aconteça ” , disse Schmitke ao BNamericas.

Nova parceria

Na quarta-feira, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp, e a secretaria de meio ambiente assinaram um protocolo para fomentar a implantação de projetos WTE no estado.

Durante a cerimônia, o secretário de infraestrutura e meio ambiente, Marcos Rodrigues Penido, destacou que os resíduos urbanos estão ligados tanto à pauta de saneamento básico quanto de energia.

“O desperdício que poderia ser usado para gerar energia em São Paulo é enorme” , disse.

Fonte: BNAmericas

Mudanças legais podem destravar investimentos em geração de energia e gás a partir do lixo urbano em 2021


O ano de 2021 traz boas perspectivas para investimentos em fontes renováveis de energia ainda não consolidadas no Brasil. Enquanto as tecnologias de geração solar e eólica ganham cada vez mais espaço no mercado, devido ao custo competitivo, outras fontes, como biometano e recuperação energética de resíduos sólidos, podem despontar este ano, a partir de mudanças propostas na legislação e medidas infralegais.

Uma das medidas já foi aprovada no fim do ano passado, por meio da portaria 435 do Ministério de Minas e Energia, que estabeleceu o cronograma de leilões de energia para o período de 2021 a 2023. A norma prevê a participação de projetos de geração a partir de recuperação energética de resíduos sólidos nos leilões de energia nova A-5 e A-6, em setembro deste ano.

Com relação a mudanças na legislação, a Medida Provisória 998/2020, aprovada na Câmara e que está em tramitação no Senado, determina que o governo federal defina diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos atributos ambientais dos empreendimentos, o que pode beneficiar o segmento de geração de energia a partir do lixo.

As duas iniciativas foram elogiadas pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren). Segundo a entidade, o Brasil tem potencial para a construção de até 250 usinas “waste-to-energy” (WTE), com 20 megawatts (MW) de potência instalada. Somadas ao potencial de usinas de biogás a partir de recursos sólidos urbanos, elas podem atender até 7,9% da demanda de eletricidade do país e gerar investimentos de cerca de R$ 200 bilhões.

“Queremos mudar a concepção que se tem do lixo hoje”, afirma o presidente da Abren, Yuri Schmitke.

Biometano

Em outra frente, a versão aprovada pelo Senado do projeto de lei 4.476/2020, relativo à Nova Lei do Gás, abre espaço para novos investimentos para a produção de biometano no país.

“A inserção da pauta de biometano na Lei do Gás é importante passo para o desenvolvimento de políticas que ampliarão a produção deste biocombustível. O texto aprovado no Senado, que esperamos que seja aprovado pelos deputados, dá força para a utilização do biometano como substituto do gás para todos os usos”, diz Manuela Kayath, presidente da holding MDC.

A companhia, por meio da Ecometano, planeja assinar este ano contrato com um aterro sanitário em São Paulo para a construção de uma planta de biometano a partir do biogás produzido no local. O empreendimento está previsto para entrar em operação em 2024, com a produção em torno de 50 mil m³ diários de gás natural renovável (GNR).

A companhia já possui dois projetos do tipo. O primeiro está instalado em São Pedro da Aldeia (RJ), com capacidade de 15 mil m³/dia. O outro funciona em Caucaia (CE), com capacidade de 100 mil m³/dia.

“Nosso objetivo é oferecer soluções sustentáveis para clientes”, conta Kayath. A MDC possui faturamento anual da ordem de R$ 450 milhões e Ebitda [sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] de cerca de R$ 110 milhões por ano.

Biogás na Amazônia

Apesar do cenário promissor, o desenvolvimento do biogás ainda traz desafios no país. O Instituto Escolhas, associação civil sem fins econômicos que tem como objetivo qualificar o debate sobre sustentabilidade, pretende concluir em abril um estudo sobre potencial de desenvolvimento do biogás em toda a Amazônia. A primeira etapa do levantamento, concluída em dezembro e que abarcou quatro estados (Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima), indicou um potencial para gerar 136 milhões de m³/ano de biogás, o equivalente a 5 milhões de botijões de cozinha. Esse volume seria suficiente para produzir 283 GWh/ano, ou o suficiente para atender 107 mil residências.

O potencial levantado na primeira fase do estudo considerou apenas resíduos sólidos urbanos e rejeitos da psicultura nos quatro estados mencionados. Com relação aos resíduos sólidos urbanos, o instituto analisou aterros sanitários e lixões. Do potencial identificado, apenas 20% é aproveitado energeticamente.

Sobre o biogás para a psicultura, nenhum dos frigoríficos analisados pelo instituto aproveitam o biogás de restos de peixes. Apenas nesses quatro estados, os frigoríficos poderiam gerar 7,5 GWh/ano a partir dos resíduos para atender o seu próprio consumo de energia.

“Estamos debruçados na agenda da bioeconomia na Amazônia. Analisamos atividades que gerem renda e preservem a Amazônia. Um dos fatores críticos é a energia. Para alavancar as atividades [econômicas] é necessário energia. E o biogás é uma fonte limpa, flexível e descentralizada”, conta Larissa Rodrigues, gerente de projetos e produtos do Escolhas.

A especialista cita, por exemplo, o caso do Amapá, onde um incêndio em um transformador no único ponto de ligação do estado com o sistema nacional causou um blecaute, afetando 90% da população local por cerca de 20 dias. O estado, de acordo com o levantamento do Escolhas, tem potencial para gerar 15 milhões de m³/ano de biogás, volume suficiente para gerar 31 GWh/ano de eletricidade e abastecer 12 mil residências ou 50 mil pessoas.

“Grandes projetos de geração de energia na Amazônia não foram capazes de atender a toda a população local. Sem um programa de incentivos é impossível quebrar essa lógica e impulsionar projetos pilotos”, acrescenta Rodrigues.

O objetivo do instituto no momento é concluir o estudo incluindo os demais estados da Amazônia. Em seguida, o material será apresentado às autoridades.

Schmitke da Abren, no entanto, diverge da conclusão do estudo do Escolhas. Segundo ele, a região amazônica possui solo muito permeável, o que agrava a construção de aterros sanitários nessa área. Além disso, o especialista explica que as usinas de WTE têm potencial de geração entre sete e dez vezes maior em comparação com aterros com recuperação de energia a partir do gás. De acordo com a Abren, uma tonelada de lixo de biogás oriundo de aterro é capaz de gerar 65 quilowatts-hora (kwh), enquanto a tecnologia WTE tem potencial de geração de 600 kwh por tonelada de lixo.

FONTE: https://megawhat.energy/news/120095/mudancas-legais-estimulam-geracao-de-energia-e-gas-partir-do-lixo-urbano

Energia solar recebeu R$ 13 bilhões em investimentos em 2020, diz Absolar


Ainda de acordo com a Absolar, os investimentos realizados no ano passado levaram à criação de mais de 86 mil novos empregos no Brasil

Os investimentos em geração de energia solar atingiram o patamar recorde de R$ 13 bilhões no ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O valor inclui tanto a geração centralizada, das grandes usinas, quanto a geração distribuída, que envolve pequenos sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

Ainda de acordo com a Absolar, os investimentos realizados no ano passado levaram à criação de mais de 86 mil novos empregos no Brasil. Desde 2012, a fonte solar fotovoltaica já movimentou mais de R$ 38 bilhões em negócios e gerou mais de 224 mil postos de trabalho, aponta a entidade.

O país encerrou 2020 com 7,5 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, sendo que 4,4 GW se referem à geração distribuída, de pequenos empreendimentos. Já na geração centralizada, são 3,1 GW, o equivalente a 1,6% da matriz elétrica brasileira.